quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares

 


 

 

 


Política de terra arrasada (1).

A herança maldita do governo de um energúmeno vai deixar um Brasil arrasado. A péssima gestão do presidente que menos trabalhou na história do país e de seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, pode paralisar a máquina pública brasileira e deixar aposentados e pensionistas sem os benefícios de dezembro, que começam a ser pagos nos primeiros dias de janeiro. A herança que a dupla vai deixar para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é de um apagão da máquina pública.

“Os problemas orçamentários, com impactos sobre o cotidiano da população, são o retrato de um desfecho dramático para o atual governo”, diz reportagem da Folha de S. Paulo, que foca mais no teto dos gastos do que na péssima gestão da economia. E, de acordo com a reportagem, ao bloquear verbas para não estourar o limite de despesas imposto pelo teto de gastos, a administração federal tem somente R$ 2,4 bilhões "para custear todas as despesas discricionárias dos órgãos, o que inclui compra de materiais e pagamento de contratos. Áreas como Saúde, Educação, Meio Ambiente e Justiça estão estranguladas, e algumas atividades estão sendo paralisadas".

Isso significa que pode faltar dinheiro para pagar integralmente a folha de dezembro do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). A Casa Civil consultou o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de editar uma medida provisória de crédito extraordinário, que autoriza gastos fora do teto.

O governo criou, na surdina, junto com deputados e senadores aliados, um esquema chamado de Orçamento Secreto, que distribui milhões de reais para os amigos como Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, sem controle sobre como ou onde é gasto o dinheiro. Enquanto isso, cortou verbas da Educação, da Saúde e políticas sociais.

Política de terra arrasada (2). Rombo nas despesas obrigatórias é estimado em R$ 22,3 bilhões, dos quais 70% correspondem à Previdência. Após promover uma série de bloqueios orçamentários ao longo de 2022, o próprio governo do insano teme ficar sem recursos para custear os gastos discricionários de todos os ministérios em dezembro, sinalizando o risco de um “apagão” da máquina pública no último mês de mandato da atual gestão.

“O próprio governo está com dificuldades de segurar o bloqueio, que chegou a R$ 15,4 bilhões em 22 de novembro, após a constatação de que as despesas com o INSS subiram novamente. Além disso, a Economia está sem margem de manobra para acomodar uma necessidade extra de outros R$ 15,4 bilhões para pagar benefícios do INSS. A solução seria cortar de vez as dotações das emendas de relator (hoje apenas bloqueadas), mas isso demandaria aval prévio do Congresso”, ressalta o periódico. (Fonte: Brasil247)

Política de terra arrasada (3). As universidades federais de todo o país não terão dinheiro para pagar contas de luz, água, serviços de limpeza e segurança que vencem neste mês de dezembro. Faltam recursos também para bolsas e auxílios para estudantes. “De forma estarrecida, vimos comunicar que as medidas do Governo Federal, em relação às operações financeiras das universidades federais, culminaram na inviabilidade imediata do cumprimento dos pagamentos de bolsas e serviços nas instituições de ensino superior do Brasil”, diz a reitoria da Universidade Federal do ABC (UFABC) em trecho de nota à comunidade universitária divulgada nesta segunda-feira (5). A universidade foi criada no primeiro governo de Luiz Inacio Lula da Silva.

“Desse modo, neste mês de dezembro, mantidas as medidas, a UFABC não conseguirá pagar nenhuma das modalidades de bolsas e auxílios estudantis vigentes e nenhum dos serviços da Universidade já executados no mês de novembro (limpeza, segurança, fretado, energia elétrica, água, etc.). Trata-se, lamentavelmente, de um montante de mais de R$ 7 milhões que foi abruptamente retirado da governança da Universidade, gerando uma situação com envergadura jamais ocorrida ao longo destes 16 anos da instituição”, diz outro trecho do comunicado (confira íntegra no final da reportagem).

Poucas horas após o MEC restituir os limites de empenho, na noite de 1º de dezembro, o governo voltou a bloquear os recursos. Para isso editou o Decreto 11.269 e o MEC informou aos órgãos vinculados à pasta que “zerou o limite de pagamento das despesas discricionárias do Ministério da Educação previsto para o mês de dezembro”.

Segundo a associação dos reitores, o bloqueio ocorre em um período no qual as universidades já enfrentavam grandes dificuldades para o pagamento desses compromissos assumidos. Isso porque já havia a retirada anterior de R$ 438 milhões, realizada em junho passado.

