
Que
o exemplo seja seguido.
O Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici,
de Salvador, terá seu nome alterado para Colégio Estadual Carlos Marighella,
após eleições realizadas por sua comunidade. A informação foi postada no blog
do jornalista Mário Magalhães, do portal UOL. Professores, funcionários
e alunos decidiram, com 69% dos votos, rebatizar a instituição de ensino com o
nome do guerrilheiro, assassinado em 1969 pela polícia.
Para validação da escolha, os resultados serão
submetidos à Secretaria da Educação da Bahia. As votações foram coordenadas
pelos pais dos alunos, além dos integrantes da comunidade. Não foi considerado
manter o nome do ditador no colégio: os descontentes poderiam votar branco ou
nulo.
A escola foi inaugurada em 1972, no período da ditadura
brasileira, na qual Médici ocupava o posto de presidente. Em segundo lugar,
ficou a homenagem ao geógrafo Milton Santos, que também foi perseguido durante
a ditadura, tendo de recorrer ao exílio.
• Delegado
nega acusação de tortura. O delegado
aposentado da Polícia Civil, Aparecido Laertes Calandra, negou na quinta-feira
(12), em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, qualquer envolvimento com
episódios de tortura durante a ditadura militar no Brasil. Apesar de ex-presos
políticos terem reconhecido o policial como o torturador de codinome capitão
Ubirajara, ele disse que no período em que trabalhou no Destacamento de
Operações e Informações do Centro de Operações e Defesa Interna (DOI-Codi)
atuou apenas como assessor jurídico.
Ele informou que desconhece qualquer violação aos
direitos humanos cometida no local no período de 1972 a 1976, quando exerceu
essa função no departamento. “Nunca ouvi gritos”, disse.
Ele não soube explicar como tantas pessoas o
reconheceram como membro das equipes de interrogatório. “Atribuo isso a um
engano pessoal das pessoas que estão fazendo essas acusações. Nunca participei
de nenhuma atividade de tortura e nunca apoiaria isso”, declarou. Embora
cumprisse expediente no DOI-Codi, ele negou trabalhar no sistema de informações
do governo.
Para a aposentada Darci Miyaki, ex-presa política, que
relatou ter sido torturada por ele, não há dúvidas da verdadeira identidade do
capitão. “Ele mudou pouco, muito pouco. Está com cabelo mais ralo, branco, mas
o visual, a estrutura são os mesmos. Esse cidadão era o Ubirajara, um
torturador e partícipe de muitos assassinatos”, disse ela.
• Testemunhas confirmam participação de Ustra em sequestro. Mais três testemunhas ouvidas na terça-feira (10) pela
Justiça Federal confirmaram a participação do coronel reformado do Exército
Carlos Alberto Brilhante Ustra no sequestro de Edgar de Aquino Duarte, ocorrido
em 1973, durante a ditadura militar (1964-1985). Duarte continua desaparecido
até hoje.
Ação penal proposta pelo Ministério Público Federal
(MPF) acusa o coronel reformado e os delegados de polícia Alcides Singillo e
Carlos Alberto Augusto pelo sequestro qualificado de Duarte. Ustra comandou o
Destacamento de Operações de Informações–Centro de Operações de Defesa Interna
(DOI-Codi) de São Paulo no período de 1970 a 1974.
Assim como as testemunhas ouvidas, os ex-presos
políticos Ivan Seixas, Lenira Machado e César Augusto Teles disseram que Ustra
tinha conhecimento da prisão ilegal de Edgar. Eles falaram na presença de dois
dos três acusados. Ustra não compareceu novamente, e foi declarado réu revel,
ou seja, por não mostrar interesse em participar do julgamento, a Justiça decidiu
que o processo vai seguir à sua revelia.
Uma das testemunhas, Ivan Seixas, além de reconhecer a
participação de Ustra, também confirmou que o delegado Carlos Alberto Augusto –
conhecido, segundo o MPF, como Carlinhos Metralha – participou do sequestro de
Edgar. “Ustra não participou da prisão, mas manteve ele [Edgar] escondido no
DOI-Codi, durante alguns meses. E o Metralha participa da prisão e da
manutenção dele lá. Eu acredito que tenha participado talvez até do
desaparecimento”, disse Ivan Seixas, após dar seu depoimento.
