sábado, 17 de agosto de 2019

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Como será o amanhã (12).
Nosso Informativo desta semana dará atenção extra à questão argentina, pois continuamos acreditando que a política em Nossa América está muito relacionada. Por enquanto, vamos continuar com essa série.
Fato 1. A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia em 2019 voltou a cair, de 0,82% para 0,81%, de acordo com a pesquisa semanal Focus, divulgada pelo BC na quarta-feira (7). O boletim tem estimativas coletadas até o fim da semana passada. Para 2020, no entanto, o ponto-médio das expectativas para a economia brasileira permaneceu inalterado em 2,10%, nível em que está há cinco semanas agora. O PIB do segundo trimestre será conhecido em 29 de agosto. Por outro lado, a mediana das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial em 2019 voltou a cair, de 3,80% para 3,76%. Para 2020, o ponto-médio das expectativas para o IPCA manteve-se nos mesmos 3,90% em que está há cinco semanas agora. Já entre os economistas que mais acertam as previsões, os chamados Top 5, de médio prazo, a mediana caiu de 3,82% para 3,77%. Em relação a 2020, o ponto-médio das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 3,93% para 3,90% entre os campeões de acertos. (Valor Econômico – 12/08)
Fato 2. A economia brasileira cresceu 0,2% no segundo trimestre, na comparação com o primeiro, revertendo a queda de 0,1% observada nos primeiros três meses do ano, informou o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, com base em seu Monitor do PIB, publicado na quarta-feira. No mês de junho, o indicador aponta crescimento de 0,7% do PIB em comparação com maio. Na comparação interanual, a economia cresceu 0,7% no segundo trimestre, o que manteve o crescimento da taxa acumulada em 12 meses em 0,9%, mesma variação observada no primeiro trimestre do ano, diz a FGV. Em termos monetários, o PIB em valores correntes alcançou a cifra de aproximadamente R$ 3,469 trilhões, ou R$ 3.469.059 milhões no acumulado do 1º semestre, segundo a FGV. (Valor Econômico – 14/08)
Fato 3. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) não está sendo cumprida por 12 Estados, que estão comprometendo mais de 60% da Receita Corrente Líquida (RCL) com gasto com pessoal, apontou o Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais, divulgado pelo Tesouro Nacional. Outros quatro Estados estão próximos do limite de alerta (54%). "O cenário é bastante grave", afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. De acordo com ele, uma análise feita pelo Tesouro mostrou que os Estados poderiam ter tido um espaço fiscal de R$ 43 bilhões em suas contas no ano passado se todos os governos estaduais tivessem se adequado ao limite de alerta da LRF para o gasto com pessoal, que corresponde a até 54% da RCL. Isso poderia ter ajudado os governos estaduais a alavancarem os investimentos públicos que está estagnado em R$ 41 bilhões. (Valor Econômico – 15/08)
Os pastores de Trump chegaram! Em primeiro lugar precisamos esclarecer o que vem a ser essa organização chamada “Capitol Ministries”. Financiada pelo vice-presidente Mike Pence e pelo secretário de Estado Mike Pompeo, vale-se da influência do governo estadunidense para cumprir a missão que dizem ser “divina” e que consiste em “dominar o mundo”. Desde o ano passado, abriram sedes em cinco países latino-americanos – México, Honduras, Paraguai, Costa Rica e Uruguai e acaba de desembarcar em Brasília, com lançamento oficial programado para a segunda quinzena de agosto no Senado Federal, “sem muita badalação, voltado apenas para autoridades” e “com a presença de Drollinger (o “chefe” da quadrilha) e sua esposa”, como explicou à Agência Pública o pastor da Igreja Batista Vida Nova, Raul José Ferreira Jr., que será o responsável por conduzir os estudos bíblicos no Senado, na Câmara.
Ele diz ainda que, “se Deus permitir”, vai conduzir também estudos bíblicos na Casa Civil junto ao ex-capitão e seus ministros, traduzindo as palavras do pastor americano para o demente.
As aspirações da Capitol Ministries no Brasil são ambiciosas, embora o pastor Ferreira Jr. chame de “trabalho de formiguinha”: conduzir, a portas fechadas nos gabinetes, reuniões bíblicas individuais com parlamentares, especialmente os não convertidos, além de reuniões coletivas semanais – e ainda garantir que cada parlamentar do Congresso Nacional receba os estudos impressos, por e-mail e por mensagem no celular. “Nosso objetivo é reconstruir a nação a partir de valores cristãos que são forjados através do estudo da palavra”, define o pastor.
O bando chamado Capitol Ministries – significa “Ministério do Capitólio”, símbolo do Congresso americano – foi fundada pelo ex-jogador de basquete Ralph Drollinger na Califórnia, em 1996, para “criar discípulos de Jesus Cristo na arena política pelo mundo todo”. A ideia do pastor era levar para a política seu trabalho anterior, focado em evangelizar atletas.
“O Brasil não precisa do dinheiro da Alemanha”. O ex-capitão, cada vez mais demente, resolveu abrir guerra contra a Alemanha e mostrar toda a sua soberba. “O Brasil não precisa do dinheiro da Alemanha para preservar a Amazônia”, disse a plenos pulmões no domingo (11). Em resposta aos jornalistas presentes, ele disse que a Alemanha tentava “comprar” a Amazônia.
“Investir? Ela não vai comprar a Amazônia. Vai deixar de comprar a prestação a Amazônia. Pode fazer bom uso dessa grana. O Brasil não precisa disso”, declarou o desequilibrado.
Ele comentou sobre o apoio alemão no dia seguinte em que o país europeu anunciou que suspenderá financiamentos a projetos de conservação na região amazônica. Está congelado, em primeiro momento, o valor de 35 milhões de euros, aproximadamente 155 milhões de reais.
A Alemanha contribui ainda para o Fundo Amazônia, para o qual já repassou 55 milhões de euros, equivalentes a 245 milhões de reais. A Noruega também apoia o fundo. Em entrevista ao jornal alemão Tagesspiegel, a ministra do Meio Ambiente Svenja Schulze demonstrou temor com as medidas adotadas pelo ex-militar brasileiro.
“A política do governo brasileiro na Amazônia levanta dúvidas sobre se uma redução consistente das taxas de desmatamento ainda está sendo perseguida”, afirmou Schulze. Ela diz que o país europeu só deve retomar a cooperação quando as estratégias do governo estiverem claras.
Resposta ao ex-capitão! A Embaixada da Alemanha publicou um vídeo na quinta-feira (15,) para divulgar seus principais parques florestais no País e convidar as pessoas a conhecerem a natureza preservada pelo país europeu. O vídeo, com mensagens em português, foi divulgado na conta do Facebook da embaixada.
A divulgação ocorre um dia depois do insano dizer que a chanceler alemã, Angela Merkel, deve “pegar a grana” bloqueada para preservação ambiental no Brasil e reflorestar a Alemanha. “Eu queria até mandar um recado para a senhora querida Angela Merkel, que suspendeu US$ 80 milhões para a Amazônia. Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, ok? Lá está precisando muito mais do que aqui", disse o ex-capitão.
“Você sabia que a Alemanha é um dos países mais florestados da Europa? As florestas alemãs são destinos turísticos imperdíveis”, afirma a embaixada no vídeo, que contém imagens de diversas florestas protegidas do país. As mensagens afirmam que a área das florestas alemãs cresceu em mais de 1 milhão de hectares nas últimas cinco décadas e que cobrem um terço do território nacional.
Noruega também suspende ajuda. O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, anunciou na quinta-feira (15) a suspensão de novos pagamentos ao Fundo Amazônia, reserva destinada à preservação e combate ao desmatamento da floresta.
Segundo o jornal norueguês Dagens Næringsliv, a quantia bloqueada foi de 300 milhões de coroas norueguesas, equivalente a R$ 134 milhões.
