terça-feira, 14 de maio de 2019

Política Bolsonaro deu abraço de urso em Moro?

Política

Bolsonaro deu abraço de urso em Moro?

Moro ainda tem popularidade acima do presidente da República. É, por isso, indemissível. Ao mesmo tempo, carrega fardo pesado

 
14/05/2019 11:40
(Arte/Carta Maior)
Créditos da foto: (Arte/Carta Maior)
 
Posso estar redondamente enganado, mas não vejo como vitória de Sérgio Moro a declaração de Jair Bolsonaro de que seria o próximo nomeado ao STF, conforme “compromisso que fiz com ele”.

Ao contrário, trata-se de queimação explícita. Tem cara das entrevistas de presidente de clube após derrota monumental do time: “O técnico continua prestigiado”.

Moro vem acumulando desgaste após desgaste, tanto no Congresso quanto na opinião pública. O Coaf está em vias de escorregar de suas mãos como gelo encerado. Seu projeto de lei anticrime recebe fogo de barragem da opinião pública e tudo indica ter atolado em algum desvão do Legislativo. Alguns parlamentares aventam estender a PEC da Bengala – que define a idade de aposentadoria compulsória no serviço público – de 75 para 80 anos. Sua imagem empalidece quando se percebe que o Catão de Curitiba era um leão contra o PT, mas mia mansinho diante do escarcéu cotidiano perpetrado por membros do governo e do clã Bolsonaro.

Moro ainda tem popularidade acima do presidente da República. É, por isso, indemissível. Ao mesmo tempo, carrega fardo pesado.

Lançado agora para a vaga de Celso de Mello, que se retirará em novembro de 2020, Sérgio Moro ficará um ano e meio ao relento, sujeito a todo tipo de intempérie. Tornou-se vulnerável não apenas a ataques inimigos, mas a lambadas de aliados invejosos.

Se queria desgastar seu ministro da Justiça, Bolsonaro acertou em cheio. O tiroteio verbal e virtual já começou.

*Este texto foi publicado originalmente no Facebook do autor

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