Agora é aguardar.
O G7, grupo majoritário da CPI da Covid-19 no Senado
decidiu, na noite de terça-feira (19), retirar do relatório final o
indiciamento do insano pela prática de suposto crime de genocídio de indígenas
e por homicídio qualificado. Os outros crimes atribuídos ao presidente estão
mantidos no documento. São nove ao todo.
A decisão foi tomada durante jantar na casa do senador
Tasso Jereissati (PSDB-CE), do qual participaram os senadores do chamado G7 —
grupo de parlamentares de oposição e independentes em relação ao governo
federal. A ideia é apresentar um relatório inquestionável, tanto juridicamente,
quanto politicamente.
“O genocídio não era consenso, não havia consenso de
ninguém, entre juristas não havia consenso. Entre nós senadores, eu mesmo disse
que tinha que ser convencido. O mais importante dessa reunião é que saímos
unificados”, afirmou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).
Apesar da retirada da referência ao crime de genocídio
de indígenas, deve constar na versão final, a previsão de indiciamento por
crime contra a humanidade, solução encontrada pelos integrantes da comissão.
Aziz também informou que foi retirada a previsão de
indiciamento do senador Flávio (filho 01), pelo crime de advocacia
administrativa. O parlamentar ainda vai ser indiciado por incitação ao crime e
improbidade administrativa.
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
disse ainda que os integrantes do G7 decidiram incluir pedido de indiciamento
da empresa Barão Turismo e do empresário Raphael Barão por suposta lavagem de
dinheiro.
Ao todo, o relatório final aponta 68 indiciamentos,
entre pessoas físicas e jurídicas, e serão utilizados 20 tipos penais.
Relatório da CPI repercute no exterior. Lido na
quarta-feira (20) no Senado, o relatório final da CPI da Pandemia, com o pedido
de indiciamento de 66 pessoas - incluindo o ex-capitão demente repercutiu em
diversos veículos de imprensa no exterior, com todos destacando a gravidade das
descobertas.
O jornal francês Le Monde disse que “apesar de
gravíssimas, essas acusações devem ter impacto simbólico, essencialmente
político”, apontando para o apoio “suficiente” que o insano encontra no
Congresso, o que evitaria um processo de impeachment. O periódico disse também
que “o procurador-geral da República, Augusto Aras, aliado do presidente, deve
bloquear qualquer indiciamento”.
Já o jornal britânico The Guardian reportou que ele “deveria
ser acusado de crimes contra a humanidade, concluiu inquérito da covid” e citou
trechos do relatório no texto.
“O documento de 1.180 páginas - que aponta de maneira feroz
a resposta 'desidiosa' e anticientífica do governo contra a pandemia - será uma
leitura profundamente incômoda para o líder de extrema-direita do Brasil e dezenas
de aliados, contra quais indiciamentos também são recomendados”, diz o texto.
El País escreve que a “gestão errática” dele envolveu “a
propagação de informações falsas sobre a covid-19”, destacando que “houve uso
da máquina do governo e cumplicidade do Conselho Federal de Medicina, que permitiu
a alguns de seus membros promover medicamentos de eficácia não comprovada
contra a doença”.
Já a emissora multiestatal teleSur destacou que a CPI
afirmou ter reunido “evidências que mostram que o governo federal se calou e
optou por agir de maneira não técnica e imprudente para enfrentar a nova pandemia,
expondo deliberadamente a população a um risco de infecção maciça”'.
O jornal alemão Der Tagesspiegel diz que a CPI foi
acompanhada “como uma telenovela pelos brasileiros” e que, depois de 600.00 mil
mortos, sérias acusações foram feitas contra governante.
Ao noticiar sobre o relatório da CPI, o jornal francês
Libération destacou os termos “charlatanismo” e “homicídio voluntário” e
lembrou, logo de início, que uma das “habituais bravatas” do demente diante dos
primeiros vazantes dos conteúdos do relatório na semana anterior foi dizer que “O
Renan está achando que eu não vou dormir à noite. Aquele bandido!”
Já o argentino Clarín destacou que “uma comissão do
Senado recomenda acusar o ex-capitão de 'crime contra a humanidade'”, e
ilustrou a matéria com a imagem de uma manifestante que carrega um cartaz do
presidente brasileiro com um bigode hitleriano.
