247 – "O embaixador Ernesto Araújo como ministro das Relações Exteriores, por tudo o que disse até agora em seu blog de ativista, indica que o governo escolheu um alinhamento entusiástico a Donald Trump e isso tem um custo econômico", diz a jornalista Miriam Leitão, em artigo publicado nesta quinta-feira. Ela lembra ainda que "os artigos que postou no blog dele têm ideias definidas pelos seus colegas como 'exóticas' e 'constrangedoras'”.
"Na vida real, os Estados Unidos estão num dos piores momentos de sua política externa, com conflitos com vários aliados e em muitas frentes, uma diplomacia de ofensas e brigas. Os EUA com o tamanho que têm podem errar. Um país como o Brasil não poderia. O risco é o de comprar as brigas americanas, sem o poder de barganha que eles têm, perder mercados e se isolar", afirma Miriam. "Não é natural também que, num local tão disciplinado como o Itamaraty, um diplomata tenha um blog de militância política partidária."
"O caminho que ele tentará influenciar o governo, se presume dos textos, é o de ser caudatário dos Estados Unidos. Isso aconteceu algumas vezes no Brasil, como no período de Eurico Gaspar Dutra", pontua ainda a jornalista, numa referência ao pior governo da história do Brasil, que queimou as reservas acumuladas pelo País durante a Segunda Guerra, comprando quinquilharias norte-americanas.
Nesta nomeação, houve também outro fato inusitado. Parte do processo de triagem de ministros foi feita pelos filhos do presidente eleito. Não é normal do ponto de vista institucional que isso seja delegado a pessoas por seus laços familiares com o presidente", diz Miriam.
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