Sobre
Decreto, WhatsApp e “Justiça”.
Na terça-feira (16) a imprensa noticiava que Temer, “O
ilegítimo”, havia assinado o Decreto 9.527 criando uma Força de Segurança e
militarizando de vez a política no país. Alguns companheiros compararam com um
novo AI-5 e outros com a recriação do DOI-CODI. E cremos que as duas visões
estão corretas, mas que há ainda mais para ser analisado.
Então, cremos que são necessários alguns outros
comentários para chegarmos a uma avaliação completa da conjuntura atual. A) Em
1985 vivemos a eleição indireta de Tancredo Neves, sob a vigília atenta dos
militares que estavam se retirando depois de perceberem a crise em que tinham
jogado o país. Para quem lembra, o nome do vice-presidente, José Sarney, foi
uma imposição dos militares para aceitarem a candidatura de Tancredo Neves no
Colégio Eleitoral e ele sequer chegou a tomar posse, vítima de uma grave doença
que o levou à morte. A doença já era conhecida dos militares que previam o
problema. Semelhanças?
B) Em maio de 1993 chegamos a escreve um texto
intitulado “O encontro do Itamar com os
militares” onde descrevíamos a reunião entre Itamar Franco (vice-presidente
do Collor de Melo, recém derrubado) com o então Secretário Geral do Conselho de
Segurança Nacional nomeado por Sarney, general Rubens Bayma Denys. Neste
encontro o general falava em nome do alto comando militar e colocava suas
exigências para que Itamar governasse. Para quem não tomou conhecimento ou já
esqueceu, o documento era baseado na obra “Geopolítica do Brasil”, de autoria
do general Golbery do Couto e Silva. Precisa dizer mais? Naquele documento os
militares impunham a política a ser levada por Itamar Franco e determinavam os
passos a serem dados.
C) De um salto, lembramos da matéria já conhecida por
quase todos vocês de um “chega para lá” imposto pelo alto comando militar ao
presidente eleito do STF, Dias Toffoli, impondo a nomeação de um conhecido opositor
do PT, Fernando Azevedo e Silva, para seu assessor especial. E sabemos que o
candidato à vice-presidência na chapa do PSL é o ex-presidente do Clube
Militar, antro de conspirações golpistas e antidemocráticas, Antonio Amilton
Mourão. E era impossível não pensar na doença de Tancredo Neves que não deixou
que ele assumisse o poder. Coincidência?
Bem, falando diretamente sobre o Decreto e somando
todas essas reflexões que fiz, concluo que os militares já estão no poder,
novamente. O recado é simples: nós mandamos e vocês fingem que vivem em uma democracia!
Muito parecido com o que ocorreu em 1985 quando eles fizeram um circo, uma
eleição indireta, para permitir o que chamavam de “transição segura, lenta e
gradual”.
Vale lembrar que o PT foi o primeiro Partido a levantar
a bandeira das Diretas Já e não compactuou com a farsa da eleição indireta de
Tancredo.
Enquanto ainda debatíamos esse Decreto e tentávamos
entender toda a lógica da medida diante da conjuntura nacional chega outra
“notícia-bomba” para causar ainda mais polêmica: na quinta-feira (18) o jornal
Folha de São Paulo trazia a matéria da jornalista Patrícia Campos Mello,
conhecida internacionalmente pelas matérias realizadas em vários países,
inclusive em momentos de graves crises e guerras, denunciando o esquema de
notícias falsas (FakeNews) criado por empresários que apoiam a candidatura do
“inominável”.
Bem, a matéria já é conhecida por todos e impossível de
ser desmentida, tal a quantidade de informações e provas sobre o assunto. Ainda
que os mais violentos partidários do capitão aposentado tenham se esforçado
para tentar demonstrar que a matéria era falsa, as provas e a credibilidade da
profissional não deixaram dúvidas. E a realidade é que, há muito tempo sabíamos
que havia esse trabalho no meio de grandes empresários para financiar a
campanha. Isso já era conhecido, mas ninguém tinha ainda as provas que agora
surgem.
