O senador ex-delegado de polícia que tirou Moro do sério; veja
“OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS”
Hoje, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, participei da audiência com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, destinada a termos mais informações e esclarecimentos a respeito das notícias veiculadas na imprensa relacionadas à Operação Lava Jato.
Deixo claro: apoio a Lava Jato, um divisor de águas, pois, finalmente, os corruptos, os ricos, os intocáveis foram investigados, responderam à Justiça e foram condenados.
Mas isso não significa que podemos fechar os olhos para a situação que, agora, discutimos.
Um juiz falou a uma das partes do processo, a acusação, e não vou nem sequer entrar no mérito dos diálogos trocados.
Contra fatos não há argumentos.
Violou-se o princípio da imparcialidade, a ética, a Constituição Federal, o Código de Processo Penal, a Lei da Magistratura e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Fui delegado de polícia, 27 anos. Se eu fizesse contato com as partes de um inquérito por WhatsApp, como delegado, e se isso chegasse ao conhecimento do Ministério Público, ou mesmo do Judiciário, eu acho que sairia preso da delegacia.
Não desmereço o mérito da Lava Jato, mas os fins não justificam os meios.
* É senador da República do Espírito Santo pela Rede.
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