sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Temer abre gabinete e o cofre


Temer abre gabinete e o cofre

Presidente começou a receber “romaria” de deputados para pedir votos contra denúncia

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Discurso. Temer tenta convencer deputados a votar contra denúncia desqualificando as acusações
PUBLICADO EM 28/09/17 - 03h00
BRASÍLIA. Mesmo antes de ser notificado sobre a nova denúncia contra ele, o presidente Michel Temer iniciou estratégia de abrir o gabinete presidencial para receber integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Temer também já abriu a porta do cofre das emendas parlamentares.
Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, o governo acelerou o empenho de emendas em setembro, mês em que a denúncia por obstrução de Justiça e organização criminosa foi apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR): foram empenhados R$ 800,6 milhões nos primeiros 22 dias do mês. Numa comparação com os demais meses do ano, é o terceiro maior valor, só perdendo para junho e julho, quando tramitou na Câmara a primeira denúncia contra Temer. Na ocasião, foram empenhados R$ 2 bilhões e R$ 2,2 bilhões respectivamente.
Secretário geral da ONG, Gil Castello Branco diz que os dados demonstram que “a máquina de empenho e pagamento de emendas está sendo reaquecida”. “As emendas são impositivas, mas a liberação é feita de forma estratégica”, complementa. O ministro Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo, afirma que os empenhos não têm relação com a votação na Câmara, mas com “a capacidade dos deputados de conseguir, nos órgãos setoriais, o compromisso de que suas emendas serão pagas”.
Convencimento. Enquanto libera dinheiro de um lado, de outro Temer usa todo seu poder pessoal de convencimento para conseguir os votos necessários para barrar a denúncia. Na terça-feira (26), ele se reuniu em audiências separadas com os deputados federais Gorete Pereira (PR-CE), Luiz Fernando Faria (PP-MG), Bilac Pinto (PR-MG) e Paulo Maluf (PP-SP). O último foi condenado por lavagem de dinheiro e recorre no Supremo Tribunal Federal (STF).
Os quatro se posicionaram para que a denúncia fosse barrada e são considerados parlamentares com influência em suas respectivas bancadas. Na quarta (27), Temer fez audiências reservadas com Milton Monti (PR-SP) e com a bancada federal do Podemos – que tem três nomes na CCJ.
A ideia é que a romaria continue até a votação final em plenário e se estenda aos parlamentares indecisos. A meta do presidente é conseguir pelo menos 43 votos contra a denúncia na CCJ, número maior que o alcançado no relatório anterior (41).
O Palácio do Planalto também começou a fazer um mapa dos cargos de segundo e terceiro escalões que poderão ser realocados em busca de votos favoráveis ao presidente.
Além disso, o governo deve fazer um novo gesto para a bancada ruralista do Congresso. O Planalto assumiu compromisso com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) de editar uma nova medida provisória prorrogando até 30 de novembro o prazo de adesão dos produtores ao programa de regularização das dívidas referentes ao Funrural.
Certeza
Maluf. Após a reunião com Temer, Paulo Maluf, um dos principais nomes do PP na CCJ, disse que tem “101% de certeza” de que o presidente é honesto. “Ele é correto, decente e honesto”, disse Maluf.

Fonte: O Tempo

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