Política de terra arrasada (4). A crise econômica do Brasil por causa da má gestão do ex-capitão demente deixa um rastro de miséria e pobreza atingindo especialmente os mais vulneráveis como as crianças. Nunca houve um registro tão grande de meninos e meninas até 14 anos passando fome, desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), começou em 2012 a mapear os índices da pobreza no país.

Em 2021, a proporção de crianças menores de 14 anos de idade abaixo da linha de pobreza chegou a 46,2%. Veja abaixo os dados mais detalhados da pesquisa do IBGE.

Diante desse caos, causado principalmente pela falta de políticas públicas na área social, da queda de renda da classe trabalhadora, da alta dos preços dos alimentos, da péssima qualidade da merenda oferecida nas escolas, com a divisão de um ovo em quatro e distribuição só de bolachas, o futuro governo Lula quer aumentar o valor do novo Bolsa Família para dar dignidade ao povo mais pobre.

A ideia é dar R$ 600 por família e mais R$ 150 por criança até seis anos de idade. O orçamento da União de 2023 proposto por Bolsonaro prevê R$ 405 por família, o que desmente que ele, caso fosse reeleito, manteria o atual valor que termina neste mês.

Porém, os militares de alto escalão receberam supersalários, que em alguns casos chegaram a R$ 1 milhão ou mais em um único mês. O trem da alegria começou a circular no auge da pandemia do novo coronavírus, que agravou a crise econômica e deixou milhares de trabalhadores e trabalhadoras desempregados, sem renda sequer de bicos por causa das restrições impostas para conter a disseminação da Covid-9. Só o general Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo crápula, recebeu R$ 926 mil entre março e junho de 2020 somados, sem abatimento do teto constitucional.

No período da campanha eleitoral, os gastos sigilosos no cartão corporativo do governo aumentaram 108%, em comparação com a média mensal do ano passado. Como Bolsonaro impôs sigilo no tipo de gasto, só quando Lula derrubar os sigilos saberemos no que eles tanto gastaram.  

Recorde de pobreza! Batemos o recorde de pessoas em situação de pobreza e de extrema pobreza em 2021. Quase uma em cada três pessoas no país, o equivalente a 29,4% da população, estava em situação de pobreza até pelo menos o ano passado e quase uma a cada 10 pessoas, 8,4% estava na pobreza extrema.

Os dados fazem parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira 2022, divulgada hoje, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a publicação, o país tinha, até o ano passado, 62,5 milhões de pessoas em situação de pobreza, ou seja, com uma renda diária de menos de US$ 5,5 dólares por dia, e 17,9 milhões em situação de extrema pobreza, com renda diária de menos US$ 1,90 por dia, segundo os critérios do Banco Mundial. Tanto os números absolutos quanto as porcentagens são as maiores desde o início da série histórica, em 2012.

Não apenas os números são recordes como o aumento entre 2020 e 2021, em meio à pandemia, também é. Nesse período, o contingente abaixo da linha de pobreza cresceu 22,7%, o que significa mais 11,6 milhões de pessoas nessa situação, e o das pessoas na extrema pobreza aumentou 48,2%, ou mais 5,8 milhões.

Aplausos para o juiz! O governo diz que, para cumprir teto de gastos, vai faltar dinheiro para pagar aposentados e pensionistas do INSS, órgão que pode fechar as portas porque falta recursos para comprar materiais e pagamento de contratos, a saúde segue no mesmo caminho, mas para os militares, o que interessa é comprar novos veículos blindados. A Justiça agiu rápido e proibiu o gasto.

O desembargador Wilson Alves de Souza do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) suspendeu na segunda-feira (05) a compra de novos veículos blindados do Exército que custariam 900 milhões de euros aos combalidos cofres públicos brasileiros, o equivalente a mais de R$ 5 bilhões.

De acordo com reportagem do UOL, o Exército decidiu na semana comprar 98 veículos do modelo Centauro II, da marca italiana Iveco-Oto-Melara. Chamado de “caça-tanques”, o blindado pesa 30 toneladas e tem um canhão de longo alcance. O contrato seria assinado na próxima segunda-feira, no último mês do governo do energúmeno, derrotado por Lula (PT), nas eleições deste ano.

Na decisão, o magistrado diz que não é urgente a compra de armas em tempos de paz. “Ao que consta a todos, a única guerra que se está a enfrentar nesse momento é a travada contra a Covid-19, que permanece e recrudesce no atual momento - e isso também é fato público e notório -, a exigir mais investimentos em lugar de cortes, exatamente na área da saúde”, diz o documento.

