Informativo Semanal
Quais
os próximos passos da direita?
Desde o início do ano, participando de vários debates e
encontros sindicais, venho dizendo que o objetivo final da direita brasileira
não é o impeachment e que não saberiam o que fazer com isso. O principal
objetivo é “sangrar” o governo Dilma, impedir qualquer estabilidade, causar o
maior tumulto possível para chegar a 2018 com alguma possibilidade de vitória!
Porém, de uma hora para outra e por pura vingança de um
setor dessa direita torta, a possibilidade do impeachment foi colocada na mesa.
A manobra de Eduardo Cunha, tentando salvar o seu próprio mandato, foi um tiro
no escuro e contou com o apoio reduzido de vários setores da direita que não
sabe o que faria se o processo fosse adiante e Dilma fosse impedida de
governar. Vamos pensar melhor.
Se Dilma deixasse o governo e Michel Temer assumisse, a
direita teria um imenso problema! A mídia e toda a direita, mesmo com o uso que
fazem da internet e das redes sociais, não teriam condições de manter a mesma
campanha sórdida que fazem contra o PT, contra Lula e contra Dilma. A Globo, o
Estadão, a Folha e outros que tantos seriam forçados a enfraquecer os ataques e
seriam obrigados a deixar de criar boatos ou escândalos contra o governo. Não
haveria condições de fazer contra Temer o que fazem contra Dilma.
E aí está a chave da questão: a atual “unidade” da
direita, que tem o PT como alvo e principal inimigo, iria por água abaixo! Não
haveria mais essa unanimidade contra Dilma que a direita consegue manter. Com a
direita dividida, as condições de uma nova vitória do Lula, em 2018, só
crescem. Por isso não convém à direita o tal do impeachment.
• O que acontece com o resultado da votação no STF? Foi muito importante a derrota de Eduardo Cunha no STF
e a direita sabe disso. A questão, ainda que o impeachment não seja a
alternativa ideal da direita, como dissemos acima, vai mais profundamente e
envolve uma política que fortaleceria o governo Dilma. Vejamos os motivos.
Em primeiro lugar, porque o STF aprovou que, se houver
andamento no processo o voto para eleger a Comissão Especial que analisará o
impeachment terá que ser aberto (Cunha queria voto secreto). Outra grande
derrota do Cunha foi o STF ter decidido que a Comissão não pode ser eleita por
chapas, mas que deve ser integrada por membros indicados pelas lideranças
partidárias.
Em uma das decisões mais importantes daquele
julgamento, o STF decidiu que o Senado, por votação de maioria simples, pode
barrar e arquivar o impedimento no caso deste vir a ser aprovado na Câmara dos
Deputados e reafirmou o direito constitucional que estabelece a necessidade de
do voto de 2/3 dos senadores para aprovar o impeachment no caso do mesmo não
ser arquivado pelos próprios senadores, por maioria simples.
Ou seja, o STF demonstrou que o processo tem que ser
exatamente o mesmo que foi usado em 1992, contra Collor de Melo, e não uma
armação criada às escondidas.
• Terras indígenas no Amazonas. A presidenta Dilma Rousseff homologou a demarcação
administrativa de quatro terras indígenas no estado do Amazonas destinadas aos
povos Mura, Banawá, Miranha, Cambeba e Tikuana. Os decretos de homologação das
terras indígenas Tabocal, Banawá, Cajuhiri-Atravessado e Arary estão publicados
na edição de hoje (18) do Diário Oficial da União.
A terra indígena Tabocal, localizada no município de
Careiro, tem 906 hectares e é destinada à posse permanente do grupo indígena
Mura. A Banawá fica nos municípios de Canutama, Lábrea e Tapauá e é destinada
ao grupo indígena Banawá, com192.659 hectares.
A Terra Indígena Cajuhiri-Atravessado, com 12.455
hectares, está no município de Coari, onde vivem indígenas Miranha, Cambeba e
Tikuna. A terra indígena denominada Arary tem 40.548, está localizada em Borba
e é destinada à posse permanente do grupo indígena Mura.
A terra Indígena, de acordo com a Fundação Nacional do
Índio (Funai), é uma porção do território nacional, de propriedade da União,
habitada por um ou mais povos indígenas e utilizada para suas atividades produtivas
com preservação dos recursos ambientais. Por se tratar de um bem da União, a
terra indígena é inalienável e indisponível, e os direitos sobre ela são
imprescritíveis. (Por Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil)
• Judiciário vai monitorar o trabalho escravo e o tráfico de
pessoas. Será criado um Fórum, de caráter
permanente, para promover intercâmbios, elaborar estudos e propor medidas
concretas de aperfeiçoamento do sistema de Justiça para o enfrentamento à
exploração do trabalho em condição análoga à escravidão e ao tráfico de
pessoas.
Na última sessão plenária do ano, realizada nesta
terça-feira,15/12, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, por
unanimidade, a criação do Fórum Nacional do Poder Judiciário para Monitoramento
e Efetividade das Demandas Relacionadas à Exploração do Trabalho em Condições
Análogas à de Escravo e ao Tráfico de Pessoas (FONTET).
Em agosto deste ano, o CNJ assinou um Acordo de
Cooperação Técnica com outros órgãos de governo e entidades civis para o
fortalecimento e replicação do Projeto Ação Integrada, que promove a reinserção
dos egressos do trabalho escravo no mercado e na sociedade.
A proposta de criação do novo Fórum é resultado da
atuação do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria 124/2015, com o escopo de
elaborar projeto destinado a propor estudos e medidas visando a contribuir com
o desenvolvimento da iniciativa denominada Ação Integrada.
O grupo é coordenado pelo conselheiro Lelio Bentes
Corrêa e integrado ainda pelo Juiz Auxiliar da Presidência do CNJ Bráulio
Gabriel Gusmão e pelo Juiz do Trabalho Hugo Cavalcanti Melo Filho, do Tribunal
Regional do Trabalho da 6ª Região.
LEVANTAMENTO DE DADOS. Uma das ações a serem promovidas
pelo FONTET consiste no levantamento de dados estatísticos sobre inquéritos e
ações judiciais relativas à exploração de pessoas em condições análogas ao
trabalho escravo e ao tráfico de pessoas.
Além do número de processos, a ideia é mapear a
tramitação e as sanções impostas. O Fórum visa ainda monitorar o andamento e a
solução das ações, além de propor medidas concretas e normativas para o aperfeiçoamento
e o reforço à efetividade dos processos judiciais.
O Fórum será formado por um Comitê Nacional e por
Comitês Estaduais. Farão parte dos comitês estaduais ao menos um magistrado da
Justiça Estadual, um da Justiça Federal e um da Justiça do Trabalho, indicados
pelos respectivos tribunais.
Já o Comitê Nacional será composto por três
conselheiros do CNJ, sendo um deles da Comissão Permanente de Acesso à Justiça,
um Juiz Auxiliar da Presidência do CNJ e seis magistrados, sendo dois da
Justiça Estadual, dois da Justiça do Trabalho e dois da Justiça Federal.
ESCRAVISMO NO BRASIL. Segundo dados da Secretaria
Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, o número de
trabalhadores resgatados pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel em condições
análogas à de escravo tem aumentado a cada ano, chegando à marca de 50 mil
trabalhadores libertados entre 1995 e 2015.
Em 20 anos, 1.785 ações de fiscalização e resgate de
trabalhadores foram realizadas pela Inspeção do Trabalho. As multas impostas às
empresas flagradas nessa situação chegam a R$ 92 milhões. (Departamento Intersindical de Análises Parlamentares – DIAP)
• Juventude sofre
com a crise.
Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que,
após um rápido aumento do desemprego entre os jovens, em todo o mundo, entre
2007 e 2010, a taxa se estabilizou em 13%, no período de 2012 a 2014. Para
2015, espera-se que a taxa cresça para 13,1%, enquanto o relatório aponta que a
taxa em 2007 – pré-crise mundial – foi de 11,7%. O relatório mostra ainda que a
taxa de desemprego juvenil é consistentemente três vezes maior do que a taxa de
desemprego entre adultos, desde 1995.
Segundo
o documento da OIT, 42,6% dos jovens economicamente ativos, em todo o mundo,
hoje, estão desempregados ou fazem parte da categoria de "working poor”.
