quarta-feira, 22 de abril de 2020

Cinema em casa em tempos de coronavírus (IX)

Cinema

Cinema em casa em tempos de coronavírus (IX)

Drama e filmes mais amenos

 
20/04/2020 21:41
(Arte/Carta Maior)
Créditos da foto: (Arte/Carta Maior)
 
:: Cinema em casa em tempos de coronavírus (I)
:: Cinema em casa em tempos de coronavírus (II)
:: Cinema em casa em tempos de coronavírus (III)
:: Cinema em casa em tempos de coronavírus (IV)

:: Cinema em casa em tempos de coronavírus (V)
:: Cinema em casa em tempos de coronavírus (VI)
:: Cinema em casa em tempos de coronavírus (VII)
:: Cinema em casa em tempos de coronavírus (VIII)

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Uma série de sugestões cinematográficas, filmes mais ''leves'' para aliviar, se isto é possível, o estresse vindo da tensão política extrema ocasionada pelos acontecimentos dos últimos dias. Notícias atrozes vêm de diversas regiões do país onde populações se esvaem procurando atendimento maciço sanitário; relatos de situações de vida ou de morte imediata atingindo todas as classes - mais escancaradas do que nunca, notabilizando os mais vulneráveis. Os pobres, desempregados, os que atendem pelo eufemismo de informais - os invisíveis cada vez mais visíveis que pedalam nas entregas a domicílio e não têm recursos para comprar uma mísera máscara; os indígenas, os negros, os habitantes das favelas e das periferias, os idosos apavorados no seu confinamento em casa e nos asilos públicos e particulares; os sem teto, os doentes, os isolados sem qualquer companhia.

Um peculiar momento histórico. Ou assistir cinema ameno no conforto do sofá da casa. Ou ver filmes que não nos deixam esquecer a tragédia nacional e o drama que se desenrola lá fora, nas ruas, nos hospitais e nos cemitérios.

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Baden Powell e Pierre Barouh (Reprodução)

SaravahUm tesouro de imagens raras, como Pixinguinha jogando conversa fora em francês e tocando seu saxofone numa jam session com João da Baiana e Baden Powell. Outro momento antológico é o velho João cantando ponto de candomblé e dizendo no pé.
:: Leia mais :: Sarravá MPB!

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Corpo de baileCorpo de baile festeja os 80 anos de história da dança no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. É uma produção do Núcleo de Imagem e Som da Unirio, baseado em pesquisa da professora Enamar Ramos, da Escola de Artes Cênicas da Universidade.

A resenha de Carlos Alberto Mattos: ''Dezesseis primeiros bailarinos, de várias gerações, relatam a paixão pela arte de dançar na maior companhia brasileira de balé. Bastidores, histórias pessoais, conquistas, dores e alegrias vão se revelando ao longo do filme, que levou três anos para ser produzido e foi lançado oficialmente no Canal Curta!. Impressões sobre a vida de bailarinos ocupam boa parte dos 71 minutos de duração. São particularmente comoventes os relatos de jovens de origens populares que venceram pelo esforço, a dedicação e o sacrifício. Outras presenças marcante são de Ana Botafogo e da veneranda Tatiana Leskova, que ajudou a profissionalizar o corpo de baile do Municipal e o dirigiu em diversas épocas desde 1950. Pena que a dicção de Tatiana não contribua muito para a compreensão de certos trechos de sua fala. Tecnicamente bem realizado, apesar da relativa inexperiência da equipe, o filme peca, porém, ao "achatar" as imagens de arquivo para ajustá-las à tela cheia. De resto, é um documento de importância e oportunidade imensas. O epílogo com a informação do desmonte e a manifestação dos bailarinos na escadaria do teatro é impactante e antecipa o descaso com que a cultura seria tratada desde então.'' Disponível no youtube.
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Cine Holliúdy
Delicioso filme do cearense Halder Gomes de 2013, é falado em cearês – ou cearense -, o quase/dialeto da região: nosso idioma salpicado de palavras do português castiço falado em Portugal que soam estranhas aos do sul. Algumas delas: vixe, macho, ôxente, alfinins, mariolascoxinhas. Os nomes de batismo dos personagens são enciclopédicos: Anfrísio, Esmeraldo Ozires, Olegário Elpídio, Tibério Abdias, Orilando, Olga Alaíde, Francisgleydisson/filho e Francisgleydisson/pai. O sucesso do filme foi tão grande que mereceu uma suíte e uma série posterior na TV. Nele, o pano de fundo é a ditadura: o prefeito da cidadezinha de Pacatuba é um divertido pequeno tirano e o poeta é o “comunista”. No youtube.
:: Leia mais :: Cine Holliúdy, de Halder Gomes: paixão pelo cinema no dialeto cearês