Segundo o MPF, Duarte ficou preso ilegalmente nas
dependências do DOI-Codi e, depois, no Departamento de Ordem Política e Social
de São Paulo (Dops-SP) até meados de 1973. Ele era amigo de José Anselmo dos
Santos, o Cabo Anselmo, que tinha acabado de retornar de Cuba e com quem passou
a dividir um apartamento no centro de São Paulo. A tese do Ministério Público é
que Duarte foi sequestrado pelos agentes da ditadura porque conhecia a
verdadeira identidade de Cabo Anselmo, que passara a atuar como informante dos
órgãos de repressão.
• Militante da ALN foi torturado e executado. Um novo laudo pericial apresentado no Fórum Mundial de
Direitos Humanos (FMDH), na quarta-feira (11), comprova que o militante da
Aliança Libertadora Nacional (ALN), Arnaldo Cardoso Rocha, não foi morto em
combate com a polícia, em 15 de março de 1973, aos 23 anos, como atestaram à
época os agentes públicos da ditadura militar, mas sim que foi brutalmente torturado
e, quando não tinha mais nenhuma condições de reação ou mesmo de locomoção, foi
executado com dois tiros na cabeça, disparados de cima para baixo, nos porões
do Doi-Codi, em São Paulo.
De acordo com o perito criminal Celso Nenevê, o laudo
foi requisitado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e permitiu, pela
primeira vez, comprovar a materialidade da tortura e da execução por agentes
públicos da ditadura a partir de uma exumação recente. Segundo ele, o exame da
ossada do militante demonstrou a existência de 30 lesões causadas por pelo
menos 15 disparos de armas de fogo, além de outras provocadas por instrumentos
contundentes, como um cassetete, cano ou pedaço madeira. O laudo oficial
produzido pela ditadura apontava a existência de apenas sete fraturas,
decorrentes do ilusório conflito com a Polícia.
Mas, conforme o perito, não é só a grande diferença no
número de lesões que faz com que a versão da ditadura não se sustente. Segundo
ele, a causa da morte de Arnaldo foi os dois tiros que atingiram seu crânio,
disparados de cima para baixo, de distância próxima, típicos da execução
sumária. “Ele teve todos os membros superiores e inferiores feridos. Estava impossibilitado
de andar, fugir ou mesmo reagir. E, mesmo assim, foi executado”, esclarece. “As
lesões por múltiplos instrumentos também são indicativas da prática de
tortura”, acrescenta.
• Quatro trabalhadores são resgatados na Bahia. Auditores Fiscais da Gerência Regional do Trabalho e
Emprego (GRTE), em Feira de Santana, resgataram quatro trabalhadores em
condições análogas às de escravo. A ação de fiscalização ocorreu na empresa
Para Materiais de Construções. Na ocasião, foram identificadas várias irregularidades,
como falta de uso dos equipamentos de Proteção Individual (EPI) e roupas inadequadas
para operação de máquinas e equipamentos como empilhadeiras, policorte,
betoneira e trator, além da realização de atividades de corte de madeira e de
ferro. Na casa onde os trabalhadores estavam alojados não havia energia
elétrica, camas, colchões, geladeira e água potável para beber.
A fiscalização constatou, ainda, que estes
trabalhadores foram aliciados pela empresa em suas cidades de origem, em
Amargosa e Terra Nova. Três deles não possuíam registro na Carteira de Trabalho
e Previdência Social (CTPS) e outro estava com o documento retido, em poder da
empresa. No mesmo dia da ação, os fiscais do trabalho providenciaram a retirada
dos trabalhadores do local em que estavam alojados e o encaminharam para um
hotel da cidade.
• De olho na América Latina. Apesar dos discursos de John Kerry e de Obama, dizendo que a “doutrina
Monroe” para a América Latina acabou, a verdade é bem diferente. Washington
continua vigiando tudo o que se passa no seu “quintal traseiro” e tentando
influir politicamente nos países, contando com a ajuda sempre subserviente dos
grandes veículos de imprensa no continente.
Na Venezuela, dede abril de 2013, foi montado um
esquema para prejudicar o equilíbrio político e tentar um golpe que derrubasse
Nicolás Maduro. No início do ano, com atos de violência contra a população
comandados por grupos de direita. Depois tiveram início as sabotagens que
causaram apagões em todo o país e a especulação de preços por parte de alguns
comerciantes. Tudo bem montado e orquestrado a partir da embaixada
estadunidense.
Na Argentina o processo foi parecido. Contando com uma
imprensa “amestrada”, a direita lançou dezenas de denúncias falsas contra o
governo de Cristina Fernández. Programas de televisão e rádio lançavam calúnias
tentando influir nas eleições legislativas de junho.
No Chile, onde a população estará hoje nas urnas para o
segundo turno da corrida presidencial, a imprensa transformou as manifestações
estudantis em ameaças contra o sistema. Tudo foi usado para atacar a imagem da
candidata Michelle Bachelet.
Em Honduras, depois de um golpe de Estado, vimos o que
aconteceu nas recentes eleições presidenciais. A maior fraude eleitoral de que
se tem notícias para não permitir que Xiomara Castro chegasse ao poder.
• Golpe na Colômbia (1). Como todos sabem, o governo da Colômbia é um
dos principais aliados estadunidenses na América Latina. Depois de dois
governos do capacho e narcotraficante Álvaro Uribe, o país vive sob a presidência
de Juan Manuel Santos, candidato indicado e apoiado pelo próprio Uribe.
Porém, em janeiro de 2012, o povo de Bogotá
elegeu um incômodo prefeito, Gustavo Petro. Vale lembrar que a cidade de
Bogotá, capital do país, tem um enorme peso político e econômico no quadro
nacional e o prefeito é considerado a segunda maior autoridade colombiana. Mas
acontece que Petro é ex-militante do M-19, movimento guerrilheiro urbano surgido nos
anos 1970!
Na segunda-feira (9/12), a
Procuradoria-Geral da Colômbia destituiu o prefeito eleito e o declarou inelegível
pelos próximos 15 anos alegando que ele fez uma “má gestão” na capital do país
e colocou em risco “o meio ambiente e a saúde” porque não renovou o contrato de
três empresas coletoras de lixo, privadas, para criar uma empresa pública!
Em seu último discurso antes
de deixar o cargo, na segunda-feira, em frente a 30 mil apoiadores – muitos
deles coletores de lixo, o prefeito incitou uma mobilização permanente dos
“indignados” colombianos: “eu fico e irei até onde vocês me disserem”.
• Golpe na Colômbia (2). “Peço
solidariedade ao mundo. Estamos perante um golpe de Estado sobre o governo progressista
na cidade de Bogotá”, escreveu o prefeito em sua conta no Twitter. Petro também emitiu uma breve declaração na qual
denunciou a existência no país de uma “justiça política” e pediu à população
tranquilidade perante a decisão do Ministério Público que o afastou do cargo.
“Temos uma justiça política. Pode uma autoridade administrativa que não é do
poder Judiciário destituir quem foi eleito pelo voto popular?”, se perguntou.
Milhares de pessoas se reuniram na sexta-feira (13) nas
ruas de Bogotá para protestar pelo quinto dia consecutivo contra a destituição
do prefeito da capital colombiana, Gustavo Petro. Os manifestantes se concentraram
em 17 pontos diferentes da cidade para se reunirem no centro da cidade, na
Praça Bolívar, e pedir, além da volta de Petro à chefia do Executivo municipal,
a destituição de Ordoñez, que tem em seu passado um histórico de perseguição de
líderes da esquerda colombiana. Com palavras de ordem como “Petro fique!
Ordoñez vá embora!” os manifestantes se auto intitulam como “indignados”, em
referência ao movimento popular que tomou as ruas da Espanha durante o ano de
2012.
Vamos acompanhar os acontecimentos em Bogotá...
• Chavismo está bem vivo na Venezuela. O Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) se
consolidou como a principal força política do país ao conquistar 196 das 337
prefeituras (58,5%) que estavam em disputa nas eleições de domingo (8). O
Chavismo venceu em 15 das 24 capitais.
Por se tratar de eleições municipais, ninguém esperava
uma participação tão grande de eleitores, o que demonstra que o povo
venezuelano está mobilizado. A direita tratava as eleições como se fosse uma espécie
de plebiscito, para ver se Maduro tem apoio popular. A coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática), liderada pelo
governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, ganhou 53 prefeituras,
conseguindo reeleição em grandes centros urbanos como Maracaibo, capital do
estado petrolífero de Zulia, e o Distrito Metropolitano, que engloba os cinco
municípios de Caracas.
