A
GLOBO E O FICA TEMER
Sebastião Costa*
Quem estreou a brilhante
carreira golpista do Sistema Globo foram as ondas curtas, médias e longas da
rádio Globo na transferência de Getúlio Vargas da vida para a história.
Nos obstáculos de JK para
assumir a presidência, as impressões digitais dos Marinho também estiveram
presentes.
E na derrubada do governo
constituído de Jango, o cidadão Kane, ops! Roberto Marinho, escreveu do próprio
punho, editorial comemorando a chegada das trevas ditatoriais do regime
militar.
Numa noite de autógrafos do
livro biográfico Roberto&Lily, a plateia muito seleta ouviu a sinceridade
da viúva, Lily Marinho: O Roberto colocou ele lá (Collor na presidência) e o
tirou".
Algum cidadão brasileiro
gozando da plenitude de suas faculdades mentais, com uma fagulha de
discernimento, duvida da participação do Sistema Globo no golpe que derrubou
Dilma Rousseff?
Pois não é que agora, a
própria Globo quis derrubar o próprio Temer que ela mesma botou lá!
Claro que nessa história toda
existe por aí a questão da ideologia.
Não se pode deixar de enxergar que, Getúlio
(suicidou-se antes do golpe), Jango e Dilma foram destituídos nesse corredor.
Mas, e Collor e Temer, “direitizados” feito o Sistema?
O narcisismo escancarado que
só permitia intimidade com o seu fotógrafo (não dava muita bola para os barões
da mídia); a reprodução de um jardim da mansão dos Marinho na casa da Dinda, e
problemas alfandegários com uma jornalista da Globo, irritaram o todo poderoso
presidente das organizações Globo. Aí não deu outra: o "caçador de
marajás" retornou a sua insignificância de político alagoano.
Mas com Temer o buraco é mais
embaixo, quer dizer, no bolso.
A monstruosa dívida da Rede
Globo com o BNDES, que, segundo o jornalista Luiz Nassif já foi rolada uma vez
e agora falta patrimônio pra rolar novamente. E o que se sabe é que a turma de
Temer no banco não deu a menor bola para as agruras dos Marinho.
Ponha ainda nessa conta, os
dribles de 600 milhões de reais que o Sistema aplicou na Receita Federal com a
transmissão da Copa de 2002.
Fale-se também da história do
FBI e do MP espanhol que anda nos encalços da FIFA de Ricardo Teixeira.
Considerando as muitas esquisitices (bota esquisitice nisso!) do contrato da
Globo para transmissão da Copa do Brasil. Se pegar um, pega os outros três.
Isso posto, há de se convir
que a Globo não é boba e precisava se respaldar. Afinal, nos próximos capítulos
da novela são estratégicos para as Organizações Globo, o Ministério da Justiça,
a PGR e o BNDES.
Paulo Tonet, representante da
Rede Globo, entabulou muitas conversas reservadas com o sucessor natural de
Temer.
Na dobradinha com Rodrigo
Janot, jogou-se muita ficha na eleição de Nicolao Dino como seu sucessor.
Perdeu feio!
O JN e todas as publicações
da rede bateram (e continuam batendo) sem piedade no governo. E no massacre do
tudo ou nada contra o presidente (?) Temer, o que se viu foi que, finalmente, o
Sistema Globo, pela primeira vez, perdeu a parada na tentativa de um golpe.
Mas, quem seria menos
maléfico para o Brasil? O presidente da República ou o presidente da Câmara?
No quesito ética,
extraindo-se a pancadaria global, os dois caminham lado a lado.
O partido do presidente da
Câmara, o DEM, tem pedigree fincado na direita reacionária da velha UDN,
guerreira de tantos golpes.
Vamos colocar ainda nessa
conta, que um golpe em cima de outro iria arremessar nosso país ao mais elevado
pódio no quesito república bananeira da América Latina, num continente que já
carrega no peito a medalha de ouro na modalidade golpe de Estado.
E considerando que a Globo
não é flor que se cheire, que fique o odor repulsivo do governo Temer.
*Médico
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