domingo, 4 de novembro de 2018

Informativo Semanal do Prof Ernesto Germano Pares






Primeiras impressões.
Os companheiros que nos acompanham pelo Informativo e em várias palestras que fizemos devem lembra ainda que sempre citamos que o mundo vive cinco grandes crises, não só a crise econômica de que todos falam. E falamos que uma das crises no mundo moderno é a crise das instituições. Ou seja, uma expressiva parte da população mundial já não acredita nas instituições, em particular na política. E podemos constatar isso através do enorme índice de abstenções eleitorais em países como Inglaterra, França, Estados Unidos, etc. Agora sabemos que o Brasil vai pelo mesmo caminho, mesmo sendo o voto obrigatório!
Nosso país tem pouco mais de 147 milhões de eleitores em condições de votar. Porém o candidato fascista agora eleito recebeu apenas 57,7 milhões de votos – muito menos da metade do eleitorado nacional!
E deparamos com o grande problema que temos comentado. Foram mais de 11 milhões de eleitores escolhendo o voto em branco ou nulo. Para piorar o quadro, 31 milhões não compareceram às urnas.
Somando isso vamos descobrir que pouco mais de 42 milhões de brasileiros não escolheram entre um dos candidatos à presidência.
Agora podem fazer as contas: 42 milhões de brasileiros se abstiveram! Isso significa quase 7 vezes toda a população do Paraguai, nosso vizinho! Mais de quatro vezes a população de Portugal e quase igual à população total da Argentina ou da Espanha!
Mais grave do que isso são as questões que devemos analisar nos próximos meses... ou anos, porque são muito complexas.
De tudo o que vimos e ouvimos na campanha vencedora, ficam algumas perguntas para serem analisadas por sociólogos e historiadores, no futuro: 1º) será que a maioria dos brasileiros eleitores do candidato do PSL é realmente favorável ao estupro de mulheres, como ele defendia? 2º) se isso é verdade, como chegamos a tal ponto sem que fosse percebido por sociólogos e psicólogos com antecedência? 3º) também por tudo o que ouvimos, a maioria dos brasileiros é realmente racista? 4º) é fato verdadeiro que os brasileiros consideram a mulher um ser inferior? 5º) é índole do brasileiro resolver seus problemas com uma arma na mão?
O que sabemos das entrevistas na segunda-feira seguinte às eleições é preocupante. Em primeiro lugar, segundo o próprio “presidente agora eleito”, a Reforma da Previdência Social é a sua prioridade nesse início de mandato. Será que os eleitores dele sabem o que significa privatizar a Seguridade Social.
Em entrevista ao vivo, o seu coordenador para a política econômica nos próximos anos, Paulo Guedes, agrediu verbalmente jornalistas quando foi perguntado sobre qual a relação do novo governo com o Mercosul. Em tom agressivo ele disse que isso não é prioridade para o governo.
O Mercosul, instrumento que nos últimos dez ou doze anos fez o Brasil subir e se tornar a sexta maior economia do planeta não é prioridade para esse governo?
De todas as declarações do “dia seguinte” a mais preocupante foi feita pelo presidente belicista Donald Trump. Ele elogiou o fascista eleito e disse que sua prioridade será acordos econômicos e militares com o Brasil.
Vamos aguardar as próximas cartas a serem postas na mesa. Analisar a conjuntura depende de informações. Quanto mais informações e mais precisos os dados mais próximos da realidade estaremos.
(Nota: este artigo foi escrito para o programa Bom Dia Maricá de terça-feira (30/10), do companheiro Roberto Figueiredo)
Confirmando a declaração de Paulo Guedes. Final de tarde da segunda-feira (29), primeiro dia depois da eleição do candidato do PSL. A matéria é simples, foi divulgada em nota oficial da Casa Branca, em Washington, e confirma a declaração do ministro escolhido, Paulo Guedes.
O presidente estadunidense informou que teve uma conversa telefônica com “o presidente eleito de Brasil” e concordaram em cooperar em matéria comercial e militar.
