Clamor público e só com os outros, Dra. Dodge?
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou recurso ao STF para evitar que a derrubada do auxílio-moradia prive os integrantes do Ministério Público do “mimo” que recebiam há quatro anos, suspenso depois que se concedeu, “de carona”, aos procuradores o mesmo aumento nos vencimentos dados à magistratura.
A senhora procuradora, tão atenta ao clamor público quando se trata de denunciar pessoas com base apenas em alegações de delatores pegos com a boca na botija, não tem o menor pudor de, contra o clamor público contra o auxílio pago a procuradores que trabalham em suas próprias cidades e dispõem de suas próprias moradias.
Depois de receberem todo este tempo por uma ação originariamente destinada ao pagamento da benesse a juízes, sem piar, agora sustenta que “a decisão não poderia alcançar outras carreiras que não integram o polo ativo da ação, que foi proposta por oito juízes federais contra a União”. Ou seja, que não vale para o MP.
O problema é menos o dinheiro que recebem – embora os “penduricalhos” acabem tornando muitas das remunerações absurdas e escandalosas, e mais o apelo ao “xaveco” – que no MP também é feito com o pagamento de diárias a procuradores – 27.413 este ano, até outubro.
Pode e deve haver auxílio moradia, claro, quando o profissional for posto a servir, temporariamente, em outra cidade, distante de seu local funcional de origem. Mas nunca quando ele estiver “em casa”.
O golpe do “João sem braço” da Dra. Raquel é vergonhoso e imoral, talvez para combinar com a condução que Luiz Fux deu a todo este escandaloso processo.
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