sábado, 25 de junho de 2016

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares


 

 

 


Temer na Constituinte!

Considerado um clássico no registro e acompanhamento das atividades da Assembleia Nacional Constituinte, o livro: Quem foi Quem na Constituinte - nas questões de interesse dos trabalhadores, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), foi novamente revisitado para extração do pensamento e posicionamento do então deputado constituinte e atual presidente interino Michel Temer, acerca das matérias de interesse da classe trabalhadora.

A publicação registra a atuação de cada um dos 573 parlamentares durante o processo de elaboração da Constituição de 1988. As questões principais de avaliação concentraram-se nas votações de projetos com os seguintes temas: sistema de governo, soberania da economia nacional, democracia participativa, organização sindical, liberdades democráticas, reforma agrária e, sobretudo, direitos sociais dos trabalhadores.

Como votou Michel Temer durante os trabalhos da Constituinte?

1 - votou a favor de cinco anos para Sarney. Absteve-se quanto ao direito de voto aos 16 anos. Absteve-se quanto ao tabelamento dos juros, mas não teve dúvida ao votar contra a reforma agrária e contra o monopólio na distribuição de petróleo;

2 – votou contra: estabilidade no emprego, fixação da jornada semanal de 40 horas; reconhecimento das comissões de fábricas, participação de trabalhadores em organismos de interesses profissionais.

Temer diz que foi golpe! O presidente interino, Michel Temer, está sendo protegido pela nossa imprensa golpista, mas vai perdendo credibilidade no meio do povo e na imprensa internacional.

O mesmo povo que foi manipulado pela grande mídia e acreditou na campanha para derrubar a presidenta Dilma Rousseff está acordando para a realidade e acompanhando a sequência de quedas de ministros do governo golpista, todos envolvidos em corrupção e crimes contra o patrimônio nacional. Mas agora o próprio “chefe” da quadrilha reconhece que tudo foi um golpe.

Em sua conta através do Twitter, respondendo a uma pergunta, ele disse claramente que suspendeu o direito da presidenta afastada de usar avião oficial. Até aí, apenas uma violência quase que ditatorial, além de um crime contra a Constituição porque Dilma Rousseff ainda não foi oficialmente afastada do cargo.

Mas, o mais curioso, é que ele assumiu publicamente que foi um golpe ao dizer que ela estaria usando “o avião presidencial para denunciar o golpe de Estado”. Ou seja, ele admite publicamente que foi um golpe!

O que devemos registrar? Em primeiro lugar que o afastamento de Dilma Rousseff ainda não foi decidido e o golpe, para se concretizar, precisa ter o voto de dois terços do Senado Federal. Em segundo lugar porque, se isso acontecer, abrirá um perigoso precedente, uma vez que não há qualquer comprovação de que ela tenha cometido algum crime, enquanto Temer e todo o seu “ministério” estão sendo acusados em vários processos.

Regulamentação de greve ganha prioridade no Senado (Antônio Augusto de Queiroz * - Diap)

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu retomar os temas da Agenda Brasil, e determinou que fosse dada prioridade à regulamentação do direito de greve no serviço público, que terá por base o PL 327/14, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR). O projeto, em lugar de regulamentar, na prática, restringe o direito de greve, conforme se pode depreender do resumo abaixo.

O texto, dentre outras situações, prevê o desconto dos dias parados; fixa percentual mínimo de 70% para atividade essencial, entre as quais inclui as atividades dos servidores do Judiciário e do Ministério Público, e 50% para as demais áreas do serviço público; admite a substituição de grevista, em caso de descumprimento de decisão judicial ou arbitral; prevê multa para a entidade sindical, em caso de descumprimento da lei de greve; proíbe greve nos 60 dias que antecedem as eleições.

A seguir uma síntese do projeto.

Princípios gerais

As formalidades para convocação de greve, inclusive quórum para deliberação, devem constar do estatuto da entidade sindical;

Observado o princípio da máxima representatividade, a assembleia será a responsável por: a) definir a pauta de reivindicação, b) deflagrar greve, e c) cessação da greve;

O direito de greve deve submeter-se ao juízo de proporcionalidade e razoabilidade em seus motivos;

A greve pode ser judicializada, por iniciativa das partes ou do Ministério Público, devendo o Judiciário priorizar o julgamento;

O descumprimento da lei de greve sujeita a entidade a multa;

Na falta de entidade sindical, a assembleia geral elege a comissão de negociação; e

É vedado o direito de greve do servidor público nos 60 dias que antecedem as eleições.