Os ratos estão indo embora. Quatro
gestores ocupantes de cargos subordinados ao ministro da Economia, Paulo
Guedes, pediram exoneração na quinta-feira (21). Foram eles: secretário
especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal; secretário do Tesouro Nacional,
Jeferson Bittencourt; secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento,
Gildenora Dantas; e secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.
A pasta afirmou, em nota oficial, que as demissões
teriam ocorrido por razões pessoais. “Os pedidos foram feitos de modo a
permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os
compromissos”, disse o ministério por meio de sua assessoria.
A saída dos quatro gestores dos cargos surge após
também vir à tona, nos últimos dias, a disputa interna enfrentada pelo governo
no que se refere ao chamado “Auxílio Brasil”, programa que deve substituir o Bolsa
Família. A política seria apresentada na quarta (20), mas teve o lançamento
adiado cerca de 30 minutos antes de o evento começar por conta de divergências
internas relacionadas ao valor do benefício.
Instituído durante o governo Temer e defendido pela gestão
do demente, o Teto de Gastos engessou os investimentos públicos por um período
de 20 anos, estabelecendo rígidos limites para a política fiscal.
PIB recuou. A atividade econômica
registrou em agosto um recuo de 1% em relação ao mês anterior e alta de 0,7% no
trimestre móvel encerrado no oitavo mês do ano, se comparado ao período
concluído em maio. Foi o que apontou a análise da série dessazonalizada do
Monitor do PIB-FGV, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre)
da Fundação Getulio Vargas (FGV). Já na comparação interanual, a economia
avançou 4,4% em agosto e 6,7% no trimestre móvel terminado no mesmo mês. Em
termos monetários, a estimativa é de que no acumulado do ano até agosto de
2021, em valores correntes, o Produto Interno Bruto, ficou em R$ 5,680
trilhões.
Considera disse que o setor de serviços, que registrou
quedas mensais consecutivas e altas entre março do ano passado e igual mês
deste ano, desde abril apresenta desempenhos positivo com a taxa acumulada
positiva em 12 meses a partir de junho, sendo em agosto de 2,6%. “No setor de serviços
tem relevância a atividade de outros serviços, que representa cerca de 15% do
PIB, que chegou a ter taxa mensal negativa de 22,8% e que apresentou taxas
positivas elevadas desde abril deste ano”, disse.
A exportação teve alta de 3% no trimestre móvel de
junho a agosto, em relação ao mesmo período do ano passado. “Apenas os
componentes da agropecuária e da extrativa mineral não contribuíram
positivamente para esse crescimento. Na análise da série dessazonalizada, a exportação
apresentou retração de 7% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao
findo em maio” apontou o relatório.
A importação teve elevação relevante de 32,7% no
trimestre móvel de junho a agosto, na comparação com o mesmo período de 2020. O
resultado foi influenciado, principalmente, pelo elevado crescimento de bens
intermediários (40,8%).
Ninguém pode comprar! As
vendas dos supermercados no Estado de São Paulo tiveram redução de 7,15% nos
últimos 12 meses, conforme aponta o Índice de Vendas dos Supermercados (IVS),
apurado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), com base no mês de
agosto. Ao compararmos agosto de 2020 com agosto de 2021, o setor registrou queda
de 10,46% no faturamento real. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o
recuo no faturamento do setor supermercadista do Estado de São Paulo é de
10,01%.
Para o Departamento de Economia e Pesquisa da Apas, o
resultado pode ser explicado por dois fatores: a base de comparação do consumo
em 2020, considerada a mais alta dos últimos anos; a crise que o país atravessa
atualmente, com desemprego em níveis elevados; a alta variação de preços, que
tem freado o consumo das famílias, e os custos decorrentes de energia elétrica.
Em termos reais, o poder de compra do salário do brasileiro está 2,5% menor no
acumulado de janeiro a agosto e chega a 6% menor nos últimos 12 meses.
Com o objetivo de acompanhar e analisar o desempenho
das vendas do setor supermercadista no Estado de São Paulo, nos conceitos de
“mesmas lojas” (lojas abertas há pelo menos um ano) e “todas lojas” (lojas
criadas no período pesquisado), o Índice de Vendas dos Supermercados (IVS) mede
o faturamento real dos hipermercados e supermercados (que representam 85% do
setor supermercadista paulista), dessazonalizado e deflacionado pelo Índice de
Preços dos Supermercados (IPS) – Índice calculado pela Associação Paulista de
Supermercados (APS) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe),
que mede a variação de preço dos produtos comercializados no setor
supermercadista do Estado de São Paulo.