Maduro comemorou o fato de o chavismo ter mantido a hegemonia das
prefeituras do país e o maior número de votos totais. “Hoje, sem lugar a
dúvidas, obtivemos uma grande vitória, o povo da Venezuela disse ao mundo que a
Revolução Bolivariana continua com mais força que nunca”, declarou, em discurso
a apoiadores, complementando: “Nem mesmo a guerra econômica que a direita
armou, pode com a revolução”.
“Espero que ele [Capriles] aprenda e reconheça que foi
derrotado outra vez, que mostre a cara ao país e renuncie à direção política da
MUD”, expressou o chefe de Estado venezuelano, ovacionado por chavistas que
entoavam cantos conhecidos, como “assim, assim, assim é que se governa” e
“Chávez não morreu, se multiplicou”. Uma nova canção, porém, surgiu após o
pleito, em alusão a Capriles: “Capri Caprichito [caprichinho], toma seu plebiscito!”.
• Senado mexicano aprova reforma do setor energético. O Senado do México aprovou em termos gerais na noite de
terça-feira (10) um projeto de lei do setor de energia que vai abrir a
indústria petrolífera estatal ao capital privado. A reforma marcará a maior
mudança estratégica desde que o 10º maior produtor de petróleo do mundo
nacionalizou o setor em 1938. A nova legislação tem como objetivo atrair
empresas petrolíferas privadas, seja para operar de forma independente no
México ou como sócias da gigante estatal de petróleo Pemex. A produção de
petróleo da Pemex diminuiu um quarto desde que atingiu um pico de 3,4 milhões
de barris por dia em 2004, e os volumes de exportação caíram um terço no mesmo
período.
• Na Itália,
população protesta contra queda de renda. Centenas
de manifestantes entraram em confronto com a polícia em Roma nesta quinta-feira
(12) em protesto contra a queda do poder de compra da população. Estudantes
lançaram fogos de artifício e pedra em uma universidade onde ministros do
governo participavam de uma conferência. As informações são da agência de
notícias Reuters.
Nos últimos cinco dias, a Itália vem sendo palco de
constantes manifestações onde participam, além dos estudantes, trabalhadores
desempregados e mal remunerados de diversos setores profissionais. Passeadas, concentrações e
outros protestos continuam acontecendo nas principais cidades italianas, como
Milão, Turim, Florença e na capital siciliana, Palermo, sul do país.
Manifestações maiores estão
programadas para a capital italiana na próxima semana. “Há milhões de nós e
estamos crescendo a cada hora. Esse governo tem de sair”, disse o agricultor
Danilo Calvani, que emergiu como um dos líderes dos protestos.
• Parlamentares britânicos aumentam o próprio salário. Depois de anunciarem a redução nas pensões de
aposentados e pensionistas ingleses, depois de aprovarem a elevação da idade
mínima para aposentadoria, depois de deliberarem por novos cortes nos
orçamentos da saúde e da educação, depois de aprovarem uma lei autorizando a
privatização do serviço de correios do país, os parlamentares ingleses
surpreendem com mais uma decisão: agora aumentaram os próprios salários em 11%!
A partir da próxima legislatura passarão a receber o equivalente a 88.000 euros
anuais.
• Na
Espanha, mais de 11 mil jornalistas desempregados. Segundo informe divulgado
na segunda-feira (9) pela Associação de Imprensa de Madri, 11.151 profissionais
da comunicação foram demitidos de seus empregos desde 2008. Segundo Carmen Del
Riego, presidenta da Associação, esta situação se tornou um grande problema
para os comunicadores que trabalham sob constante ameaça de serem demitidos.
Em seu relato, ela
disse ainda que, em 2013, cerca de 73 veículos (jornais, revistas, rádios,
etc.) fecharam as portas e deixaram um total de mais de 4.000 profissionais na
rua. Uma grande manifestação está sendo preparada para segunda-feira (16).
• Situação difícil na Europa. O Instituto de Estatísticas da União Europeia, Eurostat, divulgou novo
informe sobre as condições de vida na região. Segundo o novo estudo, mais de
25% dos europeus já estão correndo risco de cair na linha de pobreza.