A questão é simples: esses empresários fizeram as
doações legais, dentro dos valores permitidos para a campanha dentro da
Legislação em vigor. Mas, por fora, sem registro de conta corrente ou de CNPJ
financiaram redes “bombardeando” os eleitores com falsas notícias contra o
candidato Haddad, fotomontagens, etc.
No meio jornalístico já sabíamos que isso acontecia,
mas era difícil comprovar. Dizer que é mais um Fake é ignorância ou querer
tapar o sol com a peneira. Uma profissional de um grande jornal não iria se
expor assim se não tivesse feito um bom trabalho de pesquisa. Se você ler a
matéria dela vai ver que não está baseada em “achismos”, mas em fatos que ela
coletou.
Mais clara ainda fica a maracutaia quando o próprio
coronel fascista declara aos jornais que “não tenho controle sobre os meus
apoiadores e não posso ser responsabilizado”. Ou seja, ele admite o fato e que
sabia.
O jornal O Globo, conhecido por seu ódio ao PT, trazia
na sexta-feira (19) a seguinte matéria: “WhatsApp bane empresas por disparo de
mensagens em massa”! No jornal Folha de São Paulo, jornal golpista que apoiou o
golpe de 64, encontramos matéria semelhante: “WhatsApp notifica agências que
dispararam mensagens anti-PT”. A revista Carta Capital que circula neste final
de semana traz a seguinte matéria: “Quem financia e quanto custa a campanha de
Bolsonaro no WhatsApp?”
O grande problema que nós estamos vendo é: nossa
“justissa” não vai fazer coisa alguma! Temos um Judiciário vendido,
comprometido com o golpe contra a Democracia. Lembrem de alguns detalhes
preocupantes: 1) quando o Presidente do STF vai conceder uma entrevista e é
obrigado a ter ao seu lado um general fardado; 2) quando a Procuradora Geral da
República vai falar com a imprensa e tem outro militar ao seu lado... As imagens
estão aí, para quem quiser ver. Reproduzimos, a seguir, uma importante nota
divulgada na sexta-feira (19).
• Nota divulgada nas redes sociais. A repercussão de tsunami de fake news (milhões deles)
no WhatsApp endereçados ao PT e campanha de Haddad - comprovados seguramente
como crime eleitoral- fez a Ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), adiar a entrevista coletiva que daria hoje sobre a
fraude eleitoral.
Como estava tremendo de medo, ela, descendente de
alemães, se rearticulou com os organismos de segurança pública da Nação. Para
se proteger. Assim, chamou outras autoridades para estarem com ela na nova
entrevista coletiva.
Quem são? Vejam quem estará, na bancada do TSE,
domingo, às 14 horas, falando sobre o escândalo Bolsonaro e seus empresários
apoiadores não tanto ocultos.
São eles: 1. O ministro da Segurança Pública, Raul
Jungmann; 2. O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da
Presidência da República, general Sérgio Etchegoyen; 3. A procuradora-geral da
República, Raquel Dodge; 4. A advogada-geral da União, Grace Mendonça; 5. O
diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro. Ora, Weber quis se proteger,
claro.
Quer dividir a responsabilidade de cassar a chapa do
PSL com outros organismos militares e jurídicos de importância estrutural.
A entrevista coletiva mais disputada de todos os tempos
se dará, agora, domingo, às 14 horas, no TSE, Brasília. Ela não é boba, nem
nada. Se articulou com essas instâncias para dividir responsabilidades caso a
decisão do TSE seja favorável a manter a chapa Bolsonaro como legítima. Se
proteger.
No entanto, conjuntura estrutural é muito pesada para
ela, Weber. Ficou comprovado pela reportagem “Folha de São Paulo”, que
Bolsonaro cagou para a lei eleitoral.
Se for feita uma investigação para valer, será
constatado que essas empresas que financiaram os fake news do WhatsApp contra o
PT e Haddad - pagaram cerca de R$ 12 milhões pelos impulsionamentos - são íntimas
da família Bolsonaro.
Como constatação do crime, hoje, o WhatsApp baniu a
conta do senador eleito – e filho de Bolsonaro - Flávio Bolsonaro de suas
contas, pois, o mesmo, utilizava de expedientes ilegais para inflar sua conta.
Trata-se, aqui, da confissão do crime. Feita
pelo WhatsApp.
