O dia 24 de fevereiro começou mais cedo para a equipe do Brasil 247. Quando se iniciou a ação militar ordenada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, na Ucrânia, o dia amanhecia por lá, mas aqui passavam apenas uns poucos minutos da meia-noite. A primeira atuação foi do nosso plantonista Juca Simonard, que publicou uma manchete às 00h41 no portal Brasil 247: “Guerra: Putin anuncia operação militar na Ucrânia; bombardeios são registrados em Kiev”, com vídeos do front de batalha. Segue abaixo seu relato daquele momento: “Saí da edição do site, onde trabalho normalmente até 23h, e os sinais de um início de ação militar da Rússia na Ucrânia ainda não estavam dados. Cerca de uma hora depois, recebi informações nas redes sociais e fui conferir o que estava acontecendo. Dei a notícia da declaração de Vladimir Putin anunciando a operação especial no Donbass juntamente com os bombardeios que começaram a ser registrados na Ucrânia. Em seguida, acompanhei a reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU e fiz a cobertura numa matéria em conjunto com as reações de Joe Biden às medidas russas. Ao longo da madrugada, fui juntando informações separadas sobre a situação na Ucrânia para dar os desdobramentos: russos anunciando que o alvo da operação eram as instalações militares e o governo ucraniano anunciando lei marcial no país. A cobertura durou até cerca de 3h00”. Em seguida, entrou em campo nosso editor de Internacional, José Reinaldo Carvalho, que assumiu a publicação das notícias sobre o confronto. Ele conta: “Na TV 247, o Bom Dia, que normalmente começa às 7h, teve início extraordinariamente às 5h30, com o diretor do site e da TV, Leonardo Attuch, a quem acompanho como editor internacional. Uma plêiade de convidados desfilou no nosso programa até as 10h00, proporcionando ao público uma análise completa sobre os fatos, que na medida em que iam acontecendo passavam pela tela e pelo crivo das nossas opiniões. Uma experiência eletrizante, que exigiu de nós o máximo de concentração e versatilidade”. Considerando site e TV, a redação do Brasil 247, toda trabalhando via home office, portanto em comunicação virtual, produziu durante toda a jornada uma quantidade enorme de notícias, comentários, artigos de opinião, vídeos, debates, com diferentes pontos de vista sobre o complexo problema geopolítico envolvendo de um lado os Estados Unidos, potências aliadas e seu braço armado, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e de outro a segunda maior potência militar do planeta, a Rússia. Até 12h daquela quinta, foram 70 publicações - uma média maior do que as manhãs anteriores, que ficaram entre 55 e 60. Outros integrantes fixos da equipe que participaram intensamente da cobertura no portal e, alguns deles, também na TV: Luis Costa Pinto, diretor editorial; Mauro Lopes, editor-executivo; Guilherme Levorato e Leonardo Sobreira, editores-assistentes; Paulo Emílio, Laís Gouveia, Camila França e Leonardo Lucena, repórteres. Na TV, fomos o primeiro veículo de comunicação a ter a análise - por volta de 7h30 - do diplomata e ex-chanceler Celso Amorim. Participaram ainda com suas análises os jornalistas Joaquim de Carvalho, Paulo Moreira Leite, Alex Solnik, Brian Mier, Nathalia Urban, Milton Blay, além de convidados especiais, como Breno Altman, Lejeune Mirhan e Jean Goldenbaum. José Reinaldo descreveu ainda sobre o primeiro dia de cobertura: “Foi uma grande variedade de informações e análises. Um noticiário fidedigno, jornalismo na veia, verdade e atualidade no posto de comando. Não foi à toa que o público cada vez mais numeroso que nos acompanha ressaltou em inúmeros comentários algumas qualidades do nosso trabalho que ficaram evidentes na nossa cobertura sobre o conflito no Leste Europeu, afirmando que superamos não somente os sites coirmãos da mídia independente, como os veículos da mídia monopolizada pelos grandes grupos empresariais” Para ele, três características foram cruciais na cobertura do 247, inclusive observadas pelo público: tempestividade, pluralidade e combatividade. Sobre a última, ele detalha: “Fazemos jornalismo fiel aos fatos, mas não somos ‘isentões’, anódinos nem tergiversamos. Com base nos nossos princípios editoriais, opinamos com fervor, porque estamos do lado dos povos e nações que lutam por um sistema internacional multipolar. Somos ardentes defensores da paz e da solução pacífica, diplomática e política dos conflitos internacionais. Por isso tomamos como ponto de partida, ao opinar sobre as tensões políticas e militares no Leste Europeu, a condenação enérgica à brutal ofensiva dos Estados Unidos e da Otan contra a Rússia” Contextualização histórica e oposição ao ‘pensamento único’ Em um artigo publicado na sexta-feira (25), segundo dia de conflitos, o colunista Jeferson Miola fez uma análise precisa sobre a cobertura enviesada da imprensa corporativa. Diz ele: “A cobertura que a mídia hegemônica faz da crise na Ucrânia é alarmantemente viciada, além de claramente racista e preconceituosa. Os meios de comunicação em todo mundo são meros repetidores dos mantras russofóbicos fabricados em Washington para instrumentalizar a guerrilha geopolítica e ideológica das “forças do bem”, a civilização ocidental, contra a “força do mal” – os russos, caucasianos e eurasiáticos. Em geral, a mídia não só é subserviente ao “release único” escrito em Washington, como também é indigente e desonesta. Além de omitir aspectos étnicos, históricos e culturais dos povos eslavos, também mente, estigmatiza Putin e falsifica a história”. Em sua conclusão: “Neste jornalismo de guerra, todos os veículos hegemônicos no Brasil – absolutamente todos, é preciso sublinhar – repetiram como papagaios o viés de análise de Washington. Não ficou de fora nem mesmo um único veículo de nenhum meio de transmissão – nas rádios, TVs, redes sociais e portais da internet. Somente os portais da mídia independente estão desde o início da crise reportando os acontecimentos desde uma perspectiva abrangente e aberta. Não fossem estes veículos contra-hegemônicos de informação e comunicação, a população brasileira seria totalmente entorpecida com o pensamento único russofóbico”.
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