Prêmio internacional para o MST. O MST foi um dos cinco escolhidos entre centenas de
organizações e indivíduos do Sul Global, que lutam por justiça social, para o
prêmio Esther Busser Memorial Prize. A premiação será realizada virtualmente,
no dia 22 de outubro, às 8h.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT),
idealizadora do prêmio, é uma agência multilateral da Organização das Nações
Unidas (ONU), sediada em Genebra, e tem com foco trabalhar na regulação do trabalho,
especialmente no cumprimento das normas (convenções e recomendações)
internacionais.
O nome da prêmio é uma homenagem à Esther Busser,
defensora incansável dos direitos dos trabalhadores, com destaque para a sua
atuação como pesquisadora e diretora adjunta da Confederação Sindical Internacional
(ITUC) por uma década.
O MST é reconhecido por ser um organização política que
tem atuado na garantia de condições dignas de vida e de trabalho para o povo
brasileiro, através da história de centenas de milhares de trabalhadores rurais,
que dedicam as vidas na luta pela Reforma Agrária e pela democracia no país.
Apenas nesta pandemia, o MST, como símbolo de
solidariedade com à classe trabalhadora, já doou mais de 5 mil toneladas de
alimentos e cerca de 1 milhão de marmitas. A partir do Plano Nacional “Plantar Árvores,
Produzir Alimentos Saudáveis” já plantou mais de 1 milhão de árvores em todo país
e, no último mês, construiu mais de 100 viveiros da Reforma Agrária Popular,
com o objetivo de impulsionar a produção de mudas e plantio de árvores.
Lasso foge de dar explicações. O
presidente do Equador, Guillermo Lasso, faltou na quarta-feira (20) a uma
audiência solicitada pela Comissão de Garantias Constitucionais do Congresso do
país, que investiga o envolvimento do mandatário com empresas em paraísos
fiscais revelado pelos Pandora Papers.
Era esperado que o presidente direitista, sua esposa e
seu filho comparecessem em audiência para prestar esclarecimentos sobre os
investimentos e seus rendimentos offshores, já que a prática é ilegal, desde
2017, para qualquer político que se candidatar à Presidência do país.
Em carta enviada ao presidente da comissão, José
Cabascango, o presidente afirmou que “nem a Assembleia Nacional e nem a Comissão
são órgãos competentes para investigar as causas relativas ao descumprimento da
lei”.
Em relação às 14 empresas offshore que manteve no
passado e faz parte do vazamento de Pandora Papers, o chefe de estado explicou
que se livrou de oito delas: Fundação Bernini, Bretten Holdings, Fundação Da
Vinci, Fundação Imobiliária, Nora Group Investment Corp., Pietro Overseas SA,
Positano Trade LLC e Tintoretto International Foundation.
Em relação ao restante das empresas em paraísos
fiscais, como o banco panamenho Banisi e os trustes americanos do Bretten Trust
e do Liberty Trust, Lasso disse não ter nenhum relacionamento com eles.
“Estado de exceção” é golpe para fugir. O presidente
da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Leonardo Iza,
disse na terça-feira (19) que o estado de exceção decretado pelo mandatário
Guillermo Lasso tem “outras finalidades” para além de combater a violência no
país.
Em entrevista à rádio Sonorama, o líder da organização
afirmou que a medida do governo serve, na verdade, para impedir protestos de
movimentos sociais contra o presidente e sua gestão. Segundo Iza, mobilizações
já estavam sendo convocadas - inclusive da própria Conaie - para o final de
outubro.
Lasso decretou na noite de segunda-feira (18) estado de
exceção em todo o território nacional por pelo menos 60 dias, alegando ser
preciso combater, além da violência, o tráfico de drogas. O estado de exceção
levará militares às ruas com ênfase nas regiões em que os índices de criminalidade
são maiores.
Ainda no decreto, o presidente deu proteção especial e
imunidade aos agentes de segurança para, segundo ele, garantir que as
"Forças Armadas ajam contra o crime". "Daremos às forças o apoio
necessário para agirem contra o crime. As Forças Armadas serão sentidas com
força", disse.
No Parlamento, o direitista Lasso conta com o apoio de
35 dos 137 parlamentares, que estão analisando uma possível destituição do
presidente a partir do Pandora Papers. No relatório publicado pela investigação
internacional, o nome do presidente equatoriano aparece relacionado com 14
empresas em paraísos fiscais.
