A guilhotina virou palanque. Por Ricardo Miranda
Trecho do artigo do jornalista Ricardo Miranda, no site Os Divergentes:
Depois que helicópteros, aviões, navios e snipers se dissiparem, e a paz voltar aos céus de Porto Alegre e às águas do Guaíba, num risível esquema de segurança aéreo e naval, uma sucessão de fatos, decisões e conchavos hoje difíceis de divisar, alguns tomados entre quatro paredes, outros sob a luz do sol – e dos holofotes -, ajudarão a sustentar a candidatura que hoje se tenta impedir.
Numa eleição, então, oficialmente judicializada, a candidatura Lula terá que lidar com desafios políticos muito maiores, como a fragmentação da esquerda, a continuidade das costuras políticas com o centro, em sintonia com as alianças estaduais, e o forte apelo do antipetismo, felizmente, para ele, também pulverizado. Pelo menos até o segundo turno. Porque, se o PT não tinha de fato plano B, o outro lado tem. Não é Bolsonaro, nem Alckmin. É um jovem apresentador global.
No momento, apreciem o espetáculo da democracia, que nunca coube em gabinetes assépticos. A magistrados que o visitaram, o presidente do TRF4, Carlos Eduardo Thompson Flores, outro que fala pelos cotovelos de renda, avaliou que as manifestações de apoio a Lula perderam força. Acostumado ao ar condicionado de seu gabinete, e a satisfações apenas aos seus pares, Thompson Flores deve ter perdido há tempos o olfato das ruas.
O TRF4 afiou a guilhotina, mas virou plataforma da candidatura de Lula.
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