Valentão, quem cheira a merda é você…
O valentão marombado Daniel Silveira, policial militar que se elegeu deputado federal pelo partido de Jair Bolsonaro e que se exibiu como um dos vândalos que destruiu a placa em homenagem a Marielle Franco colocada na Cinelândia está de novo em evidência.
Agora, em um vídeo onde faz ameaças a outra mulher – ele parece especialista em ser valente com mulheres -, Andrea Nunes Constâncio, diretora do Colégio Pedro II em Petrópolis (que é da rede estadual), região serrana do Rio.
Ficou irritado porque, depois de ter ido, segundo ele, “fiscalizar” a escola, a diretora admoestou os funcionários que deram entrada a ele, policial militar, no estabelecimento escolar.
E está espalhando um vídeo onde faz ameaças.
“Se você tem medo, diretora, que um deputado federal esteja na sua escola, ainda mais um deputado com a minha vertente, conservadora, que combate a ideologia socialista comunista, frequente à sua escola, isso me cheira a merda. E se cheira a merda eu vou fazer um favor a você, e você será uma das primeiras que vou solicitar auditoria”.
Não, senhor Daniel, para usar a sua linguagem, quem cheira a merda e a burrice é você, porque é um prevalecido e um covarde.
O senhor não é deputado federal. Não foi diplomado pela Justiça Eleitoral e não tomou posse no cargo. Não é o “rei do pedaço”.
É o mesmo que um sujeito que passa num concurso para PM e quer sair direto dando carteiradas e pedindo documentos a torto e a direito. O senhor ou qualquer outra pessoa não pode entrar em um estabelecimento escolar – ou em qualquer outro – sem pedir autorização ao responsável e a responsável é a diretora.
Ela tem o poder e o dever de saber quem entra e sai no colégio e fez muito bem em repreender os funcionários que o teriam chamado, se é que chamaram, por sua entrada não autorizada na escola.
Pode ser gente de mau caráter e perigosa para a educação de adolescentes, como o senhor prova que é espalhando um vídeo de ameaças. Imagine agora como se sentirá qualquer jovem com problemas de comportamento pode agir, depois do seu asqueroso exemplo, em relação a professores e diretores. Será que pode gravar e espalhar vídeos com ofensas aos que o senhor chama de “socialistas comunistas”?
Ainda que fosse, como alega, para saber como ajudar a escola – não parece que sistemas de lançamentos de notas e presenças seja algo a ir discutir com quem não tem poder administrativo na colégio – o mínimo que se exigiria seria ser recebido formalmente, após um telefonema, no mínimo, de contato.
Mas fica claro que quem o levou foi seu “assessor” (assessor pode ser substituído por “X-9”, porque Daniel, até agora, é só um PM) que confessadamente já entrou em choque com a direção escolar, pelo que se relata no vídeo.
Aí está um belo exemplo das “Comissões de Ética” a que deve estar se referindo o novo ministro da Educação, Ricardo Rodriguez. Estas hordas de microcéfalos vão intimidar e acabar por afastar das escolas todas as pessoas com consciência e brio. Para que ser diretor de escola se logo um marombado, com as costas quentes, virá lhe fazer ameaças? Para ganhar uma gratificação desprezível sobre um salário injusto? Para ficar à mercê de um boçal como Daniel?
Alexandre Frota terá companhia em Brasília, pelo visto. Só não se pode dizer que será boa companhia.
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