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Assunto de família
O filme do mestre do cinema japonês Hirokazu Kore-eda não só confunde, espicaça, mobiliza como põe em xeque um dos mais importantes ‘‘fundamentos da ideologia da direita brasileira, atolada no neopentecostalismo, ’’ como escreveu Luiz Gonzaga Belluzzo. Ou seja, a família, assim como a vêem os fundamentalistas religiosos e a burguesia hipócrita.
Trabalhando pelo avesso, o filme desconstrói a crença da célula familiar convencional como ideal e necessária à estabilidade social, um ancoradouro de um grupo de indivíduos partilhando a mesma identidade por meio de vínculos de sangue, e subverte o culto da imagem familiar idealizada existente apenas nos álbuns de fotografias.
:: Leia mais :: A imagem da família fora do álbum de fotografias
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O menino que descobriu o vento
A história de O menino que descobriu o vento é verídica. O menino vem do Malawi, se chama William Kamkwamba e hoje é um jovem de 32 anos. Deixou a pobreza da sua aldeia perdida na miséria da África Oriental para estudar, após inventar, aos 14 anos de idade, um sistema de captação de energia eólica possibilitando bombear água para irrigar a terra e permitir o seu cultivo em tempos de seca e de fome como ele próprio viveu, na infância, junto da família.
:: Leia mais :: William, o herói e a ideologia da desigualdade
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Um dia de chuva em Nova IorqueMesmo não figurando na galeria dos ''bons Woody Allen'' é um Woody Allen. Neste conto cinematográfico, o cenário é, mais uma vez, um desfile de algumas das referências do autor, ícones da cidade querida. O mitológico Hotel Pierre, o bar do Carlyle, a delicatessen Dean and Luca, os museus visitados e revisitados pelos turistas, o jazz, os bares de cerveja, os parques, os locais emblemáticos daqueles que viveram a Manhattan dos anos 60/70 quando o Brooklin ainda não existia no mapa dos esnobes. A Nova Iorque de Allen tem a atmosfera para além das bufonarias de Trump, representação bruta e grotesca da cidade do cineasta. Youtube.
:: Leia mais :: O sorriso triste de Woody Allen
:: Leia mais :: O Pequeno Gatsby e a garota fútil
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Tudo por amor ao cinema''Católico e comunista, filho de magnata e ativista de esquerda, manauara e cidadão do mundo, cinéfilo de lobby de cinema, agitador cultural pachorrento… As antíteses se acumulam no documentário Tudo por amor ao cinema que traz o perfil de Cosme Alves Neto (1937-1996), o lendário Henri Langlois brasileiro.'', escreve Carlos Alberto Mattos.
:: Leia mais :: É Tudo Verdade: Tudo por Amor ao Cinema
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Stalking ChernobylA cineasta e ativista brasileira Iara Lee e a ONG Culturas de Resistência liberaram no youtube seu mais recente trabalho, o documentário Stalking Chernobyl - Exploração depois do Apocalipse. O filme examina a cultura subterrânea da Zona de Exclusão de Chernobyl, onde, três décadas após o desastre nuclear mais infame do mundo, aventureiros em caminhadas ilegais (os stalkers), aficionados por esportes radicais, artistas e empresas de turismo começaram a explorar novamente a paisagem misteriosa, fantasmagórica e pós-apocalíptica. Para assistir, acione as legendas em português no rodapé da tela do youtube.
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