Os números mais recentes, referentes a 2012, mostravam
que mais de 125 milhões de pessoas já viviam em risco de pobreza, mas a
situação vem piorando. Na Espanha, o risco de pobreza já alcança 28% da população,
enquanto na Áustria cai para 17%. Em termos percentuais, entre os países da UE,
os que mais correm riscos de crescimento da pobreza ou exclusão social são:
Bulgária, Romênia, Letônia e Grécia. Mas, se forem considerados os números de
pessoas e não percentuais a lista muda: Itália, Alemanha e Reino Unido.
• Ferroviários da França fazem greve de dois dias contra a
privatização. A greve de dois dias (12
e 13 de dezembro) foi organizada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT),
pela Fuerza Obrera e Rail Sud, as principais organizações sindicais francesas.
Os trabalhadores denunciam o projeto do governo que
pretende dividir em três empresas a Sociedade Nacional de Ferrocarris da França
para facilitar a venda ao capital privado.
Segundo os sindicatos, a privatização resultará no
aumento das tarifas e a queda na condição de segurança dos trens. O secretário
regional da CGT, Cédric Ladenise, disse que é injusto que os empresários agora
se beneficiem de toda a infraestrutura criada pelo Estado, com os impostos dos
cidadãos.
• Tentativa de golpe na Ucrânia? O que está acontecendo na Ucrânia? Por que EUA e União
Europeia estão envolvidos com a crise ucraniana? O que está sendo escondido?
Nossos jornais falam muito pouco (ou nada) sobre o que está ocorrendo na Ucrânia
e os interesses em jogo naquele país. Mas vale procurar entender o que se passa
para fazer as devidas comparações com outras crises e golpes recentes.
Para início de conversa, a Ucrânia tem um importante
papel geoestratégico na região. Com 46 milhões de habitantes, possui 11 usinas
nucleares em funcionamento (do tempo da União Soviética) e é passagem para o
gás russo exportado para a Europa. Para os EUA e seus aliados da OTAN, a
Ucrânia “atrapalha” o projeto de “sufocar” a Rússia deixando-a cercada de países
alinhados com a União Europeia.
Recentemente, o governo ucraniano recebeu um “convite”
para participar da União Europeia, como membro, e isto animou a direita no
país. Imediatamente, passaram a fazer propaganda da “prosperidade” europeia e
que ao fazer parte do bloco os jovens ucranianos poderiam procurar emprego em
outros países com o passaporte da União. Começaram a espalhar uma pretensa
“pesquisa” onde a maior parte da população “deseja” fazer parte do “ocidente”
desenvolvido.
Quando o presidente ucraniano, Victor Yanukovich, anunciou
que não pretende assinar o acordo de associação com a UE a direita passou a
incentivar atos de protestos e divulgar notícias falsas de influência da Rússia
na decisão.
Os dois principais líderes da direita no país, Viktor
Juscenko e Julia Tymosenko, viram na crise uma maneira de criar uma situação de
golpe. Vale lembrar que são duas das pessoas mais ricas no país e já estiveram
no poder. Julia Tymosenko, que já esteve presa por corrupção, mas é uma das
maiores fortunas do país, tem a simpatia do governo Obama e é muito bem
relacionada com o pessoal da embaixada estadunidense.
Para
finalizar esta breve análise, vale lembrar que Victoria Nuland, secretária
adjunta para Assuntos Europeus e Euro-asiáticos do Departamento de Estado dos
EUA participou dos recentes protestos ocorridos na capital, Kiev. Ela foi levar
“lanches” para os manifestantes que estavam concentrados na praça e provocou os
policiais ao oferecer doces para eles.
Sem
se preocupar em esconder sua simpatia pela causa da direita, ela disse que se
encontrou com o presidente Víctor Yanukovic para dizer a ele que “esperamos que
ainda existam possibilidades de salvar o futuro europeu da Ucrânia”.
• Ucrânia fará
acordo comercial com Rússia. Na tarde de sábado, quando estava terminando este Informativo, recebi a
notícia de que Ucrânia e Rússia vão
assinar um acordo comercial na próxima terça-feira, dia 17 de dezembro. O
anúncio foi feito pelo primeiro-ministro ucraniano, Nikolai Azarov, que afirmou
que a decisão vai evitar um colapso na economia da Ucrânia.
