sábado, 18 de fevereiro de 2023

PARA NÃO ESQUECER – 15 DE FEVEREIRO DE 1966 * MORRE CAMILO TORRES

PARA NÃO ESQUECER – 15 DE FEVEREIRO DE 1966
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MORRE CAMILO TORRES
(Ernesto Germano Parés)
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Não são poucos os autores que consideram Camilo Torres um dos precursores da Teologia da Libertação, mas em uma forma diferente, uma Teologia da Libertação com as armas na mão!
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Mas são poucos os companheiros brasileiros que conhecem Camilo Torres e sua história!
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Camilo Torres Restrepo nasceu em Bogotá (Colômbia), no dia 3 de fevereiro de 1929.
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Seu pai era um médico (Calixto Torres) e sua mãe Isabel Restrepo Gaviria. Ele estudou no Colégio Alemão e no Liceu Cervantes em Bogotá. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Nacional em Bogotá. Mas, quando jovem, manteve contatos com padres dominicanos franceses e matriculou-se no Seminário Teológico de Bogotá, onde começou a ter sua atenção voltada para questões como pobreza e injustiça social que assolavam seu país.
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Tornou-se sacerdote, abraçou a Teologia da Libertação. Foi ordenado sacerdote em 1954 e, em seguida, viajou a Bélgica para estudar sociologia na Universidade de Lovaina. Durante sua estadia na Europa, travou contato com a Democracia Cristã, com o movimento sindical cristão e com grupos de resistência argelina em Paris, fatores que o levaram a se aproximar da causa dos oprimidos. Na França, teve contato com o padre Abbé Pierre. Fundou, com um grupo de estudantes colombianos da universidade, o ECISE (Equipe Colombiana de Investigação Socioeconômica) e o Movimento Universitário de Promoção Comunal (MUNIPROC), onde desenvolveu trabalhos de investigação e de ação social em bairros populares. Isso resultou na elaboração de um estudo sobre “A proletarização de Bogotá”, que foi uma obra pioneira na sociologia urbana da América Latina. Outro aspecto do pensamento de Camilo era procurar vincular a doutrina social da igreja com a busca do que ele chamava de “amor eficaz”.
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Retornou ao país em 1959 e foi nomeado capelão da Universidade Nacional. Em 1960 na Universidade Nacional, junto a Orlando Fals Borda, fundou a Faculdade de Sociologia, à que esteve vinculado como professor, até que o Cardeal Concha Córdoba não aprovou suas ideias e seu trabalho, destituindo-o do cargo. Isso o levou a abandonar o sacerdócio, em 1965. Passou a se dedicar às questões políticas e começou a pensar na Revolução, escrevendo vários textos aproximando o marxismo do catolicismo. No mesmo ano criou a Frente Unida do Povo, organização que usou para convocar importantes manifestações e atos. Nesta época entrou em contato com o Exército de Liberação Nacional que o apoiou na proposta de continuar a realizar agitação política nas cidades.
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Solicitou sua entrada na organização guerrilheira e passou por um período curto de treinamento, antes de se tornar um combatente.
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Em uma daquelas ironias terríveis da história, Camilo Torres morreu no dia do seu batismo de fogo em um confronto com as forças do governo. Era o seu primeiro combate com as tropas da ditadura colombiana. Seu corpo foi rapidamente tomado pelo exército e enterrado em um lugar secreto, a fim de evitar uma celebração heroica dos restos mortais do padre que lutou de armas na mão.
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Sua queda em combate aconteceu no dia 15 de fevereiro de 1966, em San Vicente de Chucurí, Santander (Colômbia).
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Em 2016 o ELN, através da sua conta no Twitter, pediu ao governo colombiano que entregasse os restos mortais de Camilo, como um “gesto” para o início dos diálogos de paz. Pediu também à Igreja Católica que restituísse simbolicamente seu estado sacerdotal.
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17 dias depois do pedido o Exército colombiano revelou o lugar onde Camilo fora enterrado. Dario de Jesús Monsalve, Arcebispo de Cali, que faz parte de uma comissão eclesiástica autorizada a mediar com o ELN, declarou que a recuperação dos restos mortais de Camilo Torres é um sinal de reconciliação e o bispo Luís Augusto Castro, presidente da Conferência Episcopal Colombiana, disse que iria estudar a questão da restituição do status sacerdotal.
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Pelo que conhecemos de textos deixados por ele, Camilo Torres tornou-se padre por amor aos pobres, como assim compreendia ser a missão da igreja cristã, uma igreja comprometida com a luta permanente pela melhoria da qualidade de vida do povo, servidora da humanidade, centrada no amor ao próximo.
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Para homenageá-lo, o uruguaio Daniel Viglietti fez uma música: “Cruz de Luz”. Eis a letra da música...
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“Donde cayó Camilo / Nació una cruz, / Pero no de madera / Sino de luz.”
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“Lo mataron cuando iba / Por su fusil, / Camilo torres muere / Para vivir.”
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“Cuentan que tras la bala / Se oyó una voz. / Era dios que gritaba: / ¡revolución!”
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“A revisar la sotana, / Mi general, / Que en la guerrilla cabe / Un sacristán.”
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“Lo clavaron con balas / En una cruz, / Lo llamaron bandido / Como a jesús.”
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“Y cuando ellos bajaron / Por su fusil, / Se encontraron que el pueblo / Tiene cien mil.”
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“Cien mil Camilos prontos / A combatir, / Camilo torres muere / Para vivir.”
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Existe um vídeo sobre Camilo Torres e pode ser visto em:
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VIVA CAMILO TORRES!
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NOSSO RESPEITO E HOMENAGEM A TODOS OS QUE LUTAM PELO IDEAL DO POVO!
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Nas imagens: 01) Camilo Torres; 02) Camilo na guerrilha; 03) jornal anuncia a morte de Camilo Torres; 04) um poster sobre Camilo Torres que ficava na sala da minha casa.
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