domingo, 25 de agosto de 2019

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares





Como será o amanhã (13).
Em uma semana que foi totalmente tomada pelas notícias sobre a Amazônia em chamas, vamos tentar manter o foco no conjunto do que acontece no país, mas sem deixar de lado esse crime contra a humanidade.
Fato 1. Não basta ser patrão, tem que ser caloteiro, não é? Mais de 225 mil empregadores estão inscritos na dívida ativa da União por não terem realizados depósito nas contas do FGTS dos trabalhadores. Segundo dados repassados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), esse débito chegou a R$ 32,1 bilhões em junho, afetando 8 milhões de trabalhadores. O valor médio da dívida das empresas é de R$ 143 mil.
Fato 2. A desigualdade de renda no Brasil aumentou nos últimos 51 meses (desde o golpe) consecutivos e deu início ao maior período já documentado no país, de acordo com o estudo do economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Na avaliação do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, essa alta é resultado da política econômica do governo, desde o impeachment de Dilma Rousseff.
“O país voltou a ter políticas econômicas que aumentam a desigualdade, principalmente por conta do desemprego e uma situação precária do mercado de trabalho. Tudo isso converge nesse resultado”, explica Clemente, à Rádio Brasil Atual, ao relacionar a elevação da pobreza com o aumento do desemprego.
Segundo o estudo, nem mesmo em 1989, que constitui o nosso pico histórico de desigualdade brasileira, houve um movimento de concentração de renda por tantos períodos consecutivos. A renda da metade mais pobre da população caiu cerca de 18%, somente o 1% mais rico teve quase 10% de aumento no poder de compra, conforme mostra reportagem da Carta Capital.
Fato 3. A produção brasileira de aço bruto foi de 19,7 milhões de toneladas nos primeiros sete meses de 2019, o que significa uma queda de 4,3% frente ao mesmo período do ano anterior. A produção de laminados no mesmo período foi de 13,5 milhões de toneladas, queda de 2,4% em relação ao registrado no mesmo período de 2018. A produção de semiacabados para vendas totalizou 5,3 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2019, uma retração de 7,3% na mesma base de comparação. As vendas internas foram de 10,7 milhões de toneladas de janeiro a julho de 2019, o que representa uma retração de 0,5% quando comparada com o apurado em igual período do ano anterior.
Fato 4. A indústria paulista fechou 3,5 mil postos de trabalho de junho para julho. Com isso, o saldo de empregos acumulado do ano ficou negativo, com queda de mil vagas. Os dados foram divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Segundo a pesquisa Nível de Emprego da Indústria de Transformação de São Paulo, o setor de veículos automotores, reboques e carroceria foi o que mais fechou vagas de emprego, com 2.163 postos de trabalho a menos, seguido pelos ramos de couro e calçados (-966) e de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-565).
Fato 5. Até o dia 15 passado, as saídas de capital estrangeiro da Bolsa de Valores somaram R$ 19,16 bilhões. Estamos falando da maior fuga de capitais do mercado acionário brasileiro, desde que se passou a medir sua participação na Bovespa, em 1996.
Supera, inclusive, a ocorrida no mesmo período de 2008, ano da supercrise mundial, que foi de R$ 16,5 bi, de janeiro até a metade de agosto. Em 30 dias, uma desvalorização de 9,1% da moeda brasileira.
Fato 6. Cai por terra essa besteira de que com o empreendedorismo, também conhecido como bico ou trabalho por conta própria, os trabalhadores e as trabalhadoras conseguem rendimentos suficientes para sobreviver com dignidade.
Levantamento inédito da consultoria IDados, encomendado pelo Valor Econômico, mostra que 10,1 milhões de pessoas (41,7%) se viram como podem e sobrevivem com menos de um salário mínimo, hoje de R$ 998,00, por mês. E a situação é pior ainda para outros 15% de trabalhadores (3,6 milhões), que conseguem rendimentos igual ou inferior a R$ 10 reais por dia, ou R$ 300,00 por mês.
“A parcela dos chamados ‘trabalhadores por conta própria, ou empreendedores’, como os neoliberais gostam de chamar esse tipo de atividade, está na linha da pobreza”, alerta o presidente da CUT, Vagner Freitas, se referindo a renda mínima mensal de R$ 406,00 que o Banco Mundial considera uma pessoa pobre.
Fato 7. Para o ex-capitão reformado, a saída da crise é vender tudo o que temos. E agora ele anunciou oficialmente a venda de 17 empresas estatais, entre elas os Correios, a Eletrobras, a Telebrás e a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos).
Mas para privatizar o Correio será necessária apreciação do Congresso Nacional. A empresa tem o monopólio dos serviços postais e do correio aéreo nacional (serviço postal Militar) que são assegurados pela constituição. Mas para uma alteração na Constituição, é necessário o apoio de três quintos dos parlamentares em dois turnos de votação.
E ele é apoiado pelo seu vice, um general de pijamas. Hamilton Mourão procurou os jornais, na quarta-feira (21), para dizer que o governo irá fazer um enxugamento gradativo dos funcionários públicos com estabilidade. De acordo com ele, a estratégia é não contratar novos servidores quando um funcionário com estabilidade se aposentar, até que o país tenha recursos. “Temos que privatizar o que puder ser privatizado. Temos mais de 140 empresas estatais. Vamos vender aquilo que puder ser vendido, e vamos fechar aquilo que não interessa mais”.
Arde o pulmão do mundo. O noticiário brasileiro não está expressando nem um décimo das notícias que são divulgadas no exterior sobre o crime que está acontecendo na Amazônia. Todos se voltam para os problemas que poderão vir do imenso incêndio e as preocupações chegam à ONU e ao G-7, sem que isso sensibilize o ex-militar que continua preocupado com a nomeação de seu filhinho como embaixador em Washington.
Seguindo essa linha de utilizarmos informações curtas e dinâmicas, vamos ver como está refletindo o crime no restante do mundo.
Fato 1. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados na segunda-feira (19) apontam que as queimadas no Brasil aumentaram 82% quando comparadas as ocorrências registradas entre janeiro e 18 de agosto de 2019 às do mesmo período no ano passado.
Segundo o Programa Queimadas do Inpe, nos primeiros oito meses deste ano foram registrados 71.497 focos de queimadas contra 39.194 no ano anterior, marcando o maior número registrado desde 2013, primeiro ano de que o Inpe tem registro para o período. O recorde anterior ocorreu em 2016, quando foram registrados 66.622 focos.
Os estados onde foram registrados os maiores aumentos em relação ao ano passado foram: Mato Grosso do Sul (260%), Rondônia (198%), Pará (188%), Acre (176%) e Rio de Janeiro (173%). Os números do Mato Grosso, com 13.641 focos, correspondem a 19% do total das queimadas no Brasil neste ano e a um aumento de 88% em relação ao mesmo período de 2018.
O mês de agosto vem batendo o recorde dos últimos sete anos, com 32.932 focos de queimadas, o que significa um aumento de 264% em relação ao mesmo mês de 2018.
Fato 2. Desmatamento da Amazônia destrói 5.042 quilômetros quadrados no último ano. Um aumento de 15% e apenas no mês de julho a destruição de florestas chegou a 1.287 metros quadrados.
O Acre, tradicionalmente um estado que não aparece na lista de regiões que mais desmatam, ficou em terceiro lugar nesse ranking. Assim, os municípios com maior área desmatada em julho de 2019 foram Altamira (128 quilômetros quadrados) e São Félix do Xingu (96 quilômetros quadrados), no Pará (norte), e Porto Velho (78 quilômetros quadrados), em Rondônia.
Em relação às áreas de conservação, a unidade de Triunfo do Xingu perdeu 82 quilômetros quadrados em julho. As outras duas unidades de conservação com maior área desmatada neste mês estão localizadas em Rondônia: Florex Rio Preto-Jacundá e Resex Jaci-Paraná, e perderam 40 e 25 quilômetros quadrados, respectivamente.
Fato 3. A NASA (Agência Espacial dos EUA) divulgou na noite de quarta-feira (21) imagens de satélite que mostram uma nuvem de fumaça sobre os Estados de Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.
Conforme aponta a própria agência, é possível ver uma grande nuvem de fumaça em cima do território brasileiro. A NASA aponta, ainda, que o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostrou um crescimento de 83% nas queimadas desde o início de 2019, em comparação com o mesmo período do ano passado, mas o insano que nos governa preferiu demitir o presidente do INPE, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, prefere dizer que a fumaça é “causada por queima de lixo urbano” e o vice-maluco Mourão diz que “os pulmões do mundo são os oceanos e não a Amazônia”!
Fato 4. A cidade de São Paulo observou um fenômeno estranho na tarde desta segunda-feira (19). Era por volta de 15 horas quando a tarde se transformava em noite e as ruas ficaram completamente escuras. No início, muitos pensaram que a escuridão fosse causada pelo mau tempo, mas o principal fator para o céu ter ficado escuro foi na verdade a fumaça de incêndios que se espalham pelas florestas do Norte do Brasil, se estendendo pelos Estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e que foram transportadas pelo vento em direção a região Sudeste.
Um levantamento feito pelo IPAM, com base em dados do INPE, revelou que o Brasil vive uma onda de queimadas. Desde o início do ano até o dia 18 de agosto, foram registrados 71.497 focos de incêndio, número 82% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), um dos sistemas mais usados para monitorar o desmatamento da Amazônia, relatou que nos últimos 12 meses houve um aumento de 15% da área desmatada em relação ao período anterior. Os dados foram divulgados na semana passada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que é responsável pelo SAD, e avaliou o desmatamento no período entre agosto de 2018 e julho de 2019.
Fato 5. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, reforçou a tese do demente de que países europeus mentem sobre o desmatamento na Amazônia com o objetivo de prejudicar relações comerciais do Brasil. A declaração ocorreu na quinta-feira (22). Questionado pela imprensa se viajaria à região para ver as queimadas de perto, o ministro disse que tinha compromisso “mais importante”.
O ministro que tem nome de chuveiro elétrico também rebateu críticas de países têm feito às políticas ambientais do governo e reclamou da falta de defensores ao Brasil no exterior.
Fato 6. O que temos de concreto é que o governo do ex-capitão reformado por insanidade, desde o início, tem trazido uma série de problemas na política externa e na economia do país.
Vejamos alguns fatos a serem destacados: a) Finlândia pede boicote à carne brasileira; b) França e Irlanda passam a ser contra o acordo do Mercosul com a União Europeia; c) líderes da França e do Canadá vão levar questão da Amazônia para encontro do G-7; d) Noruega e França cortaram o fundo de ajuda à Amazônia; e) Arábia Saudita suspende importação de carne de frango; f) China suspende importação da carne bovina; g) rede sueca boicota importação de alimentos do Brasil. Isso sem falarmos nos problemas recentes envolvendo Bolívia e Paraguai.
Fato 7. E a imprensa internacional não para de falar no assunto e criticar o ex-capitão reformado. O jornal New York Times, por exemplo, trouxe uma reportagem afirmando que, de acordo com, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o fogo que está queimando na floresta é um dos “mais rápidos em anos”. E lembrou que na segunda-feira (19), devido às chamas dos incêndios, “a fumaça chegou a milhares de quilômetros de distância, ao litoral atlântico e a São Paulo”. Citando uma matéria do jornal regional Folha do Progresso, o texto afirmou que neste mês fazendeiros do Pará "planejaram um 'dia do fogo'". Após o anúncio, foi relatado o aumento de queimadas no país.
O site Al Jazeera, do Catar, publicou uma reportagem mostrando as famílias que estão sendo prejudicadas pelos incêndios, dizendo que elas “lutam para salvar suas casas”. O texto afirma que, em uma semana, 9.507 novos focos de queimadas foram detectados no “maior incêndio florestal do mundo”.
 
O periódico francês Le Monde disse que, por consequência da seca e do desmatamento, aumentou em “83% o número de incêndios” no Brasil. E destacou que as chamas na Amazônia são “notavelmente” causadas pelo desmatamento para “transformar áreas florestais em áreas de cultivo e pecuária”.
Por sua vez, o site britânico The Guardian disse que o presidente brasileiro “acusou” organizações não governamentais de estarem por trás da causa dos incêndios, ao mesmo tempo em que lembra que ele “não traz nenhuma evidência” para embasar a acusação.
A emissora britânica BBC afirma que o demente, ao acusar as organizações pelos incêndios, “irritou ainda mais aqueles que estavam preocupados” com a situação da floresta. O texto ainda diz que o brasileiro acusou o presidente do Inpe de “mentir sobre os dados de desmatamento”.
O jornal Washington Post afirmou que os incêndios podem “acelerar o aquecimento global” e causar “danos” à biodiversidade. O periódico estadunidense disse que a floresta que serve como “pulmão do mundo” está em chamas.
A charge ao lado é da conhecida revista crítica francesa.
Enquanto o Brasil arde, ele está preocupado com a Argentina. Na quarta-feira (21), o ex-capitão pediu a empresários brasileiros o apoio à reeleição do presidente argentino Mauricio Macri. Durante sua participação no Congresso Aço Brasil 2019, em Brasília, ele mostrou preocupação com a eleição do candidato da oposição, Alberto Fernández.
“Só o fato de as primárias terem dado margem grande para a oposição, o mercado já reagiu imediatamente [com queda da bolsa argentina e aumento do dólar]. Mas acho que pode ser revertida essa questão da Argentina e todos os senhores aqui que puderem colaborar... Não estamos apoiando o Macri, nós queremos que aquela velha esquerda não volte ao poder e, se o caminho for apoiar o Macri, que seja, como eu tenho discretamente feito e apelado a todos”, disse.
A preocupação do demente brasileiro é que, caso seja eleito, Fernández apresente resistência à abertura econômica do Mercosul e ao recente acordo que o bloco fez com a União Europeia.
FMI acha que a situação argentina é difícil. O FMI garantiu que acompanha de perto a situação do país, mantendo uma comunicação constante com os membros do gabinete de Mauricio Macri.
O principal porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice, disse na terça-feira (20) que uma missão especial chegará à Argentina nos próximos dias para avaliar as metas fiscais e definir o próximo desembolso. E ressaltou que a missão do Fundo determinará se o próximo desembolso será concedido ao executivo argentino por US $ 5,4 bilhões para “recuperar” a economia.
A mídia local informou que a representação da FMI será encabeçada por Roberto Cardarelli, que terá reuniões com o atual ministro da Fazenda, Hernán Lacunza, e com o presidente do Banco Central da Argentina, Guido Sandleris.
Aumenta a pobreza no país. Espera-se que a inflação exceda 50% no final do ano, o que torna quase impossível que o nível de pobreza na Argentina seja inferior a 40% da população.
Uma família composta por um casal e duas crianças pequenas precisou de 31 mil 934,44 pesos em julho passado para evitar ser considerada pobre, o que representou um aumento de 2,5% em relação ao mês anterior e um aumento acumulado de 58,6 % em relação ao mês anterior.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), a valorização da cesta básica (que determina a linha da pobreza) equivale a 2,5 salários mínimos.
Para adquirir a cesta de alimentos (que define a linha de pobreza), a mesma família exigiu em julho de 12.773,78 pesos, um crescimento de 2,9% sobre junho e 57,3% em doze meses.
Um governo desastroso e ameaças? Investidores e mercados, os únicos deuses verdadeiros do capitalismo, deram uma mensagem de alerta logo após as eleições primárias na Argentina. O dólar superou os 60 pesos e as trocas mostraram perdas consideráveis ​​como repreensão.
Macri, que não se destaca por sua inteligência e menos por sua criatividade, resolveu partir para o ataque ameaçando com uma volta ao “Kirchnerismo”. E insistiu em suas ameaças: “o que pode acontecer é tremendo”, disse ele. Alheio ao absurdo de suas previsões, seguiu em suas ameaças para o caso de não ser reeleito e disse que “O mundo vê isso como o fim da Argentina”.
Argentina: uma esperança para Nossa América? Em excelente matéria publicada em vários sites, Adrián Sotelo Valencia faz uma análise da América Latina depois das eleições primárias realizadas na Argentina.
Ele diz que “o esmagador triunfo da Frente de Todos peronista nas eleições primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias (PASO) com 47% dos votos levantados pela candidatura à presidência da República de Alberto Fernández, acompanhada pela ex-presidente Cristina Fernández Kirchner como candidato à vice-presidência, por mais de 15 pontos sobre seu oponente mais próximo, o empresário neoliberal pró-estadunidenses Mauricio Macri, que obteve 32% dos votos” demonstra que há avanços.
E ele cita os governos progressistas em Nossa América da seguinte forma: “Podemos considerar que a chegada de Hugo Chávez Frías às eleições presidenciais da Venezuela, em dezembro de 1998, inaugurou o que chamamos de processo rupestre pós-neoliberal - que na realidade deveria ser a primeira era progressista da América Latina após a imposição do neoliberalismo ortodoxo e selvagem dos anos oitenta do século passado - e que continuou com o governo de Nestor Kirchner (25 de maio de 2003 - 10 de dezembro de 2007) e Cristina Fernández de Kirchner (10 de dezembro de 2007-9 de dezembro de 2015); do PT brasileiro (1 de janeiro de 2003 - 31 de agosto de 2016); por Tabaré Vázquez (1 de março de 2005 e 1º de março de 2010; e em 1º de março de 2015) e José Mujica (1º de março de 2010 - 1º de março de 2015) no Uruguai; de Evo Morales e do MAS na Bolívia (a partir de 22 de janeiro de 2006 ...); por Manuel Zelaya (27 de janeiro de 2006 - 28 de junho de 2009); por Rafael Correa (15 de janeiro de 2007 - 24 de maio de 2017) no Equador e experiências subsequentes como El Salvador sob o governo de Mauricio Funes (1º de junho de 2009 - 1º de junho de 2014) e Salvador Sánchez Cerén (1 de junho de 2014 - 1 de junho de 2019), ambos da FMLN, entre outros”.
Em seu longo artigo, lembra que “Uma das graves consequências da chegada ao poder da direita foi fracionar a integração latino-americana alcançada no período anterior. Assim, em 22 de março de 2019, por exemplo, eles se aposentaram da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) Argentina, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru. Em vez disso, os presidentes neoliberais do Chile, Colômbia, Argentina, Brasil, Equador (este país também aposentado da ALBA), Paraguai e Peru - todos com sérios problemas de legitimidade, governança e violação dos direitos humanos - constituíram o chamado “Prosur”, inspirada na ALCA pró-ianque e no esboço dos interesses geoestratégicos de Washington, tendendo a contrariar a integração desenvolvida por governos progressistas, começando com a de Hugo Chávez na Venezuela”.
Venezuela: Trump ameaça com bloqueio naval. A tensão política e militar entre os EUA e a Venezuela subiu alguns degraus nessa semana, alertou o assessor do Conselho de Defesa da Presidência da República da Venezuela, Juan Eduardo Romero, em entrevista ao jornal Brasil de Fato. Entre os fatores que fizeram crescer o clima de guerra, está a declaração do chefe militar do Comando Sul da marinha dos Estados Unidos, o almirante Craig Faller, que afirmou na última segunda-feira (19) que está “pronto para agir” em relação à Venezuela.
Por sua vez, o governo venezuelano prepara sua defesa e anunciou uma ampliação dos acordos militares com a Rússia, que incluem exercícios conjuntos com navios de guerra russos e venezuelanos. O acordo foi assinado semana passada entre os ministros de Defesa dos dois países.
A vice-presidenta da Venezuela, Delcy Rodríguez, viajou a Moscou para reunir-se, na terça-feira (20), com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguéi Lavrov.
No início de agosto o presidente Donald Trump disse que não descartava um bloqueio naval contra a Venezuela, o que seria uma espécie de quarentena, segundo ele.
O novo convênio militar entre a Rússia e a Venezuela não estabelece os modelos de navios que vão participar dos exercícios conjuntos. “Portanto não está descartado a participação de um navio porta-aviões russo”, agregou o assessor. Ele, entretanto, descartou rumores de uma possível base militar russa na Venezuela. “A Constituição proíbe abertamente a permanência de tropas estrangeira em território venezuelano”, explicou.
A Rússia e a Venezuela mantêm convênio de cooperação técnico-militar desde 2003. Isso inclui a assistência técnica para a fábrica venezuelana de fuzis russos Kalashnikov (AK 47), que está em processo de instalações, assim como como treinamento para os técnicos venezuelanos para manutenção dos caças Sukhoi, sistemas de radares S-300, os laçadores de mísseis terra-ar, todos de fabricação russa.
Marinha dos EUA preparada. A Marinha dos EUA está pronta para “fazer o que for necessário” na Venezuela, disse um comandante na segunda-feira (19), poucas semanas depois de Trump ter considerado um bloqueio naval do país caribenho.
O chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, almirante Craig Faller, fez as declarações no Rio de Janeiro durante o início do exercício militar marítimo Unitas, no qual participam anualmente nove países latino-americanos, além dos Estados Unidos, Reino Unido, Portugal e Japão.
Trump intensificou as sanções contra a Venezuela neste mês, ordenando o congelamento de todos os ativos do governo nos EUA e banindo transações com suas autoridades.
Rússia adverte! O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Riabkov, disse que seu governo advertiu os EUA contra um possível bloqueio à Venezuela.
“Nós alertamos Washington contra medidas precipitadas”, disse Riabkov ao Sputnik. E disse que o tema foi discutido na na reunião do chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, e a vice-presidenta executivo da Venezuela, Delcy Rodriguez, em 20 de agosto, em Moscou.
Delcy Rodríguez está responsável pelas relações bilaterais e a implementação de projetos conjuntos com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
O diplomata disse que os dois países continuam “trabalhando em toda uma série de projetos, há áreas em que surgem novas oportunidades, são áreas da indústria de mineração, alguns projetos na área de engenharia”.
Trabalho também é realizado sobre o fornecimento de grãos russos para a Venezuela "em volumes bastante grandes".
40 milhões de pessoas ainda vivem a escravidão. A escravidão moderna ainda acorrenta mais de quarenta milhões de pessoas no século 21. Uma imagem terrível, mas ainda existe e que marca o dia 23 de agosto como o “Dia Internacional de Luta Contra a Escravidão”, proclamado pela ONU. Os dados agora divulgados saíram do relatório da Fundação Walk Free (WFF), uma organização que colabora com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
De acordo com o relatório desta agência, publicado em julho de 2018, cerca de 40,3 milhões de pessoas no mundo são vítimas da chamada escravidão moderna, um termo que inclui situações em que uma pessoa, através de ameaças, violência, coerção, abuso de poder ou engano, é privada de sua liberdade para controlar seu corpo, escolher ou recusar um emprego ou parar de trabalhar. A própria OIT considera duas formas atuais de submissão: trabalho forçado e casamentos forçados.
Quase 25 milhões de seres humanos são vítimas de trabalho imposto por indivíduos ou entidades públicas e privadas. Entre eles, cerca de cinco milhões sofrem exploração sexual e mais de quinze milhões são obrigados a se casar contra a vontade.
Este moderno sistema de exploração não significa apenas o tráfico de seres humanos, na medida em que as vítimas podem ser submetidas na esfera doméstica e no próprio local de nascimento. E o tráfico para fins de exploração sexual é um tipo específico. Por exemplo, não envolve necessariamente a travessia ilegal das fronteiras, mas, quando isso acontece, também pode envolver o tráfico ilegal de pessoas.
Um “não” a Trump! As autoridades de Gibraltar, enclave britânico na Espanha, rejeitaram no domingo (18) o pedido dos EUA de confiscar o navio petroleiro iraniano Grace 1.
