quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Petrópolis: fortes chuvas matam ao menos 58 pessoas na região serrana do Rio

 

Petrópolis: fortes chuvas matam ao menos 58 pessoas na região serrana do Rio

·8 min de leitura
Moradores trabalham em local de deslizamento de terra no Morro da Oficina após chuvas torrenciais em Petrópolis, Brasil 16 de fevereiro de 2022.
Moradores trabalham em local de deslizamento de terra no Morro da Oficina após chuvas torrenciais em Petrópolis, Brasil 16 de fevereiro de 2022. (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

Um forte temporal atingiu Petrópolis, cidade da região serrana do Rio de Janeiro, na tarde desta terça-feira (15), causando inundações, enxurradas e deslizamentos. Ao menos 58 pessoas morreram, segundo informações do Corpo de Bombeiros e da Prefeitura de Petrópolis.

A Defesa Civil do Rio de Janeiro atua para consolidar o número de vítimas e regiões atendidas, pois há grande dificuldade de acesso em parte da cidade. A previsão é de mais chuva nos próximos dias. Em sua conta no Twitter, a Defesa Civil Nacional informou que há ao menos 301 pessoas desabrigadas.

Confira ao final da matéria como ajudar as vítimas da chuva em Petrópolis e quais locais estão recebendo doações presenciais ou à distância

Os bombeiros foram chamados para dezenas de atendimentos no município, e ao menos 180 militares estão no local. Foram seis horas de chuva. Há áreas em que o socorro ainda não conseguiu chegar, devido à situação caótica da cidade. A Defesa Civil Estadual também está trabalhando em apoio às vítimas.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram carros sendo arrastados pela correnteza e grandes deslizamentos. Na região do Morro da Oficina, onde ocorreram desmoronamentos, crianças foram retiradas sujas de lama de uma escola, parcialmente destruída.

Saldo da tragédia em Petrópolis (atualizado 13:00 de 16 de fevereiro)

  • Ao menos 54 pessoas morreram;

  • Mais de 300 pessoas desabrigadas;

  • Cerca de 180 pessoas já acolhidas em postos de apoios;

  • Choveu 258mm em 6 horas; o esperado para o mês é de 238,2mm

  • Foram 189 deslizamentos na cidade, e 40 outros acionamentos

  • Aulas na rede municipal estão suspensas

  • Serviços adminstrativos foram paralisados pela prefeitura

  • Mais de 180 bombeiros atuam na cidade, além de 8 ambulâncias e 10 aeronaves;

A prefeitura decretou estado de calamidade pública. Até o meio da madrugada, haviam sido registradas 229 ocorrências, sendo 189 deslizamentos. Também ocorreram alagamentos e quedas de árvores. Os bairros mais atingidos são Centro, Quitandinha, Caxambu, Alto da Serra, Coronel Veiga, Duarte da Silveira, Floresta, Caxambu e Chácara Flora.

Até o momento, no Morro da Oficina, no Alto da Serra, a informação é que 80 casas foram afetadas. Em outras regiões, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Whashington Luiz e Coronel Veiga também há registros.

Pessoas carregam um corpo para fora dos escombros após um deslizamento de terra em Petrópolis, Brasil, em 16 de fevereiro de 2022.
Pessoas carregam um corpo para fora dos escombros após um deslizamento de terra em Petrópolis, Brasil, em 16 de fevereiro de 2022. (Foto de CARL DE SOUZA/AFP via Getty Images)

Moradores relatam que, após o temporal, encontraram um cenário de guerra nas ruas de Petrópolis, com muita lama, casas destruídas ou alagadas, ferro retorcido e carros amontoados e destruídos. Corpos foram retirados das ruas durante a madrugada desta quarta-feira (16), na região central, depois que o nível da água baixou.

Ainda não há certeza sobre o número de desaparecidos. Moradores procuram familiares nas ruas, hospitais e divulgam fotos nas redes sociais.

Durante a tarde houve um registro de acumulado pluviométrico de 258 milímetros, um valor acima da média esperada para todo o mês, que seria de 238,2 mm. Há previsão de chuva nos próximos três dias, com possibilidade de ser forte na quinta (17) e na sexta (18).