I -Procedimentos da negociação

As deliberações aprovadas em assembleia geral, com indicativo de greve, serão submetidas ao poder público para que se manifeste, no prazo de 30 dias, acolhendo as reivindicações, apresentando proposta conciliatória ou fundamentando a impossibilidade de seu atendimento;

A negociação coletiva se dará nos termos da Convenção 151 da OIT;

Após notificação da pauta de reivindicações, o poder púbico poderá instalar mesa emergencial de negociação;

Havendo acordo integral será lavrado o termo, devendo suas cláusulas observar os princípios da reserva legal e de iniciativa, além de obedecer às balizas orçamentárias e de responsabilidade fiscal;

Havendo acordo parcial, a parte consensual seguirá nos termos do item anterior e a parte controversa será submetida a processo alternativo de solução de conflitos ou ao Judiciário; e

Não havendo acordo, a matéria poderá ser submetida a processo alternativo de solução de conflito (mediação, conciliação ou arbitragem) ou ao Judiciário.

III - Requisitos para deflagração da greve

Observado o prazo de pelo menos dez de dias de antecedência, a entidade sindical deve, sob pena de a greve ser considerada ilegal:

Comunicar à autoridade superior do órgão, entidade ou Poder respectivo do interesse em deflagrar a greve;

Apresentar plano de continuidade dos serviços, com os percentuais previstos nesta lei (70% em atividades essenciais e 50% nas demais);

Informar à população sobre a paralisação e as reivindicações apresentadas ao poder público; e

Apresentar alternativa de atendimento ao público.

IV - É assegurado ao grevista, desde que não impeça o acesso ao trabalho nem cause ameaça ou dano à propriedade ou pessoa:

O emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir os servidores a aderirem à greve;

A arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento paredista;

A vedação ao poder público de adotar meios dirigidos a constranger o servidor ao comparecimento ao trabalho ou de frustrar a divulgação do movimento;

O direito de não ser demitido, exonerado, removido, substituído, transferido ou outra punição, salvo se previsto em lei; e

A participação em greve não suspende o vínculo funcional nem será utilizado como critério para avaliação, sob pena de ser caracterizada como prática antissindical.

V - A greve produz os seguintes efeitos:

1. Suspensão coletiva, temporária, pacífica e parcial da prestação de serviços ou de atividade estatal pelos servidores públicos;

2. Suspensão do pagamento da remuneração correspondente aos dias não trabalhados;

3. Vedação à contagem dos dias não trabalhados como tempo de serviço, para quaisquer efeitos;

4. Os servidores em estágio probatório que fizerem greve terão que repor os dias não trabalhados para completar o tempo previsto na legislação; e

5. Os itens 2 e 3 poderão ser negociados ou resultar de processo de solução de conflito ou decisão judicial, desde que compensados os dias não trabalhados.

VI - Durante a greve, a entidade sindical ou a comissão de negociação é obrigada, sob pena de ilegalidade da greve:

Manter em atividade equipes de serviços com propósito de assegurar as atividades cuja paralisação resulte em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades do órgão, quando da cessação do movimento;

Lista 23 serviços ou atividades que são considerados essenciais e definidos como aqueles que afetem a vida, a saúde e a segurança dos cidadãos, inclusive os servidores do Judiciário e do Ministério Público;

Estão na categoria de essenciais: hospitais, medicamentos, serviços previdenciários, tratamento de água e esgoto, vigilância sanitária, energia elétrica, gás e combustíveis, serviços funerários, segurança pública, telecomunicações, transporte coletivo, atividades tributárias, serviços legislativos, operações do sistema financeiro, educação infantil e ensino fundamental, entre outros;

Nos serviços considerados essenciais, o percentual mínimo a ser mantido em atividade é de 70%, e nos demais, 50%; e

O descumprimento implica na ilegalidade da greve e na contratação pelo poder público, após 48 de ciência da decisão judicial, de pessoal em caráter temporário para prestação do serviço.

VII – Constitui abuso do direito de greve, com punição administrativa, civil e penal, exceto se a paralisação:

Tiver o objetivo de exigir cumprimento de cláusula ou condição; e

For motivada pela superveniência de fato novo ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relação estatutária.

VIII - A greve cessará:

Por deliberação dos filiados; e

Por celebração de termo de acordo com o Poder Público ou pelo cumprimento de sentença arbitral ou decisão judicial.

