domingo, 19 de novembro de 2017

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Os “ianques” estão chegando.
O ilegítimo Temer está cumprindo com os seus acordos que garantiram o golpe no Brasil. O exército dos EUA já está se deslocando para nosso país e vai ocupar terreno para participar de uma farsa que intitularam “exercícios militares” na Amazônia. Isso mesmo, na Amazônia!
Estão participando do arremedo de “manobras” os países mais capachos dos estadunidenses: Peru, Colômbia e Brasil. Com tropas do Tio Sam comandando tudo, certamente não é mais do que um arremedo de exercício que, no fundo, tenta intimidar a Venezuela.
Segundo informações, será instalada uma Base Logística Multinacional em Tabatinga (AM) que segue os padrões e organização ditados pela OTAN. E vale ressaltar que Tabatinga é uma cidade com pouco mais de 62 mil habitantes. Se considerarmos que estarão presentes também tropas de Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, República Dominicana, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, San Cristóbal e Neves, Suriname, San Vicente e Granadinas e Trinidad e Tabago, vamos ter mais “fardados comandados pelos ianques” do que moradores locais.
Só para lembrar, em junho passado os EUA também realizaram “exercícios militares” na fronteira com a Venezuela e participaram 17 nações capachos.
Quem manda na informação que recebemos? A revista Carta Capital trouxe um interessante levantamento feito pelas ONGs Repórteres Sem Fronteiras e Intervozes. Com o resultado do levantamento vamos entender o total domínio de poucos grandes na comunicação do país. Feita uma comparação, uma espécie de “ranking” de risco à pluralidade, o Brasil ficou em último!
Já sabíamos disso, mas agora ficou comprovado: cinco famílias controlam metade dos 50 veículos de comunicação com maior audiência no Brasil. A conclusão é da pesquisa Monitoramento da Propriedade da Mídia (Media Ownership Monitor ou MOM), financiada pelo governo da Alemanha e realizada em conjunto pela ONG brasileira Intervozes e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), baseada na França.
A pesquisa acompanha um ranking de Risco à Pluralidade da Mídia, elaborado pela Repórteres Sem Fronteiras, no qual o Brasil ocupa o 11º e último lugar. Nos dez indicadores do ranking, o País apresenta risco “alto” em seis deles, como concentração de audiência e salvaguardas regulatórias.
No caso do Brasil, o levantamento listou os 50 veículos de mídia com maior audiência e constatou que 26 deles são controlados por apenas cinco famílias. O maior é o Grupo Globo, da família Marinho, que detém nove desses 50 maiores veículos.
Além da rede Globo, líder de audiência na tevê aberta, o grupo tem presenças relevantes na tevê a cabo (com a GloboNews e outros 30 canais); no rádio, com a CBN e a Rádio Globo; e na mídia impressa, com títulos como os jornais O Globo, Extra, Valor Econômico e a revista Época.
Segundo a pesquisa, o grupo Globo alcança sozinho uma audiência maior do que as audiências somadas do 2º, 3º, 4º e 5º maiores grupos brasileiros. (Leia adiante “O domínio mundial da informação 1 e 2”)
“O dia que durou 21 anos”. Para quem não viu o filme, fica a nossa recomendação. Para que já viu, cremos que os 21 anos estão de volta, talvez mais terríveis!
O que temos visto nesses anos de “governo Temer” é assustador e talvez pior do que o que vivemos nas épocas mais duras do regime militar. O uso indiscriminado da violência e até armas de fogo contra manifestantes; a morte e a violência avançando no campo; um “legislativo” totalmente submisso e cúmplice e; um “judiciário” comprado e totalmente comprometido com os poderosos que montaram esse golpe.
Quem luta contra o poder instituído e tem coragem de denunciar vai ser morto, com certeza. Dados do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos apontam que 62 pessoas que atuavam na defesa desses direitos foram assassinadas em 2017 no Brasil, número próximo dos dados contabilizados durante todo ano de 2016: 66 mortes. Tudo depois do golpe contra Dilma Rousseff.
