Política
Curitiba
Ataque a tiros a acampamento pró-Lula deixa dois feridos
por Redação — publicado 28/04/2018 08h02, última modificação 28/04/2018 16h50
O ataque teria acontecido na madrugada do sábado 28. Um integrante foi hospitalizado com um tiro no pescoço
Neudicleia de Oliveira/MAB
Integrantes do acampamento realizam manifestação para denunciar ataque sofrido na madrugada
*Atualizado às 16h48, com a colaboração de René Ruschel
A advogada Márcia Koakoski, 42 anos, moradora da cidade de Xangril-lá, no Rio Grande do Sul, foi atingida por estilhaços de bala no acampamento Marisa Letícia, com o ataque a tiros praticado na madrugada do sábado 28.
"Estávamos no acampamento, quando as pessoas mais próximas da saída ouviram uns gritos sobre 'Bolsonaro presidente'. Aí o pessoal da vigilância, que não estava armado, soltou fogos de artifício para afastá-los. Nesse momento, eles disseram que voltariam e matariam a gente", conta a integrante do acampamento. A situação, segundo a advogada, teria ocorrido por volta da 1h30.
Ela conta que a vigília seguiu pela noite e ninguém mais dormiu no acampamento. "Aí mais tarde eu fui ao banheiro, que é fora do acampamento, e ouvi um misto de fogos e tiros, até que senti uma pressão muito grande no meu ombro, como se fosse um soco contundente. Coloquei a mão, vi que não tinha sangue e pensei que estava tudo bem. Esperei passar aquele momento e quando retornei, vi que estava machucada".
Márcia e os demais acampados foram tentar entender a trajetória da bala que, conforme conta, atravessou a parede de dois banheiros químicos e atingiu a saboneteira do que estava, causando um estouro e o lançamento de fragmentos sobre ela.
"Foi bem assustador, eu sobrevivi por uma questão de segundos, porque eles atiraram pra matar. Estamos aqui numa luta pacífica, pela democracia, e somos alvejados pelas mesmas pessoas que dizem estar pelos direitos dos civis. Eu nunca sofri violência, aí venho para cá participar de uma manifestação e fico na linha de tiro. Eu podia estar no lugar daquele rapaz", lamenta se referindo ao companheiro de acampamento, Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, que foi atingido por um tiro no pescoço e se encontra na UTI, em estado grave.
O caso
O acampamento Marisa Letícia, localizado no bairro Santa Cândida, em Curitiba, onde dormem integrantes da vigília Lula Livre, foi atacado a tiros por volta das quatro horas da madrugada do sábado 28. Duas pessoas foram feridas, uma delas está hospitalizada.
Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, foi prontamente encaminhado ao hospital com um tiro no pescoço. A autoria do ataque a tiros ainda não foi identificada até o momento.
Segundo informações de pessoas que estavam no acampamento havia movimentação de carros passando em frente ao local desde às duas da madrugada, gritando palavras de ordem a Jair Bolsonaro.
A advogada Márcia Koakoski, 42 anos, moradora da cidade de Xangril-lá, no Rio Grande do Sul, foi atingida por estilhaços de bala no acampamento Marisa Letícia, com o ataque a tiros praticado na madrugada do sábado 28.
"Estávamos no acampamento, quando as pessoas mais próximas da saída ouviram uns gritos sobre 'Bolsonaro presidente'. Aí o pessoal da vigilância, que não estava armado, soltou fogos de artifício para afastá-los. Nesse momento, eles disseram que voltariam e matariam a gente", conta a integrante do acampamento. A situação, segundo a advogada, teria ocorrido por volta da 1h30.
Ela conta que a vigília seguiu pela noite e ninguém mais dormiu no acampamento. "Aí mais tarde eu fui ao banheiro, que é fora do acampamento, e ouvi um misto de fogos e tiros, até que senti uma pressão muito grande no meu ombro, como se fosse um soco contundente. Coloquei a mão, vi que não tinha sangue e pensei que estava tudo bem. Esperei passar aquele momento e quando retornei, vi que estava machucada".
Márcia e os demais acampados foram tentar entender a trajetória da bala que, conforme conta, atravessou a parede de dois banheiros químicos e atingiu a saboneteira do que estava, causando um estouro e o lançamento de fragmentos sobre ela.
"Foi bem assustador, eu sobrevivi por uma questão de segundos, porque eles atiraram pra matar. Estamos aqui numa luta pacífica, pela democracia, e somos alvejados pelas mesmas pessoas que dizem estar pelos direitos dos civis. Eu nunca sofri violência, aí venho para cá participar de uma manifestação e fico na linha de tiro. Eu podia estar no lugar daquele rapaz", lamenta se referindo ao companheiro de acampamento, Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, que foi atingido por um tiro no pescoço e se encontra na UTI, em estado grave.
O caso
O acampamento Marisa Letícia, localizado no bairro Santa Cândida, em Curitiba, onde dormem integrantes da vigília Lula Livre, foi atacado a tiros por volta das quatro horas da madrugada do sábado 28. Duas pessoas foram feridas, uma delas está hospitalizada.
Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, foi prontamente encaminhado ao hospital com um tiro no pescoço. A autoria do ataque a tiros ainda não foi identificada até o momento.
Segundo informações de pessoas que estavam no acampamento havia movimentação de carros passando em frente ao local desde às duas da madrugada, gritando palavras de ordem a Jair Bolsonaro.
Leia Também:
Quem são os acampados por Lula em Curitiba?
Polícia encontra cápsulas de pistola 9mm no acampamento pró-Lula
A vigília Lula Livre soltou uma nota de repúdio contra o atentado alegando que a "tentativa de homicídio" não intimidará os manifestantes, que terão presença massiva em Curitiba neste 1 de maio, Dia do Trabalho. O movimento também fala em "crônica anunciada", devido ao fato dos integrantes já terem sido atacados na região no momento em que houve a troca de local do acampamento. Segundo o texto, as atividades do acampamento seguem normais.
Veja a nota na íntegra:
A vigília Lula Livre e as diversas organizações que a integram repudiam de forma veemente o ataque a tiros contra o acampamento Marisa Letícia, ocorrido na madrugada de hoje (28) e que resultou em duas pessoas feridas, uma delas de forma grave, com um tiro no pescoço.
A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba. Não nos intimidarão!
No fundo, é uma crônica anunciada. Desde o dia quando houve a mudança de local de acampamento (17), cumprindo demanda judicial, integrantes do movimento social haviam sido atacados na região. Desde aquele momento, a coordenação da vigília já exigia policiamento e apoio de viaturas, como foi inclusive sinalizado nos acordos para mudança no local do acampamento.
“Nós desmanchamos o acampamento cumprindo ordem oficial. Fizemos a opção de ir para um terreno e seria garantida a segurança. Agora o que cobramos da Secretaria de Segurança Pública é investigação, que identifique o atirador”, enfatiza Dr Rosinha, presidente do PT estadual e integrante da coordenação da vigília.
Seguiremos com nossas atividades, lutas, programação e debates da vigília. A cada dia vai se tornando cada vez mais impressionante como, mesmo preso, a figura do ex-presidente Lula, a força moral que ganha, as denúncias contra a injustiça de sua prisão, tudo isso causa desespero nos seus algozes.
Por isso, estamos no caminho certo e venceremos! Em repúdio contra a violência, realizamos o trancamento da rua na região e seguiremos lutando.
Convocamos a sociedade e as pessoas que prezam pela democracia, pelo livre direito à expressão, pela diversidade de vozes na política, que somem-se a nós na vigília. Não aceitaremos tentativas de retrocesso que já nos custaram muitas lutas e vidas.
Vigília Lula Livre, 28 de abril de 2018.
Munição
A Polícia do Paraná encontrou cápsulas de pistola 9mm, arma de alto poder letal, no acampamento Marisa Letícia, após ataque a tiros ocorrido na madrugada do sábado 28. Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública do Paraná, peritos da Polícia Científica, policiais militares e da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram no local. Um inquérito foi aberto para apurar o caso.
Em nota, a Secretaria coloca que as primeiras informações apontam que os disparos de arma de fogo contra o acampamento de manifestantes pró-Lula foi feito por um indivíduo a pé. Os tiros acertaram um dos acampados no pescoço Jeferson Lima de Menezes que, segundo informações da imprensa, encontra-se em estado grave na UTI. Os demais disparos acertaram um banheiro químico e os estilhaços feriram, sem gravidade, uma mulher no ombro.Munição
A Polícia do Paraná encontrou cápsulas de pistola 9mm, arma de alto poder letal, no acampamento Marisa Letícia, após ataque a tiros ocorrido na madrugada do sábado 28. Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública do Paraná, peritos da Polícia Científica, policiais militares e da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estiveram no local. Um inquérito foi aberto para apurar o caso.
Os acampados alegam que os policiais militares que estiveram no local apanharam os cartuchos de bala deflagrados, o que teria comprometido a perícia da Polícia Civil. Segundo os manifestantes, pode ser uma estratégia para esconder a possibilidade dos tiros terem vindo da arma de policiais.
Repercussão
A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, antes de embarcar para o Chile, onde participa de uma reunião com a Aliança Progressista para falar sobre o que se passa no Brasil, gravou um vídeo em solidariedade aos militantes acampados em Curitiba.
Segundo ela, a onda de violência e intolerância que se alastra pelo país é muito grave e “vem num rastro que atinge os movimentos sociais desde que o golpe do impeachment foi instaurado” Lembrou as recentes mortes da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, no Rio de Janeiro; o atentado à caravana do presidente Lula, no interior do Paraná; a violência contra os manifestantes que estavam na porta da PF no último dia 7 para receber Lula e o ataque de uma torcida organizada na semana passada a integrantes do MST. Segundo ela, se nada for feito, essa violência pode levar o País uma “situação lamentável”.
https://www.facebook.com/Lula/videos/1690550217680638/
Para ela, toda a violência foi construída nesse processo de perseguição contra o presidente Lula, contra o PT, contra os movimentos de esquerda. “A Lava Jato e o juiz Sérgio Moro, que coordena essa força tarefa, tem responsabilidade objetiva nisso. Assim como a grande mídia e a Rede Globo, que dia após dia incita o ódio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário