segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares

 


 

 

 


Agora é aguardar.

O G7, grupo majoritário da CPI da Covid-19 no Senado decidiu, na noite de terça-feira (19), retirar do relatório final o indiciamento do insano pela prática de suposto crime de genocídio de indígenas e por homicídio qualificado. Os outros crimes atribuídos ao presidente estão mantidos no documento. São nove ao todo.

A decisão foi tomada durante jantar na casa do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), do qual participaram os senadores do chamado G7 — grupo de parlamentares de oposição e independentes em relação ao governo federal. A ideia é apresentar um relatório inquestionável, tanto juridicamente, quanto politicamente.

“O genocídio não era consenso, não havia consenso de ninguém, entre juristas não havia consenso. Entre nós senadores, eu mesmo disse que tinha que ser convencido. O mais importante dessa reunião é que saímos unificados”, afirmou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).

Apesar da retirada da referência ao crime de genocídio de indígenas, deve constar na versão final, a previsão de indiciamento por crime contra a humanidade, solução encontrada pelos integrantes da comissão.

Aziz também informou que foi retirada a previsão de indiciamento do senador Flávio (filho 01), pelo crime de advocacia administrativa. O parlamentar ainda vai ser indiciado por incitação ao crime e improbidade administrativa.

O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse ainda que os integrantes do G7 decidiram incluir pedido de indiciamento da empresa Barão Turismo e do empresário Raphael Barão por suposta lavagem de dinheiro.

Ao todo, o relatório final aponta 68 indiciamentos, entre pessoas físicas e jurídicas, e serão utilizados 20 tipos penais.

Relatório da CPI repercute no exterior. Lido na quarta-feira (20) no Senado, o relatório final da CPI da Pandemia, com o pedido de indiciamento de 66 pessoas - incluindo o ex-capitão demente repercutiu em diversos veículos de imprensa no exterior, com todos destacando a gravidade das descobertas.

O jornal francês Le Monde disse que “apesar de gravíssimas, essas acusações devem ter impacto simbólico, essencialmente político”, apontando para o apoio “suficiente” que o insano encontra no Congresso, o que evitaria um processo de impeachment. O periódico disse também que “o procurador-geral da República, Augusto Aras, aliado do presidente, deve bloquear qualquer indiciamento”.

Já o jornal britânico The Guardian reportou que ele “deveria ser acusado de crimes contra a humanidade, concluiu inquérito da covid” e citou trechos do relatório no texto.

“O documento de 1.180 páginas - que aponta de maneira feroz a resposta 'desidiosa' e anticientífica do governo contra a pandemia - será uma leitura profundamente incômoda para o líder de extrema-direita do Brasil e dezenas de aliados, contra quais indiciamentos também são recomendados”, diz o texto.

El País escreve que a “gestão errática” dele envolveu “a propagação de informações falsas sobre a covid-19”, destacando que “houve uso da máquina do governo e cumplicidade do Conselho Federal de Medicina, que permitiu a alguns de seus membros promover medicamentos de eficácia não comprovada contra a doença”.

Já a emissora multiestatal teleSur destacou que a CPI afirmou ter reunido “evidências que mostram que o governo federal se calou e optou por agir de maneira não técnica e imprudente para enfrentar a nova pandemia, expondo deliberadamente a população a um risco de infecção maciça”'.

O jornal alemão Der Tagesspiegel diz que a CPI foi acompanhada “como uma telenovela pelos brasileiros” e que, depois de 600.00 mil mortos, sérias acusações foram feitas contra governante.

Ao noticiar sobre o relatório da CPI, o jornal francês Libération destacou os termos “charlatanismo” e “homicídio voluntário” e lembrou, logo de início, que uma das “habituais bravatas” do demente diante dos primeiros vazantes dos conteúdos do relatório na semana anterior foi dizer que “O Renan está achando que eu não vou dormir à noite. Aquele bandido!”

Já o argentino Clarín destacou que “uma comissão do Senado recomenda acusar o ex-capitão de 'crime contra a humanidade'”, e ilustrou a matéria com a imagem de uma manifestante que carrega um cartaz do presidente brasileiro com um bigode hitleriano.

Os ratos estão indo embora. Quatro gestores ocupantes de cargos subordinados ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pediram exoneração na quinta-feira (21). Foram eles: secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal; secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt; secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas; e secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.

A pasta afirmou, em nota oficial, que as demissões teriam ocorrido por razões pessoais. “Os pedidos foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os compromissos”, disse o ministério por meio de sua assessoria.

A saída dos quatro gestores dos cargos surge após também vir à tona, nos últimos dias, a disputa interna enfrentada pelo governo no que se refere ao chamado “Auxílio Brasil”, programa que deve substituir o Bolsa Família. A política seria apresentada na quarta (20), mas teve o lançamento adiado cerca de 30 minutos antes de o evento começar por conta de divergências internas relacionadas ao valor do benefício.

Instituído durante o governo Temer e defendido pela gestão do demente, o Teto de Gastos engessou os investimentos públicos por um período de 20 anos, estabelecendo rígidos limites para a política fiscal.

PIB recuou. A atividade econômica registrou em agosto um recuo de 1% em relação ao mês anterior e alta de 0,7% no trimestre móvel encerrado no oitavo mês do ano, se comparado ao período concluído em maio. Foi o que apontou a análise da série dessazonalizada do Monitor do PIB-FGV, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Já na comparação interanual, a economia avançou 4,4% em agosto e 6,7% no trimestre móvel terminado no mesmo mês. Em termos monetários, a estimativa é de que no acumulado do ano até agosto de 2021, em valores correntes, o Produto Interno Bruto, ficou em R$ 5,680 trilhões.

Considera disse que o setor de serviços, que registrou quedas mensais consecutivas e altas entre março do ano passado e igual mês deste ano, desde abril apresenta desempenhos positivo com a taxa acumulada positiva em 12 meses a partir de junho, sendo em agosto de 2,6%. “No setor de serviços tem relevância a atividade de outros serviços, que representa cerca de 15% do PIB, que chegou a ter taxa mensal negativa de 22,8% e que apresentou taxas positivas elevadas desde abril deste ano”, disse.

A exportação teve alta de 3% no trimestre móvel de junho a agosto, em relação ao mesmo período do ano passado. “Apenas os componentes da agropecuária e da extrativa mineral não contribuíram positivamente para esse crescimento. Na análise da série dessazonalizada, a exportação apresentou retração de 7% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao findo em maio” apontou o relatório.

A importação teve elevação relevante de 32,7% no trimestre móvel de junho a agosto, na comparação com o mesmo período de 2020. O resultado foi influenciado, principalmente, pelo elevado crescimento de bens intermediários (40,8%).

Ninguém pode comprar! As vendas dos supermercados no Estado de São Paulo tiveram redução de 7,15% nos últimos 12 meses, conforme aponta o Índice de Vendas dos Supermercados (IVS), apurado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), com base no mês de agosto. Ao compararmos agosto de 2020 com agosto de 2021, o setor registrou queda de 10,46% no faturamento real. No acumulado do ano, de janeiro a agosto, o recuo no faturamento do setor supermercadista do Estado de São Paulo é de 10,01%.

Para o Departamento de Economia e Pesquisa da Apas, o resultado pode ser explicado por dois fatores: a base de comparação do consumo em 2020, considerada a mais alta dos últimos anos; a crise que o país atravessa atualmente, com desemprego em níveis elevados; a alta variação de preços, que tem freado o consumo das famílias, e os custos decorrentes de energia elétrica. Em termos reais, o poder de compra do salário do brasileiro está 2,5% menor no acumulado de janeiro a agosto e chega a 6% menor nos últimos 12 meses.

Com o objetivo de acompanhar e analisar o desempenho das vendas do setor supermercadista no Estado de São Paulo, nos conceitos de “mesmas lojas” (lojas abertas há pelo menos um ano) e “todas lojas” (lojas criadas no período pesquisado), o Índice de Vendas dos Supermercados (IVS) mede o faturamento real dos hipermercados e supermercados (que representam 85% do setor supermercadista paulista), dessazonalizado e deflacionado pelo Índice de Preços dos Supermercados (IPS) – Índice calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APS) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mede a variação de preço dos produtos comercializados no setor supermercadista do Estado de São Paulo.

Prêmio internacional para o MST. O MST foi um dos cinco escolhidos entre centenas de organizações e indivíduos do Sul Global, que lutam por justiça social, para o prêmio Esther Busser Memorial Prize. A premiação será realizada virtualmente, no dia 22 de outubro, às 8h.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), idealizadora do prêmio, é uma agência multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU), sediada em Genebra, e tem com foco trabalhar na regulação do trabalho, especialmente no cumprimento das normas (convenções e recomendações) internacionais.

O nome da prêmio é uma homenagem à Esther Busser, defensora incansável dos direitos dos trabalhadores, com destaque para a sua atuação como pesquisadora e diretora adjunta da Confederação Sindical Internacional (ITUC) por uma década.

O MST é reconhecido por ser um organização política que tem atuado na garantia de condições dignas de vida e de trabalho para o povo brasileiro, através da história de centenas de milhares de trabalhadores rurais, que dedicam as vidas na luta pela Reforma Agrária e pela democracia no país.

Apenas nesta pandemia, o MST, como símbolo de solidariedade com à classe trabalhadora, já doou mais de 5 mil toneladas de alimentos e cerca de 1 milhão de marmitas. A partir do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis” já plantou mais de 1 milhão de árvores em todo país e, no último mês, construiu mais de 100 viveiros da Reforma Agrária Popular, com o objetivo de impulsionar a produção de mudas e plantio de árvores.

Lasso foge de dar explicações. O presidente do Equador, Guillermo Lasso, faltou na quarta-feira (20) a uma audiência solicitada pela Comissão de Garantias Constitucionais do Congresso do país, que investiga o envolvimento do mandatário com empresas em paraísos fiscais revelado pelos Pandora Papers.

Era esperado que o presidente direitista, sua esposa e seu filho comparecessem em audiência para prestar esclarecimentos sobre os investimentos e seus rendimentos offshores, já que a prática é ilegal, desde 2017, para qualquer político que se candidatar à Presidência do país.

Em carta enviada ao presidente da comissão, José Cabascango, o presidente afirmou que “nem a Assembleia Nacional e nem a Comissão são órgãos competentes para investigar as causas relativas ao descumprimento da lei”.

Em relação às 14 empresas offshore que manteve no passado e faz parte do vazamento de Pandora Papers, o chefe de estado explicou que se livrou de oito delas: Fundação Bernini, Bretten Holdings, Fundação Da Vinci, Fundação Imobiliária, Nora Group Investment Corp., Pietro Overseas SA, Positano Trade LLC e Tintoretto International Foundation.

Em relação ao restante das empresas em paraísos fiscais, como o banco panamenho Banisi e os trustes americanos do Bretten Trust e do Liberty Trust, Lasso disse não ter nenhum relacionamento com eles.

“Estado de exceção” é golpe para fugir. O presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Leonardo Iza, disse na terça-feira (19) que o estado de exceção decretado pelo mandatário Guillermo Lasso tem “outras finalidades” para além de combater a violência no país.

Em entrevista à rádio Sonorama, o líder da organização afirmou que a medida do governo serve, na verdade, para impedir protestos de movimentos sociais contra o presidente e sua gestão. Segundo Iza, mobilizações já estavam sendo convocadas - inclusive da própria Conaie - para o final de outubro.

Lasso decretou na noite de segunda-feira (18) estado de exceção em todo o território nacional por pelo menos 60 dias, alegando ser preciso combater, além da violência, o tráfico de drogas. O estado de exceção levará militares às ruas com ênfase nas regiões em que os índices de criminalidade são maiores.

Ainda no decreto, o presidente deu proteção especial e imunidade aos agentes de segurança para, segundo ele, garantir que as "Forças Armadas ajam contra o crime". "Daremos às forças o apoio necessário para agirem contra o crime. As Forças Armadas serão sentidas com força", disse.

No Parlamento, o direitista Lasso conta com o apoio de 35 dos 137 parlamentares, que estão analisando uma possível destituição do presidente a partir do Pandora Papers. No relatório publicado pela investigação internacional, o nome do presidente equatoriano aparece relacionado com 14 empresas em paraísos fiscais.

