De José Reinaldo Carvalho, editor internacional do 247, direto de Havana - Os presidentes de Cuba, Venezuela, El Salvador e Bolívia reunidos no 24º Encontro do Foro de São Paulo, numa plenária com mais de 600 delegados da América Latina, Europa, Ásia, África e América do Norte, defenderam enfaticamente nesta terça (17) a liberdade de Lula, a unidade das esquerdas e movimentos populares. Todos manifestaram irrestrita solidariedade ao ex-presidente brasileiro preso em Curitiba. Do Brasil estavam presentes delegações do PT, PCdoB, PSOL e PDT.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi contundente: "Vemos com dor, mas não com resignação o martírio de lula, a perseguição a lula, que está sendo escondido numa masmorra para impedir sua ação política, porque sabem que Lula livre ganhará a eleição presidencial no Brasil. Basta!"
Neste momento, a assembleia irrompeu aplausos em meio aos gritos de "Lula Livre". Maduro afirmou em seu discurso que "não há uma direita democrática na América Latina. Vejam o que fazem com Lula, o que fazem com Cristina [Kirchner]".
Maduro fez um breve resumo da história do Foro, celebrando: "A esquerda revitaliza esta ideia maravilhosa, o Foro, fundado por essas figuras maravilhosas Fidel e Lula". Ele sintetizou a situação da América Latina: "Quando se falava em fim da história, quando se apagava a luz do mundo em 1990, surgiu o Foro de São Paulo. Naquele momento, Fidel levantou a voz pela unidade das esquerdas e pela união da América Latina para formar um bloco. Vemos hoje o Foro a grandeza das forças revolucionárias contra a hegemonia do império na região".
O presidente da Venezuela rejeitou também a ideia de fim do ciclo de governos progressistas na região: "Não existe fim de ciclo com os retrocessos de hoje, creio na luta e ela é feita assim mesmo, com avanços e recuos. A América Latina está em processo de renovação das suas forças de esquerda e do Foro de São Paulo".
Maduro mencionou o papel dos líderes que estiveram à frente dos países da região nos últimos anos, com destaque especial para Lula e, na sequência condenou as ameaças dos EUA contra a Venezuela, advertindo: "Somos alvo de uma guerra de caráter não convencional". Emocionado, lembrou que em dezembro próximo serão comemorados os 20 anos da primeira eleição de Hugo Chávez à Presidência da Venezuela.
Em seu discurso, o presidente da Bolívia, Evo Morales, lamentou: "Quanta falta nos fazem Fidel, Chávez e Lula!". O presidente de Cuba, Miguel Diaz Canel, também cobrou: "Lula deve ser libertado".
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