sábado, 13 de abril de 2019

INFORMATIVO SEMANAL DO PROF. ERNESTO GERMANO PARES






Cem dias, sem governar!
“Eu não nasci para ser presidente, nasci para ser militar”. A frase, dita por um presidente recém eleito, já parece um absurdo. Mas é muito pior do que isso, porque nem para militar ele serviu, uma vez que foi posto na reserva com “problemas mentais”!
Mas nosso Informativo tem por proposta, desde a sua criação, trazer temas que possam servir de debates e aprofundamentos. Por isso, vamos tentar fazer uma breve análise desses 100 em que nada foi feito!
Já em sua primeira semana de empossado, além das lambanças feitas na escolha de um dos ministérios mais despreparados e incapazes que o país já teve, o pavão de faixa presidencial resolveu demonstrar sua política no exterior. Foi participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, e fez um discurso capaz de envergonhar uma taturana que vive no meu jardim, distante da política. Dos 45 minutos que lhe foram dedicados não chegou a usar sete, com direito a repetições e brechas no raciocínio.
A vergonha foi tão grande que ele chegou a suspender uma coletiva com a imprensa internacional que estava agendada e contaria com a presença de alguns dos seus ministros.
Em 100 dias ele destruiu uma política externa altiva, de fortalecimento de laços com países dentro da América Latina, na África e na Ásia para se arrastar aos pés de Donald Trump e ter, como prêmio de consolação, um passeio nos EUA com o filho querido e um suposto número de telefone do presidente estadunidense (que, a essa hora, já deve ter trocado de telefone).
Entregou em uma bandeja de prata a nossa Base Espacial de Alcântara, a mais cobiçada do mundo por sua posição estratégica, em troca de uma promessa de levar o país a ser membro da OTAN, coisa que já foi rechaçada pelos outros membros da aliança que cuida apenas dos interesses dos países do Atlântico Norte.
Em outra impressionante demonstração de viralatice, saiu em defesa da provocação de Trump e declarou que iria também transferir a embaixada brasileira de Israel para Jerusalém. Claro que desistiu porque viu a burrice que estava dizendo para alcançar seu objetivo mais elevado: incluir o Brasil na OCDE, coisa que também não vai acontecer.
Mas conseguiu descontentar, em poucos dias, o mundo árabe que já está suspendendo negócios com o Brasil e perder o mercado de soja que exportávamos para a China (que agora está comprando dos EUA).
Internamente, sua única proposta até aqui apresentada é a Reforma da Previdência que parece estar emperrada no Congresso Nacional. E, nesse sentido, ele está fazendo de tudo (tudo mesmo) para angariar os votos de mais um ou outro deputado corrupto que aceita qualquer coisa em troca de poder ou dinheiro.
Vinte e cinco dias depois de sua posse acontece o crime de Brumadinho (não é acidente ou tragédia, é crime anunciado) que desmascara de vez a proposta feita por ele durante a campanha eleitoral de “desregulamentar o setor privado” e terminar com as ações de fiscalização ambiental que ele chamou “indústria de multas ambientais”
Ao findar o primeiro mês de mandato do ex-capitão o Brasil toma conhecimento das falcatruas do filho mais velho do candidato que iria acabar com a corrupção. Flavinho foi denunciado por “transferências atípicas de mais de 1,2 milhões de reais através de uma conta mantida por um desaparecido, o Fabrício Queiroz, motorista particular do próprio.
Em meados de fevereiro surge a primeira denúncia que coloca em questão a honestidade do “cidadão de bem” que escrevia contra corrupção em sua página nas redes sociais. Uma averiguação eleitoral constatou que o seu partido, o PSL, havia feito transferências no valor de 400 mil reais para uma candidata à Câmara Federal que, abertas as urnas, recebeu apenas 274 votos. A imensa quantidade de dinheiro criou a desconfiança de que a tal candidata havia apenas servido de “testa de ferro” para “transações ilícitas”. O escândalo acabou derrubando o ministro Gustavo Bebianno (Secretaria Geral da Presidência) por ser o presidente do partido na época.