Resultado de uma política sórdida! O imbecil que agora se prepara para deixar a presidência abusou, durante seu mandado, de dar “ajuda” a grandes agricultores e fazendeiros. Liberou o desmatamento de grandes áreas do país, inclusive em regiões de proteção ambiental ou territórios indígenas. Agora o Brasil vai pagar o preço dessa insanidade.

O Parlamento e o Conselho Europeu chegaram a um acordo provisório na terça-feira (06) sobre um regulamento que visa tornar as cadeias de abastecimento livres de desmatamento para produtos vendidos na União Europeia (UE) ou exportados do bloco.

“A UE é um grande consumidor e comerciante de commodities que desempenham um papel substancial no desmatamento – como carne bovina, cacau, soja e madeira. As novas regras visam garantir que, quando os consumidores comprarem esses produtos, eles não contribuam para degradar ainda mais ecossistemas florestais”, comentou Marian Jurecka, ministra do Meio Ambiente da República Tcheca, que ocupa a presidência rotativa do Conselho da UE.

A decisão pode afetar a exportação de commodities brasileiras, especialmente a soja e a carne, que enfrentam acusação de produção em áreas desmatadas na Amazônia. A limitação não atinge áreas desmatadas ou de degradação florestal anteriores a 31 de dezembro de 2020. Dessa forma, livra a Europa, cujo desmatamento ocorreu em séculos passados.

Enquanto se aguarda a adoção do regulamento, uma lista de bens essenciais poderá ser vendida ou exportada da UE somente se for comprovado que sua produção não contribuiu para o desmatamento em qualquer lugar do mundo.

Esses produtos incluem óleo de palma, gado, soja, café, cacau, madeira e borracha, bem como produtos derivados, como carne bovina, móveis, chocolate, papel impresso ou derivados selecionados à base de óleo de palma usados como componentes em produtos de higiene pessoal. A lista será revisada e atualizada.

Uma multa de pelo menos 4% do volume de negócios anual da UE do operador será aplicada em caso de incumprimento. A multa deve ser proporcional ao dano ambiental e ao valor dos produtos e commodities. Uma vez em vigor o regulamento, os operadores e comerciantes terão 18 meses para o implementar. (Com Agência Xinhua)

Formação do novo Governo. Na sexta-feira (09), o presidente eleito do Brasil, Lula da Silva (PT), anunciou os nomes dos primeiros cinco ministros de sua equipe. O anúncio foi realizado durante evento no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde a equipe de transição de governo está reunida.

Lula deve anunciar o restante da equipe ministerial ao longo das próximas semanas. Na segunda-feira (12), Lula será diplomado, às 14h, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assumir o governo federal em 1º de janeiro. A expectativa é de que o petista anuncie outros dez ministros na data.

Veja os cinco nomes anunciados: a) Fazenda: Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação; b) Defesa: José Múcio Monteiro, ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais; c) Casa Civil: Rui Costa (PT), ex-governador da Bahia; d) Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino (PSB), senador eleito pelo Maranhão e ex-governador do estado; e) Relações Exteriores: Mauro Vieira, ex-chanceler brasileiro e embaixador do Brasil na Croácia.

Sim, foi golpe (1). Por várias vezes o nosso Informativo Semanal alertou para o golpe em andamento no Peru, desde a posse do professor Pedro Castillo. Os fatos parecem confirmar que tínhamos razão.

Vale lembrar que a vitória de Castillo, em 2021, foi consequência da imensa crise econômica e política em que se encontrava o Peru. Um pequeníssimo grupo no poder, enriquecendo muito às custas do povo enquanto os trabalhadores estavam com salários arrochados, 43% de desnutrição infantil, desemprego e imensa desigualdade social. Entre 2017 e 2021 muitas mobilizações populares, greves, manifestações de protesto e outras ações foram ganhando peso no cenário peruano.

O surgimento do partido Peru Libre (PL) foi o resultado de toda essa mobilização, mas não tinha uma composição muito homogênea. Parecia um grande “ajuntamento” contra a situação anterior. Não é por acaso que, menos de uma semana depois das eleições, um grupo de deputados que tinham sido eleitos pela sigla (PL) trocam de partido e o nosso Informativo alertou para o fato. Também não é por acaso que nesse breve tempo de mandato presidencial Pedro Castillo tenha tido tantos problemas com seus ministros e fizesse tantas mudanças ministeriais.

Sim, foi golpe (2). Castillo passa a abandonar seu programa de campanha eleitoral (em particular o aumento do orçamento para saúde e educação e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte) para garantir uma “institucionalidade” que lhe permitisse governar. A direita raivosa ia percebendo seu enfraquecimento e voltou à carga com várias acusações contra ele. Como resultado das suas “idas e vindas” políticas a centro-esquerda que havia apoiado sua candidatura rompeu com o governo.

