07 DE MAIO DE 2019, 21H42
Após ações policiais violentas, Witzel é denunciado à ONU por recorde de mortes no Rio
“Witzel não se apresenta como um estadista, um mediador de conflitos. As falas dele mostram que não há política pública no Rio para redução de homicídios. Ele promove o contrário”, diz a deputada estadual Renata Souza (PSOL)
Talíria Petrone (PSOL-RJ), deputada federal, e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) denunciaram a “agenda genocida” do governador Wilson Witzel (PSC).
Em ofícios enviados à Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (7), a deputada Renata Souza (PSOL), que preside a comissão, e Talíria destacam informações do Instituto de Segurança Pública (ISP) e lembram que as mortes em confrontos com policiais no estado do Rio quebraram recorde nos primeiros três meses do ano.
Segundo Renata, que também enviou ofício à Organização dos Estados Americanos (OEA), as 434 pessoas mortas em ações das forças de segurança, entre janeiro e março, estão diretamente relacionadas à política do governador, que se mostra favorável ao “abate” de criminosos que estejam portando fuzis, como ele mesmo declarou.
As denúncias foram efetuadas um dia depois de uma operação policial na favela da Maré, que provocou a morte de oito pessoas. Durante a ação, vários moradores denunciaram que o helicóptero da polícia atirou no horário em que as crianças saíam da escola, o que fez com elas corressem para se abrigar contra os tiros.
O Brasil pode responder pelas mortes em cortes internacionais.
“Irresponsáveis”
“As falas do governador não são só polêmicas, elas são irresponsáveis. Witzel não se apresenta como um estadista, um mediador de conflitos. As falas dele mostram que não há política pública no Rio para redução de homicídios. Ele promove o contrário”, diz Renata Souza.
Além da operação na Maré, no sábado (4), em outra ação policial, Witzel sobrevoou de helicóptero a cidade de Angra dos Reis, de onde “snipers” atiraram contra a população.
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