Matéria em Carta Capital mostra que “outra constatação preocupante é a participação direta de agentes do Estado em ações violentas, massacres e chacinas. São muitos os exemplos ocorridos em 2017 que vitimaram trabalhadores rurais e indígenas: Chacina do Pau D’Arco/PA, Massacre de Colniza/MT e o ataque ao Povo Gamela/MA. Estes fatos levaram entidades a denunciar o Brasil em organismos internacionais como ONU e OEA”.
Sim, em apenas dois anos regredimos meio século! A modificação no Código Penal Militar por meio da Lei 13.491/2017, determinada pelo ilegítimo, é um exemplo claro dessa movimentação. A norma possibilita que crimes cometidos por militares contra civis sejam julgados pela “justiça militar”. Bonitinho, não é?
E voltamos à escravidão. O avanço das forças mais conservadoras parece não ter limites no momento. O Decreto de um “ministro” do governo ilegítimo está acabando com a luta contra o trabalho escravo no Brasil.
O poder da bancada ruralista, mais uma vez, ficou demonstrado nesse golpe montado por Temer.
Quem eles acham que enganam? Assinar um decreto amenizando o combate ao trabalho escravo tinha uma finalidade bem clara: conseguir o apoio da bancada ruralista na Câmara dos Deputados (que está se tornando um prostíbulo de alto nível) para garantir os 251 votos que salvaram o golpista de mais um processo.
Número de trabalhadores sem ocupação cresceu. O número de desocupados registrado em julho, agosto e setembro teve alta de 7,8% em relação ao mesmo trimestre de 2016, o que significa mais 939 mil pessoas sem ocupação. Na comparação com o trimestre finalizado em junho de 2017, houve redução de 3,9% – menos 524 mil pessoas.
A taxa de desocupação fechou o trimestre encerrado em setembro deste ano em 12,4%, com recuo de 0,6 ponto percentual em relação ao finalizado em junho. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE. Atualmente, 13 milhões de pessoas estão desempregadas, segundo a pesquisa.
O alvo agora são os servidores federais. Servidor federal mais arrochado neste final de ano. O governo editou e mandou publicar em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), desta segunda-feira (30), a Medida Provisória (MP) 805/17, que posterga ou cancela aumentos remuneratórios para os exercícios subsequentes, altera a Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o Regime Jurídico Único dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, e a Lei 10.887, de 18 de junho de 2004, quanto à alíquota da contribuição social do servidor público, entre outras questões.
Assim, os reajustes salariais de quase 30 carreiras exclusivas de Estado serão adiados de 2018 para 2019.
As duas medidas visam, segundo o governo, ao ajuste fiscal, na tentativa de diminuir o “rombo nas contas públicas” para o ano que vem. Sobre correções salariais suspensas, sete grupos serão os mais afetados: 1) docentes; 2) Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal; 3) carreiras jurídicas (vinculadas ao Executivo); 4) área de gestão (Banco Central, CVM, Susep, Ipea e IBGE); 5) auditores da Receita Federal e do Trabalho, e peritos do INSS; 6) diplomatas; e 7) policiais militares e civis dos ex-territórios.
A MP, que vai ser encaminhada nesta terça-feira (31) para apreciação do Congresso Nacional, adia o aumento do salário de servidores públicos por um ano e ainda aumenta a alíquota previdenciária do funcionalismo, dos atuais 11% para 14% sobre a parcela do salário que exceder R$ 5.531,31 (teto que é pago pelo Regime Geral, a cargo do INSS).
A suspensão dos reajustes ou aumentos tem efeito imediato, enquanto o desconto para a Previdência começará a valer em fevereiro de 2018.
Milagro Sala está internada em um hospital. O governo neoliberal de Mauricio Macri não chegou à Argentina para brincadeiras. Chegou para arrasar com o movimento social do país, criminalizar as resistências e silenciar qualquer forma de organização popular.