No dia 15 de janeiro, cumprindo uma de suas promessas de campanha, o desajustado assina o decreto flexibilizando as regras para que os cidadãos pudessem comprar armas e tê-las em casa. No dia 13 de março acontece o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na região da Grande São Paulo. Foram 10 mortes, incluindo os agressores que se suicidaram.
Um dia antes dos acontecimentos em Suzano, em 12 de março, véspera do primeiro aniversário do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, a polícia prendeu os dois suspeitos do crime: Ronnie Lessa, policial militar aposentado, e Elcio Vieira de Queiroz, policial militar expulso da corporação. Curiosamente, ambos moravam no mesmo condomínio onde vivem as famílias do atual presidente da República e de seu filho. Em uma busca, a polícia encontrou 117 armas militares importadas ilegalmente.
Quase completando os 100 dias de desgoverno, o ex-militar demite seu ministro da Educação. Vale lembrar que era um nome escolhido pessoalmente pelo pulha maior, Olavo de Carvalho, mas que criou tantas polêmicas na política do governo que estava em situação insustentável. Durante os poucos dias no cargo, conseguiu criar confusão com 17 ocupantes de cargos no Ministério, queria exigir (com gravação de vídeo) que os alunos em escolas públicas cantassem o Hino Nacional, propôs a revisão de todos os livros de história que falavam no “golpe militar de 1964” que seria “reinterpretado”, etc. Aliás, o próprio demente que é chefe dessa turma chegou a assinar uma ordem para que todos os quartéis “comemorassem o golpe”.
E no domingo, dia 07 de março, toda essa loucura transborda! O músico Evaldo dos Santos Rosa, 51 anos, levava a família para um chá de bebê de uma amiga quando teve o carro atingido por mais 80 tiros disparados por militares que patrulhavam a Estrada do Camboatá, no bairro de Guadalupe, zona oeste do Rio de Janeiro. A defesa dos militares foi dizer que “haviam confundido com um bandido que estava sendo procurado”. Oitenta tiros por engano?
No dia, um crápula colocado no Ministério da “justissa” fala à imprensa sobre os 80 tiros dados contra um carro de família dizendo que “... esses fatos podem acontecer”. E o ministro da Defesa especialmente escolhido pelo tresloucado diz que “foi só um lamentável acidente”.
Para completar, em entrevista durante inauguração do aeroporto de Macapá, o ex-militar disse que o Exército “não matou ninguém, foi tudo um “incidente” e a instituição não pode ser acusada de ser “assassina”.
Mas está tudo normal em um país onde temos uma ministra que diz ter visto Jesus em uma goiabeira e promete rever os livros de história usando como base a Bíblia Sagrada; outra ministra que diz que o povo deve matar a fome comendo mangas que são abundantes no país. Temos um ministro da “justissa” que diz “conge” e afirma ter apenas “rugas” pontuais com o juiz Gilmar Mendes.
Morte de mulheres por armas de fogo cresce. Enquanto o ex-capitão cumpre sua promessa de liberar a venda de armas de fogo, os números mostram que as principais vítimas são as mulheres. Em 17 das 27 unidades federativas foi registrado aumento das taxas de homicídios de mulheres por armas de fogo. Esse é o resultado do levantamento realizado pelo Observatório da Mulher contra a Violência (OMV) do Senado Federal, a pedido da Agência Patrícia Galvão.
No caso analisado pelo OMV, quatro dos cinco estados mais populosos do Brasil apresentaram uma considerável redução na taxa de mortes de mulheres por armas de fogo, seja em razão de homicídios ou de suicídios, entre 2006 e 2016. Houve queda em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Mas a grande maioria dos estados apresentou um aumento alarmante dessas taxas. Em estados como Acre (+524,1%), Maranhão (+182,2%), Ceará (+165,2%), Rio Grande do Norte (+155,5%) e Roraima (+110,6%) verificou-se que a taxa de mortes de mulheres por armas de fogo em 2016 mais do que dobrou na comparação com 2006.