Mas lambe os pés de Washington. Após
decretar estado de exceção no Equador, Lasso recebeu nesta terça o secretário
de Estado dos EUA, Antony Blinken, no país. Pelo Twitter, o mandatário disse
que sua gestão irá “fortalecer ainda mais” a cooperação bilateral com os
Estados Unidos em diversas áreas, incluindo a segurança e defesa.
“Valorizamos o relacionamento próximo do Equador com os
Estados Unidos. Em nossa administração, fortaleceremos ainda mais a cooperação bilateral
em questões de segurança e defesa, combate à corrupção, questões de imigração,
vacinação, comércio, meio ambiente, desenvolvimento e economia”, disse.
Além do Equador, Blinken também se encontrará nesta
semana com o presidente da Colômbia, Iván Duque, para “discutir prioridades em
comuns”, incluindo a “defesa de governos democráticos” da região. No entanto,
as visitas do secretário à América do Sul não incluíram o Brasil.
Macri também foge! O
ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou na terça-feira que não
compareceria à investigação judicial por espionagem aos parentes dos
marinheiros que morreram no submarino ARA San Juan, afundado em 2017.
Em uma série de mensagens postadas em sua conta no
Twitter, o ex-presidente (2015-2019) afirmou: “Não irei aparecer amanhã até que
as questões que meu advogado fará sejam resolvidas para me garantir o devido
processo e defesa em tribunal”.
A advogada argentina Valeria Carreras, representante
legal dos familiares dos tripulantes do submarino ARA San Juan, solicitou a
prisão e declaração à revelia do ex-presidente Mauricio Macri por não comparecer
a duas citações do juiz e dificultar a investigação por suposta ilegal
espionagem de familiares, pela qual é considerado responsável.
Em carta dirigida ao magistrado Martín Bava, o jurista
afirmou que “se Macri não for comandado pela força pública, se a medida de
prisão não for efetivada, estaremos diante de um novo delito não só para os
familiares, mas para todo o argentino pessoas”.
O ARA San Juan afundou em novembro de 2019, causando a
morte de seus 44 tripulantes. A investigação a este respeito revelou que o
governo Macri mentiu sobre o ocorrido com o submarino aos familiares, que
posteriormente passaram a ser espionados ilegalmente pela Agência Federal de
Inteligência (AFI).
O ex-ministro da Defesa, Agustín Rossi, garantiu que
Macri era o “usuário direto das informações obtidas na espionagem ilegal” dos
familiares.
Salvadorenhos vão à luta! Diversas
organizações políticas e movimentos sociais salvadorenhos foram às ruas no
domingo (17) para uma jornada de protestos contra o governo do presidente Nayib
Bukele, acusado de atos autoritários e antidemocráticos.
A concentração começou nas proximidades do parque
Cuscatlán, na capital San Salvador, de onde os manifestantes marcharam em
direção à praça cívica do centro.
Representantes de 34 organizações políticas reunidas no
chamado Bloco de Resistência Popular convocaram a população a aderir à marcha.
O sindicato dos juízes independentes também participou das mobilizações deste
domingo, classificando como um golpe à independência judicial as ações governo
Bukele que atacaram o sistema de Justiça.
Os magistrados se referem ao decreto promovido pelo
partido do presidente que destituiu parte da Suprema Corte do país, bem como às
transferências e ao desmantelamento de alguns tribunais importantes, como a
Primeira Câmara Criminal, Segunda Câmara Criminal, Câmara Ambiental e outras.
Ao longo do ato, manifestantes denunciaram a presença
de policiais e militares nas estradas, avenidas e nas proximidades dos acessos
à capital, onde agentes de segurança pararam veículos de transporte público e
revistaram os passageiros e o interior dos automóveis.
O governo do presidente Nayib Bukele tem cada vez mais,
segundo observadores internacionais, encarnado um espírito autoritário. Em
fevereiro de 2020, por exemplo, sob ordens de Bukele, militares e integrantes
da Polícia Nacional Civil (PNC) de El Salvador invadiram a sala de sessões da
Assembleia Legislativa do país para “pressionar” pela aprovação de um
empréstimo de US$ 109 milhões para financiar um plano de segurança. Na ocasião,
em entrevista ao jornal El País, Bukele disse que a ordem para invadir o
Parlamento foi “apenas um ato de presença” e afirmou que, se fosse um ditador, “teria
assumido o controle de tudo”.