“Tive uma excelente conversa com o novo presidente eleito no Brasil”, escreveu Trump em sua página nas redes sociais. “Concordamos que Brasil e EUA trabalhem estreitamente ligados em comércio, defesa e tudo o mais que possamos fazer. Foi uma conversa muito boa”!
“O presidente dos Estados Unidos acabou de nos ligar. Nos desejou boa sorte. E obviamente foi um contato bastante amigável. Nós queremos sim nos aproximar de vários países do mundo sem o viés ideológico”, disse o fascista eleito em sua página nas redes sociais.
Macri é o perdedor? O neoliberal Mauricio Macri, presidente da Argentina, apostou muitas de suas fichas na eleição do candidato fascista no Brasil. Antes mesmo do resultado final já fazia declarações de um “trabalho conjunto na região” e sua esperança porque “o Brasil sempre foi nosso parceiro comercial”.
Na segunda-feira (29) ele recebeu um “banho de água gelada” com a declaração do futuro ministro da Fazenda do Brasil, Paulo Guedes, que se irritou com os jornalistas que desejavam saber sobre as relações com o Mercosul. Aos gritos ele disse que “isso não é prioridade do novo governo”.
Mas ele foi ainda mais incisivo e grosseiro. Em matéria publicada em jornais argentinos aparece a íntegra da declaração de Guedes dizendo claramente que “A Argentina não é uma prioridade”. Ou seja, todos os acenos e sorrisos de Macri vão ficar para trás.
Segundo os jornais, poucos minutos depois da apuração Macri teria enviado uma mensagem para o eleito com o seguinte texto: “Felicitações a Jair Bolsonaro pelo triunfo no Brasil. Desejo que possamos trabalhar juntos pela relação entre nossos países e o bem-estar de argentinos e brasileiros”.
Trump & Bolsonaro? Quando éramos criança havia uma brincadeira que dizia “tudo o que seu mestre mandar...”. Pois é. Parece até a mesma brincadeira pois, terminada a contagem de votos o presidente estadunidense telefonou para o fantoche eleito no Brasil e já acertaram as pontas para o período mais imediato. Com dissemos acima, Mauricio Macri foi chutado para escanteio e tudo vai ficar por isso mesmo... ou talvez ainda pior.
Para se ter uma ideia do quadro que começamos a descortinar no início do ano: o fascista agora eleito já declarou suas três primeiras viagens internacionais. Em primeiro lugar vai ao Chile se encontrar com o discípulo de Pinochet, Sebastián Piñera. Na pauta uma prioridade para isolar a Argentina na possibilidade de Macri perder as próximas eleições (dezembro de 2019). Talvez esse seja o motivo do desprezo de Paulo Guedes na entrevista. As outras duas outras viagens já anunciadas serão: EUA e Israel (veja matéria a seguir)
Adivinhe quem vem para a posse. O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já confirmou seu desejo de vir à posse do fascista brasileiro, em 01 de janeiro de 2019. Curiosamente, seria o primeiro governante de Israel a vir à América do Sul, desde a criação do país, em 1948!
Jornais locais dizem que ele teria telefonado para parabenizar o brasileiro e, entre outras coisas, afirmado que “estou certo que sua eleição levará a uma grande amizade entre nossos povos e poderemos estreitar os vínculos entre Brasil e Israel”.
Sem surpresas, depois de conversar com Trump e Netanyahu, o direitista agora eleito declarou que vai apoiar Israel em tudo o que decida fazer e garantiu que mudará a embaixada brasileira para Jerusalém, a exemplo do que Trump já fez, desrespeitando as normas internacionais da ONU que não reconhecem a ocupação da região pelo exército israelense.
Mas a situação é ainda mais grave. Além de desrespeitar a decisão da ONU contrária à ocupação do território por Israel, o neofascista agora eleito disse claramente aos jornais que não reconhece a existência do Estado Palestino e garantiu que vai fechar a embaixada brasileira. Sua declaração, com todas as letras: “A Palestina é um país? Palestina não é um país, pelo que não podemos ter uma embaixada lá. Eu não negocio com terroristas”.
