terça-feira, 12 de maio de 2020

Em reunião gravada, Bolsonaro vincula troca na PF do Rio a proteção de família e amigos


Em reunião gravada, Bolsonaro vincula troca na PF do Rio a proteção de família e amigos






Jair Bolsonaro durante conversa com apoiadores em Brasília no dia 6 de maio de 2020 (Andressa Anholete/Getty Images)
No vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril apontada pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de tentativa de interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal, o presidente da República defendeu trocas no comando da PF no Rio de Janeiro para evitar que familiares e amigos fossem prejudicados por investigações realizadas pelo órgão no estado.
Bolsonaro afirma durante a reunião que precisava "saber das coisas" que estavam ocorrendo na Polícia Federal do Rio e cita que investigações em andamento não poderiam "prejudicar a minha família" nem "meus amigos". Sob esses argumentos, o presidente afirma que trocaria o superintendente do Rio, o diretor-geral da PF ou até mesmo o ministro da Justiça, para garantir ter acesso a informações e que pessoas próximas não seriam prejudicadas.
Leia também
Na avaliação de investigadores, o presidente confirmou expressamente que trocaria postos-chave da Polícia Federal em troca de indicar uma pessoa de sua confiança que garantisse acesso a informações sobre investigações contra familiares e pessoas próximas.
Ainda no mesmo vídeo, Bolsonaro faz diversas críticas e reclamações direcionadas a Moro, afirmando que ele não defendia o governo nos momentos de derrotas jurídicas e pedindo mais engajamento.
O vídeo foi exibido pela primeira vez nesta terça (12), no Instituto Nacional de Criminalística (INC), sede da perícia da Polícia Federal, em Brasília. Estavam presentes Moro e seus advogados, policiais federais, uma equipe da Procuradoria-Geral da República (PGR) e membros da Advocacia-Geral da União (AGU).
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, pediu que a perícia da PF faça a transcrição do vídeo da reunião antes de decidir se irá divulgar ou não o conteúdo.
Siga o Yahoo Notícias no Instagram, Facebook, Twitter e YouTube e aproveite para se logar e deixar aqui abaixo o seu comentário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário