Charge de jornal italiano mostra Bolsonaro fazendo embaixadinha com caveira
O cartunista Mauro Biani deu destaque às acusações da CPI do Genocídio; veja
ouça este conteúdo | readme.ai |
Não é apenas nas ruas de Roma, onde circula por conta da reunião do G-20, que o presidente Jair Bolsonaro sofre críticas na Itália. O jornal italiano La Repubblica publicou na última quinta-feira (28) uma charge que mostra o presidente jogando bola com um cadáver em razão do relatório final da CPI do Genocídio.
“‘Um homem de verdade não fica doente com Covid’. Brasil: Inquérito do Senado: Bolsonaro é julgado por crimes contra a humanidade”, escreveu o chargista Mauro Biani ao divulgar a arte no Twitter. A charge foi publicada no La Repubblica, segundo maior da Itália, na quinta-feira (28).
Protestos em Roma
Bolsonaro voltou a ser alvo de protestos em Roma neste sábado (30). O mandatário fica na capital italiana até domingo para a cúpula do G-20. Vídeo divulgado pelo portal Metrópoles mostra o presidente sendo chamado de “genocida”, “vergonha do país”, “fascista” enquanto passeia por Roma. Há também muitos gritos de “Fora Bolsonaro”.
Na sexta-feira também houve protestos. Ao passear pelo Panteão, monumento mais bem conservado da Roma Antiga, o chefe do Executivo foi alvo de uma forte vaia de pessoas que estavam na rua. Bolsonaro estava acompanhado de assessores e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e, apesar do protesto estrondoso, acenou e fingiu que estava sendo aclamado.
CPI acusou Bolsonaro de 9 crimes
Na terça-feira, o relatório final da CPI, aprovado por 7 votos a 4, solicitou o indiciamento de 78 pessoas e duas empresas (Precisa Medicamentos e VTC Log). O texto foi entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), ao Supremo Tribunal Federal (STF) e será enviado ao Tribunal Penal Internacional, de Haia.
Os crimes imputados a Bolsonaro no relatório final da CPI são: crime de epidemia com resultado de morte (até 30 anos de prisão); infração de medidas sanitárias preventivas (até 1 ano de prisão); charlatanismo (até 1 ano de prisão); incitação ao crime (até 6 meses de prisão); falsificação de documento (até 5 anos de prisão); emprego irregular de verba pública (até 3 meses de prisão); prevaricação (até 1 ano de prisão); e crimes contra a humanidade (até 40 anos de prisão).
Há três modalidades de crimes contra a humanidade listadas: extermínio, perseguição e outros atos desumanos. Essa extensa lista de crimes pode levar Bolsonaro a 78 anos e 9 meses de prisão, segundo Randolfe.
Mais protestos
Em Anguillara Veneta, cidade onde Bolsonaro deve receber honraria concedida por prefeita de extrema-direita, manifestantes fizeram protesto.
Indignados com a concessão de cidadania honorária para Bolsonaro, os integrantes do grupo ambientalista “Rise Up 4 Climate Justice” picharam a sede da prefeitura da cidade. A frase “Fora Bolsonaro” estampou a parede do prédio oficial. Além disso, os manifestantes espalharam tintas coloridas pela fachada.
A Diocese de Pádua, localizada em Anguillara Veneta, também reagiu à concessão do título de cidadão honorário dado pela prefeita Alessandra Buoso. Os frades decidiram que, na próxima segunda-feira (1), data em que Bolsonaro estará no local, não o receberão na basílica de Santo Antônio.
O prefeito de Pádua, província onde fica localizada Anguillara Veneta, Sergio Giordani, de centro-esquerda, também informou que não está programando nenhum encontro e que sua agenda já está lotada para a segunda-feira.
Tags:
Lucas Rocha
Lucas Rocha é formado em jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ e cursa mestrado em Políticas Públicas na FLACSO Brasil. Carioca, apaixonado por carnaval e pela América Latina, é repórter da sucursal do Rio de Janeiro da Revista Fórum e apresentador do programa Fórum Global
Nenhum comentário:
Postar um comentário