Em outras palavras: mais uma prova da campanha suja,
ilegal e imoral do candidato do PSL. Nesse sentido, devemos repensar uma coisa:
que papel essas empresas digitais norte-americanas desempenham em nosso país?
Alterando o sistema democrático, se aliando a
empresários inescrupulosos, mudando dados, fazendo vistas grossas a legislação
eleitoral, e se associando a uma candidatura nazifascista.
Carlos Nobre – Jornalista / Professor da Universidade
Católica do Rio de Janeiro
• Uma visão externa.
Muito interessante o artigo de Nils Castro, intelectual panamenho e autor do
livro “As esquerdas latino-americanas em tempo de criar”, publicado pela página
Rebelión.
Segundo ele, a imprensa inculcou na população um
sentimento antissistema e contrário à política. O discurso do ódio como
extirpador dos problemas sociais e da violência. E o discurso de Bolsonaro,
servindo de voz para os grandes proprietários urbanos ou rurais, espalhou
racismo, homofobia, xenofobia e machismo. Um discurso muito oportuno em meio ao
desalento criado pelos meios de comunicação entre a sociedade brasileira.
O tal “sentimento anti-PT” foi uma elaboração acumulada
desde os protestos contra os estádios da Copa do Mundo de Futebol até as
mentiras e ódio plantado durante o processo para afastar Dilma Rousseff do poder
e eliminar a única alternativa progressista possível na cultura popular
brasileira.
Diz ele que “considerando as circunstâncias, o que foi
conservado pelo PT no primeiro turno foi uma proeza”. E destaca que o Partido
foi combatido por toda a grande imprensa e pelo Judiciário, foi fustigado pelas
autoridades eleitorais, teve seu líder máximo condenado sem provas e privado do
direito a disputar as eleições.
E aqui vem um ponto chave nas análises de Nils Castro.
Diz ele que “quando as pesquisas mostraram o crescimento de Haddad e a
possibilidade real que superasse Bolsonaro no segundo turno”, quando as
direitas perceberam que, apesar de todos os esforços podiam ter sidos inúteis e
a possibilidade de vitória do PT crescia, houve um movimento final para garantir
o crescimento do capitão aposentado.
Segundo Nils, agora vemos um choque marcante entre o
núcleo fascista em torno da candidatura do PSL e os segmentos de direita
democráticos que se aliaram apenas para evitar que o PT voltasse ao poder. Na
verdade, a subida de Bolsonaro significou, para o futuro, o esvaziamento dos
partidos tradicionais da direita e criou no país um confronto direto entre uma
direita extremada e a esquerda que se une em torno de Haddad.
• Ainda sobre as eleições (1). A radiografia final das eleições mostra que 32 dos 35
partidos com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) conseguiram eleger
representantes para os 6 cargos (presidente da República, governadores,
senadores, deputados federais e estaduais/distritais) em disputa nas eleições
de 2018.
O PT conseguiu o melhor desempenho, com a eleição de
153 candidatos, seguido do MDB, PSL, PP e PSDB, que elegeram 149, 140, 121 e
112 candidatos, respectivamente.
O PT elegeu 2 deputados distritais (DF), 83 deputados
estaduais, 56 deputados federais, 3 governadores, 4 senadores, 2 como 1º
suplente de senador, 2 como 2º suplente de senador e 1 vice-governador.
O MDB conseguiu eleger 1 distrital (DF), 92 deputados
estaduais, 34 deputados federais, 1 governador, 7 senadores, 6 como 1º suplente
de senador, 7 como 2º suplente de senador e 1 vice-governador.
O PSL conquistou 140 cargos nestas eleições, assim
distribuídos: 76 deputados estaduais, 52 deputados federais, 4 senadores, 4
como 1º suplente de senador e 4 como 2º suplente de senador. O partido não
elegeu representantes para os cargos de deputado distrital, governo e
vice-governador, no entanto, possui candidatos que disputarão o 2º turno.
PCB, PCO e PSTU não tiveram êxito eleitoral.