Ou seja, trabalham, mas o rendimento não é o suficiente para retirá-los da
pobreza: haveria 169 milhões de jovens working poor no mundo,
em 2013, ou cerca de 38% dos jovens empregados em todo o mundo entrariam nessa
categoria.
O Brasil tem o maior índice
de jovens que não estão estudando, em comparação com os países da Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e parceiros. Esta
informação consta em outro relatório, lançado recentemente. O Education at a
Glance 2015: panorama da Educação mostra que, no Brasil, 76% dos jovens entre
20 e 24 anos estão longe dos estudos. A média dos demais países é 54%.
Os dados revelam ainda que
a maior parte desses jovens está trabalhando: 52%. O índice de emprego entre as
pessoas da faixa etária é também o mais alto entre os países. “Embora o fato de
que esses indivíduos não estarem mais estudando seja motivo de preocupação, é
importante notar que a maioria deles estava trabalhando em vez de estudando”,
acrescenta o relatório, com base em dados de 2013.
Mesmo com as altas taxas de
emprego, grande parte da juventude brasileira permanece entre os que nem
estudam nem trabalham, grupo conhecido como "nem-nem”. Mais de 20% dos
indivíduos de 15 a 29 anos estavam nesse grupo, em 2013. A média da OCDE era
16%. O valor, no entanto, é semelhante ao de outros países latino-americanos,
como o Chile (19%), Colômbia (21%) e Costa Rica (19%).
O relatório mostra que as
novas gerações têm avançado mais nos estudos em comparação com os mais velhos.
O Brasil apresenta uma das maiores diferenças entre gerações: enquanto apenas
28% dos indivíduos entre 55 e 64 anos concluíram o ensino médio, o percentual
aumenta para 61% entre os de 25 a 34 anos. (Com
informações da Fundação Perseu Abramo e Agência Brasil.)
• Argentina de Macri (1). Os argentinos já estão sentindo o resultado da vitória da direita, sob
o comando de Mauricio Macri. A partir de janeiro, sobem os preços da energia
elétrica e do gás depois do decreto presidencial anulando os subsídios que o
governo de Cristina Fernández havia estabelecido para manter os preços.
O novo ministro de Energia e Mineração da Argentina, Juan
José Aranguren, confirmou que haverá mudanças nos subsídios das tarifas de
serviços elétricos e gás natural. E é bom lembrar que Aranguren foi diretor
executivo da Shell, na Argentina, e tem grande ligação com as empresas privadas
de energia.
Para
beneficiar os grandes latifundiários no país, Macri anunciou oficialmente a
eliminação dos impostos sobre exportações de milho, trigo e carne, além de uma
grande redução nos impostos sobre a exportação de soja. Analistas argentinos já se preocupam, porque essas
medidas vão reduzir grandemente as receitas do Estado e, certamente, levar à
novos cortes de investimentos públicos.
O resultado de tudo isso é que, em Buenos Aires, a
população já está convivendo com pequenos apagões de energia e o ministro Aranguren
foi para a imprensa dizer que o governo já está tomando providências e vai
aplicar medidas para reduzir o problema. O ministro de Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, Sergio Bergman, disse que o governo “vai decretar
emergência energética” e admitiu que os argentinos poderão ter “um verão onde a
matriz energética não vai dar conta das necessidades”.
• Argentina de Macri (2). O presidente Mauricio Macri já está mostrando as garras
da prepotência e nomeou, na terça-feira (15), dois juízes para ocupar assentos
que se encontram vagos na Corte Suprema de Justiça do país. A medida foi
criticada por figuras públicas da Argentina por ir de encontro ao trâmite
regular para nomear juízes para a Corte.
Desde o início da “era Kirchner” os nomes dos juízes
eram indicados ao Senado, que, após sabatiná-lo, aprovava ou não a indicação
por dois terços dos parlamentares.
“Isso afeta a República, e a democracia sem República
pode ser um caos. Parece-me uma barbaridade, um abuso de autoridade”, disse
Eugenio Raúl Zaffaroni, ex-juiz da Corte Suprema, ao site Política Argentina,
após o anúncio das nomeações de Horacio Rosatti e Carlos Rosenkrantz, que foram
confirmadas hoje no Diário Oficial do país.
Mesmo com a nomeação por decreto, Rosatti e Rosenkrantz
ainda precisam ser confirmados pelo Senado até 30 de dezembro, dia em que
expira a atual legislatura. Até lá, eles ocupam o cargo de forma precária.
Ricardo Gil Lavedra, jurista e ex-juiz da Câmara
Federal de Justiça, se disse surpreendido pela decisão do presidente, que
criaria um “precedente muito maligno” para a Argentina. “A norma constitucional
que foi utilizada [por Macri] é insustentável frente ao alcance que o princípio
de independência dos juízes possui”, disse ele à rádio Uno. “Esses juízes
[Rosatti e Rosenkrantz] não são independentes”.
• Protesto contra Macri.
Uma semana após a posse de Mauricio Macri como novo presidente da Argentina,
cerca de 15 mil pessoas se reuniram na noite de quinta-feira (17) diante do
Congresso em Buenos Aires para protestar contra as recentes mudanças realizadas
por seu governo.
A manifestação foi convocada pelos deputados do Frente
para a Vitória (FpV), partido kirchnerista que possui maioria na Câmara, em
defesa à Lei de Meios, promulgada por Cristina Kirchner em 2009. A medida visa
impedir o monopólio de grupos específicos sobre os meios de comunicação,
estipulando que as licenças de rádio e TV se dividam em três terços que são
repartidos entre Estado, setor privado e organizações sociais.
Os manifestantes também repudiaram a designação de
Macri por decreto de dois juízes para vagas da Suprema Corte sem passar por
aprovação do Senado — onde a oposição tem maioria. Em comunicado, a Presidência
da Argentina afirmou que Macri se amparou em um artigo da Constituição, segundo
o qual uma das atribuições do chefe de Estado do país é "preencher os
cargos vagos que requerem o acordo do Senado e que ocorram durante seu recesso,
por meio de nomeações em comissão que expirarão ao fim da próxima legislatura".
Macri voltou atrás na nomeação por decreto após as críticas.
• Venezuela: e os produtos apareceram nos supermercados! Logo após o resultado das eleições legislativas do
último dia 6 de dezembro, em que a direita apoiada por Washington conquistou
maioria qualificada na Assembleia Nacional, usuários das redes sociais na
Venezuela vêm denunciando que os produtos antes escondidos nos armazéns dos
supermercados estão, aos poucos, aparecendo. Mas estão com o prazo de validade
vencido.
Segundo as denúncias de vários cidadãos, houve uma
aparição repentina de produtos antes em falta. Além disso, com a data de
validade dos produtos vencida, isso revela que não havia um “desabastecimento”
ou uma dificuldade na produção por causa da crise econômica, mas sim uma
verdadeira estocagem dos produtos básicos para o povo venezuelano por parte das
grandes redes de supermercados. Há meses isso vem sendo denunciado pela
população e também pelo governo venezuelano, como uma “guerra econômica” para
desestabilizar o governo.
Empresas escondiam toneladas de alimentos da população
para boicotar o governo. Ou seja, a guerra econômica das grandes empresas
serviu para desestabilizar o país e culpar o governo venezuelano pela falta de
produtos básicos, o que foi talvez o principal motivo da derrota chavista nas
eleições. Mas, como num passe de mágica, quando a direita vence, rapidamente os
produtos aparecem.
Uma das empresas denunciadas por estocar produtos é a
Heinz, empresa alimentícia famosa por produzir ketchup. Ela anunciou no domingo
(13) que retomaria a produção, após meses de inatividade. Um dado importante é
que a Heinz é uma empresa estadunidense e sua proprietária é Teresa Heinz
Kerry, esposa do secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry. Mas,
“qualquer coincidência é mera semelhança”, não é?
Em janeiro, mais de mil toneladas de alimentos foram
encontradas estocadas em um galpão da empresa de distribuição Herrera S.A., que
detém o monopólio na distribuição de produtos básicos de marcas como a Kellog’s
ou a Nestlé na Venezuela.
