Almirante das Minas e Energia é boa escolha de Bolsonaro
Apesar da mais que justificável preocupação com a “ocupação militar” do Governo, a escolha do Almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, ex-diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, para o cargo de Ministro das Minas e Energia dá, à primeira vista, a ideia de que a Petrobras terá alguma defesa contra aqueles que pretendem desmontá-la.
Albuquerque Júnior sempre foi um defensor da capacitação do Brasil em desenvolver tecnologias e meios para defender-se, apoiou o Projeto Amazônia Azul, o programa de submarinos nucleares (o Prosub) e teve um comportamento digno quando os histéricos da Lava Jato arrastaram na lama o Almirante Othon Pinheiro da Silva, ao menos na entrevista que deu à CartaCapital, onde reconheceu que ele, já posto em desgraça, é o grande responsável pelo nosso domínio do ciclo nuclear.
O almirante sabe, e por experiência própria, como os nossos irmãos do norte são quando se trata de vetar o domínio e a posse de equipamentos e materiais de ponta por estas nossas bandas. E que se os gringos não deixam, melhor que os criemos nós.
Em matéria de pensamento de independência e desenvolvimento científico-tecnológico está a anos luz da tragicomédia Marcos Pontes.
Embora seja impossível esperar que ele assuma uma posição de completa resistência à alienação de nossas reservas do pré-sal – do contrário seria inimaginável que participasse de um governo como o atual – é provável que não concordará com o completo “depenamento” da Petrobras.
Num governo que bate continência à bandeira norte-americana é algum alívio que esteja, ao menos à frente da exploração das nossas riquezas minerais alguém que o faça para a bandeira brasileira.
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