Ao abandonar as promessas de campanha, pressionado pela direita, Castillo começou a perder o apoio popular que o levou à vitória. A situação ficou ainda pior quando o conhecido empresário neofascista, López Aliaga, venceu, em outubro deste ano, as eleições para a Prefeitura de Lima! A vitória fortaleceu a onda golpista e atraiu o apoio do Legislativo peruano.

Para piorar sua situação, Castillo preferiu pedir a ajuda da OEA (tradicional organismo dos EUA para intervir na América Latina). Isso fez ele perder ainda mais apoios, até de alguns ministros que ainda eram fiéis. Para piorar, a Casa Branca fez uma declaração dizendo que “Os Estados Unidos rejeitam categoricamente qualquer ato extraconstitucional do presidente Castillo para impedir que o Congresso cumpra seu mandato…”.

Sim, foi golpe (3). É nesse contexto que, prevendo o golpe e que já tinha perdido seus aliados no Congresso, ele fez a mensagem à Nação propondo o fechamento do Congresso e a convocação de um Congresso Constituinte, o que fazia parte do seu programa de campanha. E, para agradar empresários, diz que haveria “respeito à propriedade privada”!

O fato é que Dina Boluarte, a vice, agora assume a presidência com uma imensa fragilidade política e vai ser refém dos parlamentares.

Nossas preocupações são mais amplas: a) como sabemos, o lawfare tem sido uma arma largamente usada pelos EUA na América Latina (contra Dilma, contra Lula, contra Evo Morales, recentemente contra a Cristina, na Argentina – veja adiante); b) na América Latina temos quase todos os governos progressistas, com a eleição do Lula (apenas ficam na direita o Uruguai e o Equador), mas o Peru pode se tornar mais um.

Castillo oficializa pedido de asilo no México. O presidente deposto do Peru, Pedro Castillo, oficializou na quinta-feira (08) a solicitação de asilo ao governo do México. A informação foi divulgada pelo ministro do Exterior mexicano, Marcelo Ebrard, que afirmou que seu país iniciou conversas com as autoridades peruanas para realizar os procedimentos de asilo a Pedro Castillo.

“O embaixador Pablo Monroy me informa de Lima que pôde se encontrar com Pedro Castillo na prisão. Ele o encontrou fisicamente bem e na companhia do seu advogado”, escreveu Ebrard em sua conta no Twitter. "Procedemos ao início de consultas com as autoridades peruanas.

Ebrard anexou à sua mensagem a carta enviada pelo advogado de Castillo ao presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, na qual pedia asilo para o ex-mandatário peruano “diante da perseguição infundada por órgãos judiciais que assumiram um caráter político”.

O golpe contra a Argentina. A vice-presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, foi condenada na terça-feira (06) a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para exercer cargos públicos, por determinação dos juízes da 2ª Vara Federal de segunda instância do país.

A pena definida pelos magistrados Jorge Gorini, Rodrigo Giménez Uriburu e Andrés Basso afirma que Cristina é culpada da acusação de “administração fraudulenta em detrimento da administração pública”, tese levantada pelos procuradores Diego Luciani e Sergio Mola, que a apontaram como chefe de associação ilícita.

A sentença ocorre em meio a diversas denúncias de lawfare e conluio entre membros do Judiciário e da oposição, envolvendo mais especificamente o principal adversário política de Cristina, o ex-presidente e megaempresário Mauricio Macri.

O jornal argentino Página/12 chegou a publicar uma reportagem mostrando as visitas de juízes e procuradores à casa de campo de Macri, além de viagens realizadas a estâncias de férias com gastos financiados por empresários antikirchneristas.

Vale lembrar que Cristina Fernández de Kirchner foi senadora por vários mandatos, duas vezes presidenta da Argentina e é vice-presidenta eleita, na atualidade. Todos são cargos eletivos. Ela é uma cidadã comum, mas nela estão representados milhões de argentinos que, se ela for banida, serão banidos com ela.

E não dá para esquecer, também, que em setembro passado ela foi alvo de um atentado contra sua vida e as investigações ainda andam lentamente na “justiça” argentina.

A vice-presidente da Argentina deu várias entrevistas nos últimos dias denunciando a operação de lawfare que vem sofrendo.

O presidente argentino Alberto Fernández também vem afirmando há meses que o caso está viciado por operações de lawfare, e inclusive chegou a compará-lo com o sofrido pelo agora presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 2019, quando estava em campanha presidencial, Fernández chegou a visitar Lula na prisão em Curitiba, e na ocasião defendeu sua inocência.

O mundo em que vivemos, em números. O número de famintos no mundo, segundo o PMA (Programa Alimentar Mundial), da agência das Nações Unidas é de 828 milhões. Desses, 60%: vivem em áreas devastadas pela guerra e pela violência. E os choques climáticos – materializados em secas prolongadas e inundações severas – também destroem vidas, colheitas e meios de subsistência, e enfraquecem a capacidade das pessoas de se alimentarem.

O número de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda era de 135 milhões em 2019 e saltou para 345 milhões hoje, um aumento de 151%. O número de pessoas (em 45 países) à beira da fome chega a 50 milhões.

O mais curioso nisso é que, segundo o PMA, seriam precisos 22,2 bilhões de dólares para alcançar 152 milhões de pessoas com ajuda alimentar em 2022. Mas sabemos que os gastos militares mundiais em 2021 ultrapassaram 2 trilhões (milhões) de dólares.

Sobre os EUA, os números são ainda mais marcantes: a) nas últimas quatro décadas ocorreu a transferência de riqueza de cerca de US$ 50 trilhões dos 90% mais pobres para o 1% mais rico; b) a remuneração do CEO em grandes empresas (Chief Executive Officer ou Diretor Executivo) aumentou 1.460% (quase 15 vezes) desde 1978; c) e eles agora ganham 399 vezes mais que o trabalhador médio (em 1989 a proporção era de 59 para 1); d) atualmente, três bilionários têm a mesma riqueza que a metade mais pobre dos estadunidenses (160 milhões de cidadãos); e) a lista é enorme, mas, para finalizar, desde 2020 (o surto de COVID), a riqueza dos bilionários aumentou mais de 50% (quase 5 trilhões de dólares).

Mudanças no futuro do planeta. Em 2016, poucos meses após a assinatura do Plano de Ação Conjunta Abrangente (1) em julho de 2015, entre o chamado G5+1 e a República Islâmica do Irã, a nação persa juntamente com a Federação Russa e a República Popular da A China decidiu tomar medidas para consolidar uma aliança com abordagem multilateral.

O novo Eixo é também dotado de poderio militar, capaz de contrabalançar, nas áreas de disputa, nos campos naval, terrestre e aéreo, a Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN - assim reconhecida pelos altos comandos da Aliança do Atlântico Norte e pela própria análises dos Think Tanks, ligados tanto à OTAN como ao Pentágono. Uma vantagem que hoje mais do que nunca está no campo das análises e decisões desde que a guerra na Ucrânia serviu para aguçar o cerco contra a Rússia e ao mesmo tempo fortalecer um bloco ocidental que tenta enfraquecer qualquer tentativa da Federação Russa de exercer o poder regional que possui e matérias-primas estratégicas que lhe conferem um poder incontestável, como o petróleo e o gás, juntamente com as suas infraestruturas de distribuição que atravessam o território da Ásia Central,

China, Rússia e Irã começaram a concretizar, sob a proteção da decisão de seus governos e com vastas áreas do planeta sujeitas a guerras ou conflitos contenciosos de máxima tensão política, uma cooperação estratégica. Isso, no quadro de coordenar decisões e ações em relação às agressões sofridas pelos povos da Ásia Ocidental de forma principal: Síria, Iraque e que tem na política de pressão máxima contra o Irã um recurso de ação que não é aceito por Teerã, que passou a aplicar ações retaliatórias contra bases militares terroristas, como as localizadas no norte do Iraque e gerar exemplos de coordenação militar com a China e a Rússia, seja com exercícios navais, seja no Golfo Pérsico em termos de proteção do Estreito de Ormuz, como o Oceano Índico,

China se aproxima da Arábia Saudita. O presidente chinês Xi Jinping participou, na sexta-feira (09), em Riad, de diversas cúpulas com dirigentes árabes, considerados por Pequim como “encontros centrais”, no terceiro dia de uma visita na Arábia Saudita para discutir temas econômicos e geopolíticos estratégicos.

Xi Jinping foi acolhido pelo príncipe herdeiro saudita, Mohammed ben Salmane, em sua chegada no centro de conferência onde foi realizada a primeira cúpula com os seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), de acordo com imagens divulgadas por veículos de comunicação estatais.

Em seguida, o líder chinês participou de um segundo encontro incluindo outros dirigentes do Oriente Médio, entre eles o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi, o presidente da Tunísia Kais Saied e altos representantes do Líbano e do Iraque. 

