A eleição de Bolsonaro e a nomeação de Ricardo "Yale" Salles para o Ministério do Meio Ambiente acenderam um alerta vermelho em todas as entidades e pessoas que se preocupam com a preservação das nossas florestas, dos nossos recursos minerais e da biodiversidade. Foi por isso que, no último ano, nós do Intercept decidimos nos debruçar sobre esse tema com muita atenção.
Um mês depois da nomeação de Salles, o TIB revelou em detalhes como o ministro – na época secretário estadual de Meio Ambiente em São Paulo – atendeu um pedido da Fiesp e adulterou mapas de licenciamento ambiental para facilitar construções de mineradoras. Não foi só isso: também mostramos que, na época, ele chegou a coagir os funcionários que se recusaram a cometer a fraude. Continuamos acompanhando Salles de perto e mostramos como ele fraudou o próprio currículo fingindo que estudou em Yale – e se reuniu secretamente com petroleiras, farmacêuticas e outras destruidoras do meio ambiente na Europa, tudo fora da agenda oficial, enquanto a Amazônia tinha recordes de destruição.
Os escândalos não pararam por aí. Quando tivemos acesso aos documentos do Projeto Barão de Rio Branco, proposta do governo Bolsonaro para povoar e "desenvolver" a Amazônia, percebemos que os brasileiros pouco sabem sobre o nível de paranoia do atual governo e a disposição de passar por cima da preservação ambiental em nome de um desenvolvimentismo cego.
Investigar e publicar sobre meio ambiente é falar da segurança dos indígenas, dos ativistas, daqueles que estão na linha de frente da preservação e principalmente dos nossos biomas, mais ameaçados do que nunca com o governo Bolsonaro.
A cada dia que passa, esse risco se amplia. Precisamos agir com urgência e de maneira eficaz. Junte-se ao jornalismo que incomoda, investiga e não dá descanso para Bolsonaro e os destruidores do planeta.
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Tatiana Dias
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