Militante e memória viva, Clara Charf recebe homenagem em São Paulo
Comunista, feminista e viúva de Carlos Marighella receberá o título de Cidadã Paulistana pela Câmara Municipal de São Paulo
Charf nasceu em Maceió em 1925, mas foi criada em Recife. Filha de judeus, ela trabalhou ao lado de militares americanos na base aérea da cidade durante a Segunda Guerra Mundial, e trilhou seu caminho pela luta política – o que faria dela um futuro alvo de perseguições sistemáticas do regime militar.
A história ao lado de Carlos Marighella, interrompida pelo assassinato do líder em novembro de 1969 no Dops de São Paulo, tornou a vida de luta e constantes fugas, já conhecida por Clara, inviável no Brasil.
Em entrevista ao programa “Provocações”, comandado por Antônio Abujamra, Charf se emociona ao falar da vida na ditadura. Sobre o parceiro, ela concorda com a descrição concedida por Jorge Amado: ‘a ternura e a ira’. O exílio que viria depois fez com que ela morasse por 10 anos em Cuba, até que a Lei da Anistia fosse declarada, em 1979. Ao voltar para casa, não havia tempo a perder.
“Minha família é marcada. Nossa vida foi, de uma maneira ou outra, participar da vida política com ela antes, durante e depois de Marighella” diz Sara Gristum, irmã mais nova de Charf, que a acompanhou pela redemocratização e, principalmente, na luta pelos direitos das mulheres, pela qual Clara fundou e preside até hoje a Associação Mulheres pela Paz.
Para a vereadora Juliana Cardoso (PT-SP), que tomou a iniciativa da homenagem, entregar o título de cidadã paulistana para Clara Charf ainda é pouco. “Clara é cidadã do mundo. Se eu pudesse mais, faria, porque tenho orgulho dessa mulher e muito respeito pela sua história.”
A cerimônia acontece a partir das 19h, no salão nobre da Câmara Municipal de São Paulo, localizada no Viaduto Jacareí, nº 100, Bela Vista, São Paulo.
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