Esta é a primeira vista do dirigente da segunda economia mundial ao reino desde 2016 e sua terceira viagem a outro país desde o começo da pandemia de Covid-19 em 2020.

Os países do Golfo, tradicionalmente parceiros de Washington, reforçaram nestes últimos anos seus laços com a China dentro dos esforços visando a reduzir a dependência de suas economias de combustíveis fósseis.

Mudanças no mundo unipolar. Muito interessante a entrevista do ministro de Relações Exteriores da Rússia ao site Sputnik Brasil. Segundo ele, a globalização à maneira estadunidense acabou; um novo sistema está sendo construído que não vai depender dos caprichos de nossos antigos parceiros no Ocidente, declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Ele observou que a Rússia não queria mais ilusões de que o Ocidente, que “provou ser totalmente indigno de confiança, pouco confiável e mentiroso”, participaria de boa fé dos processos de globalização que ele mesmo criou e que não abusaria deles.

Em seu discurso proferido no fórum internacional Primakov Readings, o chanceler falou ainda sobre a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que, segundo ele, continua sendo o principal motor nas relações não só com a Rússia, mas também com outros países do mundo.

“A expansão da OTAN continua a ser, por assim dizer, o principal motor do Ocidente nas relações não só com a Federação da Rússia, não só com os países pós-soviéticos, não só com os países do antigo Pacto de Varsóvia, que já foram praticamente todos absorvidos pela Aliança do Atlântico Norte, mas também nas relações gerais com outros países do mundo, outras regiões do mundo”, destacou.

O crescimento do BRICS. Em 2022, vários países mostraram interesse para se integrar ao bloco econômico BRICS composto atualmente por cinco Estados: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Entre eles há importantes protagonistas regionais como Argentina, Irã e Argélia.

Em 27 de junho, a República Islâmica do Irã pediu seu ingresso no bloco. Ela foi seguida pela Argentina que solicitou a adesão durante um fórum organizado pelo BRICS em 8 de setembro. Em 7 de novembro, Argélia juntou-se aos dois últimos e apresentou um pedido formal de ingressão no grupo.

Por outro lado, a Nigéria e a Arábia Saudita também manifestaram interesse em se tornar novos membros do BRICS. A ideia de incluir mais países ao bloco foi articulada pela China em maio passado.

As autoridades egípcias anunciaram a adesão do Cairo ao Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), segundo comunicado do Conselho de Ministros egípcio.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), cuja criação foi anunciada pelo BRICS na cúpula de Fortaleza (Brasil) em julho de 2014, persegue o objetivo de financiar os projetos de infraestrutura dos países fundadores e oferecer recursos a outros países em desenvolvimento. O NBD Foi lançado oficialmente em Xangai, no dia 21 de julho de 2015.

E o embargo? A França aumentou em agosto as importações de mercadorias da Rússia pela primeira vez desde fevereiro. Outros países europeus também retomaram as importações russas no mesmo período.

Com base em dados de departamentos de estatística dos países da União Europeia (UE), a França aumentou em agosto as importações de mercadorias da Rússia em termos mensais em um quarto — com um valor total de cerca de 1,1 bilhão de euros (R$ 6,1 bilhão).

Esse aumento ocorreu pela primeira vez desde fevereiro deste ano, quando o valor atingiu impressionantes 1,8 bilhão de euros (R$ 10 bilhões). Depois desse auge, Paris optou por reduzir os gastos com produtos russos em razão do conflito na Ucrânia.

Segundo a análise, Portugal foi o país que mais aumentou as importações de bens da Rússia em termos mensais em agosto — 9,4 vezes, atingindo 79 milhões de euros (R$ 438 milhões).

As compras de mercadorias russas também aumentaram na Letônia (44%), Áustria (27%), Espanha (27%), Grécia (15%) e Eslováquia (6%). Ao mesmo tempo, a Eslovênia (-60%) e a Irlanda (-63%) se tornaram os europeus líderes na redução da importação de produtos russos.

A Alemanha recuperou em agosto o título de principal compradora de mercadorias russas, após ter sido ultrapassada pela Itália em julho. As importações da Rússia chegaram a 2,7 bilhões de euros (R$ 15 bilhões) em Berlim contra 2 bilhões de euros (R$ 11 bilhões) em Roma. Em terceiro lugar estão os Países Baixos com compras de 1,5 bilhão de euros (R$ 8,3 bilhões).

O petróleo russo e o mercado global. O petróleo russo continuará a ser procurado nos mercados internacionais, disse o vice-primeiro-ministro Alexander Nóvak.