“O Brasil rompeu o acordo com a Noruega e a Alemanha desde que o país fechou a diretoria do Fundo Amazônia e o Comitê Técnico. O que o Brasil fez mostra que ele não quer mais conter o desmatamento”, disse Elvestuen.
O ministro ainda afirmou que “isso é muito sério para toda a luta pelo clima. A Amazônia é o pulmão do mundo e todos nós dependemos inteiramente da proteção da floresta tropical lá. Não há cenários para atingir as metas climáticas sem a Amazônia”.
O governo brasileiro pretendia utilizar parte dos recursos do Fundo para indenizar ruralistas por desapropriações de terras. A notícia repercutiu mal na Noruega e na Alemanha, que também participa da iniciativa.
Vou “varrer turma vermelha do Brasil”. O ex-militar reformado voltou a protestar contra militantes de esquerda e afirmou que quer “varrer a turma vermelha do Brasil” nas próximas eleições. A declaração ocorreu em discurso durante inauguração de uma escola, na cidade de Parnaíba, no Piauí, estado governado pelo petista Wellington Dias.
“Quando a gente vê, agora pelo Brasil, alguns governadores querendo separar o Nordeste do Brasil, esses cabras estão no caminho errado. O caminho para o Brasil é um só. Um só povo, uma só raça, uma só bandeira verde e amarela. Nas próximas eleições, nós vamos varrer essa turma vermelha do Brasil”, disse. “Já que na Venezuela tá bom, vou mandar essa cambada para lá. Quem quiser ir um pouquinho mais para o Norte, vai até Cuba. Lá deve ser muito bom também”.
Em outro trecho do discurso, o insano atacou a candidatura de Alberto Fernández e Cristina Kirchner à presidência da Argentina. A declaração ocorre dias após o presidente fazer visita ao Rio Grande do Sul e afirmar que, se a dupla vencer as eleições do país vizinho, argentinos fugiriam para o Brasil.
Os argentinos estão rindo... O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na noite de quinta-feira (15) que o Brasil pode deixar o Mercosul se a oposição vencer as eleições presidenciais na Argentina em outubro e apresentar resistência à abertura econômica do bloco.
A afirmação foi feita depois de o peronista Alberto Fernández vencer com vantagem folgada as primárias realizadas no último fim de semana no país vizinho.
A votação, que serve como prévia das presidenciais de 27 de outubro, confirmou o claro favoritismo da chapa que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. Enquanto a oposição obteve 47% dos votos, o atual presidente, Mauricio Macri, ficou com 32%. (Veja adiante)
Kirchnerismo ganha primárias argentinas! Já alertamos, em palestras e encontros, que o processo eleitoral argentino é muito importante para nós, no Brasil, e em toda a Nossa América. Assim como foi determinante para o golpe contra Dilma, em 2016, a eleição de Macri, agora estamos acompanhando atentamente o que acontece por lá, porque isso vai ter peso na resistência ao governo do insano, no Brasil, e aos ataques de Washington contra a Venezuela e contra a Bolíviaa.
As eleições primárias da Argentina – conhecidas como Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (Paso) – realizadas no domingo (11) apontam favoritismo da chapa Alberto Fernández-Cristina Kirchner para as eleições gerais de outubro, após o atual presidente, Mauricio Macri, ser derrotado com uma diferença de cerca de 15 pontos.
Com 86,75% apurados, a chapa kirchnerista aparece com 47,35%, contra 32,33% da de Macri, que tem como candidato a vice-presidente o senador Miguel Ángel Pichetto. Em terceiro, aparece a chapa do ex-ministro Roberto Lavagna, que tem como vice o governador de Salta Juan Manuel Urtubey, com 8,37%.
Na Argentina, para se vencer no primeiro turno, não é necessário ter 50% + 1 dos votos: se o primeiro colocado superar 45% dos votos ou ter mais de 40% e uma diferença de 10 pontos em relação ao segundo, a eleição termina.
O processo de primárias, em teoria, deveria servir para definir os candidatos habilitados a participar das eleições presidenciais que ocorrem em 27 de outubro. No entanto, nenhum dos partidos indicou mais de uma chapa e, por isso, o pleito funcionou somente como uma espécie de pesquisa de intenção de voto, já que os cidadãos argentinos são obrigados a participar.
Pulando “que nem pipoca”! Na segunda-feira, depois da derrota de Macri, os mercados começaram a ameaçar e dar uma resposta a fim de intimidar. Os grandes aplicadores iniciaram uma fuga cambial em massa, que fez a moeda argentina despencar 30% em poucas horas. O dólar chegou a valer 60 pesos (caindo para 57,30 depois de três intervenções do Banco Central, que torraram mais US$ 106 milhões). Na bolsa de Buenos Aires, as ações também desabaram, com o Índice Merval recuando também 30%. A onda de pessimismo repercutiu pelo mundo e derrubou as cotações de outras moedas na periferia do sistema: a lira turca, o rand sul-africano, o real brasileiro. Mas a oligarquia financeira, que apoiou Macri durante todo o seu mandato, julgou-se em condições de fazer exigências… a Alberto Fernández. O candidato peronista “precisa enviar uma mensagem para os mercados, que o enxergam com desconfiança”, disse Rodrigo Álvarez, diretor da consultora Analytica, ao diário portenho Clarín.
Vontade de rir muito! Mauricio Macri, anunciou na quarta-feira (14) um pacote econômico que prevê aumento de salários e congelamento de preços de combustíveis. A medida vem após o agravamento da crise econômica gerado pela derrota do mandatário nas eleições primárias realizadas no último domingo.
Ele anunciou um aumento de 2 mil pesos (R$136,90 na cotação de hoje) no salário mínimo dos trabalhadores do setor privado e de 5 mil (R$342,30 na cotação de hoje) pesos nos servidores estatais. O salário mínimo na Argentina vale cerca de US$ 225, R$ 902. Além disso, Macri anunciou um congelamento no preço dos combustíveis por 90 dias. As eleições gerais acontecem dentro de 73 dias.
Mesmo após o anuncio do presidente, o dólar no país chegou a $61 pesos, registrando um aumento de mais de 5% com relação ao fechamento desta terça-feira (13/08).
De uma hora para outra, ele ficou muito bonzinho e, entre as medidas do pacote, Macri anunciou um aumento na isenção do imposto de renda que, de acordo com o jornal Página12, irá afetar cerca de 2 milhões de pessoas e poderá gerar uma economia de 2 mil pesos por mês para cada contribuinte.
Durante o anúncio, o presidente fez apelos aos eleitores para que sejam “responsáveis” e afirmou que “muito está em jogo”. “Nas últimas 48 horas ficou claro que a incerteza política criou muitos danos e nos obriga a ser responsáveis”.
FMI quer salvar Macri nas eleições! O CEPA (Centro de Economia Política da Argentina) apresentou um relatório sobre como está sendo desenvolvido o resgate financeiro que Macri solicitou ao FMI no ano passado. Nela, afirmam que “o cronograma de desembolso do programa é adaptado à agenda eleitoral argentina”, já que 90% do desembolso ocorrerá antes de 27 de outubro deste ano, a data das eleições presidenciais.
O programa que o FMI aprovou para o país sul-americano é o chamado “stand by” (ou direito de saque), instrumento de crédito que busca resolver problemas no balanço de pagamentos e cuja duração não costuma ultrapassar 36 meses no máximo. Neste tipo de programa, existem várias modalidades, dentre as quais as duas mais rápidas: acesso com maiores desembolsos iniciais e acesso rápido, um tipo de financiamento emergencial.
Argentina provoca crise na América Latina. As moedas de vários países da América Latina se desvalorizaram em relação ao dólar, arrastadas pela queda do peso argentino, com uma queda que chegou a 25%.
Na Colômbia, houve um “forte aumento” do dólar de quase 60 pesos, equivalente a um aumento de 1,58% da moeda norte-americana, informou o jornal El Espectador.
O índice Merval da Bolsa de Buenos Aires caiu 37,8%; enquanto as ações das empresas argentinas na Bolsa de Valores de Nova York caíram por sua vez para metade de seu valor e o peso despencou 25% em relação ao dólar, depois que uma aliança de oposição composta de peronistas aproveitou 15 aponta para o partido no poder nas eleições primárias de 11 de agosto.
No México, o peso teve uma desvalorização de 1,46% e fechou em 19,02% para a compra e em 19,87 para a venda.
No Chile, o dólar também começou com um “forte aumento”, já que a taxa de câmbio subiu 10 pesos, informou o jornal La Tercera, negociando com 721 unidades à venda. A moeda uruguaia também caiu contra os 55 centavos de dólar, negociando a 36,6% à venda.
O Banco Central do Uruguai saiu cedo para amortecer a desvalorização com a venda de 35,90 pesos no mercado atacadista, segundo o jornal El Observador.
Honda vai parar de fabricar carros na Argentina. A Honda decidiu parar de produzir automóveis em sua fábrica na Argentina a partir de 2020, focando a unidade local apenas em montagem de motocicletas, informou o grupo japonês nesta terça-feira (13).
A empresa citou que a decisão deve-se ao objetivo de “fortalecer a estrutura do negócio de automóveis, diante das abruptas mudanças da indústria automotiva ao redor do mundo, a Honda tem buscado reforçar a coordenação e colaboração inter-regional, otimizando a alocação e capacidade produtiva de automóveis globalmente”.
A fábrica argentina da montadora japonesa está localizada na região da capital Buenos Aires e emprega cerca de 1.000 trabalhadores. A unidade produz veículos desde 2011. Atualmente monta o utilitário HR-V.
A empresa não mencionou quantos funcionários podem ser afetados pela decisão e não pode comentar o assunto de imediato.
E dizem que é uma “democracia”? O governo de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, decidiu na quinta-feira (15) barrar a entrada das congressistas estadunidenses Ilhan Omar e Rashida Tlaib no país. Ambas do partido democrata, as deputadas foram as primeiras mulheres muçulmanas eleitas para o Congresso dos EUA e apoiam o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) a Israel contra a opressão do povo palestino.
“Como uma democracia vibrante e livre, Israel está aberto para qualquer visitante e para qualquer crítica, com uma exceção: a lei de Israel proíbe a entrada de pessoas pedindo e agindo para implementar um boicote a Israel”, disse o premiê israelense após a decisão.
Mais cedo, o presidente dos EUA, Donald Trump, incentivou o governo israelense a proibir a visita das democratas, dizendo que Omar e Tlaib “são uma desgraça”. “Mostrará grande fraqueza se Israel permitir a deputada Omar e a deputada Tlaib visitarem [o país]. Elas odeiam Israel e todo o povo judeu”, disse.
A viagem das congressistas estava programada este domingo (18), quando visitariam regiões da Cisjordânia, uma parte de Jerusalém Oriental - território ocupado por Israel - e se reunir com a líder palestina Hanan Ashrawi.
Candidato nas primárias do partido democrata, o senador Bernie Sanders defendeu as deputadas e disse que o movimento de Israel “é um sinal de enorme desrespeito a essas líderes eleitas, aos Estados Unidos e aos princípios da democracia. O governo israelense deveria reverter essa decisão e permitir que elas entrem”.
Ao jornal Haaretz, um diplomata israelense disse que alertou o governo das possíveis consequências negativas que o impedimento das democratas visitarem o país traria a Netanyahu. “Todo mundo sabe que os Democratas irão retornar ao poder em algum momento, e essa será uma decisão que o partido não vai esquecer”, afirmou.
Em julho, Omar e Tlaib foram vítimas de ataques racistas de Trump, juntamente com as deputadas Alexandra Ocasio-Cortez e Ayanna S. Pressley, quando ele disse que “congressistas democratas progressistas” deveriam voltar a seus países.
Guerra comercial. Muito correta a análise de Paul Krubman, prêmio Nobel de Economia sobre a disputa comercial entre EUA e China.
Segundo ele “para entender a guerra comercial em curso entre os EUA e a China, a primeira coisa a compreender é que nenhuma das ações de Donald Trump faz sentido. Suas visões sobre comércio são incoerentes. Suas demandas são incompreensíveis. E ele superestima em muito sua capacidade de ferir a China, enquanto subestima os danos que Pequim pode causar, ao reagir”. Raciocínio irretocável.
Adiante ele destaca que “o segundo ponto a entender é que a resposta da China foi, até agora, muito modesta e comedida, ao menos considerando o cenário. Os EUA impuseram ou anunciaram tarifas sobre virtualmente tudo o que a China vende a eles, com tarifas médias não vistas há uma geração. Os chineses ainda têm um vasto espectro de ferramentas a seu dispor, para neutralizar as ações de Trump e ferir sua base eleitoral”.
Sua análise é muito lúcida ao dizer que os “EUA são, é claro, um grande mercado para produtos chineses, e a China compra relativamente poucos produtos estadunidenses, em contrapartida. Por isso, o efeito adverso direto de uma guerra tarifária é maior para os chineses. Mas é importante ter noção da escala. A China, ao contrário do México, não vende 80% de suas exportações para os EUA. A economia chinesa é menos dependente do comércio que nações menores. Menos de um quinto de suas exportações dirige-se aos Estados Unidos”.
O mundo acompanha com a respiração suspensa. A dívida hipotecária dos EUA atingiu US $ 9,4 trilhões no segundo trimestre de 2019, superando a quantia máxima registrada antes da crise das hipotecas de 2008, de acordo com um relatório do Banco Central Nova Iorque Federal.
Entre abril e junho, a dívida hipotecária aumentou em 162 bilhões de dólares, totalizando 9,4 bilhões, valor que supera os 9,3 bilhões alcançados no terceiro trimestre de 2008.
Empréstimos hipotecários constituem uma parte considerável da dívida interna do país.
O crédito imobiliário cresceu 130 bilhões de dólares no segundo trimestre deste ano, atingindo 474 bilhões, o maior nível desde 2017.
Ei, Trump, vai tomar... O governo da Groenlândia disse na sexta-feira (16) que seu território não está à venda. A declaração ocorre um dia após a imprensa dos EUA revelar que Donald Trump manifestou repetido interesse em comprar a ilha do governo dinamarquês.
“Estamos abertos para negócios, mas não à venda”, afirmou de diplomaticamente Ane Lone Bagger, ministra do Exterior da Groenlândia, território autônomo da Dinamarca que é a maior ilha do mundo.
Na véspera, uma reportagem do Wall Street Journal informou que Trump manifestara várias vezes a ideia para assessores e até mesmo pedira a um advogado da Casa Branca para explorar a possibilidade.
A rede CNN confirmou a história com fontes da Casa Branca, acrescentando que os assessores do presidente ficaram divididos sobre como reagir. Alguns encararam a ideia seriamente, e outros acharam que era uma bravata passageira do presidente. Nenhuma oferta oficial chegou a ser formalizada.
A Groenlândia tem 2,2 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 1,7 milhão estão sob uma cobertura de gelo, abaixo da qual o território estão recursos naturais como carvão e urânio. Mas, apesar de suas riquezas potenciais, a ilha é altamente dependente da Dinamarca, que arca com dois terços de seu orçamento. A população local também sofre com o desemprego e altas taxas de suicídio.
Trump deve visitar Copenhague em setembro, mas não há indicações de que uma eventual compra da Groenlândia esteja na agenda das conversas do presidente norte-americano com líderes dinamarqueses.

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