O escândalo das ‘fake news’ patrocinadas mal começou ainda
Evidente que não tenho “informações de cocheira”, para usar a linguagem antiga do turfe.v Ou as publicaria, claro.
Mas tenho 40 anos de profissão e posso afirmar que a manchete da Folha de hoje – revelando que empresas faziam contratos milionários para dispararam centenas de milhões de mensagens favoráveis a Jair Bolsonaro pelas redes de Whatsapp – não seria publicada apenas com as informações que o texto da edição de hoje contém.
Certamente há mais – e é coisa concreta: contratos, e-mails, relatórios ou até depoimentos de envolvidos – ou o jornal não teria “bancado” a notícia.
Não é raro que se proceda assim quando se tem algo muito bombástico: revela-se primeiro o fato, põe-se o assunto à baila, dá-se corda aos enforcados para se enrolarem e, a seguir, expõe-se a prova cabal, definitiva, acachapante.
Repare que Bolsonaro fugiu de negar que empresários tenham pago a publicidade, dizendo apenas “não ter controle sobre ação de empresas no Whatsapp“. É sinal de que teme a revelação de algo que mostre que tinha conhecimento da armação.
Só agora à noitinha, com a entrada em juízo de uma ação do PT o fato passa a ter “existência” no TSE, uma vez que o Ministério Público, claro, está passeando na Lua quando o assunto é Bolsonaro.
E vai entrar na pauta pública com o programa de televisão de Haddad.
Cá com meus botões, acho que a “suite” – que é como chamamos a continuação de uma matéria jornalística importante – da Folha, amanhã, vai ser concreta e escandalosa.
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