Michel Temer 'fracassou na estreia' como presidente interino, afirma jornal Le Monde
Matéria faz balanço de primeiros dias de governo interino e considera 'chocante' gabinete composto exclusivamente por 'homens, brancos e com mais idade'
Um artigo publicado no jornal francês Le Monde nesta segunda-feira (16/05) afirma que o presidente interino Michel Temer “fracassou na estreia” em sua tentativa de “reconciliar” um país dividido.
O texto, assinado pela correspondente da publicação em São Paulo, Claire Gatinois, começa com a resposta “em tom firme e decidido” do novo ministro das Relações Exteriores, José Serra, aos governos latino-americanos que repudiaram o afastamento da presidente brasileira, Dilma Rousseff, fato que tem causado “comoção” na América Latina.
A matéria classifica o impeachment como “uma verdadeira bomba em um regime presidencialista” e diz que a “leveza” com que o assunto é minimizado não deixa de surpreender observadores estrangeiros.
Lula Marques/Agência PT
Matéria do jornal Le Monde diz ser “chocante” que a equipe de Temer seja composta apenas por homens brancos e com mais idade
Matéria do jornal Le Monde diz ser “chocante” que a equipe de Temer seja composta apenas por homens brancos e com mais idade
Segundo o texto, Michel Temer “fracassou na estreia” na suposta tentativa de “acalmar um país à beira do abismo econômico” e de “reconciliar uma nação dividida entre contra e a favor do impeachment” de Dilma.
De acordo com a matéria, Temer causou controvérsia antes mesmo de tomar posse “ao tentar oferecer o cargo de ministro da Ciência e Tecnologia a um criacionista", em referência ao presidente nacional do PRB, o bispo licenciado da Igreja Universal Marcos Pereira. O bispo foi depois substituído por Gilberto Kassab (PSD) no novo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - amálgama dos ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação e Comunicações.
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O texto também afirma ser “chocante” que a nova equipe de Temer seja composta exclusivamente por "homens, brancos e com mais idade", além de comentar a fusão do Ministério da Cultura à pasta de Educação e a redução do número de ministérios de 32 para 23.
“Mais preocupante”, de acordo com o texto, é a nomeação de sete ministros citados na Operação Lava Jato.
“Se todos os líderes incompetentes ou impopulares julgados nas democracias modernas fossem destituídos, alguns terminariam o mandato que lhes foi atribuído pelo voto universal", disse aoLe Monde a historiadora Armelle Enders, autora do livro "Nova História do Brasil".
A respeito do novo governo formado por Michel Temer, Armelle afirmou que a equipe tem o "carimbo" da continuidade e de conservadorismo.
"Os ministros são raposas velhas que participaram de todos os governos recentes, de Fernando Henrique Cardoso a Dilma
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