Segundo a Defesa Civil, há 184 pessoas acolhidas em pontos de apoio que funcionam em escolas da cidade. Os postos de saúde e hospitais estão lotados de pessoas feridas. O Hospital da Unimed suspendeu as cirurgias eletivas e o atendimento ao público, nesta quarta, para atender os pacientes transportados pelo Samu e Corpo de Bombeiros.

 
 
 
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As aulas da rede municipal de ensino estão suspensas nesta quarta-feira. Serviços administrativos da prefeitura também não vão funcionar.

O governo informou que oito ambulâncias estão sendo enviadas para a cidade para atuar no socorro às vítimas. Dez aeronaves foram disponibilizadas para chegar à cidade na manhã desta quarta.

Já no município, o governador Cláudio Castro (PL) participou de uma reunião com secretários estaduais e com o comandante-geral dos Bombeiros. "Os maquinários das secretarias de Infraestrutura e Obras, das Cidades, do Ambiente e de Agricultura, além de equipamentos usados pela Cedae, estarão rumo ao município para ajudar na limpeza das ruas e vias atingidas pelas chuvas", afirmou o governo fluminense em nota.

"Estou pessoalmente aqui e só sairei daqui depois que estivermos com o trabalho 100% organizado e pronto para atender melhor ainda a população", disse Castro, em suas redes sociais.

O 26º BPM (Petrópolis) atua em apoio na operação na cidade em auxílio a órgãos municipais. A polícia desmentiu a informação de que ocorreram arrastões e tiroteios após o temporal.

O prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), afirmou que pôs toda a estrutura do município à disposição do prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, para auxiliar nas operações.

Helicóptero do Corpo de Bombeiros sobrevoa uma área de deslizamento de terra em busca de sobreviventes em Petrópolis, Brasil, em 16 de fevereiro de 2022.
Helicóptero do Corpo de Bombeiros sobrevoa uma área de deslizamento de terra em busca de sobreviventes em Petrópolis, Brasil, em 16 de fevereiro de 2022. (Foto: CARL DE SOUZA/AFP via Getty Images)

Nas redes sociais, Bomtempo disse que tinha acabado de chegar a Brasília quando ficou sabendo das chuvas e que por volta das 22h já estaria de volta a Petrópolis.

"Estamos passando por uma situação de extrema gravidade e direcionamos todos os esforços para garantir o socorro da população", disse o prefeito.

Ele afirmou que ligou para empresas e empreiteiros pedindo máquinas, caminhões e pessoal para auxiliar na recuperação da cidade.

"Quero dizer para o nosso povo aguentar firme, que se Deus quiser essa chuva vai passar, a gente vai conseguir dar uma resposta", disse.

presidente Jair Bolsonaro (PL), em visita à Rússia, afirmou em suas redes sociais que contatou os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Paulo Guedes (Economia) para auxiliar imediatamente as vítimas das fortes chuvas.

Em 2011, chuvas provocaram quase mil mortes em Petrópolis

Há 11 anos, Petrópolis foi palco da maior tragédia climática da história do Brasil, que deixou mais de 900 mortos.

No dia 11 de janeiro de 2011, a chuva que caiu deixou 918 mortos e quase 100 desaparecidos. Os municípios mais atingidos foram Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.

Naquele dia, em apenas três horas, o volume de água ultrapassou a expectativa mensal em todas as cidades afetadas.

A maior tragédia é a dos desaparecidos: 11 anos depois, diversos ainda não foram encontrados. Segundo o Ministério Público, são 99 desaparecidos atualmente.

A região, recém atingida por mais um temporal, ainda está em reconstrução até hoje. Em janeiro de 2021, cerca de 86 mil pessoas seguiam vivendo em áreas de risco. No ano passado, o governo do estado previa o investimento de cerca de R$ 500 milhões em obras.

Outras cidades atingidas em 2011 foram: São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim, Sumidouro, Areal, Santa Maria Madalena, Trajano de Moraes, Sapucaia, São Sebastião do Alto, Três Rios, Cordeiro, Carmo, Macuco, Cantagalo e Cachoeiras de Macacu.

