RUI COSTA PIMENTA: ESTE GOVERNO É DE GUERRA CONTRA O POVO

"Está absolutamente claro, esse é um governo de guerra contra a população em nome dos sanguessugas do país, os mais tradicionais, que querem aproveitar o governo para se recuperar economicamente às custas do povo", afirma o presidente do PCO à TV 247; ele avalia que a cerimônia de posse foi um "fracasso" em termos de demonstração de popularidade e o ato em Curitiba, "muito importante"; "Espero que seja o tiro de largada de muitas manifestações pela liberdade do Lula"; a oposição, diz, não deve ter "uma política de conciliação"; "E o próximo passo é organizar a luta, não tem outro caminho"; assista
4 DE JANEIRO DE 2019 ÀS 12:17 // INSCREVA-SE NA TV 247 

247 - A cerimônia de posse do governo de Jair Bolsonaro, na última terça-feira, 1º de janeiro, foi um "fracasso" em termos de demonstração de popularidade e os discursos do novo presidente demonstraram a que veio o novo governo: "esse é um governo de guerra contra a população em nome dos sanguessugas do país". A análise é feita pelo presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, em entrevista à TV 247 (assista abaixo).
Enquanto a cerimônia de posse acontecia em Brasília, um ato de apoiadores que defendem a liberdade do ex-presidente Lula fazia, em Curitiba, a posse simbólica de presidente do líder petista, que, em primeiro nas pesquisas de intenção de voto, foi impedido de disputar as eleições, com a candidatura impugnada pelo Judiciário. No dia da posse, Lula completava 270 dias de prisão política na sede da Polícia Federal, na capital do Paraná.
"Foi uma excelente atividade política, nós (PCO) tivemos lá. Achei muito importante e espero que seja o tiro de largada de muitas manifestações pela liberdade do Lula", comentou Rui.
Sobre o evento na capital federal, o presidente do PCO observou a "baixíssima presença de público. "Alguns jornais tomaram a ousadia de falar que havia mais de 100 mil pessoas, o que é algo totalmente absurdo, não tinha nada nem parecido com isso. Eram alguns milhares de pessoas. Isso mostra também que a popularidade do Bolsonaro, algo que a imprensa tem procurado preservar, não é tão grande quanto procuram mostrar. Isso vem sendo desmascarado", afirma.
"O pouco público demonstra que o governo não começa bem desse ponto de vista. Se a ideia era dar a impressão de que temos um governo prestigiado, com grande apoio popular e escolha democrática da população, isso fracassou", acrescenta.
Sobre os discursos de Bolsonaro, tanto no Congresso quanto no Parlatório, no Palácio do Planalto, Rui Costa Pimenta disse não ver "nenhuma grande novidade". "Repetiu as coisas que havia dito na campanha. Para quem achava que teria um Bolsonaro democratizado, civilizado, não. O programa dele continua sendo o programa antipopular, de características fascistas na eleição", avalia.
"Temos um governo dos abutres nacionais. Em todos os terrenos vai haver ataques contra os direitos sociais e contra os direitos democráticos da população", prevê. "Está absolutamente claro, não há muito o que especular. Esse é um governo de guerra contra a população em nome dos sanguessugas do país, os mais tradicionais, que querem aproveitar o governo para se recuperar economicamente às custas do povo", diz ainda.
"E os ataques aos direitos democráticos são necessários porque é preciso retirar da população aqueles instrumentos, aqueles meios para se defender desses ataques, que são esses direitos democráticos", completa.
O líder político definiu como "um escândalo" o tratamento dado pela equipe de Bolsonaro durante a cerimônia de posse aos jornalistas que cobriam o evento. "Na minha opinião, os jornalistas deveriam ter se retirado da cobertura em protesto, como fizeram os correspondentes internacionais, porque é um tratamento aviltante para qualquer pessoa, e os jornalistas estavam lá para trabalhar".
Para ele, "a imprensa não vai reagir, mas essa crise expressa uma das contradições do atual governo e da atual situação política. A imprensa não é 100% bolsonarista, então ele tem medo da imprensa e tem receio de ficar refém dos grandes órgãos, que inclusive ajudaram a elegê-lo, mas que numa reviravolta, podem passar para um ataque contra ele, e que visivelmente estão procurando controlar o desenvolvimento do governo Bolsonaro".
Rui Costa Pimenta faz também uma análise sobre a relação do novo governo com os Estados Unidos, com quem já se reuniu no dia seguinte à posse. "Esse é um dos aspectos mais complexos da política do Bolsonaro. Não há um consenso da burguesia sobre como a política internacional deve ser conduzida pelo novo governo".
Sobre a formulação da oposição, ele acredita que não se deve ter qualquer tipo de consentimento. "O que eu acho que é prioritário nesse momento é que não haja uma política de conciliação com o governo Bolsonaro. Por exemplo eu aplaudo muito a decisão da direção do PT de não ir à posse, porque não é uma política de ir lá e apertar a mão, e ir se integrando a um governo que realmente vai ser um peso extraordinário, uma tragédia para a população".
"A palavra de ordem 'Fora Bolsonaro', embora alguns tenham achado muito arrojado, já é popular na militância, ninguém quer saber de acordo com ele. É um grito de 'nós não temos acordo com o governo'. O próximo período vai ser de grande enfrentamento com o governo, e já está se delineando", analisa.
"O próximo passo é organizar a luta, não tem outro caminho. Não adianta ficar falando que os deputados vão aprovar alguma coisa no Congresso, que tem que fazer frente para fazer acordo para aprovar não sei o quê, nada disso vai acontecer", conclui.
Inscreva-se na TV 247 e assista à entrevista:
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