Jair Bolsonaro presta continência à bandeira dos Estados Unidos em Miami / Reprodução
Jair Bolsonaro ainda nem assumiu, mas já ostenta um recorde de servilismo ao governo dos Estados Unidos que não foi visto sequer na época dos presidentes da ditadura militar.
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Estes, que passavam pela vergonha de terem que elaborar relatórios de suas atrocidades ao embaixador norte-americano no Brasil, bem ou mal disfarçavam uma certa soberania, ainda que cínica, para manter pelo menos as aparências.
Eleito, o que Bolsonaro e sua família de desequilibrados fazem é de uma vassalagem que não só nos humilha enquanto nação, mas põe em xeque toda a nossa política internacional e econômica numa parceria em que só um ganha e só um perde.
Isso sem falar no risco que é gerado para a nossa própria segurança nacional ao atrair gratuitamente o ódio e a desconfiança dos povos árabes.
Tudo em prol de migalhas de um reconhecimento que nunca virá por parte de um troglodita como Donald Trump. Sobretudo sabendo-se que os brutos não respeitam quem a eles se subordinam caninamente.
E foi exatamente isso, expressar a sua subordinação canina a Donald Trump, o que Eduardo Bolsonaro foi fazer em Washington.
Usando um boné que exalta o verdadeiro presidente do Brasil a tomar posse no dia 1° de janeiro de 2019, Bolsonaro filho, entre outras estupidezes a que é tão afeito, reafirmou a decisão estapafúrdia de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.
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Trump ri da obediência subalterna com que suas ordens são tão prontamente recebidas e acatadas nessas paragens ao sul da linha do Equador.
E esse é só um item da extensa pauta de “reivindicações” do governo americano que todos nós seremos obrigados a pagar sem qualquer consulta e aprovação prévias do povo brasileiro.
Vexames diplomáticos como a retirada da candidatura única do Brasil para sediar a COP-25 (Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas) em 2019, atesta o descaso com que o país sob Bolsonaro trata o meio ambiente numa franca subserviência aos interesses imperiais norte-americanos.
A entrega definitiva da base de lançamento de foguetes de Alcântara no Maranhão para uso exclusivo dos Estados Unidos é outra medida que deixa claro o quanto nosso território volta a ser o grande quintal dos poderosos.
Sobre as exigências norte-americanas que impediram anteriormente os avanços nas tratativas desse assunto em particular, o reles Bolsonaro não titubeou ao deixar explícito o que pensa de nós nessa relação. Disse ele:
O Brasil não pode exigir muito dos Estados Unidos
Contextualizando a frase, o que o presidente eleito afirmou basicamente é que não considera justo que o Brasil cobre dos Estados Unidos o “favor” que eles estão fazendo em vir aqui explorar os nossos recursos tecnológicos, naturais e humanos de forma obscena e com expressivos ganhos unilaterais.
Afinal, como bem disse em outro momento: “O Brasil precisa saber o seu lugar”.
E “esse lugar”, como já podemos perceber, é o da senzala.
Eis o que nos espera.