Depois do assassinato de Santiago Maldonado, continuam com o tratamento cruel contra Milagro Sala, liderança indígena e deputada eleita para o Parlasul apoiada pelo movimento Tupac Amaru, onde é também uma dirigente.
Ela foi internada durante esta semana em um hospital de San Salvador, em Jujuy, para “avaliações médicas”. Foi a primeira prisão do governo Macri, menos de um mês depois de sua posse! Milagro foi presa no dia 16 de janeiro de 2016, em sua casa, depois de uma operação policial que contou com mais de 40 oficiais.
Ex-guerrilheiro será candidato à presidência da Colômbia. O partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) anunciou na quarta-feira (01) a candidatura de seu principal líder, Rodrigo Londoño Echeverri, às eleições presidenciais da Colômbia em 2018.
O anúncio foi feito pelo número dois da antiga guerrilha – as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo –, Iván Márquez, em entrevista coletiva em Bogotá. Ele ressaltou que o partido entrou “totalmente na disputa política de 2018 com candidatos próprios para a presidência e para o Congresso da República”.
Echeverri, conhecido como Timochenko, é presidente do partido criado em setembro na sequência da entrega completa de armas dos ex-guerrilheiros das FARC-EP às Nações Unidas. Echeverri foi o último comandante dos guerrilheiros e participou de forma ativa das negociações para pôr fim aos cerca de 50 anos de conflito no país.
Mais uma vez, ONU aprova o fim do embargo contra Cuba. Mas, certamente, os EUA continuarão desprezando solenemente as decisões da ONU.
Desde 1992, a cada ano, a Assembleia Geral da entidade aprova medidas contra o embargo comercial imposto pelos EUA contra Cuba. A cada ano, desde 1992, Washington responde com silêncio e total desprezo. Desta vez a resolução foi aprovada com 191 votos dos estados membros e apenas dois votos contrários: EUA e Israel! Sem surpresas, é claro! Não houve abstenção.
Curiosamente, em 2016 houve um acordo entre o governo estadunidense e os israelenses e não votaram contra a resolução, apenas se abstiveram. Mas agora, com o truculento Trump, resolveram apostar em contradizer a ONU e votaram contra a resolução. A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, usou a palavra durante a Assembleia para defender o voto contrário ao fim do embargo e se referiu à votação da Assembleia como um “teatro político”, mostrando toda o desprezo de Washington pelas deliberações do organismo.
O sindicalismo na encruzilhada! (11) (Ernesto Germano Parés)
No artigo anterior estávamos falando dos efeitos do desenvolvimento tecnológico no mercado de trabalho. Vamos ver alguns detalhes a mais.
3 - Tecnologia e emprego: a divisão do mundo segundo as “novas tecnologias” torna-se o referencial para a antiga divisão mundial da força de trabalho (ou dos mercados, como preferirem).
Estamos aqui nos referindo às teses que dividem o planeta de acordo com a utilização da tecnologia e através das quais um novo mapa mundial foi criado, diferenciando as nações por três características básicas.
O estudo apresentado pelo professor Jeffrey Sachs, da Universidade de Havard, divide a população global de acordo com as características básicas e conclui que: 1 – um pequeno grupo de países, onde reside cerca de 15% da população global, é responsável por praticamente todas as inovações tecnológicas em aplicação no mundo moderno; 2 – um grupo maior de países, onde julga viver cerca de metade da população do planeta, é considerado como receptores tecnológicos, isto é, sua população está apta a utilizar as inovações, tanto na área da produção como na de consumo; 3 – o restante dos países, onde vive mais de 1/3 da população mundial, está classificado como excluídos tecnológicos, pois são incapazes tanto de desenvolver tecnologias como de receber e aplicar tecnologias externas.
Porém, ao item “c”, nós consideramos que deveria ser complementado: apesar de que suas sociedades são, permanentemente, influenciadas por essas tecnologias.
