“Trabalhadores exilados: a saga de brasileiros forçados a partir (1964-1985)”
“Trabalhadores exilados: a saga de brasileiros forçados a partir (1964-1985)”
Um livro fruto de uma pesquisa de pós-doutorado na EHSS- Ecole de École des hautes études en sciences sociales, em Paris, sob a direção do professor, o antropólogo Afrânio Garcia Jr., publicado em francês em 2015. A versão em português é da Editora Prismas.
Apresentação do professor e sociólogo Marcelo Ridente:
Este livro instigante busca recuperar a memória e a história do exílio de trabalhadores brasileiros durante a ditadura militar, ressaltando as novas socializações que proporcionou, a despeito das circunstâncias difíceis da partida forçada. Mais importante: a ênfase está em operários, pouco destacados pela literatura.
Resulta de pesquisa de fôlego, com várias entrevistas e uso de ampla bibliografia e documentação. Ele apresenta dados estatísticos sobre a composição social dos exilados, reconstitui os eixos de migração e acolhimento: Chile, Argentina, Cuba, Europa Oriental, Europa Ocidental (especialmente França, Suécia e Portugal).
Apesar das dificuldades, os exilados oriundos das classes populares recordam das oportunidades de crescimento pessoal e coletivo no exterior, do contato com outras culturas e experiências políticas, das oportunidades de estudo e aperfeiçoamento profissional, das ligações com grupos e redes de sociabilidade, aspectos que facilitaram a reinserção na sociedade brasileira após a anistia.
Escrito com clareza, o livro favorece a leitura do público em geral, mas sem perder o rigor acadêmico que o torna indispensável aos estudiosos da ditadura, do exílio e de um paradoxo latente na obra: houve relativo êxito pessoal e profissional dos militantes exilados, a despeito da derrota dos projetos políticos originais que os forçaram ao exílio.
Mazé Torquato Chotil é jornalista, doutora em ciências da informação e comunicação, realizou este trabalho de pesquisa pós-doutoral em ciências sociais na EHESS – École des hautes études en sciences sociales em Paris, onde reside.
Afrânio Garcia Jr., orientador da pesquisa, é antropólogo, mestre de conferências na EHESS e pesquisador do CESSP
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