Mujica manda Almagro “se roçar nas ostras”! Depois da vergonhosa atitude do ex-chanceler uruguaio como secretário-geral da OEA, apoiando o governo estadunidense e defendendo o golpe da direita na Venezuela, José Pepe Mujica, ex-presidente uruguaio, encaminhou uma carta a Luis Almagro e, de maneira diplomática, mandou ele “se roçar nas ostras”. Vejam a carta de Mujica.

Luis

Você sabe que eu apoiei você e o promovi. Sabe claramente que respaldei sua candidatura à OEA. Lamento que os fatos reiteradamente demonstrem que eu estava equivocado. Não posso compreender seu silêncio sobra a situação do Haiti, Guatemala e Paraguai, ao mesmo tempo em que publica carta resposta à Venezuela.

Entendo que, sem dizer, me disse ‘adeus’.

Quando pedi que você não fosse à fronteira convulsionada da Venezuela e Colômbia, não era capricho e muito menos não querer ver a realidade. A minha preocupação não é como nos olham ou como nos entendem os meios de comunicação ou os políticos. Não, a linha da preocupação é como incidir algo em favor da grande maioria dos venezuelanos. É a mesma atitude assumida no conflito entre Estados Unidos e Cuba, ou com a paz da Colômbia. O central não é como nos veem, mas sobre ser útil ou não à maioria das pessoas. Penso que em algum momento terá que servir de ponte para que a Venezuela toda possa manejar com solvência sua autodeterminação e não deveríamos nos divorciar desse rumo. Todos sabemos que a Venezuela é uma reserva petroleira para os próximos 300 anos. Ali radica sua riqueza e sua desgraça, porque os Estados Unidos são dependentes de petróleo e seus interesses pressionam e muito. Também isso fez possível a deformação sociológica de viver da renda petroleira e terminar importando até o elementar, o grosso da comida.

A revolução bolivariana não pode escapar com voluntarismo dessa realidade ainda que tenha derramado recursos e reservas em favor dos eternos postergados. Foram muitos anos em favor da igualdade social. Não se conseguiu reverter a dependência do petróleo e das importações de alimentos, e com a queda dos preços, padece hoje um acúmulo de tensões que até turvam a democracia.

A Venezuela precisa de paz interior, quer dizer, convivência em primeiro e deveríamos trabalhar para isso. Precisa não reduzir a ideia de socialismo a estatização e precisa de NEP [Nova Política Econômica] para sua economia e seus desequilíbrios monetários. Isso parece imprescindível para viabilizar distribuição, estabilidade e democracia.

A Venezuela precisa de nós como operários e não como juízes, a pressão exterior só cria paranoia e isso não colabora para com as condições internas desta sociedade.

Repito: a verdadeira solidariedade é contribuir para que os venezuelanos possam se autodeterminar, respeitando suas diferenças, mas isso implica um clima que o possibilite.

É muito difícil hoje, mas qualquer outra alternativa pode ter fins trágicos para a democracia real.

Lamento o rumo pelo qual se meteu e sei que é irreversível, por isso agora formalmente, te digo adeus e me despeço.

Pepe”.

México: 9 professores assassinados, 22 desaparecidos e dezenas de feridos! Na terça-feira (21), a polícia do México mostrou claramente a sua face mais brutal e como o Governo resolveu “dialogar” com os professores que estão mobilizados contra a reforma promovida no sistema educacional do país.

Segundo nota oficial da Coordenação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a polícia mexicana resolveu reprimir a caminhada dos professores no estado de Oaxaca e o resultado foi um verdadeiro capítulo de horror. Segundo dados fornecidos pela CNTE, com listas de nomes, as ações policiais deixaram um saldo de 9 mortos e dezenas de feridos, além de 22 professores que estão desaparecidos.

O presidente da Liga Mexicana de Direitos Humanos, Adrián Ramírez, declarou sua preocupação com os desaparecidos porque o país já tem um triste histórico sobre os desaparecimentos de pessoas e citou o caso dos 43 estudantes de Ayotzinapa. Daniela Gonzáles López, representante do Observatório de Direitos Humanos dos Povos, desmentiu a versão oficial que culpa os professores pelos incidentes e pede a intervenção de organismos internacionais para que o caso não caia no esquecimento.

O Comissário de Polícia Federal, Enrique Galindo Cevallos, reconheceu que os policiais estavam usando armas reais durante o confronto.

Nota: em comunicado oficial, na sexta-feira (24), a CNTE comunicou que já havia confirmado 13 mortes e 25 desaparecidos.