É importante destacar, de acordo com o estudo do professor Sachs, que o Brasil estaria dividido em duas áreas: de um lado, a região que vai do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro e é classificada como receptora de inovações tecnológicas, enquanto todo o restante do país cai no grupo dos excluídos. Em outras palavras: as regiões que estão já inseridas no grande mercado global estão incluídas como “de tecnologia”, enquanto o campo permanece fora desse mapa.
“Poderíamos até afirmar que o toyotismo é um fordismo adequado à era das ‘novas máquinas’, da automação flexível que constitui uma nova base técnica para o sistema do capital ...”  (Prof. Giovanni Alves – UNESP – “Sobre o toyotismo”).
Mas concordamos com a afirmação de Marta Harnecker ao afirmar que “O futuro do emprego depende mais das políticas neoliberais que se implementam do que dos efeitos da revolução tecnológica – cujas potencialidades bem dirigidas poderão conduzir a uma sociedade prospera.”
4 – Tecnologia e meio ambiente: a introdução das novas tecnologias nem sempre acompanham as realidades (geográficas, climáticas, etc.) do país onde ocorre.
Veja-se, por exemplo, o caso da biotecnologia e dos cultivos transgênicos. Não há um estudo sobre os impactos ambientais e culturais da introdução de tais produtos em regiões tão diversas do planeta. No caso do México, por exemplo, o milho transgênico introduzido por grandes empresas multinacionais já fugiu do controle, contaminando culturas tradicionais dos povos originários e, recentemente, vimos na imprensa a notícia de que o milho geneticamente modificado havia sido encontrado em regiões onde não fora plantado.
E nem estamos aqui falando, ainda, dos efeitos da cultura de transgênicos no restante da natureza, seus efeitos sobre o solo, as águas, etc.
C - Consequências da redução do Estado.
A política neoliberal de redução da participação do Estado gera, de forma imediata e direta, dois problemas para os trabalhadores e para o movimento sindical: as privatizações e a redução dos serviços do setor público.
As privatizações promovidas trazem duas consequências imediatas para os trabalhadores (redução do emprego e perda de direitos anteriores) e uma de grande significado social (os aumentos das tarifas públicas). No caso da redução dos serviços públicos os efeitos são ainda mais sentidos pela sociedade – queda na qualidade dos serviços e exclusão de uma parcela da população dos atendimentos essenciais – e também pelos trabalhadores, através do desemprego no setor e arrocho/contenção nos salários.
D - Individualização da Relação.
Preocupadas com a manutenção da imagem externa, fator novo e muito buscado atualmente, e com a redução do papel do sindicato no processo negocial, as empresas estão buscando “envolver” mais o trabalhador, como indivíduo e não como categoria, em sua gestão.
De forma diferenciada, as empresas procuram afastar o trabalhador da influência dos sindicatos e aproximá-los do que chamam a imagem da empresa. O discurso de “vestir a camisa” é cada vez mais usado com este objetivo e os mecanismos utilizados são muitos, indo desde os conhecidos Círculos de Controle de Qualidade até as novas políticas de Gestão de Recursos Humanos, fazendo o trabalhador acreditar que realmente está tendo influência na política da empresa. Como já comentamos anteriormente, a nova “política gerencial” passou a chamar empregados de “colaborador”! O termo trabalhador ou funcionário raramente é usado nas grandes empresas modernas. Todos são “colaboradores”.
Esta prática já é usada há tempos junto aos membros das CIPAs, envolvendo-os com os discursos dos gerentes, mas vem se aprofundando com constantes seminários e outros eventos que sempre resultam em Planos e Projetos que atendem mais aos interesses externos da empresa do que aos reais interesses de condições de trabalho dos funcionários.
(Este artigo continua)
O domínio mundial da informação (1). Em 1999, na Inglaterra, foi lançado o livro “Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultural” da jornalista e pesquisadora Frances Stonor Saunders. Só tomei conhecimento do trabalho em 2001 ou 2002 e consegui resumo do texto, em inglês. Só mais tarde consegui o livro.
Não vou me alongar na parte do livro onde ela prova, com vários documentos, a ligação de FHC com a CIA e como foi realizada a “guerra cultural” no Brasil. Apenas vou registrar que o livro comprova que o “príncipe dos sociólogos” gastou nada menos do que 145 mil dólares da Agência estadunidense para se garantir o poder e garantir sua política!
Mas, pasmem, esta não é a parte mais importante do livro. O importante é que ela traça toda a história, a partir de 1947, quando a CIA recebia rios de dólares para criar uma dominação cultural que fizesse frente ao avanço do socialismo e à propaganda da União Soviética.
Literatura, música, artes plásticas, arquitetura, danças clássicas, tudo era divulgado como “a liberdade da sociedade ocidental”. Grandes escritores da época passaram a receber “mesadas” e “financiamentos” da CIA para publicarem obras que enaltecessem o amor aos EUA e à “cultura ocidental”.
O livro vai de surpresa em surpresa e é muito esclarecedor. Não vamos alongar muito essa parte de como centenas de conhecidos escritores, atores e artistas serviram para o que Stonor Saunders chama de “Guerra Fria Cultural”.
O domínio mundial da informação (2). Hoje vivemos sob o domínio de uma imensa rede mundial de instituições que dominam toda a imprensa, televisão, cinema, veículos digitais e fontes de tecnologia. Ou seja, um imenso complexo mundial da informação ou complexo mundial cultural. Tudo se tornou mercadoria nesse mundo neoliberal. E toda essa “cultura” está a serviço do sistema, defende o sistema, enaltece o sistema e está umbilicalmente vinculado ao conhecido complexo industrial militar.
Não é difícil constatar a imensa quantidade de livros, filmes, games e páginas na Internet promovendo a violência, guerra, etc.
No momento, o que nos interessa é demonstrar como esse domínio mundial da informação nos atinge. E, para isso, é importante saber que praticamente todas as informações, notícias e “novidades” nascem e são criadas em algumas poucas agências internacionais que se encarregam de criar a “curiosidade e o modismo” de programas absolutamente alienantes, sem conteúdo cultural.
Então, vejamos. Quem manda em tudo, como dizíamos, são as poucas agências. Em primeiro lugar a Thomson Reuters (EUA), com atividade em 93 países; em seguida vem a Agência France Presse (França), que atua em 110 países; a terceira grande é a ANSA (Itália) com influência em 74 países. A seguir temos a United Press International (EUA) e a Press Association (Reino Unido).
Simplificando: tudo o que recebemos como notícias em nossos jornais, rádio, TV, revistas e outros meios sai dessas agências. Entenderam agora?
Francisco Franco não faria melhor (1). O “general” Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco y Bahamonde, mais conhecido como “general Franco” dominou a Espanha por praticamente 40 anos (1936 a 1975) e impôs ao país uma das mais tiranas e sanguinárias ditaduras de que temos conhecimento. Pouco antes de sua morte, para garantir que sua “obra” tivesse continuidade, restituiu o poder à Monarquia e nomeou Juan Carlos I como seu sucessor.
Só para lembrar, Juan Carlos I abdicou em nome de seu filho, Felipe IV, em 2014. A decisão foi tomada depois de vários processos contra a família real por corrupção, tráfico de influências, lavagem de dinheiro e desvios de verbas públicas. Sua filha, a “infanta” Cristina, era uma das principais acusadas em um grande esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, mas o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, “limpou” toda a sujeira e ela vive esplendorosamente com sua fortuna.
Franco, Juan Carlos, Felipe IV e Mariano Rajoy não são diferentes. Todos comandaram e comandam a Espanha com mãos de ferro, cerceando qualquer possibilidade de participação democrática. E a Espanha, como já comentamos outras vezes, segue sendo a principal aliada dos EUA na OTAN, cedendo armas, soldados e aviões para as invasões em países que desafiam Washington.
