Com o seu apoio, fazemos mais por Marina Dias
Quando lançamos nosso Programa de Aliados, prometemos ampliar nossa produção e cobrir os impactos do governo Bolsonaro na vida dos brasileiros. Chegamos ao fim de 2019 com a sensação de missão cumprida, mas ansiosas para contar histórias importantes em 2020.
Neste ano, publicamos mais de 150 grandes reportagens – o dobro de 2018 –, além de entrevistas, vídeos e crônicas. Pelo menos 50 matérias foram especificamente sobre o governo de Jair Bolsonaro: do efeito que as políticas ambientais tiveram na Amazônia à relação com os evangélicos, passando pela atuação dos partidários do presidente nas redes sociais e como eles influenciam o governo. Falamos também de rachadinhas, laranjas e fantasmas.
E não foi só a produção que cresceu. Com o seu apoio, tivemos ainda mais impacto. Furamos a bolha. Cada matéria da Pública neste ano foi republicada em média por 20 outros sites. Mais de 900 veículos diferentes usaram conteúdo da Pública – 200 a mais que no ano passado. Foram mais de 5200 republicações, o que ultrapassa nossos resultados em 2017 e 2018 somados. Além de portais nacionais como UOL, El País, Exame.com e Carta Capital, neste ano fizemos um esforço para aumentar nossas parcerias em outros países. Foram 230 republicações em veículos de Portugal, Espanha, Argentina, Chile, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai, França, Alemanha, Itália e Reino Unido.
Sempre trazemos aqui na newsletter dos Aliados alguns resultados importantes das nossas matérias. Casos, por exemplo, em que nossas reportagens baseiam petições, decisões jurídicas ou mesmo quando após uma matéria ser publicada o poder público decide tomar alguma atitude. Acompanhar esses desdobramentos é uma tarefa diária da nossa equipe de comunicação. Já contamos um pouco disso para vocês ao longo do ano, mas a profundidade das nossas reportagens faz com que elas tenham repercussão muito tempo após a publicação.
Uma delas foi a nossa reportagem sobre a empresa de palestras aberta por Rosângela Moro, esposa do ex-juiz e atual Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Publicado em julho de 2018, o texto voltou ao noticiário quando o The Intercept Brasil revelou que o procurador Deltan Dallagnol fez planos para lucrar com palestras sobre a Operação Lava-Jato.
Em fevereiro, a Pública foi um dos veículos que denunciaram as mortes por tiros de snipers na favela de Manguinhos, no Rio de Janeiro. Após a cobertura, a Human Rights Watch publicou um comunicado pedindo que a investigação dessas mortes fosse feita por um órgão independente da Polícia Civil.
Duas matérias que publicamos sobre agrotóxicos repercutiram o ano todo: em março, revelamos a morte de meio bilhão de abelhas em três meses e em abril, publicamos um levantamento que mostrou que há vestígios de 27 agrotóxicos na água de um quarto das cidades brasileiras. Essas investigações foram feitas no projeto Por trás do Alimento, parceria da Pública com a Repórter Brasil. A reportagem sobre as abelhas inspirou propostas de projetos de lei em cidades brasileiras, como em Florianópolis, e o caso foi noticiado por diversos veículos internacionais, como BBC, The Guardian, Bloomberg, CBS news, The Independent, e também em veículos em francês, alemão e chinês.
O levantamento sobre os agrotóxicos na água repercutiu mais de 300 vezes em sites locais de todo o Brasil. Em algumas cidades, como Campinas, o poder público tomou atitudes frente aos resultados, como exigir que a água dos reservatórios seja testada a cada seis meses para verificar a presença de agrotóxicos. Audiências Públicas sobre o tema foram feitas na Câmara dos Deputados e também na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Foi também em Minas Gerais que uma reportagem da Pública teve importante impacto. Revelamos que a Fundação Renova e o governo de Minas estavam escondendo da população um estudo que mostrava que a poeira das casas em Mariana e Barra Longa está contaminada com metais pesados. Após a publicação, membros da Câmara Técnica de Saúde, que é instância responsável por encomendar e dar publicidade à pesquisa, decidiram "antecipar" a divulgação oficial dos resultados e as reuniões em Barra Longa e Mariana foram realizadas nos dias 15 e 16 de novembro.
Nossa cobertura sobre a Amazônia também deu o que falar: o MPF de Mato Grosso pediu à Comissão Pastoral da Terra do Araguaia para enviar dados para encaminhamento de uma denúncia sobre contaminação de agricultores pela deriva de agrotóxicos aplicados pela Fazenda Luta. A notificação foi baseada em uma republicação da reportagem “Tem veneno no conflito” pelo site regional Agência da Notícia. A reportagem sobre o assassinato do indígena Paulino Guajajara foi repercutida pelo jornal O Globo e pelo Courrier International. O Mapa de Conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde no Brasil, projeto da Fiocruz, cita a reportagem “Sem presença da Funai, índios assumem proteção das terras” no registro dos ataques sofridos pelo povo Guajajara no Maranhão.
Em outubro, quando denunciamos que militantes pró-vida estavam assediando vítimas de estupro em frente ao hospital Pérola Byington, em São Paulo, um grupo de mulheres montou sua própria barraca na praça, para dar apoio às pacientes e aos funcionários do hospital. Daniela Neves, que mobilizou o grupo, ficou sabendo do caso pela reportagem da Pública. A história foi repercutida por diversos outros veículos, como UOL, G1, R7, Estadão, Folha de S. Paulo e BBC. As deputadas Sâmia Bonfim e Mônica Seixas protocolaram no Ministério Público uma denúncia contra a atuação do grupo católico.
Em junho, a Pública foi um dos primeiros veículos a noticiar que o presidente Jair Bolsonaro assinou o decreto que exonerou todos os peritos do Mecanismo de Combate à Tortura, órgão responsável por investigar violações de direitos humanos em locais como penitenciárias, hospitais psiquiátricos, abrigos de idosos, dentre outros. O decreto foi o principal ponto avaliado para que o Subcomitê das Nações Unidas para a Prevenção da Tortura emitisse na última segunda-feira uma avaliação condenando as políticas de combate à tortura do governo Bolsonaro. É a primeira vez que um órgão da ONU constata formalmente a violação de tratados internacionais pelo Brasil.
É um longo processo entre uma ideia de pauta e o registro de repercussões de nossas matérias. Nós da Pública somos muito gratas por ter Aliadas e Aliados ao nosso lado em 2019, nos apoiando para que nosso trabalho seja cada vez melhor.
Muito obrigada por ajudar a financiar o jornalismo investigativo independente!
Até 2020!
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Marina Dias é coordenadora de comunicação da Agência Pública. |
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Informações importantes de final de ano
Entrevista do mês. Estamos em contato com as assessorias dos 3 primeiros colocados na última edição da Entrevista do Mês. No entanto, não foi possível realizar a entrevista ainda neste ano.
Podcast. Produzimos um piloto do Podcast da Pública e queremos ouvir sua opinião. Enviaremos ainda nesta semana um e-mail com o episódio, ainda em fase de testes. Contamos com seu feedback.
Newsletter dos Aliados. Esta é a última edição da Newsletter em 2019. Voltamos com tudo em 2020! A primeira newsletter sairá no dia 8 de janeiro.
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