• Ainda sobre as eleições (2). Segundo
levantamento do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar),
foram eleitos somente 33 representantes do sindicalismo – conforme critério de
enquadramento definido pelo órgão. Atualmente a bancada conta com 51
parlamentares. Ou seja, a partir do próximo ano serão 18 deputados a menos no
debate dos interesses dos trabalhadores, como direitos previdenciários e
trabalhistas.
Dos 33 deputados da bancada sindical, 29 foram
reeleitos e quatro são novos. Com 18 eleitos, o PT é o partido com maior número
de deputados sindicalistas, seguido do PCdoB (quatro), do PSB (três) e do PRB
(dois). PDT, Pode, PR, PSL, PSol e SD elegeram um integrante cada.
Papel - A bancada sindical tem a função principal de
dar sustentação e fazer a defesa no Congresso Nacional dos direitos e
interesses dos trabalhadores, aposentados e servidores públicos, além de
intermediar demandas e mediar conflitos com o governo. Por isso, sua redução é
preocupante, uma vez que seu papel vai além das fronteiras parlamentares. (Mais
informações: www.diap.org.br)
• Ainda sobre as eleições (3). Levantamento preliminar do DIAP mostra que a bancada
evangélica que emergiu das urnas em 2018 apresenta pequeno aumento na
comparação com o pleito anterior (2014). Foram eleitos ou reeleitos 84
deputados identificados com as demandas, crenças e convicções deste segmento de
interesse informal e suprapartidário na Câmara Federal. Em 2014, levantamento
do DIAP identificou 75 deputados. Em 2010, a bancada iniciou os trabalhos
legislativos com 73 representantes. Mas no Senado, os evangélicos mais do que
dobraram a representação: de 3 para 7 parlamentares.
O DIAP classifica como integrante da bancada
evangélica, além dos que ocupam cargos nas estruturas das instituições
religiosas — como bispos, pastores, missionários e sacerdotes — e dos cantores
de música gospel, aquele parlamentar que professa a fé segundo a doutrina
evangélica ou que se alinha ao grupo em votações de temas específicos.
Trata-se de bancada que atua de forma organizada na
Câmara e no Senado. Desde 2003, está registrada na Casa como Frente Parlamentar
Evangélica. Mais recentemente, foi renomeada como Frente Parlamentar Evangélica
do Congresso Nacional, cujo coordenador, desde 2015, era o deputado Takayama
(PSC-PR), que não se reelegeu para a próxima legislatura, que começa em 1º de
fevereiro de 2019.
Nos últimos pleitos, excetuando a eleição de 2006, a
bancada evangélica vinha apresentando crescimento médio de 20%. Em 2014, o
crescimento já foi pequeno e, em 2018, registra-se aumento de pouco mais de
10%.
• Maduro garante vender até um milhão de barris de petróleo
para a China. Em encontro com empresários
venezuelanos e chineses, na I Feira de Importações de Shangai 2018, o
presidente venezuelano Nicolás Maduro garantiu que seu país está pronto para
levar um milhão de barris diários de petróleo para a China, “com chuvas ou
trovoadas” disse ele.
“Nós vamos levar um milhão de barris para a China,
aconteça o que acontecer, e precisamos investir (...) temos a Faixa Petrolífera
do Orinoco e lá tem todo o petróleo de que a China necessita para o seu
desenvolvimento pelos próximos 50 ou 100 anos”, disse ele.
Atualmente a Venezuela envia cerca de 640.000 barris
diários para a China, de acordo com as cifras conhecidas oficialmente.
• O caso do jornalista Jamal Khashoggi. Há poucos meses nosso Informativo denunciou e mostrou
as evidências da mentira sobre a morte do ex-espião russo Sergei
Skripal. O tempo mostrou a verdade.
Agora estamos diante de um caso também escabroso
envolvendo os EUA e mais um governo submisso aos interesses de Washington.
Estamos falando da morte do jornalista Jamal Khashoggi em circunstâncias inicialmente
muito estranhas.
Todas as notícias iniciais, ainda em outubro, diziam
que o jornalista havia sido visto pela última vez no dia 2 de outubro ao entrar
no Consulado da Arábia Saudita, em Istambul (Turquia).
Khashoggi, com 59 anos, foi jornalista e ex-assessor do
governo da Arábia Saudita até criticar e denunciar as políticas criminosas do
príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, especialmente no que diz
respeito aos ataques contra o Iêmen. Mudou-se para os EUA onde trabalhou como
colunista internacional no jornal The Washington Post onde costumava denunciar
o pavor, a intimidação e as prisões de intelectuais que se expressavam
contrários à família real saudita.
Ele havia entrado no Consulado saudita para solicitar
documentação pessoal pois pretendia casar-se na Turquia. Sua noiva ficou
esperando do lado de fora e, estranhando a demora, procurou autoridades sem que
recebesse informações. Passou a denunciar internacionalmente o desaparecimento,
mas o governo da Arábia Saudita negava que ele tivesse entrado no Consulado. E
começou o mistério.
• A morte de Jamal Khashoggi. Apenas na sexta-feira (19/10), mais de um mês depois do desaparecimento,
o Procurador Geral da Arábia Saudita confirmou que Khashoggi havia morrido
durante uma suposta discussão com outras pessoas dentro do Consulado, no dia 02
de outubro.
A declaração foi feita através de redes oficiais e o
tal Procurador disse apenas que “as investigações ainda estão em andamento e 18
cidadãos sauditas foram presos para averiguações”, além de anunciar que alguns
altos funcionários do Consulado teriam sido demitidos, ambos ligados ao serviço
de informações do país.
Segundo denúncias do jornal The Washington Post, há
provas de áudio e vídeo que demonstram que o jornalista foi assassinado no
interior do Consulado. O vídeo permite ver que ele foi preso logo ao entrar,
por uma equipe de segurança, e depois o mataram. As versões conhecidas são de
que seu corpo foi desmembrado e retirado do prédio em maletas.
Jornais turcos dizem que as provas foram obtidas
através de imagens captadas pelo relógio de Jamal que o ligou, conectou com seu
celular no carro e deixou com a noiva. O relógio teria gravado toda a conversa
na hora do assassinato e tudo ficou arquivado no celular.
Ainda assim, em nota oficial emitida em Riad (capital
saudita) o governo nega qualquer envolvimento e volta a assegurar que ele teria
saído com vida do prédio, oferecendo-se para trabalhar em conjunto com a polícia
turca.
• Washington espera uma crise do dólar? O dólar estadunidense terá uma queda em torno de 40%
frente ao euro, em 2024, assegurou Ulf Lindahl, diretor geral da consultoria
A.G. Bisset Associates LLC, citado pela agência de notícias Blumberg.
O economista é especializado em mercado de capitais e
explica que desde a crise de 1970 o dólar vem repetindo um ciclo de perdas e
ganhos a cada 15 anos, e este padrão está agora se repetindo. “O dólar vai cair
simplesmente porque vai repetir o ritmo das últimas quatro décadas”, disse ele.
E alertou também que a queda do dólar terá implicações massivas para todos os
mercados financeiros.
Ele diz que a queda em 2017 foi só o começo da crise,
prevendo que o preço chegará até dois dólares por euro (hoje o euro vale 1,15
dólar americano) e 75 ienes por dólar (hoje o iene vale 0,0089 dólar
americano).
A agência Blumberg ouviu outros analistas que esperam
uma crise em menores proporções e que, em 2022, o euro custará 1,28 dólar.
• Seguro morreu de velho? O Banco Central da Rússia está se desfazendo dos bônus do Tesouro dos
EUA. A proporção dos investimentos russos na dívida estadunidense está se
aproximando de zero. Segundo analistas, as medidas tomadas por Moscou merecem
atenção tanto em termos políticos como econômicos.
A Rússia reduziu os investimentos em bônus
governamentais dos EUA até um teto de 14 bilhões de dólares, em agosto deste
ano. Dois meses antes a parte dos bônus nas reservas russas não superava 10% e
agora caiu a quase zero.
Segundo análises, o Banco Central da Rússia não vê
sentido em financiar o orçamento de um país que segue em uma política
abertamente hostil. A solução parece lógica também do ponto de vista econômico
no contexto das sanções contra empresas russas. Tudo poderia terminar com um
congelamento dos ativos e, para se precaver contra as perdas, as autoridades
financeiras tomaram medidas de emergência para manter sua carteira de divisas.