E terminou sua declaração dizendo que “Primeiro a Palestina tem que ser um país para ter direito a receber uma embaixada”.
Breves notas: 1) a Palestina é, sim, Estado reconhecido pela ONU; 2) durante sua campanha eleitoral, o neofascista dizia que iria “retirar o Brasil da ONU”.
Talvez a questão mais séria a ser analisada. Durante toda a sua campanha o candidato do PSL criticou as relações do Brasil com a China e prometia terminar com a parceria econômica se fosse eleito. Nem bem foram divulgados os resultados da apuração oficial e ele já anunciava que sua prioridade seria a “parceria econômica” com os EUA e com Israel. Mas o neofascista brasileiro pode ter “cutucado a onça com vara curta”!
Na segunda-feira (29), quando o mundo ainda estava surpreso e preocupado com a vitória da extrema-direita brasileira, o jornal China Daily publicou um Editorial que serve de aviso e deve ser considerado como muito sério. O título da matéria é “Não há razão para que o ‘Trump tropical’ perturbe as relações com a China” e deixa claro que em uma medida impensada por parte do novo presidente “o custo pode ser pesado para a economia brasileira”.
O que poucas pessoas conhecem é que a China é hoje o principal parceiro comercial do Brasil. Os acordos assinados ao longo dos últimos anos garantem colocam a China na condição de principal mercado exportador brasileiro e a fonte principal do superávit nas nossas contas.
O jornal chinês lembra que “o Governo brasileiro tem intenção de privatizar setores da sua economia e os chineses são hoje os maiores investidores internacionais”.
Só para lembrar, a China controla o recém fundado Bando de Desenvolvimento do BRICS, principal fonte de investimentos no planeta. (Não deixem de ler a matéria sobre a disputa entre China e EUA)
A nova sociedade brasileira? (1) Em número anterior do nosso Informativo comentávamos sobre o preocupante aumento da violência no país. Não só a violência das ruas, dos criminosos e dos que deveriam defender a população. Mas falamos também de um novo tipo de violência que veio se consolidando nos últimos meses: a violência de um grupo de apoiadores do presidente agora eleito contra minorias. Sim, uma assustadora violência de extremistas de direita contra todos que não rezam pela cartilha neofascista e todos os que incomodam suas ideologias puritanas e discriminatórias.
Denunciamos no Informativo o número de agressões contra qualquer militante que defendia a campanha do candidato do PT e chegamos a listar algumas das muitas agressões que nos chegaram ao conhecimento.
Mas a situação parece ter piorado após o anúncio do resultado das eleições. O fato concreto é que o processo eleitoral de 2018 trouxe para a disputa política o conflito e um clima de guerra que não conhecíamos antes. E o mais preocupante é que, com a vitória do candidato belicista e a conquista de vagas no congresso por vários policiais militares, policiais federais e militares da reserva, parece estar crescendo um sentimento de violência contra qualquer tipo de oposição democrática. O uso da força parece ser a alternativa escolhida pela extrema-direita que chega ao poder.
A nova sociedade brasileira? (2) Em matéria publicada pelo Opera Mundi, o o professor e pesquisador no Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), Bruno Paes Manso, mostra que quando Bolsonaro afirma que a oposição terá de sair do país e usa as palavras comunismo, oposição e corrupção como se fosse uma coisa só ou simplesmente o sinônimo do “bandido a ser combatido”, estigmatiza os adversários políticos como inimigos.
Quem não concorda com as posições de Bolsonaro e seus seguidores pode facilmente ser taxado de comunista que defende a corrupção e afronta a família e as instituições - Bruno Paes Manso, pesquisador USP
Segundo o professor, o termo bandido, utilizado há mais de 40 anos para classificar àqueles que representam uma ameaça nas grandes cidades e precisam ser combatidos, foi transferido para a política. “O bandido, que sempre foi muito usado como bode expiatório para legitimar o uso da força diante do discurso de ameaça às instituições, agora está presente na disputa política. Tudo foi colocado no mesmo balaio, tornando a linguagem muito violenta”.