“Na terça-feira vai acontecer uma encontro entre
presidentes a Moscou, na qual poderemos assinar um acordo que eliminará a
grande maioria das contradições no comércio com a Federação Russa”, disse o
premiê à mídia local.
• CIA organizou a prisão de Mandela, em 1962. Enquanto nossos jornais submissos e capachos dos interesses
estadunidenses gastaram muito tempo falando da presença de Obama no funeral de
Nelson Mandela, “esqueceram” de dizer que a CIA teve papel determinante na sua
prisão.
A página do WikiLeaks, na internet, reproduziu matéria
publicada pelo jornal estadunidense The
New York Times, em 1990, mostrando a participação da CIA. Segundo a
matéria, um agente infiltrado no Congresso Nacional Africano teria sido usado
pela Agência dos EUA para “preparar” a prisão de Mandela.
No dia 05 de agosto de 1962, quando, disfarçado de
motorista, ele almoçava com outros ativistas contra o regime de “apartheid”, na
cidade de Durban, foi reconhecido e preso. Permaneceu no cárcere até fevereiro
de 1990
• O ódio contra Cuba!
A deputada republicana Ileana Ross-Lehtinen, conhecida por seu ódio a Cuba, passou
a atacar Barack Obama por ter cumprimentado Raúl Castro durante o funeral de
Nelson Mandela.
A desequilibrada parlamentar, já famosa por seus
discursos e articulações contra Cuba, interrompeu o secretário de Estado, John
Kerry, que participava de uma reunião com o Comitê de Assuntos Exteriores da
Câmara de Representantes para reprovar a atitude de Obama.
Kerry respondeu apenas que “Era um dia para homenagear
Nelson Mandela. O presidente [Obama] esteve em um funeral internacional onde
não podia escolher quem ia assistir”.
• Greve mostra
verdades sobre a Wal-Mart. A Wal-Mart é vista por analistas como a maior rede de lojas do planeta,
instalada em 27 países. Em 2012 teve um faturamento total de 466,7 bilhões de
dólares e um lucro líquido de 127 bilhões de dólares! Emprega 2,2 milhões de
pessoas, sendo 1,3 milhões nos EUA.
Na última sexta-feira de
novembro (dia 29) os funcionários da Wal-Mart realizaram um grande movimento de
protesto, com greve se espalhando por todas as lojas nos EUA. Josh Eidelson, um
dos líderes do movimento, em entrevista ao “Democracy Now!”, disse: “A maior
empresa empregadora dos Estados Unidos, que é propriedade da família mais rica
do país, é uma empresa onde grande parte dos seus empregados depende dos míseros
programas de ajuda aos pobres dos Estados Unidos. Isto mostra a situação da
economia e do emprego no país!”
Barbara Collins, empregada
demitida pela Wal-Mart depois da greve, também falou ao “Democracy Now!”.
“Antes de ser demitida, eu ganhava 12,05 dólares por hora e estava classificada
dentro da categoria de tempo integral, mas isto não significava que eu
trabalhasse 40 horas semanais. Algumas vezes trabalhava apenas 8 horas semanais
ou mesmo 16 horas semanais.”
Segundo o “Democracy Now!”,
o movimento dos trabalhadores da Wal-Mart desencadeou outros protestos, como o
dos trabalhadores em lojas de comidas rápidas, e mostrou a realidade salarial
no país.
O salário mínimo nacional,
nos EUA, é de 7,25 dólares por hora, o que corresponde a uma renda anual de pouco
mais de 15 mil dólares para trabalhadores em tempo integral (40 horas
semanais). Se o salário mínimo fosse reajustado pela inflação oficial, desde
1968, seria hoje de 10,74 dólares a hora, valor suficiente para deixar uma
família de três pessoas acima da linha de pobreza.
• Prêmio Nobel da Paz?
Como pode Obama receber o Prêmio Nobel da Paz e encontrarmos nos jornais internacionais
(claro que nada aparece aqui no Brasil) a seguinte notícia:
“Um avião não tripulado (drone) dos EUA atacou uma
festa de casamento na província de Al Bayda, no sudeste do Yemen, causando a
morte de 15 pessoas e deixando 21 feridos. Vários foguetes foram lançados
contra cinco dos onze carros que transportavam convidados e parentes dos noivos
quando regressavam das bodas”. (Matéria na Agência Télam)
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