Mais um crime de Washington. O
Departamento de Estado confirmou a extradição do diplomata venezuelano Alex
Saab para os EUAs, o que confirma uma violação direta do direito internacional
e de todas as convenções que regulamentam a atividade diplomática no mundo.
Num voo fretado pelo Ministério da Justiça, no qual as
autoridades cabo-verdianas não tinham qualquer controle que pudesse garantir a
integridade do diplomata venezuelano, por não terem tratado de extradição
bilateral com a nação estadunidense, Alex chegou na noite de sábado. E foi
imediatamente transferido para uma prisão de alta segurança em Miami, Flórida.
O sequestro de Alex Saab constitui crime internacional
porque foi extraído ilegalmente e anteriormente sujeito a torturas e
tratamentos cruéis, atestados inclusive por especialistas a serviço das Nações
Unidas.
A defesa do diplomata venezuelano emitiu um comunicado
no domingo em que rejeita a extradição e transferência para os EUA de Alex
Saab, fato que eles qualificaram como sequestro e violação de tratados
internacionais, o que constitui um perigoso precedente de alcance global.
Por outro lado, a esposa do embaixador, Alex Saab,
Camila Fabri Saab, compareceu aos meios de comunicação em Caracas para exigir o
direito de defesa pública do diplomata venezuelano.
41 milhões de famintos! O secretário-geral da Organização das Nações Unidas
(ONU), António Guterres, alertou no sábado (16), ocasião em que se celebra o
Dia Mundial da Alimentação, que 41 milhões de pessoas em 43 países em todo o
mundo estão literalmente a um passo da fome.
Guterres disse que prevenir a fome é uma opção e apelou
a não perder tempo para enfrentar este flagelo, “um reflexo da desigualdade e
da distribuição injusta da riqueza”, afirmou.
Por sua vez, o Diretor Executivo do Programa Mundial de
Alimentos das Nações Unidas (PMA), David Beasley, especificou que 811 milhões
de pessoas (uma em cada dez) em todo o mundo vão para a cama com fome todas as
noites.
Durante cerimônia alegórica até o momento, realizada na
sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em
Roma, Beasley alertou que esse número não inclui outros 270 milhões de seres
humanos que marcham em direção à fome devido a conflitos armados, clima mudar e
Covid-19.
Beasley esclareceu que globalmente cerca de 4.000
milhões de toneladas de alimentos são produzidos por ano, e disse que é uma
quantidade suficiente para alimentar o mundo inteiro.
No entanto, ele questionou que 630 milhões se perdem
por falta de armazenamento e um terço do total produzido é desperdiçado,
causando perdas de 3.000 milhões de dólares.
A cerimônia organizada pela FAO também expôs que 3
bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a uma alimentação saudável.
Além disso, seu diretor geral, Qu Dongyu, lembrou que
os jovens representam 90% da população das nações em desenvolvimento e podem
promover relacionamentos mais harmoniosos com a natureza.
A Itália andou para a esquerda? As forças de centro-esquerda na Itália conquistaram as
prefeituras de Roma (capital), Turim, Milão, Nápoles e Bolonha, consideradas
entre as mais importantes do país, ao final das eleições municipais naquele
país, cujo segundo turno foi realizado neste Domingo e segunda-feira.
A mídia destacou que o candidato de centro-esquerda,
Roberto Gualtieri, se tornou o novo prefeito da capital italiana após obter
60,1% dos votos contra o representante da direita, Enrico Michetti.
Gualtieri pediu às forças políticas da cidade que se
unissem para dirigir a gestão dos problemas de infraestrutura e serviços que a
afligem, no que a imprensa tem visto como um gesto de ecumenismo para com os
adversários políticos.
Após a vitória, o historiador de profissão de 55 anos e
ex-ministro da Economia (2019-2021) recebeu os parabéns do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que visitou no presídio de Curitiba (PR) em julho de
2018, enquanto o líder do PT enfrentava as denúncias dos promotores da operação
Lava Jato.
Em outra praça relevante, Turim, o candidato de
centro-esquerda Stefano Lo Russo venceu com 59,2 dos votos válidos. Segundo a
mídia, a esquerda também conquistou a vitória de seus candidatos em capitais de
província como Caserta, Cosenza, Isernia, Latina, Savona e Varese.
A imprensa internacional destaca que a direita manteve
apenas a cidade de Trieste, onde a prefeitura continuará nas mãos do atual
vereador, Roberto Dipiazza, vencedor desta vez com 51,3 por cento dos votos.
China acusa EUA e Canadá. O Exército da China condenou os EUA e o Canadá por
terem enviado os seus navios de guerra através do estreito de Taiwan, alegando
que tais ações comprometem a estabilidade regional.
O destroier de mísseis guiados dos EUA USS Dewey da
classe Arleigh Burke e a fragata HMCS Winnipeg da Marinha do Canadá passaram na
quinta-feira (14) e sexta-feira (15) pela via navegável que separa Taiwan da
China continental, gerando protestos do Comando do Teatro Oriental do Exército
de Libertação Popular da China (ELP).
“Os EUA e Canadá conspiraram para provocar e causar
problemas [...] comprometendo seriamente a paz e a estabilidade do estreito de
Taiwan”, aponta o comunicado do Exército chinês emitido neste domingo (17).
Por sua vez, o Pentágono observou que a “passagem do
Dewey e do Winnipeg através do estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos
EUA e de nossos aliados e parceiros com um Indo-Pacífico livre e aberto”.
Recentemente, o presidente da China Xi Jinping disse em
discurso que “a reunificação da nação deve ser alcançada, e será sem dúvida
alcançada. A reunificação de forma pacífica é a mais alinhada com o interesse
geral da nação chinesa, incluindo os compatriotas de Taiwan”.
Israel pretende atacar o Irã? Na segunda-feira
(18), a mídia israelense informou que as autoridades do país aprovaram um
orçamento de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8,22 bilhões) para preparar o Exército
para um possível ataque contra o programa nuclear do Irã.
As notícias surgem pouco depois das declarações da
Força Aérea dos EUA que a nova bomba “demolidora de bunkers” GBU-72 Advanced 5K
Penetrator tinha passado por um teste bem-sucedido. Segundo mídia israelense, a
bomba de 2.260 kg poderia ser usada para atingir instalações nucleares do Irã.
Jornal Times of Israel informou, citando relatos do
Canal 12, que a GBU-72 foi projetada para ser transportada por um caça ou
bombardeiro estratégico e Israel tem falta de bombardeiros capazes de
transportar os enormes “demolidores de bunkers” existentes no arsenal dos EUA.
Japão vigia navios da China e da Rússia. As
autoridades japonesas disseram estar monitorizando a situação em torno de
embarcações russas e chinesas após sua passagem pelo estreito de Tsugaru ontem
(18).
O governo do Japão está vigiando as ações dos navios russos
e chineses que participaram de exercícios navais conjuntos, segundo informou o
vice-secretário-geral das autoridades japonesas Yoshihiko Isozaki.
“Em 18 de outubro registramos uma passagem conjunta de
dez navios chineses e russos pelo estreito de Tsugaru do mar do Japão em
direção ao oceano Pacífico. Entre eles havia cinco embarcações russas e cinco
embarcações chinesas. Tais ações foram registradas pela primeira vez”,
sublinhou Isozaki.
Anteriormente, o Ministério da Defesa do Japão declarou
que a passagem de navios das marinhas russa e chinesa está em completa conformidade
com as regras internacionais. Não foi registrada qualquer violação de fronteiras
marítimas.
Outro avião espião dos EUA! Na
sexta-feira (22), uma aeronave espiã dos EUA sobrevoou a península coreana para
monitorar as atividades militares da Coreia do Norte após o lançamento de um
foguete espacial sul-coreano.
O avião detectado, um RC-135W da Força Aérea dos EUA,
voou entre as costas oeste e leste da península, de acordo com o serviço de
monitoramento aéreo Flightradar24.
De acordo com a agência de notícias Yonhap, citando
fontes militares, a aeronave voou dentro do espaço aéreo sul-coreano.
Anteriormente, o avião estadunidense destinado a
interceptar sinais de telemetria antes do lançamento de mísseis foi detectado
quando Pyongyang testou um novo míssil hipersônico.
Dar poderes para Biden? Uma
polêmica crescente existe hoje no Congresso dos EUA para conferir poderes de
guerra ao Joe Biden em caso de conflito entre a China e Taiwan.
Vários meios de comunicação, incluindo a Polícia
Estrangeira, destacam as reuniões entre democratas de centro e liberais para
dar esse poder ao presidente.
Os centristas são a favor da expansão dos poderes de
Biden, mesmo que qualquer ação militar contra a China represente um risco de
guerra nuclear, enquanto os liberais apoiam a política atual, observou um relatório
do news.antiwar.com.
Alguns, como Elaine Luria, vice-presidente do Comitê de
Relações Exteriores da Câmara, argumentam que, se a China se mobilizar para
tomar Taiwan, a obtenção da autorização do Congresso levaria muito tempo para o
governante.
De acordo com o antiwar.com, os falcões republicanos já
elaboraram uma legislação que daria a Biden autoridade para ir à guerra com a
China por causa de Taiwan.
A Lei de Prevenção à Invasão de Taiwan autorizaria o
uso das Forças Armadas para defender a ilha contra um ataque direto do exército
chinês.
Os movimentos chineses em torno de Taiwan são
claramente impulsionados pela presença dos EUA e pelos movimentos de Washington
para fortalecer os laços com Taipei.
Uma mudança de política na forma de autorização de potências
militares só aumentaria as tensões na região e tornaria um conflito mais
provável, disse a publicação digital.
Mas eles não aguentariam. O sistema de defesa antimísseis dos EUA não tem
qualquer chance de resistir a um ataque nuclear da China ou da Rússia, escreve
o colunista David Axe na edição Forbes.
Os EUA possuem suas defesas antimísseis no Alasca,
Califórnia e Europa de Leste a fim de frustrar ataques nucleares de pequena
escala da Coreia do Norte ou do Irã.
“Estas defesas são inadequadas para impedir um ataque
nuclear de larga escala que envolva muitas centenas de ogivas chinesas, ou,
pior ainda, milhares de ogivas russas”, aponta o colunista.
O artigo ressalta que Pequim tem um sistema de
bombardeio orbital fracionado (FOBS, na sigla em inglês), destinado a lançar
ogivas nucleares em órbita terrestre baixa antes de as direcionar contra seus
alvos em terra, algo tem grande relevância para a estratégia de segurança dos
EUA.
EUA: trabalhadores em greve. Exaustos
depois de trabalharem longas horas durante a pandemia, e frustrados porque seus
patrões não dividem os lucros, às vezes enormes, dezenas de milhares de
enfermeiros, empregados de fábricas e outros trabalhadores estadunidenses
declararam greve em todo o país.
Cerca de 30 mil funcionários do grupo de saúde Kaiser
Permanente nos estados da Califórnia e Oregon estão prontos para entrar em
greve. Desde a última quinta-feira, dez mil empregados da empresa de máquinas
agrícolas John Deere estão de braços cruzados, enquanto 1.400 trabalhadores abandonaram
seus postos na empresa de cereais Kelloggs em 5 de outubro. E mais de 2.000
funcionários do Mercy Hospital, em Buffalo, Nova York, entraram em greve em 1º
de outubro.
Em Hollywood, evitou-se na última hora um movimento que
ameaçava paralisar a indústria cinematográfica, graças a um acordo sobre as
condições de trabalho dos funcionários técnicos, anunciou neste domingo o
principal sindicato do setor.
Os trabalhadores argumentam que, durante a pandemia, tiveram
uma carga adicional para compensar o trabalho dos que ficaram em casa. “Sacrificamos
tempo com nossas famílias, perdemos jogos de bola com nossos filhos e jantares
e casamentos para manter as caixas de cereais nas prateleiras”, declarou Dan
Osborn, mecânico da Kelloggs por 18 anos.
“É assim que nos pagam? Pedindo que façamos concessões
no momento em que o CEO e os executivos aumentam sua remuneração?”, criticou
Osborn, presidente de uma filial local do sindicato dos Padeiros, Confeiteiros
e Trabalhadores do Tabaco e Moinhos de Grãos (BCTGM). Ele se opõe ao sistema de
pagamento de dois níveis, que deixa alguns novos contratados ganhando muito
menos do que os demais.
A maioria das greves é motivada por demandas de
melhores condições de trabalho, disse Kate Bronfenbrenner, especialista em
questões trabalhistas e sindicais da Universidade de Cornell, em Nova York. “As
empresas estão lucrando mais do que nunca e os trabalhadores estão sendo pressionados
a trabalhar mais duro do que nunca, às vezes arriscando suas vidas para voltar
ao trabalho no contexto da Covid.”
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