A nova sociedade brasileira? (3) No sábado que antecedeu as eleições (27/10) o Acampamento Sebastião Billar, localizado no município de Dois Irmãos do Buriti, no estado do Mato Grosso do Sul, foi alvo de ataques e teve um de seus barracos incendiado por um grupo que gritava o nome de Jair Bolsonaro (PSL), candidato a Presidência da República.
Segundo a coordenação do Movimento na região, o ataque ocorreu por volta das 21 horas quando um veículo passou pelo Acampamento gritando o nome de Bolsonaro.
Nenhum acampado ou acampada ficou ferido no ataque, mas foi registrado o Boletim de Ocorrência e denunciado o ataque ao acampamento, exigindo que os culpados sejam punidos.
Na noite de terça-feira (30), por volta das 19 horas, o acampamento Comuna Irmã Dorothy localizado em Tamboril, Ceará, foi incendiado. De acordo com os acampados quatro homens se aproximaram, atearam fogo próximo aos barracos e saíram aos gritos correndo pegaram motocicleta e evadiram-se do local.
As 150 famílias acampados viveram momentos de terror, mas conseguiram controlar o fogo. A Polícia Militar e o corpo de Bombeiro foram acionados. Fizeram diligências, mas ninguém foi encontrado.
O acampamento Irma Dorothy em Tamboril é uma ocupação realizada pelo MST há 4 anos. As 150 famílias acampadas estão reivindicando a desapropriação da fazenda Cacimbinha pertencente à família Timbó. Neste período de acampamento já ocorreram diversas audiências com a Secretaria das Cidades e Instituto do Desenvolvimento Agrária do Ceará (IDACE) do governo do estado e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que estão realizando vistorias em áreas na região para realizar o assentamento das referidas famílias.
Pobre México! A nota é oficial e foi divulgada pelo secretariado executivo do Sistema Nacional de Segurança Pública do México. Os casos de feminicídio infantil aumentaram em 60% nos últimos quatro anos naquele país”!
Entre janeiro e setembro de 2018 foram assassinadas 61 garotas, entre 0 e 17 anos, por razões de gênero. E nós sabemos (já foi comentado no nosso Informativo) que o México tem uma alarmante taxa de feminicídios e violência de gênero em geral (meninas e mulheres de todas as idades) desde 2015.
Os números de assassinatos aumentaram em 104% (média) durante os três primeiros meses de cada ano. Entre 300 e 500 mulheres foram assassinadas violentamente no México, entre 2015 e 2018.
Bloqueio econômico contra Cuba é novamente condenado. Em decisão da Assembleia Geral da ONU, mais uma vez, Cuba recebeu o apoio da imensa maioria dos países que exigem o fim do bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto pelos EUA.
A votação ocorreu na sexta-feira (02) e 189 países votaram pelo fim do bloqueio que já dura 60 anos. Apenas dois países votaram contra a decisão da Assembleia Geral: EUA e Israel, para variar.
Só para lembrar, o neofascista eleito no Brasil declarou, no mesmo dia, que vai estudar a possibilidade de romper relações diplomáticas com Cuba.
Por que nossos jornais não noticiam? O Plano Volta à Pátria, lançado por Maduro, parece ter desfeito a propaganda montada por Washington para mostrar a Venezuela como um país ditatorial que o povo quer abandonar. Como fizeram em Cuba, durante décadas, montaram um esquema intrigante para fazer os venezuelanos fugirem do país, prometendo “mundos e fundos” para os que se fugissem para outros países vizinhos. Mas a artimanha está desmoronando.
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela informou, na terça-feira (30) que um novo grupo de imigrantes venezuelanos que estavam no Brasil retornará ao país a partir de hoje.
