Após demissão da PF, Segovia vai receber mais de R$ 50 mil como adido em Roma
Demitido do cargo de diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Fernando Segovia foi premiado com o posto de adido da PF na embaixada do Brasil em Roma. Durante três anos, sua renda mensal liquida ultrapassará os R$ 51 mil, cifra equivalente a uma vez e meia o salário do presidente da República e bem acima do teto do serviço público, de R$ 33,7 mil.
Isso ocorre porque, em missão no exterior, os servidores da PF ficam em situação análoga a dos diplomatas e adidos militares e recebem contracheques com verbas chamadas de “indenizatórias”, isentas de imposto de renda. A informação foi divulgada pelo blog do Josias, no UOL.
O decreto que alçou Segovia ao posto foi publicado na última quinta-feira no Diário Oficial da União. Ele substituirá Valdson José Rabelo.
Escolhido para comandar a PF em novembro do ano passado com aval de investigados na Lava Jato, Segovia ficou apenas 99 dias no cargo. Em entrevista logo após sua posse, disse que “uma única mala” “talvez” não fosse suficiente para comprovar se os investigados cometeram crime de corrupção.
Ele se referia à mala com R$ 500 mil em dinheiro entregue em abril pelo executivo Ricardo Saud, da JBS, para o então deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-MG). Ex-assessor e homem de confiança de Temer, Rocha Loures foi preso em razão do episódio. A suspeita era de que Temer seria o destinatário final do dinheiro.
Mas o mal estar aumentou exponencialmente depois de afirmar, em entrevista à agência Reuters, não haver indícios de crime cometidos pelo presidente Michel Temer no chamado inquérito dos portos. Segovia indicou ainda que a tendência era de arquivamento da investigação contra o presidente.
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