Essa empresa tem como um de seus acionistas a companhia
Diamante Trading Investments LTD, representada por Peggy Carolina Ordaz
Quijada, membro do partido Vontade Popular. Este partido faz parte da MUD (Mesa
de Unidade Democrática), coligação que venceu as eleições recentes. A principal
figura do Vontade Popular é Leopoldo López, que foi preso responsável pela
geração dos protestos de 2014 que causaram mais de 40 mortes e incendiaram
prédios públicos, exigindo a queda de Nicolás Maduro da presidência do país.
Mas é tudo “coincidência”!
• Bolívia aumenta reservas de gás natural. A Bolívia aumentou neste ano suas reservas de gás
natural em 1,5 trilhões de pés cúbicos (TCF). “Em 2015, somou-se 1,5 TCF de
reservas, mas em recursos temos mais, pois se desenvolvem os disponíveis nos
campos descobertos por Yacimientos Petrolíferos Promotores Bolivianos (YPFB),
como no Dorado, Rio Grande, Aquío Incahuasi, Boyuy e Boicobo, a quantidade
estará pelos 14 TCF”, realçou o ministro de Hidrocarbonetos, Luis Alberto
Sánchez.
Ele afirmou que as descobertas efetuadas durante o
atual gerenciamento são o resultado de um agressivo plano de exploração que se
iniciou em 2009.
O ministro boliviano da Economia, Luis Arce, espera que
em 2016 o preço do petróleo aumente, já que vários países começaram a diminuir
seus investimentos em extração e produção do combustível, publicou, na quarta-feira
(16), o jornal La Razón.
Arce, informa o jornal, considera que no próximo ano o
barril de petróleo será cotado entre 45 e 50 dólares porque alguns países
rebaixaram seus investimentos, ação que levará à queda da oferta no mercado.
• México: corrupção e impunidade. O filme “La dictadura perfecta” [A ditadura perfeita],
do diretor mexicano Luis Estrada, é a sátira de um país dominado pela
corrupção. “Nessa história, todos os nomes são fictícios. Os fatos
suspeitosamente verdadeiros. Qualquer semelhança com a realidade não é mera
coincidência”, anuncia Estrada no início do filme.
“La dictadura perfecta”, filmada em 2014, dá conta do
México governado pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI), onde as
organizações criminosas trabalham como pistoleiros dos políticos e quem se
atreve a denunciá-los é assassinado. Quem manda é a televisão, capaz de
manipular a opinião pública a ponto de impor e tirar presidentes. O título do
filme é tomado de uma frase usada pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa,
para descrever os sucessivos governos do PRI, que se mantém no poder por mais
de 60 anos.
Assim é o México, onde, de acordo com uma pesquisa do
jornal britânico The Guardian, durante a campanha eleitoral de 2012, a emissora
televisão Televisa — que cobre 70% da audiência no país, com uma das maiores
concentrações midiáticas do mundo — converteu o pouco conhecido candidato
priista Enrique Peña Nieto em presidente da República, após o pagamento de
milhões de dólares. Uma equipe de jornalistas, encabeçada por Carmen Aristegui,
que trabalhava para a emissora Noticias MVS, foi despedida intempestivamente,
em março último, depois de revelar que a residência onde vive Peña Nieto com
sua família é de propriedade do Grupo Higa, empresa de um amigo do mandatário,
a qual favorece outorgando contratos para a construção de obras públicas.
A população mexicana está consciente do problema da
corrupção que se vive no país. De acordo com o Índice de Percepção da Corrupção
2014, da Transparência Internacional, o México se encontra no posto 103 entre
175 países — com uma pontuação de 35, em uma escala de zero (elevada corrupção)
a 100 (baixa corrupção) —, o mais baixo entre as nações da Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), enquanto que o Brasil, seu
principal competidor econômico na região, se encontra no lugar 69.
Segundo o Banco Mundial, a corrupção no México
representa 9% do Produto Interno Bruto (PIB) e equivale a 80% dos impostos
arrecadados em nível federal. E a corrupção caminha de mãos com a violação dos
direitos humanos e a violência. Neste ano, mais de 15,000 pessoas foram
assassinadas no México, sendo os estados de Zacatecas e Baja California os que
registram incrementos maiores do que 100%. A taxa de impunidade chega a 98%. (Noticias Aliadas – Adital - Orsetta Bellani)
• ONU: Número de refugiados e deslocados no mundo supera 60
milhões. A ONU anunciou nesta
sexta-feira (18) que o número de refugiados e deslocados pode ter “ultrapassado
muito” o recorde de 60 milhões neste ano.