De acordo com a nota oficial, os 250 venezuelanos vindos de Boa Vista, capital de Roraima, denunciaram que foram vítimas de xenofobia e violência. O grupo de venezuelanos foi repatriado graças ao Plano Volta à Pátria, promovido pelo governo de Nicolás Maduro.
Por meio da conta oficial no Twitter, o governo afirmou que a rejeição dos venezuelanos no Brasil se deve a uma campanha promovida por grandes empresas de mídia.
“Cansados da xenofobia e da violência que surgiram contra os venezuelanos no Brasil por causa da campanha midiática contra nosso país e os migrantes, hoje mais de 250 compatriotas retornam de Boa Vista graças ao Plano”.
Outro grupo de 98 venezuelanos do Peru se junta aos que regressam. Este é o nono voo para Caracas resultante do programa de repatriação e inclui seis gestantes, 28 pacientes graves sem atendimento médico e 27 crianças.
A realidade dos trabalhadores latino-americanos. Há uma realidade chocante em nossa região, em especial para todos os que se preocupam com a situação dos trabalhadores e com os direitos sociais tão duramente conquistados durante séculos de luta sindical. Mais da metade dos trabalhadores e trabalhadoras na América Latina não contribui para um sistema de seguridade social para enfrentar doenças, desemprego e riscos associados à velhice, afirma um novo relatório da OIT apresentado no México.
O Panorama Laboral Temático da OIT “Presente e Futuro da Proteção Social na América Latina e no Caribe” afirma que os sistemas existentes na região estão numa encruzilhada marcada pela urgência de responder às necessidades de cobertura (quantidade de população alcançada), de suficiência (nível de benefícios) e sustentabilidade (capacidade de garantir cobertura e benefícios).
A análise da OIT abrange diferentes benefícios, desde aposentadorias para idosos, seguro-desemprego, cobertura de saúde ou transferências para garantir renda a famílias com crianças, incluindo coberturas contributivas e não contributivas.
“Estamos falando de 145 milhões de trabalhadores que não fazem contribuições numa região onde a população está envelhecendo, o que pode afetar seu futuro e o de suas famílias”, afirmou o Diretor Regional da OIT para a América Latina e o Caribe, José Manuel Salazar-Xirinachs.
O relatório da OIT destaca especialmente os desafios à proteção social derivados das transformações ligadas ao futuro do trabalho. “As mudanças previstas na organização da produção e do trabalho, nas áreas demográfica, ambiental e climática para as próximas décadas, são um chamado urgente à reflexão sobre o futuro da proteção social e das políticas que explicarão seu desempenho”, diz o documento.
Será que eles não cansam? Desde já afirmamos que não, “eles” não descansam. Deram um golpe em Honduras, deram golpe no Paraguai, articularam o golpe na Argentina, montaram o golpe no Brasil, tentam golpes contra a Venezuela e contra a Bolívia... e já montam um esquema para impedir que o presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador, tome posse no próximo dia 1º de dezembro.
López Obrador, um conhecido crítico do alinhamento de seu país com os EUA e que fez toda a sua campanha política denunciando o poder que Washington tem sobre os políticos e sobre as instituições mexicanas ainda está se preparando para a posse, mas já tem conhecimento das articulações que estão sendo feitas por grandes empresários em seu país que não ficaram contentes com sua vitória e não aceitam que um processo democrático seja conduzido com tranquilidade e direito.
Durante toda a sua campanha ele fez violentos discursos contra o neoliberalismo que impera no país há mais de 40 anos e contra a completa dominação do grande capital estadunidense em toda a região.
Mas acontece que grandes milionários como Carlos Slim, Alberto Baillères, Carlos Hank, Olegario Vásquez Raña e mais algumas dezenas de muito ricos e poderosos no país já estão se articulando e solicitando a ajuda de Trump para um golpe e tentar impedir a posse de López Obrador.
