terça-feira, 15 de setembro de 2020

SOCIEDADE Youtuber de esquerda é vítima de fake news ligada à pornografia e sofre ataques

 

Youtuber de esquerda é vítima de fake news ligada à pornografia e sofre ataques

Youtuber Laura Sabino tem seu nome associado à pornografia e sofre ataques machistas. Foto: Reprodução.

YOUTUBER LAURA SABINO TEM SEU NOME ASSOCIADO À PORNOGRAFIA E SOFRE ATAQUES MACHISTAS. FOTO: REPRODUÇÃO.

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Laura Sabino, que fala sobre socialismo em seu canal, foi vítima da extrema-direita nas redes sociais

O nome da youtuber mineira Laura Sabino, de 21 anos, ganhou destaque nas redes sociais nos últimos dias. E não foi por conta do conteúdo de seu canal, que fala sobre socialismo e políticas de esquerda. A estudante de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi associada a um vídeo pornô e começou a receber ataques machistas nas redes sociais.

“No começo da semana, eu acordei e vi vários comentários em minhas fotos de homens com conteúdo pornográfico e bem pesado. Depois me avisaram que tinha um vídeo pornô com uma menina ruiva circulando no whatsapp e estavam dizendo que era eu”, conta Laura em conversa com CartaCapital.

A estudante, então, usou o seu perfil no Twitter para desmentir o post que a associa com a gravação.

 

 

“Depois da repercussão piorou muito. Muita gente continua me mandando mensagem como se o vídeo fosse real. Portais de direita começaram a fazer notícia como se fosse verdade. Isso tem atingido minha família. É muito horrível, eu estou péssima”, relata Laura.

 

Machismo e extremismo 

 

Na opinião de Laura, os ataques decorrem do machismo e da intolerância política.

“Eu acredito que tem a ver com o fato de eu ser de esquerda e rebater livros de direita. Sempre que lanço vídeo, acaba gerando esse tipo de ataque, mas dessa vez passou do limite”, afirma.

Em um dos vídeos, postado no dia 3 de setembro, Laura rebate a obra “O Livro Negro do Comunismo”, obra muito utilizada pela extrema-direita para atacar comunistas. “Se eu tivesse falando sobre cabelo ou maquiagem não estariam me atacando dessa forma”, diz.

Militância ainda na escola 

 

O canal de Laura, que conta com mais de 37 mil inscritos, começou quando ela ainda estava na escola. “Eu cresci no meio do movimento social. Em determinado momento percebi que as pessoas da minha idade estavam com um discurso liberal e entreguista. Quando vi apoio à ditadura militar, eu resolvi criar o canal para dialogar sobre a esquerda com uma linguagem mais simples e acessível”, conta.

A youtuber não chegou a registrar um boletim de ocorrência, mas pediu nas redes sociais que todos que tivessem acesso ao material denunciassem o conteúdo.

 

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Repórter do site de CartaCapital

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