Francisco Franco não faria melhor (2). Como noticiamos nos números anteriores do Informativo, o povo da Catalunha realizou um plebiscito para decidir sobre sua separação da Espanha. Não custa lembrar que essa é uma vontade do povo catalão que vem de longe.
Já no início do século XIX a Catalunha mostrava-se uma região totalmente diferenciada da Espanha e lutava pela sua soberania. Para quem não sabe, tem idioma próprio, cultura própria, tradições e visões históricas totalmente diferenciadas da Espanha. É uma sociedade moderna, industrializada e altamente urbana. Em 1833 Carles Aribau, escritor, poeta, economista e político, publica a “Oda a la pàtria” no jornal El Vapor, um poema culto escrito em catalão, onde exalta a língua catalã e a Catalunha. É considerado o ponto de início da Renaixença (movimento que defende a separação da Espanha).
O regime de Franco agiu duramente contra o povo catalão e tentou apagar qualquer vestígio de identidade própria. As empresas catalãs foram boicotadas e toda a região entrou em recessão. Alguns resistentes conseguiram fugir para a França de onde tentavam combater a ditadura franquista e manter acesa a chama da Independência.
Francisco Franco não faria melhor (3). Enfim, em 2017 a Catalunha fez uso de um instrumento legal e convocou o plebiscito para definir sua separação. Já comentamos todas as ações de Mariano Rajoy e sua quadrilha para impedir a realização da consulta popular. Mas o fato é que o povo catalão votou e decidiu pela sua separação. Foi o suficiente para que a quadrilha de seguidores do “general” Franco agisse com violência.
O presidente eleito da Catalunha, Carles Puigdemont, foi afastado do poder e indiciado pela Procuradoria da Espanha por “rebeldia” e “sedição” por ter declarado a independência da região. Na lista de indiciados, estão também o vice-presidente afastado, Oriol Junqueras, e a presidente do Parlamento, Carme Forcadell.
Pouco depois o anúncio do indiciamento, o jornal La Vanguardia informou que Puigdemont viajou para Bruxelas, junto a outros membros do governo destituído. Ele teria viajado à Bélgica para participar de “reuniões”.
No final de semana, no entanto, o ministro belga de Asilo e Migração, Theo Francken, disse que Bruxelas poderia conceder asilo político a Puigdemont caso ele fosse julgado em condições "que disse sejam justas". Francken foi desautorizado pelo primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel.
O Parlamento catalão foi dissolvido por decreto de Rajoy e o Tribunal Constitucional da Espanha anulou todo o processo de Independência da Catalunha. As notícias mais recentes dizem que o governo espanhol solicitou a prisão de Puigdemont ao governo belga.
Mudanças no sistema financeiro mundial? Nosso Informativo já comentou sobre a política russa de comprar ouro como alternativa para uma possível crise no sistema financeiro mundial com as dificuldades do dólar e as medidas que estão sendo tomadas pelos países exportadores de petróleo que já aceitam outras moedas para suas vendas.
Agora temos a notícia que que Rússia e China estão acelerando procedimentos para criar uma alternativa ao uso de cartões internacionais que são dominados por bancos estadunidenses (Visa, MasterCard e outros). Em reuniões entre os governos, representantes russos e chineses estão avançando em uma alternativa que seria a aliança entre o cartão russo Mir e o chinês (UnionPay).
“No momento, estamos debatendo a possibilidade de vincular, de alguma maneira, o cartão Mir com as novas ferramentas de pagamentos chinesas usando um sistema conhecido como ‘cartões de marcas compartidas’”, disse Dmitri Medvédev, primeiro-ministro da Rússia.

Por outro lado, o Banco Central Europeu sinaliza a crise do euro que pode estar passando pelo que chamam de um “estágio terminal”. Especialistas na Alemanha já escrevem abertamente que o euro está condenado e com os dias contados. Uma nova crise financeira se aproxima?

Nenhum comentário:

Postar um comentário