O “gato” Dória já enterrou a ração para pobre
No noticiário de hoje na internet já se vê que o destino da “ração para pobre” , apresentada semana passada pelo prefeito marqueteiro João Doria como “um produto abençoado” e que se iria ” oferecer às pessoas que têm fome. Em São Paulo inicialmente, e depois em todo o Brasil”.
É o daquelas coisas que os gatos produzem e, rapidamente, cuidam de enterrar.
A Secretária Municipal de Direito Humanos, Eloísa Arruda, afirmou que o objetivo do granulado é combater o desperdício e servir como suplemento nutricional, que não substitui o alimento in natura”.
Não vai ser uma coisa nem outra, simplesmente porque não existe além da “amostra grátis”. Não tem fábrica, nem fórmula, nem registro, nem inspeção sanitária.
Como também não temos imprensa, ninguém foi lá ver onde se fez o “Doria Kanin” que o prefeito distribuiu.
É um factóide e, quem sabe, a possibilidade de montar um bom negócio com isenções a empresas.
Só serviu, mesmo, para criar mais problemas com a reciclagem de alimentos, que é uma questão séria, embora não seja solução para o problema social da fome.
Mas pode ser importante para compostagem, produção de energia em biodigestores. Eu mesmo conheci um projeto das antigas Casas Sendas (hoje, Extra), onde a “xepa” de verduras e legumes recolhida diariamente dos mercados era usada na suinocultura, processada com gás vindo de biodigestores alimentados pelos dejetos da própria criação.
Não é algo para ser feito na marquetagem, mas com alto rigor científico quando for com finalidade alimentar, porque até na nutrição animal pode causar problemas. O mais famoso deles, o “mal da vaca louca” (encefalopatia espongiforme bovina) provinha do uso de farinha de ossos e de carne na produção de rações para rebanhos.
João Dória é isso, o que minha avó chamaria de “tomar o gato por lebre” que, curiosamente, vem também da fome na guerra, quando os espertos davam um banho com temperos na carne de gatos para que perdesse o cheiro e pudesse ser vendida como de lebre, aos incautos.
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