Saiba como ajudar no desastre de Petrópolis

Doações à distância

CDDH Petrópolis

Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH Petrópolis) está arrecadando alimentos, cobertores, água potável, itens de higiene pessoal e de limpeza e roupas.

As doações podem ser feitas pela conta do Banco do Brasil do CDDH (agência 2885-1, conta corrente 127599-2 e CNPJ 27.219.757/0001-27).

SOSerra

A organização comunitária SOSerra está recebendo doações via Pix pela chave do celular (24) 99303-8885.

Já a Cáritas Arquidiocesana de Petrópolis está aceitando doações em dinheiro. A transferência pode ser feita para o Banco Bradesco (agência 0814-1 e conta corrente 48500-4).

Pessoas lamentam durante a procura de vítimas em deslizamento de terra no Morro da Oficina após chuvas torrenciais em Petrópolis, Brasil 16 de fevereiro de 2022.
Pessoas lamentam durante a procura de vítimas em deslizamento de terra no Morro da Oficina após chuvas torrenciais em Petrópolis, Brasil 16 de fevereiro de 2022. (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

Doações presenciais

Petrópolis:

Igreja Missões Evangelística Vinde Amados Meus; Igreja Semeando Avivamento: Rua Dr. Thouzet 10, Quitandinha; Pronto Socorro do Alto da Serra: Rua Teresa 1.839, Alto da Serra; Igreja Católica de São Francisco de Assis: Rua João Xavier, Moinho Preto; OAB: Rua Marechal Deodoro 229; Centro de Defesa dos Direitos Humanos: Rua Monsenhor Barcelar 400; Igreja Batista Atitude: Rua Quissamã 777; Igreja Lagoinha, no Quitandinha; Igreja Metodista Central, na subida da Rua Teresa; Centro de Defesa de Direitos Humanos, no Centro; Centro de Cultura de Pedro do Rio e shopping Tarrafas, em Itaipava.

Baixada Fluminense:

Cruz Vermelha de Duque de Caxias; Praça da Mantiquira, em Xerém; Cruz Vermelha de Nova Iguaçu e Estação de Tratamento do Guandu.

Niterói:

Plaza Niterói: Rua XV de Novembro 8, Centro: SAC, 2º piso, e entrada principal.

Teresópolis:

Cedae: Avenida Feliciano Sodré 848, Várzea

Rio de Janeiro:

Todos os batalhões da Polícia Militar e as bases do Segurança Presente estão reunindo donativos. Também são bases as unidades da Faetec, do Cecierj, do Cederj e as escolas da Rede Ceja.

Centro:

Sede da OAB: Avenida Marechal Câmara 210; Sede da Ação da Cidadania: Rua da Gamboa 246, Santo Cristo; Sede da Cedae: Avenida Presidente Vargas 2655 e Sede da Seap, na torre da Central do Brasil.

Zona Sul:

Sede do Fluminense, em Laranjeiras; Sede do RioSolidário: Travessa Euricles de Matos 17, em Laranjeiras; Sede do Flamengo, na Gávea; Sede Náutica do Vasco, na Lagoa; Paróquia São José da Lagoa: Avenida Borges de Medeiros 2.735; Botafogo Praia Shopping e Rio Design Leblon.

Zona Norte:

Estádio do Maracanã; Estádio Nilton Santos; Estádio de São Januário; Prefeitura Universitária da UFRJ: Praça Jorge Machado Moreira 100, na Ilha do Fundão; e os shoppings Tijuca, Norte, Nova América, Madureira e Boulevard.

Zona Oeste:

Rio Design Barra, Cruz Vermelha de Realengo e Quadra da Unidos de Padre Miguel.

da Folhapress

Petrópolis: força brutal da água arrasta carros, árvores e ônibus

Fortes chuvas em Petrópolis, no Rio de Janeiro, deixaram ao menos 18 mortos na tarde desta terça-feira (15), segundo o comando do Corpo de Bombeiros. A informação sobre as mortes é da GloboNews. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram carros sendo arrastados pela correnteza e grandes deslizamentos.

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