Segundo as Nações Unidas, o principal motivo do aumento
de fluxo de pessoas que são obrigadas a deixar seus lares para fugir de
violência e perseguições advém da guerra civil na Síria, que se arrasta há mais
de quatro anos e já deixou mais de 200 mil mortos.
Além disso, um relatório do Acnur (Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Refugiados) aponta que o número de pessoas que fogem
de guerras ultrapassa 20 milhões - a maior quantidade do gênero desde 2002.
• França: situação muito complicada. Depois do resultado do segundo turno nas eleições
francesas, é difícil comemorar a derrota da extrema direita comandada por
Marine Le Pen e seu partido, a Frente Nacional (FN). Os resultados das eleições
regionais na França, realizadas no domingo (13), mostraram que o partido
ultraconservador de Marine Le Pen, a Frente Nacional (FN), perdeu a votação.
Mas mostram também que os Republicanos, do ex-presidente Nicolas Sarkozy, e
seus aliados foram os mais votados. Ou seja, nada para comemorar!
Depois de ter obtido maioria em seis das 13 regiões do
país no primeiro turno, a Frente Nacional não conseguiu se eleger em nenhuma
delas. Mesmo em Nord-Pas-de-Calais Picardie e Provence-Alpes-Cote d’Azur,
locais onde havia obtido seus melhores resultados, a FN perdeu para os
candidatos do Republicanos.
• Christine Lagarde no banco dos réus. Há muito tempo, em nosso Informativo, noticiamos que a
diretora-gerente do FMI tinha uma “dívida” pendente com a Justiça na França.
Agora tudo se confirma.
Christine Lagarde será julgada pela Corte de Justiça da
República (única autoridade na França capaz de investigar e processar membros
do governo por atos cometidos durante o mandato) onde será julgada por “negligência”
em um caso de desvio de verbas públicas.
O caso aconteceu em 2008, quando Lagarde era ministra
de Economia do então presidente Nicolás Sarkozy e envolve o empresário francês
Bernard Tapie e o banco Credit Lyonnais. Essa não é a única acusação contra
ela, mas é a primeira que a levará ao banco dos réus!
• Afinal, quem ajuda a
terroristas? A Alemanha vai entregar o quinto submarino nuclear para Israel. O valor
da transação está calculado em 516 milhões de dólares, informou no domingo (13)
a rádio israelense. “Em breve, Israel receberá o quinto submarino de produção
alemã, o último e o mais caro de seu tipo”, diz o locutor da rádio, citado pela
agência de notícias Al-Hadath News.
O novo submarino deve chegar durante esta semana à base
de Hifa, ao norte dos territórios palestinos ocupados ilegalmente por Israel em
1948. Está capacitado a levar armas nucleares e a venda foi aprovada pelo
Conselho de Segurança Nacional da Alemanha. No total, Israel comprou seis
submarinos e o último deve ser entregue em 2019.
• Britânicos são a favor de sair da UE. Pesquisas realizadas pela agência Survation mostram que
42% dos britânicos votariam a favor da ruptura com a União Europeia. A pesquisa
mostrou ainda que 18% são indecisos quanto ao problema.
A pesquisa ouviu 10.000 pessoas, entre 30 de novembro e
3 de dezembro, e constatou que o principal argumento para a saída do Reino
Unido da UE é a possibilidade de fixar políticas próprias e a defesa da
soberania nacional.
• Como assim? Vamos
fazer uma suposição simples: você tem um terreno e “empresta” para alguém usufruir
do terreno, construindo ou fazendo o que bem entender. E você ainda tem que
pagar por isso?
Pois é. O Japão vai pagar 1 bilhão e 600 milhões de
dólares por ano como apoio financeiro para as tropas estadunidenses
estacionadas em seu território, segundo informações oficiais divulgadas pela
agência Kyodo. A matéria diz que este é o valor “acordado” entre os dois
governos, até 2012.
Segundo o governo estadunidense, esse é o valor para
que o Japão se proteja contra o crescimento da influência da China na região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário