Diplomacia
O que pensa Bolton, o assessor de Trump que se encontrou com Bolsonaro
por Deutsche Welle — publicado 29/11/2018 11h27
Feroz crítico dos regimes de Cuba e da Venezuela, o ex-embaixador dos EUA na ONU defende também uma posição mais dura em relação ao Irã
Divulgação
Bolsonaro e Bolton se encontram no Rio de Janeiro
O presidente eleito Jair Bolsonaro reuniu-se com o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, nesta quinta-feira 29. O encontro ocorreu na residência de Bolsonaro, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
O assessor do presidente americano, Donald Trump, chegou à casa do presidente eleito por volta das 7h, acompanhado do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Garrett Marquis, do diretor de Negócios do Hemisfério Oeste, Mauricio Claver-Carone, do diretor para o Brasil, David Schnier, e do Encarregado de Negócios, Bill Popp.
Os futuros ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e o futuro chefe do Gabinete Institucional (GSI), general Augusto Heleno, também participaram da reunião, que durou menos de uma hora.
Bolton fez uma parada no Brasil antes de seguir viagem para Buenos Aires, onde a cúpula anual do G20 será realizada sexta e sábado.
"Compartilhamos muitos interesses bilaterais e trabalharemos juntos para expandir a liberdade e a prosperidade em todo o hemisfério ocidental", escreveu Bolton na sua conta no Twitter ao anunciar o encontro com Bolsonaro, na semana passada, se dizendo ansioso para encontrar o futuro presidente.
"Vemos uma oportunidade histórica para o Brasil e os EUA trabalharem juntos numa série de áreas – economia, segurança e outras", disse Bolton a repórteres. Ele afirmou que o encontro desta quinta serviria para preparar o terreno para as relações entre os dois líderes.
Após o encontro, Bolsonaro escreveu no Twitter que a reunião foi "muito producente e grata".
Ex-embaixador dos EUA nas Nações Unidas durante o governo do presidente George W. Bush, Bolton é um crítico feroz de regimes como o da Venezuela e de Cuba e defende uma abordagem mais dura da Casa Branca em relação ao Irã.
Bolton assumiu o papel de conselheiro de Trump em abril deste ano. Ele trabalhou para as administrações dos presidentes Ronald Reagan e George H. Bush no final dos anos 1980 e início dos 1990. Também trabalhou como comentarista na emissora de TV conservadora Fox News.
Logo após a vitória de Bolsonaro nas urnas, Trump foi o primeiro chefe de Estado a parabenizar o presidente eleito. O presidente norte-americano telefonou para Bolsonaro e os dois concordaram em "trabalhar estreitamente" em "assuntos militares, comerciais e tudo o mais", escreveu o presidente americano no Twitter.
Bolton, por sua vez, descreveu Bolsonaro como um "aliado com ideias semelhantes" durante um discurso que fez sobre a América Latina, no início deste mês, em Miami, nos EUA.
Em mais um sinal de aproximação entre Washington e o futuro governo de Bolsonaro, o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, viajou aos EUA nesta semana. O parlamentar participou de uma série de compromissos, incluindo encontros com representantes do vice-presidente Mike Pence, do Departamento de Comércio e do Conselho de Segurança Nacional e com Jared Kushner, cunhado e assessor de Trump.
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