sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Como Osmar Terra, Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro colaboraram com o caos em Manaus

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Como Osmar Terra, Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro colaboraram com o caos em Manaus
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POLÍTICA

Como Osmar Terra, Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro colaboraram com o caos em Manaus


14/01/2021 - 17h12

A situação de Manaus deixa as claras as prioridades de Bolsonaro: falta oxigênio nos hospitais enquanto ele oferece cloroquina para o tratamento da Covid. Um crime que está sendo praticado durante o mandato. Impeachment! Paulo Teixeira, deputado federal (PT-SP)

É criminoso. O oxigênio acabou nos hospitais de Manaus. O pesquisador da Fiocruz Jesem Orellana fez um relato dramático dizendo que os leitos viraram câmara de asfixia. E Pazuello lança um aplicativo na cidade orientando as pessoas a tomarem cloroquina. Já acionei o MPF. Marcelo Freixo, deputado federal (Psol-RJ)

Pessoas morrendo sufocadas em Manaus por falta de oxigênio nos hospitais e em vez de prestar ajuda federal, Bolsonaro politiza as mortes e critica as autoridades locais por não terem adotado tratamento com cloroquina, que não tem eficácia pra covid. É um ser desprezível! Gleisi Hoffmann, presidenta do PT

Da Redação

O deputado federal e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS) é médico. Por isso, deveria agir com muita responsabilidade em suas manifestações públicas.

Em novembro do ano passado, o parlamentar, de 70 anos de idade, ficou 12 dias internado por causa da covid-19, sete deles na UTI.

Ao sair do hospital, retomou exatamente o mesmo discurso negacionista, que já o havia desmoralizado anteriormente.

As previsões de Osmar Terra

No ano passado, ele chegou a escrever que a pandemia terminaria em junho, mas sete meses se passaram e estamos na segunda onda.

Outra famosa previsão de Terra, em entrevista gravada: “Vai morrer menos gente de coronavírus em todo o Brasil do que vai morrer gente… de que gaúcho de gripe sazonal”.

O Brasil já atingiu mais de 200 mil mortes por coronavírus, enquanto a gripe sazonal no Rio Grande do Sul matou 70 pessoas no estado em 2019.

O médico bolsonarista é defensor da imunidade de rebanho, ou seja, contra o isolamento social.

Em janeiro deste ano, ele fez um comentário específico sobre Manaus:

Repercussão

Foi no último dia 4 de janeiro. Dias antes, o governador do estado, Wilson Lima (PSC), havia voltado atrás depois de anunciar medidas para tentar controlar o recrudescimento da pandemia, por causa das festas de fim de ano.

Comerciantes protestaram e Wilson Lima recuou, reabrindo o comércio e outras atividades no dia 28 de dezembro.

Comemorando

O deputado federal Eduardo Bolsonaro comemorou a decisão do governador, fazendo referência a protestos de empresários de Búzios, no Rio de Janeiro,  que mantiveram a cidade aberta apesar do risco causado pelas aglomerações costumeiras no fim de ano.

Outra bola fora

A deputada federal Bia Kicis (PSL-SP) também comemorou a “vitória do povo”.

Uma “vitória” à custa de doença e mortes.

Osmar Terra, Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro não consideraram que a curva de contaminação no Amazonas já apresentava alta alarmante nos últimos dias do ano.

Repique

Na semana epidemiológica 52, de 20 de dezembro, foram registrados 4.333 casos no estado.

Na semana 53, de 27 de dezembro, houve um salto para 5.860.

Na semana epidemiológica 2, de 3 de janeiro de 2021, foram 11.129 casos, chegando muito perto do recorde de 11.758 casos registrados no pico, em  maio do ano passado, sempre de acordo com dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas.

Ou seja, mais uma vez a pressão de bolsonaristas contra medidas de autoridades locais acabou contribuindo com o colapso sanitário e o aumento do número de casos e mortes — quando as estatísticas já apontavam o caminho da cautela.

Apesar de desmoralizados com os cientistas, Terra, Kicis e o filho do presidente da República dispõem de megafones bancados com dinheiro público para disseminar suas teses negacionistas.

A partir de hoje, começaram a funcionar as câmaras frigoríficas que a Prefeitura de Manaus instalou no cemitério de Tarumã, para abrigar até 40 caixões à espera de sepultamento.


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