E López Obrador já sabe das dificuldades de governar um país onde quase todas as instituições estão dominadas por forças estadunidenses. Um país onde mandam os agentes da DEA, da CIA, do Serviço de Imigração dos EUA, do FBI e do Serviço de Informações da Marinha dos EUA. Ou seja, um país onde quem manda são as principais agências de informações dos EUA.
O fato concreto é que o dirigente do Conselho Coordenador Empresarial (CCE), Juan Pablo Castañón, acusou López Obrador de deixar na incerteza o setor empresarial e teve o apoio de Gustavo Hoyos, representante da Confederação Patronal da República Mexicana. Eles procuraram apoio em representantes de Washington para uma campanha impedindo a posse do novo presidente. Tudo com já conhecemos...
Essa briga Trump já perdeu. O governo dos EUA tentou com todas as suas artimanhas impedir a construção do gasoduto russo Turk Stream, um projetnucleares intermediários na Europa, as nações europeias estarão em risco de um contragolpeo para levar o gás das grandes reservas naquele país até a Europa, altamente dependente do gás para produzir sua energia.
A Rússia fornece mais de um terço das necessidades de gás da Europa e tem recebido uma forte pressão de Washington que usa seu poder sobre a Alemanha para tentar impor o seu próprio gás à Europa. A Casa Branca chegou a ameaçar países que se dispunham a colaborar no projeto anterior, o Nord Stream 2. Mas o novo gasoduto, muito mais barato e com participação de países que dependem desse gás, deixou Donald Trump em um canto. Vários países europeus já assinaram o acordo com Moscou e vão participar da construção de um novo gasoduto que sai da Rússia e chegará até a Alemanha, atravessando o Báltico. Uma cartada importantíssima contra os interesses estadunidenses.
Uma ameaça real para o planeta? Sabemos que o “xerife” dos EUA tem uma boa dose de insanidade no seu modo de governar e que está disposto a ir aos extremos para garantir as promessas feitas aos seus apoiadores durante a campanha presidencial. Ao retirar o seu país do Tratado de Paris, sobre a limitação das emissões de gases que causam o efeito estufa ele mostrou que não está para brincadeiras.
Mais recentemente iniciou uma incompreensível guerra comercial com a China e está deixando as bases da Organização Mundial do Comércio (OMC) de cabelos arrepiados. E o recado foi dado por Dennis Shea, segundo representante da Casa Branca para a entidade que declarou, em reunião realizada em Genebra, que “não permitiremos que a China mine de forma fatal a indústria do aço dos EUA, sobre a qual os militares americanos e a segurança global dependem”.
Claro que sua preocupação é com a produção anual de aço da China e as várias tentativas da Casa Branca de impor barreiras comerciais contra esse produto. E a ameaça está sendo tratada com muita seriedade pelo organismo internacional, uma vez que Trump já retirou os investimentos dos EUA em diversos programas da ONU.
Mas será essa ameaça de uma guerra comercial a maior preocupação no momento? Não! Certamente que não!
Como parte de sua estratégia de intimidar o restante do mundo, Donald Trump declarou que pode retirar o seu país do INF (Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário), assinado em 1987, que proíbe mísseis nucleares de alcance intermediário.
O acordo foi firmado ainda na época da União Soviética e foi um dos instrumentos para o final da Guerra Fria. Mas a retirada dos EUA do acordo, exigindo que a China recue de sua política econômica, pode decretar o retorno daquele período. Mas, com as novas tecnologias militares, ninguém é capaz de predizer onde isso vai parar.
É claro que nosso Informativo não deseja ser alarmista e nem deseja o pior para o planeta, mas a ameaça de retirada dos EUA do INF aumenta os riscos de um acidente nuclear na Europa ou no Oriente Médio. E coloca a China em uma situação desconfortável, imaginando que o Pentágono poderia deslocar as armas táticas até a sua fronteira.
O presidente russo, Vladimir Putin, alertou pela imprensa que “se os Estados Unidos podem deslocar seus novos mísseis 

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