A análise desses dados é importante para subsidiar o debate em torno das possíveis consequências de decisões adotadas pelo atual governo para a segurança das mulheres. Isso porque a política de flexibilização da posse de armas de fogo, apregoada para dar maior segurança para a população, pode resultar em um aumento do assassinato e suicídio de mulheres em um contexto de violência doméstica e familiar. E vale lembrar que temos uma demente à frente do Ministério da Mulher.
Pesquisa DataFolha divulgada durante a semana mostrou que os brasileiros não apoiam a posse de arma e que agentes de segurança atirem em suspeitos para se defender, duas das propostas do governo federal para a segurança pública. Os dois pontos abordados e reprovados pelos entrevistados fazem parte do pacote anticrime entregue pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
Em sua conta no Twitter, o ministro Sérgio Moro criticou a pesquisa. Segundo ele, “a pesquisa mal feita apenas reforça a necessidade de continuar explicando o projeto de lei anticrime”. Mas, para ele, tudo está bem, pois só anda em carro blindado e cheio de seguranças, não é?
Mentiras da Casa Branca. Em mais uma tentativa de criar uma opinião pública favorável ao golpe na Venezuela, o vice-presidente estadunidense, Mike Pence, saiu por aí denunciando “uma cruzada contra o comércio ilegal de petróleo entre Venezuela e Cuba”.
Em nota oficial, o governo cubano respondeu às mentiras e acusou a Casa Branca de mais uma violação ao direito internacional. Segundo a declaração, o envio de petróleo da Venezuela para Cuba está respaldado em acordos firmados entre os dois países há vários anos e dentro da legalidade.
Em outubro de 2.000, os ex-presidentes Fidel Castro e Hugo Chávez firmaram um Acordo Integral de Cooperação que estipulou por parte de Cuba o apoio e cooperação com serviços e programas sociais em desenvolvimento na Venezuela. Em troca, Caracas forneceria o petróleo necessário para Cuba, sempre pelo preço do mercado mundial.
Ou seja, um Acordo legal e de quase 20 anos que agora serve para espalhar mais mentiras contra a Venezuela.
Argentina encontra a neta “129”. As Avós da Praça de Maio, grupo argentino que luta para encontrar parentes que desapareceram nas mãos dos militares durante a ditadura do país (1976-1983), anunciou na terça-feira (09/04) que encontrou a neta de número 129.
A neta, de acordo com o portal argentino InfoBae, foi encontrada na Espanha e exames de DNA confirmaram o parentesco com o pai e o irmão, que a procuravam “intensamente”. Trata-se da filha de Norma Síntora e Carlos Alberto Solsona. Síntora foi sequestrada em 1977 e estava grávida de oito meses. Quarenta e dois anos depois, a filha do casal foi encontrada.
“Há duas semanas a nova neta entrou no país e se apresentou à Justiça e aceitou realizar as análises”, afirmou Estela de Carlotto, presidente do grupo, na coletiva de imprensa realizada na terça-feira.  Carlotto conduziu a entrevista e estava acompanhada por Carlos e o irmão da neta encontrada, Marcos.
Julian Assange (1). O fundador do Wikileaks foi preso na quinta-feira (11), em Londres, após o presidente do Equador, Lenín Moreno, suspender o asilo diplomático do ativista. Ele estava há sete anos na embaixada do país na capital britânica.
Assange, que é australiano, foi retirado à força do prédio da embaixada pela polícia britânica, após autorização do embaixador. A cidadania que o governo equatoriano havia concedido ao australiano foi revogada, de acordo com a chancelaria em Quito.
Momentos depois da prisão, o governo britânico confirmou que a detenção foi feita em atendimento a um pedido de extradição feito pelos EUA. Assange ficou famoso por publicar documentos secretos sobre, por exemplo, operações militares dos EUA no Afeganistão e no Iraque, bem como sobre as condições na prisão de Guantánamo. Em 2010, com uma falsa acusação de estupro, ele foi condenado na Suécia. Dois anos depois, Assange pediu asilo ao Equador após entrar na embaixada do país em Londres. Ele ficou sete anos no prédio diplomático do país.
Julian Assange (2). Depois da decisão de Moreno, o ex-presidente equatoriano, Rafael Correa, falou aos jornais dizendo que “de agora em diante o nível mundial de canalhice e traição pode ser resumido em duas palavras: Lenín Moreno”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou as autoridades de Londres de estrangular a liberdade e disse que espera que os direitos do detido sejam respeitados. E o presidente boliviano, Evo Morales, expressou sua solidariedade a Assange e assegurou que ele está sendo perseguido por ter revelado as violações aos direitos humanos por parte de Washington.
O governo da Venezuela publicou nota repudiando “a terrível decisão que privou do direito de asilo diplomático” ao jornalista. “Julián Assange é um perseguido político do Governo dos EUA. Seu delito foi haver revelado ao mundo a face mais escura e criminosa das ‘guerras para mudar governos’ que executa o Império e, em particular, os massivos assassinatos de civis”.
O deputado do Parlamento Europeu, Javier Couso, qualificou de vergonhosa a decisão do presidente Moreno e exigiu que liberassem imediatamente o jornalista. A porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric, solicitou que fosse garantido a Assange um processo justo. María Fernanda Espinosa, presidenta da Assembleia Geral da ONU, disse esperar que “tal como acontece com todas as pessoas, os direitos de Assange sejam protegidos e respeitados, de conformidade com os padrões internacionais”.
Julian Assange (3). O departamento da Justiça dos EUA acusa o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, de ter participado de conspiração com Chelsea Manning para hackear computadores do departamento de Defesa do país a fim de obter acesso a informações secretas. O anúncio foi feito através da ata de acusação divulgada na quinta-feira (11/04).
“O objetivo principal da conspiração era ajudar Manning a receber e transmitir informações confidenciais relacionadas à Defesa Nacional dos Estados Unidos, para que o WikiLeaks pudesse divulgar publicamente as informações em seu site”, diz o documento. E, ainda segundo o documento, em 10 de março de 2010, Manning teria compartilhado com Assange uma parte da senha, guardada nos computadores do Pentágono, que permitia acesso à rede interna da entidade militar.
Julian Assange (4). Mas, afinal de contas, o que teria Assange feito para irritar tanto Washington e demais instituições de terror dos EUA? Qual foi seu crime?
Através das informações passadas por Manning, a WikiLeaks tornou de conhecimento mundial alguns fatos que o Pentágono e a CIA não gostariam que caísse nas mãos da imprensa. Vamos ver aqui alguns fatos desmascarados por Assange.
1) Em 2010 o portal publicou 470.000 registros sobre a guerra no Iraque e no Afeganistão, com 250.000 correspondências do Departamento de Estado e outros documentos “secretos” que deixaram nua a diplomacia estadunidense;
2) Assange e Manning decifraram as contrassenhas armazenadas nos computadores do Departamento de Estado (Pentágono) e puderam acessar milhares de documentos tidos como “secretos”;
3) entre 2013 e 2016, usando as informações obtidas, a WikiLeaks revelou como a CIA espionava o mundo através do uso de “malwares” nos “iPhones” e através do sistema Android. Desmascarou toda a rede de dispositivos móveis usados para a espionagem dos EUA em outros países;
4) em abril de 2011, WikiLeaks filtrou quase 800 documentos secretos do Pentágono que revelavam que Washington usava a prisão de Guantánamo de forma ilegal para obter informações de prisioneiros, muitos completamente inocentes;
5) em março de 2016 um fato causou pânico na Casa Branca. WikiLeaks publicou mais de 30.000 mensagens eletrônicas enviadas ou recebidas por Hillary Clinton a partir de seu servidor privado quando exercia o cargo de secretária de Estado. Entre os documentos filtrados, 27.000 mensagens eletrônicas do Comitê Nacional Democrata que trouxera à luz manobras de vários membros do Partido e também o fornecimento de armas para os radicais na Síria.
O que acontece no Sudão? Li matérias nos jornais brasileiros e internacionais e acompanhei alguns comentários nas redes sociais. Resolvi fazer uma breve pesquisa na Internet para poder oferecer aos nossos leitores dados para análise dos fatos, sem fazer opções precipitadas.
 
Para começar, através da Wikipédia pude ver que há muito tempo os EUA estão interessados no país africano que faz limite com o Egito e com o Mar Vermelho (busque um mapa para entender a região e a proximidade com Arábia Saudita e a rota de passagem do petróleo pelo Canal do Suez). Descobri também que os EUA financiaram a “revolução” de 2011 que dividiu aquele que era o maior país africano em dois: Sudão do Sul e Sudão do Norte. Mas se deu mal, porque os poços de petróleo ficaram no Norte que a Casa Branca não dominava.
Desde 1997 Washington já havia decretado sanções econômicas contra o Sudão porque exigia melhores condições para a exploração do petróleo. Retirou suas empresas do país que pareceu não se importar tanto pois outras empresas de França, Kuwait, Índia, Malásia e China passaram a produzir. Vale lembrar que o papel da China se reforçou a partir de 2011 e isso se tornou um inconveniente para os interesses estadunidenses e israelenses (vejam também a proximidade de Israel, no mapa).
O solo do Sudão não é apenas rico em petróleo, mas produz gás natural, ouro, prata, cromo, manganês, zinco, chumbo, urânio e outros. Mas, curiosamente, 80% da sua força de trabalho ainda está na agricultura, o que fortalece a pobreza no país. Não houve um processo de desenvolvimento, a miséria cresceu nos últimos anos, o desemprego é uma realidade nas grandes cidades e o governo de al-Bashir realmente virou as costas para o povo.
É verdade que, nos últimos anos a população não estava muito contente com o governo de Omar al-Bashir. É também verdade que, durante os últimos cinco dias, exigiram novas eleições e acamparam diante dos quartéis pedindo que os militares forçassem uma nova eleição no país. E o golpe foi dado pelo ministro da Defesa do país, Awad Ibn Ouf, que imediatamente decretou a suspensão da Constituição vigente, declarou “estado de emergência” durante os próximos três meses. Anunciou também a formação de um Conselho Militar que atuará por dois anos e, depois, convocará eleições gerais. Ou seja, rompeu com qualquer possibilidade de um diálogo com o povo e com os trabalhadores.
O presidente deposto, al-Bashir, havia feito uma declaração à imprensa local, em janeiro passado, dizendo que recebera “recomendações” para normalizar as relações com Israel e reduzir o papel da China no país. Segundo informações do Serviço Secreto do Sudão, o serviço de inteligência de Israel recrutava “rebeldes” para dirigir os protestos.
E tudo se intensificou a partir de dezembro passado, quando al-Bashir visitou a Síria e se encontrou com Bashar al-Asad. O encontro despertou a ira de Israel que teme o ressurgimento de um movimento que ficou conhecido como “pan-arabismo”.
Se, por um lado, Israel se preocupa com a geopolítica da região e sua segurança, por outro os EUA não deram tréguas (e nem darão) para reconquistar os ricos campos de petróleo do país e afastar a China.
Portanto, aqui temos um quadro para todos pensarem e tirarem suas conclusões, apesar do que a imprensa amestrada está divulgando.
Duas realidades ficaram bem claras no final da tarde de sexta-feira (12): a) poucas horas depois do golpe, percebendo que foram traídos, manifestantes sudaneses indignados com as medidas dos golpistas desafiaram o toque de recolher imposto e foram para as ruas exigir eleições e um governo civil; b) Ahmed Awad Ibn Auf, líder do golpe, renunciou poucas horas depois ao cargo de “Chefe do Conselho Militar de Transição” e se afasta dos militares golpistas.