Mas lambe os pés de Washington. Após decretar estado de exceção no Equador, Lasso recebeu nesta terça o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no país. Pelo Twitter, o mandatário disse que sua gestão irá “fortalecer ainda mais” a cooperação bilateral com os Estados Unidos em diversas áreas, incluindo a segurança e defesa.

“Valorizamos o relacionamento próximo do Equador com os Estados Unidos. Em nossa administração, fortaleceremos ainda mais a cooperação bilateral em questões de segurança e defesa, combate à corrupção, questões de imigração, vacinação, comércio, meio ambiente, desenvolvimento e economia”, disse.

Além do Equador, Blinken também se encontrará nesta semana com o presidente da Colômbia, Iván Duque, para “discutir prioridades em comuns”, incluindo a “defesa de governos democráticos” da região. No entanto, as visitas do secretário à América do Sul não incluíram o Brasil.

Macri também foge! O ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou na terça-feira que não compareceria à investigação judicial por espionagem aos parentes dos marinheiros que morreram no submarino ARA San Juan, afundado em 2017.

Em uma série de mensagens postadas em sua conta no Twitter, o ex-presidente (2015-2019) afirmou: “Não irei aparecer amanhã até que as questões que meu advogado fará sejam resolvidas para me garantir o devido processo e defesa em tribunal”.

A advogada argentina Valeria Carreras, representante legal dos familiares dos tripulantes do submarino ARA San Juan, solicitou a prisão e declaração à revelia do ex-presidente Mauricio Macri por não comparecer a duas citações do juiz e dificultar a investigação por suposta ilegal espionagem de familiares, pela qual é considerado responsável.

Em carta dirigida ao magistrado Martín Bava, o jurista afirmou que “se Macri não for comandado pela força pública, se a medida de prisão não for efetivada, estaremos diante de um novo delito não só para os familiares, mas para todo o argentino pessoas”.

O ARA San Juan afundou em novembro de 2019, causando a morte de seus 44 tripulantes. A investigação a este respeito revelou que o governo Macri mentiu sobre o ocorrido com o submarino aos familiares, que posteriormente passaram a ser espionados ilegalmente pela Agência Federal de Inteligência (AFI).

O ex-ministro da Defesa, Agustín Rossi, garantiu que Macri era o “usuário direto das informações obtidas na espionagem ilegal” dos familiares.

Salvadorenhos vão à luta! Diversas organizações políticas e movimentos sociais salvadorenhos foram às ruas no domingo (17) para uma jornada de protestos contra o governo do presidente Nayib Bukele, acusado de atos autoritários e antidemocráticos.

A concentração começou nas proximidades do parque Cuscatlán, na capital San Salvador, de onde os manifestantes marcharam em direção à praça cívica do centro.

Representantes de 34 organizações políticas reunidas no chamado Bloco de Resistência Popular convocaram a população a aderir à marcha. O sindicato dos juízes independentes também participou das mobilizações deste domingo, classificando como um golpe à independência judicial as ações governo Bukele que atacaram o sistema de Justiça.

Os magistrados se referem ao decreto promovido pelo partido do presidente que destituiu parte da Suprema Corte do país, bem como às transferências e ao desmantelamento de alguns tribunais importantes, como a Primeira Câmara Criminal, Segunda Câmara Criminal, Câmara Ambiental e outras.

Ao longo do ato, manifestantes denunciaram a presença de policiais e militares nas estradas, avenidas e nas proximidades dos acessos à capital, onde agentes de segurança pararam veículos de transporte público e revistaram os passageiros e o interior dos automóveis.

O governo do presidente Nayib Bukele tem cada vez mais, segundo observadores internacionais, encarnado um espírito autoritário. Em fevereiro de 2020, por exemplo, sob ordens de Bukele, militares e integrantes da Polícia Nacional Civil (PNC) de El Salvador invadiram a sala de sessões da Assembleia Legislativa do país para “pressionar” pela aprovação de um empréstimo de US$ 109 milhões para financiar um plano de segurança. Na ocasião, em entrevista ao jornal El País, Bukele disse que a ordem para invadir o Parlamento foi “apenas um ato de presença” e afirmou que, se fosse um ditador, “teria assumido o controle de tudo”.

Mais um crime de Washington. O Departamento de Estado confirmou a extradição do diplomata venezuelano Alex Saab para os EUAs, o que confirma uma violação direta do direito internacional e de todas as convenções que regulamentam a atividade diplomática no mundo.

Num voo fretado pelo Ministério da Justiça, no qual as autoridades cabo-verdianas não tinham qualquer controle que pudesse garantir a integridade do diplomata venezuelano, por não terem tratado de extradição bilateral com a nação estadunidense, Alex chegou na noite de sábado. E foi imediatamente transferido para uma prisão de alta segurança em Miami, Flórida.

O sequestro de Alex Saab constitui crime internacional porque foi extraído ilegalmente e anteriormente sujeito a torturas e tratamentos cruéis, atestados inclusive por especialistas a serviço das Nações Unidas.

A defesa do diplomata venezuelano emitiu um comunicado no domingo em que rejeita a extradição e transferência para os EUA de Alex Saab, fato que eles qualificaram como sequestro e violação de tratados internacionais, o que constitui um perigoso precedente de alcance global.

Por outro lado, a esposa do embaixador, Alex Saab, Camila Fabri Saab, compareceu aos meios de comunicação em Caracas para exigir o direito de defesa pública do diplomata venezuelano.

41 milhões de famintos! O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou no sábado (16), ocasião em que se celebra o Dia Mundial da Alimentação, que 41 milhões de pessoas em 43 países em todo o mundo estão literalmente a um passo da fome.

Guterres disse que prevenir a fome é uma opção e apelou a não perder tempo para enfrentar este flagelo, “um reflexo da desigualdade e da distribuição injusta da riqueza”, afirmou.

Por sua vez, o Diretor Executivo do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), David Beasley, especificou que 811 milhões de pessoas (uma em cada dez) em todo o mundo vão para a cama com fome todas as noites.

Durante cerimônia alegórica até o momento, realizada na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, Beasley alertou que esse número não inclui outros 270 milhões de seres humanos que marcham em direção à fome devido a conflitos armados, clima mudar e Covid-19.

Beasley esclareceu que globalmente cerca de 4.000 milhões de toneladas de alimentos são produzidos por ano, e disse que é uma quantidade suficiente para alimentar o mundo inteiro.

No entanto, ele questionou que 630 milhões se perdem por falta de armazenamento e um terço do total produzido é desperdiçado, causando perdas de 3.000 milhões de dólares.

A cerimônia organizada pela FAO também expôs que 3 bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a uma alimentação saudável.

Além disso, seu diretor geral, Qu Dongyu, lembrou que os jovens representam 90% da população das nações em desenvolvimento e podem promover relacionamentos mais harmoniosos com a natureza.

A Itália andou para a esquerda? As forças de centro-esquerda na Itália conquistaram as prefeituras de Roma (capital), Turim, Milão, Nápoles e Bolonha, consideradas entre as mais importantes do país, ao final das eleições municipais naquele país, cujo segundo turno foi realizado neste Domingo e segunda-feira.

A mídia destacou que o candidato de centro-esquerda, Roberto Gualtieri, se tornou o novo prefeito da capital italiana após obter 60,1% dos votos contra o representante da direita, Enrico Michetti.

Gualtieri pediu às forças políticas da cidade que se unissem para dirigir a gestão dos problemas de infraestrutura e serviços que a afligem, no que a imprensa tem visto como um gesto de ecumenismo para com os adversários políticos.

Após a vitória, o historiador de profissão de 55 anos e ex-ministro da Economia (2019-2021) recebeu os parabéns do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou no presídio de Curitiba (PR) em julho de 2018, enquanto o líder do PT enfrentava as denúncias dos promotores da operação Lava Jato.

Em outra praça relevante, Turim, o candidato de centro-esquerda Stefano Lo Russo venceu com 59,2 dos votos válidos. Segundo a mídia, a esquerda também conquistou a vitória de seus candidatos em capitais de província como Caserta, Cosenza, Isernia, Latina, Savona e Varese.

A imprensa internacional destaca que a direita manteve apenas a cidade de Trieste, onde a prefeitura continuará nas mãos do atual vereador, Roberto Dipiazza, vencedor desta vez com 51,3 por cento dos votos.

China acusa EUA e Canadá. O Exército da China condenou os EUA e o Canadá por terem enviado os seus navios de guerra através do estreito de Taiwan, alegando que tais ações comprometem a estabilidade regional.

O destroier de mísseis guiados dos EUA USS Dewey da classe Arleigh Burke e a fragata HMCS Winnipeg da Marinha do Canadá passaram na quinta-feira (14) e sexta-feira (15) pela via navegável que separa Taiwan da China continental, gerando protestos do Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular da China (ELP).

“Os EUA e Canadá conspiraram para provocar e causar problemas [...] comprometendo seriamente a paz e a estabilidade do estreito de Taiwan”, aponta o comunicado do Exército chinês emitido neste domingo (17).

Por sua vez, o Pentágono observou que a “passagem do Dewey e do Winnipeg através do estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos EUA e de nossos aliados e parceiros com um Indo-Pacífico livre e aberto”.

Recentemente, o presidente da China Xi Jinping disse em discurso que “a reunificação da nação deve ser alcançada, e será sem dúvida alcançada. A reunificação de forma pacífica é a mais alinhada com o interesse geral da nação chinesa, incluindo os compatriotas de Taiwan”.

Israel pretende atacar o Irã? Na segunda-feira (18), a mídia israelense informou que as autoridades do país aprovaram um orçamento de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8,22 bilhões) para preparar o Exército para um possível ataque contra o programa nuclear do Irã.

As notícias surgem pouco depois das declarações da Força Aérea dos EUA que a nova bomba “demolidora de bunkers” GBU-72 Advanced 5K Penetrator tinha passado por um teste bem-sucedido. Segundo mídia israelense, a bomba de 2.260 kg poderia ser usada para atingir instalações nucleares do Irã.

Jornal Times of Israel informou, citando relatos do Canal 12, que a GBU-72 foi projetada para ser transportada por um caça ou bombardeiro estratégico e Israel tem falta de bombardeiros capazes de transportar os enormes “demolidores de bunkers” existentes no arsenal dos EUA.

Japão vigia navios da China e da Rússia. As autoridades japonesas disseram estar monitorizando a situação em torno de embarcações russas e chinesas após sua passagem pelo estreito de Tsugaru ontem (18).

O governo do Japão está vigiando as ações dos navios russos e chineses que participaram de exercícios navais conjuntos, segundo informou o vice-secretário-geral das autoridades japonesas Yoshihiko Isozaki.

“Em 18 de outubro registramos uma passagem conjunta de dez navios chineses e russos pelo estreito de Tsugaru do mar do Japão em direção ao oceano Pacífico. Entre eles havia cinco embarcações russas e cinco embarcações chinesas. Tais ações foram registradas pela primeira vez”, sublinhou Isozaki.

Anteriormente, o Ministério da Defesa do Japão declarou que a passagem de navios das marinhas russa e chinesa está em completa conformidade com as regras internacionais. Não foi registrada qualquer violação de fronteiras marítimas.

Outro avião espião dos EUA! Na sexta-feira (22), uma aeronave espiã dos EUA sobrevoou a península coreana para monitorar as atividades militares da Coreia do Norte após o lançamento de um foguete espacial sul-coreano.

O avião detectado, um RC-135W da Força Aérea dos EUA, voou entre as costas oeste e leste da península, de acordo com o serviço de monitoramento aéreo Flightradar24.

De acordo com a agência de notícias Yonhap, citando fontes militares, a aeronave voou dentro do espaço aéreo sul-coreano.

Anteriormente, o avião estadunidense destinado a interceptar sinais de telemetria antes do lançamento de mísseis foi detectado quando Pyongyang testou um novo míssil hipersônico.

Dar poderes para Biden? Uma polêmica crescente existe hoje no Congresso dos EUA para conferir poderes de guerra ao Joe Biden em caso de conflito entre a China e Taiwan.

Vários meios de comunicação, incluindo a Polícia Estrangeira, destacam as reuniões entre democratas de centro e liberais para dar esse poder ao presidente.

Os centristas são a favor da expansão dos poderes de Biden, mesmo que qualquer ação militar contra a China represente um risco de guerra nuclear, enquanto os liberais apoiam a política atual, observou um relatório do news.antiwar.com.

Alguns, como Elaine Luria, vice-presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, argumentam que, se a China se mobilizar para tomar Taiwan, a obtenção da autorização do Congresso levaria muito tempo para o governante.

De acordo com o antiwar.com, os falcões republicanos já elaboraram uma legislação que daria a Biden autoridade para ir à guerra com a China por causa de Taiwan.

A Lei de Prevenção à Invasão de Taiwan autorizaria o uso das Forças Armadas para defender a ilha contra um ataque direto do exército chinês.

Os movimentos chineses em torno de Taiwan são claramente impulsionados pela presença dos EUA e pelos movimentos de Washington para fortalecer os laços com Taipei.

Uma mudança de política na forma de autorização de potências militares só aumentaria as tensões na região e tornaria um conflito mais provável, disse a publicação digital.

Mas eles não aguentariam. O sistema de defesa antimísseis dos EUA não tem qualquer chance de resistir a um ataque nuclear da China ou da Rússia, escreve o colunista David Axe na edição Forbes.

Os EUA possuem suas defesas antimísseis no Alasca, Califórnia e Europa de Leste a fim de frustrar ataques nucleares de pequena escala da Coreia do Norte ou do Irã.

“Estas defesas são inadequadas para impedir um ataque nuclear de larga escala que envolva muitas centenas de ogivas chinesas, ou, pior ainda, milhares de ogivas russas”, aponta o colunista.

O artigo ressalta que Pequim tem um sistema de bombardeio orbital fracionado (FOBS, na sigla em inglês), destinado a lançar ogivas nucleares em órbita terrestre baixa antes de as direcionar contra seus alvos em terra, algo tem grande relevância para a estratégia de segurança dos EUA.

EUA: trabalhadores em greve. Exaustos depois de trabalharem longas horas durante a pandemia, e frustrados porque seus patrões não dividem os lucros, às vezes enormes, dezenas de milhares de enfermeiros, empregados de fábricas e outros trabalhadores estadunidenses declararam greve em todo o país.

Cerca de 30 mil funcionários do grupo de saúde Kaiser Permanente nos estados da Califórnia e Oregon estão prontos para entrar em greve. Desde a última quinta-feira, dez mil empregados da empresa de máquinas agrícolas John Deere estão de braços cruzados, enquanto 1.400 trabalhadores abandonaram seus postos na empresa de cereais Kelloggs em 5 de outubro. E mais de 2.000 funcionários do Mercy Hospital, em Buffalo, Nova York, entraram em greve em 1º de outubro.

Em Hollywood, evitou-se na última hora um movimento que ameaçava paralisar a indústria cinematográfica, graças a um acordo sobre as condições de trabalho dos funcionários técnicos, anunciou neste domingo o principal sindicato do setor.

Os trabalhadores argumentam que, durante a pandemia, tiveram uma carga adicional para compensar o trabalho dos que ficaram em casa. “Sacrificamos tempo com nossas famílias, perdemos jogos de bola com nossos filhos e jantares e casamentos para manter as caixas de cereais nas prateleiras”, declarou Dan Osborn, mecânico da Kelloggs por 18 anos.

“É assim que nos pagam? Pedindo que façamos concessões no momento em que o CEO e os executivos aumentam sua remuneração?”, criticou Osborn, presidente de uma filial local do sindicato dos Padeiros, Confeiteiros e Trabalhadores do Tabaco e Moinhos de Grãos (BCTGM). Ele se opõe ao sistema de pagamento de dois níveis, que deixa alguns novos contratados ganhando muito menos do que os demais.

A maioria das greves é motivada por demandas de melhores condições de trabalho, disse Kate Bronfenbrenner, especialista em questões trabalhistas e sindicais da Universidade de Cornell, em Nova York. “As empresas estão lucrando mais do que nunca e os trabalhadores estão sendo pressionados a trabalhar mais duro do que nunca, às vezes arriscando suas vidas para voltar ao trabalho no contexto da Covid.”

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