“A Rússia é o maior fornecedor de petróleo bruto para os mercados internacionais de energia... O petróleo russo sempre foi e continuará sendo demandado. Mecanismos logísticos, cadeias [de abastecimento] vão mudar, mas não vemos nenhuma tragédia em isso”, disse ele a repórteres.

O vice-primeiro-ministro salientou que as atuais condições são mais complicadas do que no passado, obrigando ao recurso a “novas ferramentas, novos mecanismos de seguros, transporte e interação entre empresas”, e que se multiplicam os comerciantes envolvidos na distribuição de crude russo .

O Grupo dos Sete (G7), formado por Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão, Estados Unidos, além da União Europeia e Austrália, recusou-se a comprar petróleo russo a um preço superior a US$ 60 por barril, a partir de 5 de dezembro. A Rússia já deixou claro que “não aceitará esse teto”.

Será sério? A ONU instou na quinta-feira (08) o Estado de Israel a eliminar seu arsenal de armas nucleares, contribuindo assim para a paz e a estabilidade na região do Oriente Médio.

Durante sessão da Assembleia Geral da entidade foi aprovada uma resolução solicitando a destruição de armas atômicas de Israel, país que se recusa a aderir ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e outros acordos de controle de armas.

“Tel Aviv rejeita todos os mecanismos internacionais destinados a controlar as armas de destruição em massa e representa um desafio à estabilidade regional”, disse a entidade.

Nesse sentido, a resolução foi aprovada com 149 votos a favor e seis contrários – além de Israel, também se opuseram os governos dos Estados Unidos, Canadá, Micronésia, Palau e Libéria. Outros 26 países, incluindo europeus, preferiram a abstenção neste caso.

A resolução é parte de um pacote anual de mais de 15 textos que a Assembleia Geral deve debater, com o interesse de conter o militarismo e as violações dos direitos humanos praticados pela ocupação israelense na Palestina, além de ratificar os direitos reconhecidos a esse povo, denunciadas em inúmeros documentos anteriores do organismo internacional. (matéria em teleSUR)

Vendas globais de armas... Desafios da cadeia de suprimentos, que afetaram quase todas as indústrias do mundo, não impediram que as vendas de armas e serviços militares pelas 100 maiores empresas do setor tivessem um aumento de 1,9%, em termos reais, em 2021 em comparação com 2020. O valor atingiu US$ 592 bilhões.

O aumento marcou o sétimo ano consecutivo de incremento nas vendas globais de armas, observou o relatório. Os dados não foram afetados pela guerra na Ucrânia, que começou em 2022.

As empresas dos EUA dominam as vendas, disse o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) em um relatório nesta segunda-feira, de acordo com a agência de notícias Xinhua.

As vendas de armas das 40 empresas dos EUA na lista das 100 maiores empresas de armas do mundo totalizaram US$ 299 bilhões em 2021, uma leve queda de 0,9% em comparação com 2020, disse o relatório. Apesar da leve retração, representam mais da metade do comércio de armamento. Desde 2018, as cinco maiores empresas do setor estão todas sediadas nos Estados Unidos.

O relatório também disse que uma onda recente de fusões e aquisições na indústria de armas dos EUA continuou em 2021. “Provavelmente podemos esperar uma ação mais forte do governo dos EUA para limitar as fusões e aquisições da indústria de armas nos próximos anos”, disse Nan Tian, pesquisador sênior do Instituto, em um comunicado à imprensa, acrescentando que “o Departamento de Defesa dos EUA expressou preocupação de que a redução da concorrência no setor possa ter efeitos indiretos nos custos de aquisição e na inovação de produtos”.

Arsenal dos EUA está caindo. Os EUA gastaram reservas de sistemas Stinger e Javelin que seriam suficientes por vários anos. Isso se deve à ajuda prestada às Forças Armadas da Ucrânia, informou o 'National Review', citando o CEO do complexo militar-industrial estadunidense Raytheon, Greg Hayes.

“O problema é que, nos primeiros meses do conflito, muitas das reservas se esgotaram. Esgotamos uma série de Stingers que levam 13 anos para serem produzidos e uma série de Javelines equivalentes a cinco anos de produção”, explicou Hayes. para avaliar o fornecimento de armas ao regime de Kyiv.

Ele acrescentou que a questão da reposição do arsenal é muito séria, especialmente porque o Pentágono não compra sistemas antiaéreos portáteis (como o Stinger) desde 2004. Segundo o colunista Jimmy Quinn, Washington enviou 5.500 unidades do Mísseis antitanque Javelin e 1.400 Stinger para o regime de Zelensky, enquanto a Raytheon ganhou uma licitação de $ 624 milhões para reabastecer o arsenal do Exército dos EUA.