Professores vão manter as mobilizações. Professores da CNTE realizaram nova caminhada na capital mexicana, ontem (25/06), e foram novamente acompanhados por forte esquema policial. Aos professores, agora, se somaram os coletivos da União Nacional Autônoma do México e a Universidade Autônoma da Cidade do México, além da União Nacional dos Trabalhadores Agrícolas do México.

Também a Universidade Autônoma Metropolitana, do Instituto Politécnico Nacional e o Sindicato Mexicanos dos Eletricitários somaram-se ao movimento, além do Movimento Urbano Popular da Cidade do México.

200 mil médicos/as e enfermeiros/as protestam no México! Os protestos dos professores da CNTE, no México, agora estão ganhando novo fôlego com a adesão de 200 mil médicos/as e enfermeiros/as que anunciaram oficialmente a adesão ao movimento.

Os trabalhadores do setor de saúde realizaram uma paralisação nacional na quarta-feira (22) e protestam contra as reformas do presidente neoliberal Enrique Peña Nieto que já anunciou reformas também no setor.

A Europa arde (1). Como dissemos no nosso Informativo anterior, a Europa está envolvida em grandes mudanças e há reflexos muito importantes em toda a política internacional a partir do que aconteceu com o chamado “Brexit”. Com 52% dos votos a favor, a Grã-Bretanha decide deixar a União Europeia após 43 anos de participação. O resultado do plebiscito realizado na quinta-feira (23) foi divulgado nas primeiras horas do dia seguinte e provocou manchetes fortes nos principais jornais do planeta. A situação é tão grave que o nosso conhecido manipulador de notícias, o jornal O Globo, distribuiu uma edição para os assinantes, com uma manchete de primeira página, e o jornal que foi para as bancas, no mesmo dia, trazia uma chamada diferente!

Em declaração ao país, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou a sua demissão. Ele deve deixar o cargo em outubro. Cameron sempre se posicionou favoravelmente à permanência da Grã-Bretanha na UE e, durante os meses que antecederam o plebiscito, afirmou que o “Brexit” – união das palavras Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída, em inglês) – poderia trazer graves consequências econômicas para o país.

– O povo britânico votou para deixar a União Europeia, e sua vontade deve ser respeitada. A vontade do povo britânico é uma instrução que deve ser entregue. Será necessária uma liderança forte e empenhada – disse David Cameron, ressaltando que outra pessoa deve liderar o processo de transição.

A taxa de participação no plebiscito foi de 71,8%, a maior em votações na Grã-Bretanha desde 1992. A Inglaterra e País de Gales votaram fortemente a favor da saída, enquanto cidadãos da Escócia e da Irlanda do Norte optaram pela permanência no bloco. Em Londres, 60% dos votos foram pela permanência na UE. No entanto, em todas as outras regiões da Inglaterra, a maioria votou pela saída.

Após o resultado, a libra caiu para o nível mais baixo em relação ao dólar desde 1985.

A Europa arde (2). O Parlamento Europeu se reunirá terça-feira (28) para aprovar resolução que vai avaliar o resultado do plebiscito britânico, declarou o presidente da entidade, Martin Shulz. A UE deve abordar medidas para defender a Zona do Euro das perturbações que já se verificam, após a decisão da Grã-Bretanha, acrescenta o presidente do Parlamento.

A Grã-Bretanha deve lançar o processo de saída da União Europeia o mais breve possível depois do referendo sobre o “Brexit”, declarou o chanceler francês Jean-Marc Ayrault

– Não deve haver qualquer incerteza. É preciso que o governo britânico informe sobre a decisão oficial do povo britânico para que comecemos a implementar as cláusulas deste artigo. É necessário para a unidade e estabilidade da Europa e da Grã-Bretanha. É urgente, não convém perder tempo – disse Ayrault aos jornalistas antes da reunião de ministros da UE em Luxemburgo.

A Europa arde (3). Após o Reino Unido decidir sair da UE, líderes da extrema-direita nacionalista de França, Holanda, Itália e outros países também afirmaram que irão pedir referendos para deixar o bloco.

Na França, o partido Frente Nacional, comandado por Marine Le Pen, comemorou o “Brexit”. “Vitória da liberdade! Agora devemos realizar o mesmo referendo na França e em outros países da UE”, escreveu ela em sua conta do Twitter. A posição de Le Pen foi reforçada por outros membros de seu partido, que lançaram o termo “Frexit” (France exit ou saída da França).

Um levantamento divulgado no dia 7 de junho pelo centro de pesquisas Pew Global mostrou que apenas 38% dos franceses são favoráveis à União Europeia, o que reforça a posição de Le Pen, que pretende se candidatar à Presidência da França em 2017.

Na Holanda, Geert Wilders, líder do partido eurocético e anti-imigração PVV, disse que um referendo sobre a permanência de seu país no bloco será um dos pontos centrais de sua campanha para se tornar primeiro-ministro durante as eleições parlamentares holandesas do ano que vem.

A pesquisa da Pew Global mostrou que, na Holanda, 51% da população é favorável à União Europeia.

Em posição parecida, o partido populista italiano M5S (Movimento 5 Estrelas), que recentemente elegeu a primeira prefeita de Roma, afirmou que também pretende exigir um referendo.

O presidente do partido de extrema-direita italiano Liga Norte, Matteo Salvini, comemorou o resultado do referendo britânico, agradecendo “a coragem dos cidadãos livres”.

Segundo a pesquisa da Pew Global, porém, 58% da população italiana ainda é favorável à União Europeia.

Paralelamente, na Dinamarca, o partido populista e anti-imigração Povo Dinamarquês (DF), aliado ao governo de direita do país, também disse que pedirá um referendo pela permanência ou saída da UE. “Eu acredito que os dinamarqueses obviamente deveriam ter um referendo para decidir se queremos seguir o Reino Unido ou manter as coisas do jeito que estão”, disse o líder do DF, Kristian Thulesen Dahl, à Reuters.

Já na Áustria, o partido de extrema-direita da Liberdade (FPÖ) exigiu que os presidentes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu renunciassem e afirmou que também poderá pedir um referendo na nação caso a UE não passe por reformas.

A Europa arde (4). A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, afirmou na manhã de sexta-feira (24), logo após o resultado do referendo que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia, que é “muito provável” que haja uma nova votação para decidir, agora, pela saída do país da união liderada pela rainha Elizabeth II. Em 2014, um referendo semelhante definiu a permanência escocesa no reino.

Para a premiê, a Brexit representa “a mudança material de circunstâncias” que o governo precisava para tentar um segundo plebiscito. Sturgeon disse que o parlamento da Escócia vai começar a preparar “a legislação necessária” para uma segunda consulta.

Há dois anos, o país foi às urnas para decidir se permanecia ou não como parte do Reino Unido. Após uma intensa campanha, da qual até o agora demissionário primeiro-ministro britânico David Cameron fez parte, a Escócia decidiu ficar no reino.

Sturgeon lembrou, durante seu pronunciamento, que um dos motivos para a derrota da proposta de independência foi o fato de que, se a Escócia deixasse o Reino Unido, ficaria de fora da União Europeia. "Isto significa que há uma mudança material e significativa nas circunstâncias nas quais a Escócia votou contra a independência em 2014", afirmou.

França vive Estado policial. Depois de vários dias de enfrentamento direto entre os trabalhadores e o Governo da França, o Ministério do Interior reconheceu o direito de manifestação popular contra a reforma da legislação trabalhista e aceitou a convocação feita pela Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) e outros sindicatos que continuam resistindo ao projeto anunciado.

Mas, na verdade, a manifestação acabou acontecendo sob fortíssimo sistema de vigilância e medidas de segurança estabelecidas pela polícia de Paris.

Na quarta-feira (22), a Prefeitura de Paris havia anunciado a proibição das manifestações e o presidente francês, François Hollande, continuava afirmando que a manifestação não poderia acontecer e que não retiraria a proposta de reforma apresentada.

Israel segue roubando terras palestinas. O governo israelense aprovou nesta semana um orçamento de 16 milhões de dólares para a construção de novos assentamentos em território ocupado na Cisjordânia.

Segundo os jornais locais, o Primeiro Ministro justificou a decisão argumentando que o “plano de assistência” aprovado aumentaria a segurança do país e estimularia o turismo e as pequenas empresas na região. Mas os membros da oposição criticaram a decisão.

Mas os planos de expansão de Israel não estão apenas voltados para territórios ocupados na Palestina. Agora tomamos conhecimento de um novo plano de construção de uma ilha artificial, avaliada em cinco bilhões de dólares, no litoral da Faixa de Gaza.

O projeto mostra que a “ilha” a ser construída teria três milhas quadradas e estaria ligada à Gaza por uma ponte, além da construção de um hotel e de um aeroporto.

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