Sabemos que a Turquia também está se desfazendo dos
bônus governamentais estadunidenses pela pressão econômica que sofre. O Japão,
segundo maior possuidor dos bônus estadunidenses também está reduzindo sua
participação e China já iniciou o mesmo processo.
• Aquecimento global afeta fauna de bosques tropicais. O aquecimento global está acabando com as populações
de artrópodes (gafanhotos, aranhas, caranguejos, centopeias e outros
invertebrados) em bosques tropicais e está afetando a cadeia alimentar desse
ecossistema, revelou um estudo publicado na segunda-feira (15).
A pesquisa foi realizada pela revista Proceedings of
the National Academy of Sciences (PNAS), do Instituto Politécnico Rensselaer de
Troy (Nova Iorque), e se baseou em dados recolhidos entre 1976 e 2013 em três
habitats protegidos de área tropical em Luquillo (noroeste de Porto Rico).
Naquela região, a temperatura média subiu pouco mais de dois graus centígrados
desde meados de 1970.
• Trump corta os investimentos para reduzir as mudanças
climáticas. Donald Trump afirmou em
uma entrevista com o canal de TV CBS que não pretende gastar bilhões de dólares
para reduzir as mudanças climáticas.
Perguntado se negava a existência de mudanças
climáticas ele respondeu: “Creio que algo está acontecendo. Algo está mudando,
mas voltará a ser como antes. Não creio que seja um erro, creio que talvez exista
uma diferença, mas que não é devida à atividade humana. Vou dizer uma coisa.
Não quero dar bilhões e bilhões de dólares. Não quero perder milhões e milhões
de empregos. Não quero que me ponham em desvantagem”. Mas não explicou o
significado dessas palavras finais. Apenas disse que tem uma agenda política
muito ampla para ficar ouvindo os cientistas sobre as mudanças climáticas.
O fato concreto é que, desde sua chegada ao poder, os
EUA abandonaram vários acordos aprovados pelas administrações anteriores, em
especial as de Obama, entre eles o Acordo de Paris (sobre o clima).
• Esquerda avança em eleições... na Bélgica! O Partido dos Trabalhadores da Bélgica (PTB), de esquerda,
triplicou o número de eleitos nas votações locais que ocorreram no país neste
domingo (14/10), ampliando de 50 para 156 o número de representantes
municipais.
A Bélgica é subdividida em três grandes regiões
(Bruxelas, Valônia e Flandres), essas divididas em dez províncias. Dentro das
províncias, há uma subdivisão de 539 municípios.
Segundo Peter Mertens, presidente do partido, a vitória
não foi só em números absolutos, como, também, por região. “Na região de
Bruxelas, passamos de duas autoridades eleitas em apenas dois municípios para
36 eleitos em sete municípios. Na Valônia, os resultados ainda estão longe de
serem completos, mas parecem muito bons. Estamos fazendo um grande avanço nas
grandes cidades, nas cidades médias e nos subúrbios vermelhos de Liège”, disse.
Em Valônia, o partido dos Trabalhadores conseguiu
diminuir a diferença com relação a outros partidos socialistas francófonos da
região, que detêm historicamente a maioria das cadeiras municipais.
• A fome alcança níveis preocupantes em 60 países. O nível da fome continua sendo preocupante em cerca de
60 países, segundo um levantamento mundial feito pela agência irlandesa Concern
Worldwide e a alemã Welthungerhilfe. Em 51 países encontraram um “nível muito
grave ou alarmante” (Chade, Iêmen, Madagascar, Zâmbia e Serra Leoa) ou
“extremamente alarmante” (República Centro Africana), segundo o informe
divulgado.
Em um levantamento feito por institutos vinculados à
ONU vamos ver a disparidade do preço dos alimentos no mundo. Por exemplo, um
mesmo prato de comida, caseira, simples, mas nutritiva, feita com ingredientes
semelhantes e capazes de assegurar até um terço das calorias diárias
necessárias de uma pessoa, custa em Nova Iorque cerca de 1,20 dólares, ou, 0,6%
da renda diária média no país.
O mesmo prato, no Sudão do Sul, representa mais de dois
dias de renda da família. Na Nigéria representa mais de um dia da renda.
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