Não se pode
confiar na mão invisível do mercado
Em carta enviada
ao presidente ilegítimo Michel Temer, na qual recusa um convite para visitar o
Brasil, o papa Francisco disse que acompanha com atenção os acontecimentos no
país.
Ele declarou que se preocupa com os mais
pobres, que são os que mais sofrem com a crise brasileira.
O pontífice defendeu ainda que "não
podemos confiar mais nas forças cegas e na mão invisível do mercado".
O presidente ilegítimo Michel Temer
enviou, no final de 2016, um convite ao papa Francisco para visitar o Brasil
para as celebrações dos 300 anos da aparição da Nossa Senhora Aparecida,
comemorados este ano. Em resposta por carta, o pontífice disse que não poderá
comparecer por motivos de agenda, mas externou seu interesse no que ocorre no
país.
“Sei bem que a crise que o país enfrenta
não é de simples solução, uma vez que tem raízes sócio-político-econômicas, e
não corresponde à Igreja nem ao Papa dar uma receita concreta para resolver
algo tão complexo”, disse o papa, de acordo com trecho de sua carta publicado
no blog do jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews.
O papa cobrou de Temer atenção especial
à população mais pobre. “Porém não posso deixar de pensar em tantas pessoas,
sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e
costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas
soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera
meramente financeira”, acrescentou.
Em setembro, na inauguração de uma
imagem de Nossa Senhora Aparecida no Vaticano, o pontífice já havia dito que o
Brasil passava por um "momento triste".
Um mês antes, Francisco enviara uma
carta não oficial em apoio à presidenta eleita Dilma Rousseff, que na época ainda
não tinha sofrido o impeachment. O papa, contudo, evitou se posicionar
publicamente sobre a crise política enfrentada pelo país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário