domingo, 11 de junho de 2017

TEMER APODRECE E A MOSCA AZUL POUSA EM RODRIGO MAIA

Temer apodrece e a mosca azul pousa em Rodrigo Maia

FERNANDO BRITO

Quando os mansos começam a rosnar, é sinal que vai haver disputa pela chefia da alcatéia que o lobo decadente já não pode liderar.

A nota da coluna de Lauro Jardim, hoje, dando conta de que Rodrigo Maia se irritou com Michel Temer por não ter sido consultado na escolha do novo presidente do BNDES e do Ministro da Justiça, Torquato Jardim é sinal de que os apetites do antes incondicional pupilo estão crescendo.

As chances de uma nulidade como Rodrigo Maia tornar-se Presidente da República pelo voto são, óbvio, absolutamente nulas.

Mas, pela cabeça de menino bafejado pelas heranças políticas de que sempre foi beneficiário, a hipótese de herdar o cargo com a saída cada vez mais provável de Temer já entrou pelas portas abertas da ambição sem mérito e agora pulsa, indócil.

Imagine, assumir o cargo e promover o desmonte dos direitos trabalhistas e previdenciários, que, como a Globo mostrou ontem, são tudo o que o empresariado e o mercado financeiro querem do governo?

Rodrigo Maia, o homem que conseguiu fazer o que Temer não conseguiu fazer, o homem que garantiu a manutenção da equipe econômica dos sonhos (deles, claro) não se habilitaria a ser um candidato palatável para uma direita que não tem coisa alguma senão um indesejável Jair Bolsonaro e um tucanato arrasado, onde restam Geraldinho e Joãozinho que não decolam?

Mesmo que não consiga consumar as reformas, já marcou, diante do mercado, que as manterá vivas, à espera de que a situação permita avançar com elas…

E, ainda que não seja candidato ou “reformador”, não ganha um cacife para influir num futuro governo, seja de quem for?

Desde a conversa, semana passada, sobre um suposto apoio da esquerda a seu nome numa eleição indireta, ele vai deixando claras suas pretensões.

 Não é por falta de apetite que Rodrigo Maia engordou também na política.

Deve cuidar, porém, do que diz Machado de Assis, o criador da imagem da mosca azul, ter acontecido ao homem que a empalmou: “Dizem que ensandeceu e que não sabe como/Perdeu a sua mosca azul”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário