quinta-feira, 19 de abril de 2018

Partidos de oposição lançam manifesto em defesa da democracia

FRENTE PROGRESSISTA

Partidos de oposição lançam manifesto em defesa da democracia

Iniciativa reúne PT, PCdoB, Psol, PDT, PSB, PCB e PCO, além das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo

Brasil de Fato | Brasília (DF)
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Frente que reúne sete partidos progressistas e organizações populares foi lançada na Câmara Federal, em Brasília / Lula Marques/PT na Câmara
Sete partidos do campo progressista lançaram, nesta quarta-feira (18), na Câmara Federal, em Brasília (DF), o “Manifesto pela democracia, a soberania nacional e os direitos do povo brasileiro”.
O documento formaliza o diálogo institucional entre PT, PCdoB, Psol, PDT, PSB, PCB e PCO para compor uma ampla rede de defesa dos valores democráticos. As Frentes Brasil Popular (FBP) e Povo sem Medo também assinam o manifesto.
A presidenta do PCdoB, Luciana Santos, explicou que os grupos buscam uma afinidade programática que possa não só retirar o país da crise generalizada, mas também resgatar direitos que estariam em xeque no atual contexto.  
Segundo ela, o lançamento é um ponto de partida para aglutinar diversos apoios. A frente pretende buscar entidades, igrejas, organizações políticas e atores do setor produtivo. “Isso aqui é um embrião para um grande entendimento, para um pacto”, completou a presidenta.    
Segundo os articuladores, a ideia do movimento é estimular um amplo debate nacional a partir de três eixos de atuação. O primeiro deles é a defesa das liberdades democráticas, dos direitos políticos e de eleições livres.
A prisão do ex-presidente Lula (PT) foi lembrada por todos os presentes como um a tentativa de manipulação do jogo eleitoral de 2018.
O presidente do Psol, Juliano Medeiros, assinalou que o momento atual pede uma união das diferentes forças progressistas em defesa da democracia. “Hoje foi o Lula que foi preso sem provas, amanhã pode ser uma liderança do Psol, do PDT, do PSB, do PCdoB, do PCB”, enfatizou.
O enfrentamento à violência disseminada por grupos de extrema-direita é o segundo eixo do manifesto. A rede progressista pretende fortalecer o combate ao discurso de ódio e às diferentes facetas da violência. 
O psolista destacou, por exemplo, que o cerceamento das liberdades políticas é responsável direto pelo assassinato de lideranças. Ele lembrou a morte da vereadora carioca Marielle Santos (Psol) e de outros líderes.
Somente em 2017, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou 70 assassinatos decorrentes de conflitos no campo.     
“As divergências políticas deram lugar a uma escalada preocupante de violência política, ódio e intolerância”, ressaltou Medeiros.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, destacou a preocupação com a atual postura do Estado brasileiro diante dos ataques aos setores populares e progressistas e informou que a frente pretende ampliar as denúncias dentro e fora do país.   
“Não podemos deixar isso ser naturalizado. É obrigação da gente se unir agora pra enfrentar a barbaridade que há no Brasil e fazer com que isso se torne público aos olhos do mundo”, completou.   
O terceiro eixo programático é a defesa dos direitos sociais, da soberania e do patrimônio nacionais.
O documento ressalta o combate ao desmonte de direitos historicamente conquistados, como as garantias trabalhistas, e à política de privatizações. A flexibilização da legislação ambiental também é citada no manifesto.
O dirigente Alexandre Conceição, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), destacou a importância de o documento se converter em novas e maiores mobilizações populares pela garantia de direitos. “Ele só terá beleza quando tiver vida nas ruas. É momento de rua, de unidade popular, pra que a gente possa avançar e transformar esse manifesto na vitória democrática e popular”, bradou.  
Segundo os organizadores, o manifesto continua aberto para novas adesões.
Edição: Diego Sartorato

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