Na sexta-feira (16), o Departamento de Justiça dos EUA emitiu um mandado para apreender a embarcação. Um dia antes, a Corte Suprema de Gibraltar havia aprovado a liberação do navio.
De acordo com as autoridades de Gibraltar, Washington está tentando apreender o navio por razões “intrinsecamente ligadas” às sanções dos estadunidenses contra o Irã.
Na quinta-feira (15) o embaixador do Irã em Londres declarou que o petroleiro iria deixar Gibraltar. A libertação do navio foi considerada pelo Irã como uma vitória da diplomacia e fracasso da política da Casa Branca. Entretanto, por conta do mandado dos EUA, o petroleiro iraniano ainda está ancorado em Gibraltar.
O navio, que transporta 2,1 milhões de barris de petróleo, foi retido no último dia 4 de julho pela Marinha do Reino Unido sob a acusação de violar sanções internacionais ao tentar levar petróleo para uma refinaria na Síria.
E segue a “queda de braço”! A China anunciou na sexta-feira (23) a imposição de tarifas sobre aproximadamente 75 bilhões de dólares em mercadorias estadunidenses, como uma medida de retaliação às novas taxas impostas pelos EUA sobre produtos chineses.
Depois do anúncio, Donald Trump pediu para que empresas dos EUA comecem a procurar “alternativas à China, incluindo trazer suas companhias para casa e fabricar seus produtos nos EUA”.
Segundo o Ministério do Comércio chinês, as novas tarifas recaem sobre mais de 5 mil mercadorias dos EUA como petróleo, aviões de pequeno porte, soja, carne bovina e suína e produtos agrícolas. E é retaliação às sobretaxas de 10% sobre 300 bilhões de dólares em importações chinesas impostas pelos EUA no início do mês de agosto.
Trump chegou ainda a dizer que EUA não precisam da China “e, francamente, estaríamos muito melhor sem eles”, afirmando que enviaria um pedido às empesas de serviços postais dos EUA como FedEx e UPS para que realizassem buscas em correspondências chinesas e procurassem pelo opioide Fentanyl.
O Fentanyl é um opioide utilizado como uma medicação para a dor e também pode ser usado juntamente com outros medicamentos para a anestesia. Ele tem um rápido início de ação e os seus efeitos geralmente duram menos de uma hora ou duas. Mas, um povo viciado em drogas como o estadunidense, logo se viciou e transformou o que seria um remédio em um perigo mortal que está matando milhares no país.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo teve início ainda em 2018 e sofreu uma escalada durante o mês de agosto. A tensão entre Washington e Pequim também foi marcada pela inserção da empresa chinesa de telecomunicação Huawei na “lista negra” dos EUA.
Desumanos e cruéis. O governo de Donald Trump anunciou na quarta-feira (21) que removeria os limites do tempo autorizado para a estadia de crianças migrantes em centros de detenção. O Departamento de Segurança Interna dos EUA disse estar pondo fim a uma decisão de 1997, chamada “Flores”, que proibiu as autoridades federais estadunidenses de prender crianças por mais de 20 dias. Uma nova regra, que deve ser implementada dentro de 60 dias, não mais limitará o tempo passado por crianças ou suas famílias em centros de detenção.
Com a chegada mensal na fronteira dos EUA de dezenas de milhares de migrantes de familiares já em solo dos EUA, ou de solteiros menores, especialmente vindos da América Central, o governo conservador de Trump foi acusado de separar crianças de seus pais, mantidas em detenção para respeitar o padrão “Flores”.
A norma tem “geralmente forçado as autoridades a libertar famílias de clandestinos depois de 20 dias, encorajando a entrada ilegal”, disse McAleenan, enquanto as formalidades de migração podem levar meses ou mesmo anos.
Organizações de direitos humanos anunciaram que combaterão a revogação da norma “Flores”. “Este é um novo ataque cruel contra crianças migrantes”, denunciou um líder da Associação Americana ACLU, Madhuri Grewal. “O governo não deveria aprisionar crianças, e deveria menos ainda procurar colocar mais crianças na prisão por mais tempo”, acrescentou.

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