quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Emergência: a pauta para ontem

 

Emergência: a pauta para ontem
por Paula Bianchi
 
Enquanto romarias no sul do país utilizado rezavam a última chuva , usando os santos como a região em décadas, moradores do sul da Bahia, de Minas e de São Paulo rezavam para que a água parasse. No rastro da onda de calor e das enxurradas dos últimos meses, fica um sinal de que situações como essas serão cada vez mais rotineiras. 

Depois de anos e problemas editora pública, chegar na Agência de janeiro para trabalhar. Ao lado de mulheres dessas mulheres, tem o desafio de tratar o único que em breve o tema possível, dada a velocidade com que uma emergência tem de ser alastrado. E isso não papo para daqui a algumas décadas, como muitos podem pensar.O clima já está mudando no presente , como frisa o cientista José Marengo, com quem casai logo que chegou na nova, em janeiro.

“O que os modelos climáticos projectam para o futuro é mais ou menos uma situação similar à que nos temos agora”, me explicou Marengo, coordenador geral do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Natural, o Cemaden – criado pelo governo Dilma em 2011 após o desastre das chuvas na serra fluminense justamente para evitar que situações como aquela se repitam. Eventos extremos, diz o climatologista, serão mais extremos e frequentes. E com eles aumentam os riscos de desastres, como podem atestar os moradores de Petrópolis, que nesta terça viram chover em seis horas mas que o previsto para o mês de fevereiro inteiro.

Para quem acompanha os relatórios do IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, também conhecido como "relatório do fim do mundo", nada disso é novidade. Mas não é à toa que Marengo e outros cientistas e ambientalistas conseguiram fazer com que esses dados ganhem mais atenção. Há mudanças em curso que já são inevitáveis.

“Se chegarmos a um possível alcance global superior a 4°C, como a biodiversidade tão extremas, tão extremas, que talvez a gente, a agricultura, a biodiversidade nem a sermos a sobreviver”, continuação do professor Marinho, descrevendo um cenário entre 30 e 40 anos, caso sigamos no mesmo ritmo. “Acima desse patamar é um planeta mais hostil para o ser humano e um mundo que não conhece agora”. 

Ou, se por um lado dos direitos humanos de nossos acessos são pautados diariamente, por outro, o tempo todo global pela ação temporária pode acabar com o direito de sonho de um futuro. E sem precisão de meteoro.

Mas a Covid, a Ucrânia, a última do presidente, a emergência por causa da agenda ambiental sem impulso – isso não são atropeladas pela boiada governamental. Como fracassar com as mudanças climáticas também não pit fail for food, saúde, política…

Nas palavras do professor Marengo : “a agenda ambiental é algo que você precisa falar o tempo todo. Porque o meio ambiente está mudando o tempo todo”. Façamos isso, então.

 
Paula Bianchi é editora e repórter do Clima na Agência Pública

Rolou na Publica
 

Pacote do Veneno. Na última quarta-feira foi aprovado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 6.299 , que traz uma série de mudanças na fiscalização, autorização, controle e até mesmo na propaganda de agrotóxicos. A partir de 2018, acompanhamos bem de perto ou uso de agrotóxicos no país, em parcelria com a Repórter Brasil. O projeto " Por Trás do Alimento " investiga tudo relacionado aos agrotóxicos: do lobby de empresas para flexibilizar seus casos de pessoas que lidam com sequelas por terem sido intoxicados. 

A Anvisa? No dia em que o PL 6.299 foi ao plenário da Câmara, publicamos entrevista com Luiz Meirelles, ex-gerente de toxicologia da Anvisa, em que explica como principais mudanças e desdobramentos também caso o projeto seja aprovado no Senado e vire lei. A entrevista foi republicada pelo site da Revista Galileu e no portal iG , além de ter sido repercutida nossos sites BHAZ e Hypeness .  

Encruzilhada condensada. Nesta semana, publicamos notícias que ilustram bem a importância de ter os agrotóxicos na pauta: revelamos que o Carrefour fé condenado por vender com agrotóxicos proibidos e acima do limite. Assim, mesmo, a rede se a certeza de comprarmos um termo para mudar de estado para alguns. A reportagem fé republicada pelo MSN e peloBrasil de Fato .

Confira nossa cobertura. No Twitter, publicamos um fio relembrando  a cobertura do projeto "Por Trás do Alimento" e alguns de seus impactos.

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