No entanto, as tentativas do Departamento de Defesa dos EUA de aumentar a produção de armas estiveram sujeitas a alguma incerteza. Segundo o autor, isso porque ainda não está clara a política que os republicanos que conquistaram a maioria no Senado seguirão em relação à Ucrânia.

Até 2025? Os EUA planejam alimentar o conflito na Ucrânia no mínimo até o fim de 2025, conforme se depreende de documentos estadunidenses que são públicos, afirmou a representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova.

“Washington planeja alimentar as ações militares na Ucrânia pelo menos até o fim de 2025 – eles próprios o planejam, a julgar pelos documentos que não escondem de ninguém”, disse Zakharova na coletiva de imprensa de quinta-feira (08).

A mídia dos EUA, disse ela, já está apreciando os detalhes da maratona de corrupção envolvendo a Casa Branca e Kiev, o que explica o desejo da administração Biden de convencer o Congresso a incluir no orçamento para 2023 uma ajuda extra a Kiev no valor de 37 milhões de dólares (R$ 193 milhões).

Uma grande parte do dinheiro visa abastecer as tropas ucranianas, mas a seguir, segundo acrescentou a representante da chancelaria da Rússia, o resto vai "assentar" em bancos europeus e mundiais e fundos privados.

Greve histórica nos EUA. Nos EUA, está em curso uma greve na área do ensino superior, que já entrou na terceira semana, considerada a maior greve do gênero na história do país. Com uma longa lista de demandas, incluindo salários dignos, aumento dos benefícios de creche e licença familiar ampliada, a greve envolve cerca de 48.000 trabalhadores acadêmicos de todos os dez campi da Universidade da Califórnia. Isso inclui assistentes de ensino, pós-doutorandos, pesquisadores de pós-graduação, tutores e associados de pesquisa. Conversamos com dois alunos de pós-graduação e um professor de três universidades do sistema da Universidade da Califórnia, Dando suas opiniões sobre o acordo provisório anunciado na terça-feira por funcionários da universidade com pesquisadores acadêmicos e pós-doutorandos que não inclui estudantes de pós-graduação empregados pela universidade, que constituem a grande maioria dos que estão em greve. “Somos nós que trabalhamos e produzimos conhecimento. Somos nós que estamos na sala de aula ensinando. No entanto, a maioria dos estudantes trabalhadores está abaixo da linha da pobreza”, diz Enrique Olivares Pesante, estudante de doutorado da UCLA e líder sindical local. Por sua vez, a estudante pesquisadora da UC Davis, Aarthi Sekar, descreve como essa situação também afeta os estudantes de pós-graduação que vêm de outros países. Conversamos também com o professor Nelson Lichtenstein, diretor do Centro de Estudos do Trabalho.

Matéria em Democracy Now!

Oliver Stone acusa EUA. O jornal sérvio Politika publicou na segunda-feira (05) uma entrevista com o cineasta estadunidense Oliver Stone, na qual ele aborda o conflito na Ucrânia, afirmando que ele foi provocado por ações deliberadas de Washington para instigar Kiev a perder seu status neutro em relação à Rússia.

O diretor e documentarista ressaltou, no começo da entrevista, que “não quero entrar na história mais ampla do que está acontecendo na Ucrânia, porque o caso não é simples e todo mundo está gritando: ‘os russos estão atacando’”.

“O que está acontecendo lá em Donbass desde 2014 e quantas pessoas foram deslocadas para lá porque os Estados Unidos estavam armando fortemente o exército ucraniano, fazendo com que a Ucrânia não fosse mais neutra, passou a ser contra os russos”.

Stone acrescentou que Washington levou Kiev a “perturbar o equilíbrio militar, e é daí vem a guerra”. Também lembrou que seu país atua de forma contraditória ao se apressar em condenar qualquer país do mundo que “cruze a linha da ordem internacional, enquanto os Estados Unidos violam essas regras quando querem”.

Questionado sobre a atual administração norte-americana, o diretor confessa que se arrepende de ter votado em Joe Biden. “Ele se revelou muito perigoso. Agora grita ‘vamos matar os russos, agora é a nossa oportunidade’, mas confunde a Rússia com Putin, pensa que ao se livrar de Putin vai controlar a Rússia, como na época do [Boris] Yeltsin. E isso é apenas um sonho”, explica o vencedor de três Oscars.

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