A pesquisa
mentirosa da Folha
Sebastião Costa*
A Perícia Técnica do Senado inocentou
Dilma das pedaladas fiscais e a avaliação do Ministério Público não permite
dúvidas: a presidente não praticou crime de responsabilidade. Ponha nessa
panela as conversas gravadas dos xerifes peemedebistas e vamos ter um golpe
escancarado e descarado. Isso, para as pessoas normais, sensatas, racionais e
que visitam a imprensa alternativa. Na mídia tradicional a conversa é outra. Lá
só se fala em impeachment e a galera que bateu muita panela, mesmo recolhida,
ainda vai no embalo.
Um pouquinho mais de atenção e fica
fácil detectar as manobras da imprensa hegemônica para consolidar o golpe no
Senado.
As malandragens vão desde uma matéria de
capa da Veja, às pancadas no PT do JN; uma manchete vigorosa no Estadão ou um
'cientista político' na Globo News culpando Dilma pela crise econômica
Mas, sejamos justos, ninguém conseguiu
superar o jornal mais importante do país no quesito malandragem, na tentativa
de influenciar a população e o senado na confirmação do 'impeachment'
"Jornalismo de guerra" foi uma
expressão utilizada por um colunista do Clarín para definir o massacre que seu
jornal impôs ao governo de Cristina Kirchner para desapeá-la do poder. A Folha
transitou por essa trilha ao distorcer deliberadamente dados de seu próprio
Instituto, o Datafolha e publicou uma pesquisa eivada de deslizes, erros e
mentiras grosseiras.
A manchete de primeira página do jornal:
"para 50% dos brasileiros, Temer deve ficar" e segue vomitando o
absurdo de que apenas 3% dos entrevistados querem novas eleições.
O jornalista americano Glenn Greenwald
do respeitado site Intercept achou muito esquisito que um governo cheio de
turbulências e repleto de corrupções pudesse em pouco tempo sair de 8% para 50%
de aceitação.
Uma investigação mais atenta e estava lá
nos arquivos do Datafolha, textualmente: "62% são favoráveis a novas
eleições". A Folha simplesmente transformou 62% em 3%. E os 50% que
queriam Temer despenca para 19% nos números do instituto.
Percebam que estamos falando de uma
empresa do próprio grupo Folha.
Vejamos o que extraiu dos brasileiros, o
Instituto Paraná, do empresário Murilo Hidalgo com rabo preso no PSDB
paranaense: 67% querem eleições ainda esse ano, enquanto o presidente interino
é rejeitado por 68% dos entrevistados.
Nessa mesma linha, o Valor Econômico
divulgou enquete do Instituto IPSOS que sepulta a conversa fiada da Folha de
São Paulo. A rejeição ao presidente em exercício crava 68% e 52% dos
brasileiros preferem eleições já.
.
Enquanto Elio Gaspari, serrista de largo
costado e 'colunista de guerra' da Folha fala em Temer se afirmando, a
Ombudsman do jornal, Paula Cesarino Costa contratada para falar a verdade, mete
o dedo na pereba e afirma sem rodeios que o diário errou e persistiu no erro.
Acrescenta ainda que "a reação pouco transparente, lenta e de quase
desprezo às falhas e omissões apontadas maculou a imagem da Folha e de seu
instituto de pesquisas.
A nobre jornalista 'esqueceu' no entanto,
de falar a mais pura e cristalina verdade: A Folha de Otavinho é tão golpista
quanto a Folha do pai, Otávio Frias, que cedeu carros da redação para
transportar presos políticos nos tempos obtusos da ditadura militar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário