SOLIDARIEDADE
No acampamento Lula Livre, educação, artes e futebol em destaque
Oficina de mosaico para crianças, a diversidade musical da América Latina, a força das torcidas organizadas e um debate em defesa da educação e da democracia marcam o domingo em Curitiba
por Redação RBA, com reportagem de Cláudia Motta publicado 22/04/2018 19h11, última modificação 22/04/2018 19h41
ACAMPAMENTO LULA LIVRE
Alunos de uma escola municipal de Porto Alegre enviaram cartas e desenhos em apoio ao ex-presidente Lula
São Paulo – Se a educação, a arte e o participação popular no futebol têm espaço cada vez mais reduzido no cenário nacional, o mesmo não acontece no acampamento Lula Livre, em Curitiba. Com a praça Olga Benário tomada por pessoas que vieram em caravanas de diversos estados, o domingo (22) foi marcado por atividades artísticas e culturais que inspiraram, divertiram e reafirmaram o apoio e solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como acontece diariamente, o dia começou com o "bom dia" a Lula entoado por centenas de pessoas de todo o país que desde o último dia 7 se revezam na vigília em solidariedade. A reflexão política ficou por conta do lançamento do livro O Dezesseis – Os retirantes da Democracia, da advogada e jornalista paraibana Fabiana Agra. Na sequência, as crianças aprenderam a técnica do mosaico em EVA, uma espécie de plástico, em oficina ministrada pelo artista equatoriano Javier Guerrero Meza. Os pequenos aproveitaram o novo conhecimento para homenagear o ex-presidente.
A diversidade musical, com expressões de diversas partes do mundo, foi representada por músicos do Brasil, França e México que integram o grupo multiétnico Cao Laru, em turnê brasileira de abril a junho; pela roda de samba com Maria Navalha & Sinducatis; a música latina do grupo D´America, que há 35 anos divulga a música dos povos originários, do folclore e da cultura popular latino americana e do Caribe.
A educação, na perspectiva de formação para a democracia, esteve no centro do debate realizado à tarde pela Comissão de Assuntos Educacionais do PT. Entre educadores presentes, a professora da rede municipal de Porto Alegre que não quis se identificar por medo de perseguição pelo prefeito Marchezan Jr. (PSDB). Ela trouxe uma caixa com cartas escritas por alunos do 5º ano. “Se eu fico visada, não posso continuar atuando em defesa da democracia”, disse.
Com o lema “paz, democracia e liberdade”, representantes de torcidas organizadas de vários clubes – Corinthians, São Paulo, Atlético Paranaense, Coritiba, Paraná Clube, Bangu, Grêmio, Flamengo, Palmeiras e Tubarão, entre outros – se reuniram no acampamento para repudiar toda forma de violência envolvendo o futebol, clubes e a torcida.
No último dia 16, apoiadores de Lula foram agredidos por integrantes de uma torcida organizada do Coritiba.
Os torcedores criticaram as políticas que têm elitizado o esporte, tirando os torcedores pobres dos estádios e impedido a manifestação política durante as partidas contra o fascismo, a repressão policial, o racismo, a homofobia e o machismo dentro do futebol.
A jornada deste domingo terminou com ato religioso em celebração à vida ministrado pelo frei Ederson Queiroz.
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