Em outras palavras, estou escrevendo no final da manhã de sábado, apenas um dia após o golpe, e acho precipitada qualquer posição, contra ou a favor, antes de termos todo o quadro do país norte-africano.
O terror prossegue. O irmão mais novo da ativista palestina Ahed Tamimi foi preso na segunda-feira (08) por soldados israelenses na Cisjordânia ocupada, segundo informações da própria família.
“Uma tropa de Israel invadiu nossa casa, no povoado de Nabi Sali, próximo de Ramallah, e prendeu meu filho Mohamed”, disse Nariman al-Tamimi, mãe das crianças. Ela completou dizendo que “o Exército de Israel está tentando quebrar o amor de nossa família pela sua terra”.
Não houve motivo aparente ou qualquer explicação para tal prisão e, até sexta-feira, os militares de Israel não tinham emitido qualquer comunicado sobre o caso, mas sabemos por outras fontes que foram também sequestrados outros 21 palestinos durante a noite!
E o perigoso genocida ganha mais 4 anos de mandato! O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu conquistou o seu quinto mandato (quarto consecutivo), no comando do Estado Terrorista e Genocida e pode se tornar agora o líder mais longevo de Israel desde Ben Gurion, fundador do Estado judaico.
A vitória dá sobrevida política de apartheid defendida por ele, mesmo estando envolto em uma série de denúncias de corrupção. Essas eleições eram consideradas como o maior desafio já enfrentado por Netanyahu desde que assumiu o poder, enquanto a Procuradoria-Geral do país avalia uma série de acusações de fraude, recebimento de propina e quebra de confiança envolvendo seu nome.
Seu partido, o Likud, conquistou 35 cadeiras no Knesset (Parlamento israelense), praticamente o mesmo número obtido pela legenda Azul e Branco ("Kahol Lavan", em hebraico), de seu adversário centrista, o ex-chefe do Estado Maior do Exército Benny Gantz. Mas, a soma dos votos do Likud e dos demais partidos de direita aliados à sigla garantem 65 das 120 vagas.
O comparecimento às urnas foi de 67,9%, um pouco mais baixo dos 71,8% registrados nas eleições de 2015. Mas, curiosamente, não vemos a imprensa internacional questionar a evasão de eleitores, como fez com as eleições na Venezuela. Aliás, ficaram também para trás os velhos discursos da direita dizendo que “é preciso ter uma alternância no poder”. Mas só querem quando o poder é contra eles... se for a favor pode continuar.
Pobre Cidade Luz! Numerosas organizações sociais e humanitárias realizaram na terça-feira (09) uma atividade para denunciar a triste situação em que vivem os migrantes na capital francesa e questionar a falta de ações efetivas por parte do governo de Macron.
“Há mais de três anos um ciclo infernal se instalou com acampamentos sendo agredidos, desmantelados, dispersos e perseguidos no noroeste de Paris e sua periferia, com uma violência crescente”, denunciam em um comunicado as organizações humanitárias Seguro Católico, Médicos do Mundo e Emmaus France.
Depois de dizer que o panorama é dramático, o texto lamentou a falta de ação por parte dos poderes públicos para encontrar soluções duradouras.
E os Coletes Amarelos voltam às ruas. Sábado, dia 13, os “Coletes Amarelos” realizaram mais uma jornada de protestos em diversos pontos da França exigindo do governo mais equidade social. Trata-se da 22ª jornada consecutiva, sempre aos sábados.
O movimento surgiu em 2018 protestando contra o aumento dos impostos e por melhorias na vida da população. Evoluiu em suas propostas e agora pedem também uma reforma na Constituição para que sejam realizadas consultas populares sobre temas de interesse nacional.
Há um programa de repressão policial ao movimento que já proibiu que os manifestantes dirijam-se a alguns bairros e avenidas mais conhecidas, mas o movimento continua tendo grande repercussão em todo o país e apoio da maior parte da população.

Nenhum comentário:

Postar um comentário