As autoridades norte-coreanas veem no
envio do grupo aeronaval de ataque à península da Coreia uma provocação e estão
prontas para tomar medidas de resposta.
Na declaração do representante da
chancelaria da Coreia do Norte foi destacado que a movimentação do grupo
aeronaval americano prova as intenções agressivas de Washington e Pyongyang
está pronta para aceitar este desafio.
"A República Popular Democrática da
Coreia está pronta para reagir a qualquer forma de guerra desejada pelos
EUA", acrescentou o porta-voz da chancelaria norte-coreana.
A reação da Coreia do Norte apareceu
logo depois de ter sido divulgada a notícia de que grupo de navios, liderado
pelo porta-aviões USS Carl Vinson, iria para a proximidade das costas da
península da Coreia. Do grupo também fazem parte o cruzador USS Lake Champlain,
com mísseis capazes de interceptar mísseis balísticos, e os destroieres USS
Wayne E. Meyer e USS Michael Murphy, equipados com sistemas antimísseis Aegis.
Em
busca da ameaça nuclear
Em 9 de abril, a agência Reuters
informou que o grupo de ataque da Marinha dos EUA zarpará para a parte
ocidental do oceano Pacífico, mais tarde se tornou público que o grupo
aeronaval largou de Singapura, mas não se dirigiu para a Austrália, como estava
planejado, rumando para norte.
Washington explicou isso com a
preocupação pela ameaça nuclear e pelo crescente potencial militar de
Pyongyang. Rex Tillerson, secretário de Estado dos EUA, assegurou que
Washington não planeja derrubar o regime de Kim Jong-un – o que interessa à
Casa Branca é a desnuclearização da península da Coreia. De acordo com
Tillerson, o programa nuclear da Coreia do Norte "causa preocupações
sérias" e Washington "deu a conhecer muito claramente ao regime de
Pyongyang que quer o término deste programa".
Coreia
do Norte promete 'ataque cruel' se for provocada pelos EUA
Para alcançar seu objetivo de pôr fim ao
programa nuclear de Pyongyang, os EUA apostam nas autoridades chinesas que, do
ponto de vista deles, pode influenciar Kim Jong-un.
O mundo político viu no bombardeio da
base Síria de Shayrat a tentativa de enviar um sinal à China e demonstrar seu
poder e influência não apenas no Oriente Médio, mas também na região coreana.
Os mísseis foram lançados exatamente na hora do almoço de Xi Jinping com Trump.
O próprio Tillerson confirmou que o
ataque contra Shayrat tem que ser um exemplo para os dois regimes agressivos,
mencionando a Coreia do Norte.
“Mas mesmo se descartarmos toda a
teatralidade deste cenário, as negociações sobre o programa nuclear da Coreia
do Norte se tornaram uma parte importante da cúpula sino-americana”, escreve
Vladimir Ardaev, observador da Sputnik.
Segundo Tillerson, Xi Jinping
"concordou que a situação atingiu um novo nível de ameaça" e declarou
que "gostaria de apoiar as tentativas para influenciar Pyongyang com o
objetivo de mudar sua posição em relação às armas nucleares".
Seul
em confusão
A reação da Coreia do Sul revela que o
país tem sentimentos dúbios. O país está dividido entre dois pontos de vista
diferentes.
"O posicionamento do grupo
aeronaval mostra uma atitude séria dos EUA perante a situação na península da
Coreia e se destina ao reforço da capacidade de defesa", disse na
segunda-feira (10) Mun San-gyun, representante do Ministério da Segurança
Nacional da Coreia do Sul.
Mun San-gyun também admite que o Norte
possa fazer alguma coisa inesperada por ocasião do aniversário de Kim Il-sung,
celebrado em 15 de abril.
Hon Yon-phyo, ministro para Assuntos de
Reunificação da Coreia do Sul, falou com cuidado sobre o ataque preventivo dos
EUA, pressupondo que este é destinado à regulação do problema da Coreia do
Norte, mas para o Sul é também muito importante em termos de segurança
nacional.
A situação política interna na Coreia do
Sul, devido ao último escândalo com a presidente que levou ao seu impeachment,
fez com que o Partido Conservador perdesse a popularidade e o atual favorito
Moon Jae-in, que é contra a implementação do THAAD no país, é partidário firme
do diálogo com o Norte e a China. A vitória das forças liberais na Coreia do
Sul pode pôr fim aos planos ambiciosos de Washington.
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