FHC pede
dialogo com Lula para conter crise
O golpe de 2016, articulado pelo
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fracassou.
O plano inicial previa a derrubada de
Dilma Rousseff, o impedimento preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e a eventual cassação do registro do PT. Paralelamente, Michel Temer
implantaria a chamada “Ponte para o futuro”, a confiança retornaria e, em 2018,
um tucano seria eleito para a presidência da República.
Oito meses depois do golpe, Lula lidera
as pesquisas Datafolha e três presidenciáveis tucanos estão implicados na Lava-Jato:
José Serra por receber R$ 23 milhões na Suíça, Geraldo Alckmin acusado de
ganhar R$ 2 milhões por meio do cunhado e Aécio Neves suspeito de ter despesas
pessoais bancadas por marqueteiro.
Além disso, a “pinguela” Michel Temer
fracassou. A economia brasileira foi ao fundo do poço, em razão do golpe, a
imagem do Brasil, cujas elites sabotaram a democracia, foi arruinada.
É nesse contexto que FHC prepara uma
guinada. Em entrevista à colunista Sonia Racy, ele sinalizou a intenção de
dialogar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois de dizer que a crise atual no
Brasil é mais grave do que a de 1964, ele defendeu o entendimento. “É preciso
que pessoas de posições diferentes conversem e retorne o bom senso. Mas quando
falo em diálogo não é entre os que se entendem. É com os que não querem o
diálogo”.
FHC, na realidade, nunca quis o diálogo,
enquanto imaginou que o golpe seria um projeto bem-sucedido. Agora que o
fracasso é evidente, ele muda de postura. De todo modo, sua posição converge
com a do ex-presidente Lula, que recentemente falou à TV turca e pregou o
entendimento.
“Eu acho que a melhor solução agora é os
partidos políticos discutirem uma PEC, uma emenda constitucional e recuperar o
direito do povo escolher o seu presidente da República outra vez pelo voto
direto”, disse Lula, defendendo o diálogo entre os
partidos.
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